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IPCoffee talks 08fev

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IPCOFFEE Talks

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Neste novo episódio nosso convidado especial é o advogado e mestre Gustavo Fortunato com a participação de Liliane Agostinho Leite e Julia Pazos. Os comentários sobre as notícias fica por conta da Débora Araujo. Notícias: 🎬 Avatares na passarela da moda 🎬 Série Netflix - Todo dia a Mesma Noite 🎬 Pirataria de NFTs tem crescido exponencialmente

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Transcription

Débora Araújo is hosting the Aipico Off-Talk, a weekly show discussing intellectual property, advertising, and entertainment. The show is now available as a podcast on platforms like Apple, Amazon Music, and Spotify. Today's topics include avatars in fashion, the Netflix series "Todo Dia à Mesma Noite" and the Kiss nightclub tragedy, and the growing piracy of NSTs. The series based on the tragedy has faced criticism from some families who were not consulted. The issue raises questions about freedom of expression and the right to information. The Netflix platform has not responded to the claims, but a dialogue is expected to take place. The discussion also touches on the trend of biographical series and the responsibility of the entertainment industry. Overall, it is an interesting case that raises important legal and ethical considerations. Pessoal, o meu nome é Débora Araújo e estamos aqui para mais um Aipico Off-Talk e esse é nosso cafezinho semanal com notícias sobre propriedade intelectual, publicidade e entretenimento. Se você quiser participar aqui do nosso Aipico Off-Talk que acontece todas as quartas às 14 horas, envia um direct pra gente ou deixa aqui seus comentários também com as suas dúvidas e a sua contribuição aqui para os nossos temas. O nosso encontro vai ficar gravado aqui no Instagram e a novidade é que ele também pode ser ouvido nas principais plataformas de música, pois é, agora o Aipico Off-Talk também tem podcast. Então você pode ouvir todos os episódios lá na Apple, no Amazon Music ou no Spotify. Entra nos nossos perfis e sigam os nossos perfis lá nos tocadores de música. Hoje aqui no Aipico Off-Talk nós vamos receber o Gustavo Fortunato como nosso convidado e vamos ter a participação da Liliane Leite e da Juliana Pazos. As notícias que vamos trazer hoje pra vocês, os assuntos de hoje são avatares na passarela da moda, a série Netflix Todo Dia à Mesma Noite versus boate kiss e a pirataria em NSTs que tem crescido exponencialmente. Notícias do dia, então vamos lá Liliane, vamos dar início. Começo com a minha notícia? Comece, por favor. Bom, há algum tempo que eu venho observando uma crescente aí de séries biográficas, né, e a última que eu tomei conhecimento foi a Todo Dia à Mesma Noite, que é baseada na tragédia da boate kiss. E eu li nos jornais, nos logos, no wall, notícias, né, de que alguns familiares se sentiram incomodados com a publicação da miniférie pelo Netflix. Essa série, eu não sei se vocês tiveram oportunidade de assistir ou não, são cinco episódios, e ela mistura ficção e realidade e é centrada na tragédia e fixada em quatro núcleos familiares, né. Não tem, gente, como você não se tocar ao assistir a essa série. Não tem como, assim, não se colocar no lugar dos pais ou até pensar de quando nós éramos jovens, né, e íamos para as festas, baladas de faculdade e pensar em tudo aquilo que aconteceu aquela tragédia. Essa miniférie, ela é baseada num livro que já foi publicado, eu não sei o ano da publicação do livro, mas é da jornalista Daniela Arbex. Então, a diretora, ela se baseou nesse livro, então não há uma narrativa diferente do que já foi publicada. O que eu li também foi que a advogada desses familiares, em torno de 40 famílias, tá, ela representa essas 40 famílias, e elas disseram o quê? Que essas famílias não foram consultadas para a narrativa da construção da série. E eles possuem quatro reivindicações, o que ela também coloca na nota, há provável o ingresso da ação, mas que antes conversaria com a plataforma. E aí ela coloca que a família, eles reivindicam o quê? Entender por que elas não foram movidas, né, para a produção da série, abordar a questão da responsabilidade afetiva e social que as plataformas de streaming devem ter quando se cria produções baseadas em casos reais, e reivindicar que parte dos lucros da monetização da série sejam voltados para a construção de um memorial das pessoas que morreram na tragédia, né. Eles entendem, eles estão em busca de uma composição de um dano moral, não é isso, mas eles dizem que a plataforma, ela monetiza, se remunera de uma tragédia do qual as famílias ainda sofrem e que ainda brigam na