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Esperança

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Que Nome Damos a Isto?Que Nome Damos a Isto?

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A democracia é o sistema político mais belo e frágil de sempre. O facto de permitir que aqueles que são contra ela esteja no seu interior faz com que o papel do cidadão seja essencial para a sua sobrevivência. Contudo, o cidadão apenas exerce o seu poder com uma mão no café e a outra no totobola. Felizmente, conheci um conjunto de jovens que me deu esperança que vamos superar isto. Um podcast realizado por Hugo Rufino Marques.

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Transcription

The speaker reflects on the concept of democracy, stating that it is more complex than just having elections and freedom of speech. They emphasize the importance of active citizenship and citizen participation in shaping the democratic system. The speaker expresses pessimism about the state of democracy in Portugal, citing various issues such as young people leaving the country, government scandals, and a lack of accountability for politicians. They mention attending the European Youth Event, which they found disappointing as it did not give young people a chance to be heard. The speaker concludes with a message of hope, praising the Portuguese youth for their dedication and emphasizing the importance of working together for a better future. Ah, a democracia, a democracia... O autodemocratismo começou em 25 de abril de 1974, mas esquecem que é muito, muito mais antiga do que isso. A democracia é um sistema delicado, frágil, caro, muito, muito caro e que nós nem damos por aula. Pensamos que a democracia basta ter eleições e liberdade para falar, mas não. A democracia é muito, muito mais complexa do que isso. Eleições também existiam nos Estados Novos e existem em Estados muito menos democráticos. E a liberdade para falar existe em Estados anárquicos. Por isso, pode haver muitas formas de não se viver em democracia. A única diferença da democracia para os outros regimes está nos cidadãos. O poder que os cidadãos têm de fazer a alteração. Sem os cidadãos não existe a democracia. Os cidadãos são o pilar principal. São eles que devem pensar, discutir, aprovar, reprovar ideias, fiscalizar, exigir daqueles que são os seus representantes que atuem nas suas necessidades, que os representem. Cabe ao cidadão estar constantemente ativo. E estar constantemente ativo não é basicamente ir para o café, ou se vê em alguns canais noticiosos mais, digamos, censionalistas. Não é estar a lançar larachas sobre o que é que pode fazer e quem é que faz o quê e como não. Um cidadão ativo é aquele que vai às Assembleias Municipais, que se informa, que lê, que fala com os deputados municipais, que fala com os seus representantes, que sabe que ninguém vota para o governo de Portugal, mas única e exclusivamente para os deputados da Assembleia da República. E são esses deputados do partido mais votado que são chamados para formar o governo, que pode ser o cabeça de lista, como podem ser outras pessoas. Ninguém em Portugal vota para o primeiro-ministro. Mas não. Os cidadãos portugueses continuam com uma pau nos olhos, uma mão no café e o outro no totobola, enquanto discutem o que é que fica, e o Sporting, e o Porto, e se o marítimo subiu à divisão, se merecia, se não merecia, e o Estrela da Amadora. Porque isso é que é importante. E enquanto tudo isto acontece, a própria democracia vai caindo. Isto porque a democracia é o único sistema que permite com que dentro dela estejam aqueles que desejam destruí-la, e que têm tanto direito a falar sobre a sua destruição como é que eles têm direito a falar da sua grandeza. Por isso, o cidadão é o único pilar básico e principal do sistema democrático. E eu confesso que sou um pessimista. E, sendo um pessimista, já nem acredito numa democracia em Portugal. Portugal, para mim, não vive numa democracia. E não vive porque, a partir do momento em que temos jovens a sair do país, porque não têm qualquer tipo de esperança no futuro em Portugal, em que temos governos que utilizam as escretas para irem atrás de um computador, em que há escândalos atrás de escândalos, em que não há escurtinho sobre o trabalho dos políticos, sem não ser que sejam esperados a caos. Não há um escurtinho de construção, mas um escurtinho de destruição. Uma completa destruição de tudo o que está à volta. Uma população que não permite construir. A única coisa é destruir, porque ninguém pode ter mais ou alcançar mais do que aquilo que essa pessoa conseguiu. Porém, conseguiu ganhar recentemente esperança. No passado fim de semana, realizou-se o European Youth Event. Reuniram-se mais de 10 mil jovens de todo o mundo, Europa e fora da mesma, para debater os problemas da Europa e para onde é que esta deveria caminhar. Confesso que não estava nada esperançoso com esta atividade e não errei. O European Youth Event não foi um evento para ouvir os jovens como prometia, mas sim para os jovens ouvirem os adultos. Quase não conseguiram debater, houve problemas de organização, ficaram horas e horas em filas, má organização na alocação de lugares para o plenário e, para tantos jovens, só apenas alguns conseguiram fazer perguntas. Ninguém conseguia quase falar de um evento que chamava-se de democracia, um evento dos jovens. Não. Os jovens não foram para o European Youth Event para serem ouvidos. Eles foram para lá para eles próprios ouvirem os outros, com uma máquina de propaganda que chegou a haver comentários até mesmo de racismo. Sim, racismo. Eu estava em pleno plenário quando ouvi-se o vice-presidente do Grupo Popular Europeu a dizer que ele não aceitava que houvessem russos a andar nas suas ruas, como se a guetização fosse uma solução para a paz entre o conflito da Ucrânia e da Rússia. Não. Não é a proibir cidadãos inocentes das políticas desastrosas dos seus líderes que nós conseguimos a paz. Não é com guetos que nós conseguimos a paz. E não é nessa forma que se consegue a democracia. E o vice-presidente do Grupo Popular Europeu, que é alemão, devia aprender um pouco mais com a história do seu país para aprender que os guetos não são solução. Contudo, mesmo não sendo nada esperançoso com o futuro da União Europeia e muito menos, saindo deste evento, com um sentimento europeu, eu saí dele com esperança. Uma esperança na geração portuguesa. E tenho que agradecer à Vitória, agradecer à Carolina, agradecer à Raquel, agradecer à Daniela, agradecer ao Ricardo, agradecer ao Diogo, agradecer ao João, agradecer ao Luís, agradecer à Maria, agradecer a todos aqueles que estiveram comigo a representar Portugal no European Youth Event. Eles próprios ensinaram-me que não é preciso estar sempre à alerta para podermos fazer o nosso trabalho. Nós podemos estar descontraídos, aproveitar a vida e ao mesmo tempo defender o futuro e a democracia. É possível, com pequenos passos, juntar os nossos conhecimentos e juntos trabalharmos em parceria, sempre com olhos postos no futuro. Independentemente de nós termos uma visão mais à esquerda, mais à direita, mais acima, mais abaixo, mais ao centro. Mas no final do dia, estamos juntos. E juntos para o futuro. Normalmente eu termino estes podcasts a perguntar que nome damos a isto. Mas desta vez, eu sei que nome dar. E o nome é Esperança. Esperança no futuro. Ninguém, mas mesmo ninguém nos vai parar. Coloque o seu like, partilhe nos seus redes sociais e não perca na próxima semana a nossa mensagem. Este podcast teve o enorme apoio do postal do Ogarve e do Europe Direct do Ogarve. Vemo-nos para a semana. Legendas pela comunidade Amara.org

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