justiça, porque aí no caso não chegou ao final do julgamento, né, e a questão dessa construção do memorial. Por outro lado, a associação das vítimas que sobreviveram à tragédia, ela se posiciona pelo Instagram dizendo que ela desconhece, que ela não participa desse movimento, tá, e que ele não emitiu nenhuma nota sobre um possível processo contra o Netflix, essa associação. E pelo contrário, no Instagram que essa associação fala que a publicação dessa série, divulgação dessa série, faz com que o assunto volte de novo à mesa, de que, porque o caso, ele está agora parado por questões processuais de imunidade processual penal. Então, pra eles, assim, volta o assunto a debate e fica muito claro, os dois primeiros episódios da série são focados na tragédia, depois o desenrolar do processo, tudo que acontece com relação à investigação policial, questão de Ministério Público, autoridade, enfim, porque nessa tragédia vários entes públicos foram envolvidos também durante as investigações. E aí isso faz com que a gente lembre que a Constituição Federal, ela tem como princípio fundamental a liberdade de expressão e também o direito à informação. Então, a gente tem aqui dois direitos fundamentais, que é a liberdade de expressão, você criar sua liberdade de pensamento e também o dever de informação. E aí dentro, quando a gente pensa na liberdade de expressão, a gente tem dois aspectos aqui, um positivo e um negativo. O positivo é que ninguém vai ser, que ninguém é proibido, todo mundo pode manifestar o seu pensamento, o seu entendimento e nós estamos aqui fazendo exatamente isso, exercendo o nosso direito de liberdade de expressão da forma como que a gente entende. E aí o aspecto negativo é o quê? É que o Estado não pode fazer uma intervenção ilegítima, colocar uma mordaça e falar, não vai falar sobre esse assunto. E aí a gente tem lá em 2015, o julgamento da ADI, que eu agora não me lembro o número, que foi julgada pela Carmen Lúcia, do qual ela fez uma interpretação conforme do artigo 20 e 21, dizendo que não cabe a censura prévia do particular. Até recentemente também, a Suzane Ristol tem entrou com uma ação, ela conseguiu uma eliminar em primeiro grau a censura dos campos contra a publicação da biografia dela e na relatoria do ministro Alexandre de Moraes foi revogado isso e ele colocou também que não cabe uma censura prévia do particular. E também quem vai fazer a publicação, seja em formato de livro ou de audiovisual, não cabe pedir uma autorização prévia da pessoa para que faça aquela produção, porque a gente está na outra vertente, que é a questão do direito à informação. E ficou claro nessa questão do julgamento da ADI 4815, que a ministra Carmen Lúcia colocou, que isso não quer dizer que a cada caso possa ser analisado pelo judiciário à posterior eventual responsabilização. Eu sei que a gente gosta sempre que se escreva coisas que nos favoreçam ou que esteja combinado. E o que escreva, opiniões contrárias, a gente vive hoje isso na rede social, opiniões contrárias ou que desabonem, as pessoas não gostam mesmo que se fale a verdade, as pessoas não gostam. Então, quando a gente fala dessa questão da série da Netflix, da tragédia da boate Keef, a gente está aqui com dois direitos fundamentais, a liberdade de expressão, o direito à informação e se de fato houve excesso, e que pela sala da advogada, de novo, eu não vejo ela colocando a questão do excesso, e sim a questão de alguns familiares se sentirem incomodados da tragédia estar retratada sem que eles teriam sido consultados, mas hoje não se faz necessariamente essa consulta prévia, exige exigência. Então vamos acompanhar o que vai se fazer, se vão engraxar com o processo ou não. Eu acho que é um tema muito interessante porque eu vejo uma produção hoje de aula visual muito grande, baseada em séries biográficas, eu vi uma notícia também no jornal, uma matéria, falando do gosto popular do brasileiro de conhecer essas histórias, essas produções biográficas, geralmente envolvendo cenas de crime, que gostam bastante, então eu acho que é um tema para a gente ir acompanhando essas produções biográficas. Muito bom Liliane, é um caso bastante interessante de estudar e de analisar todos esses direitos que estão sendo tratados e que levam tanto a discussão sobre a liberdade de expressão, se está realmente há uma exposição de fato, não só de um fato público, mas de vida de pessoas, então é um caso bastante interessante. E por outro lado também tem a questão de ficar como um alerta, porque você pode esquecer esse tipo de acontecimento, eu acho que isso também é muito importante, deixar isso vivo no sentido do que aconteceu, do que causou também, acho que é algo que sempre está sendo lembrado, muito bom. Ô Débora, a gente também tem que lembrar que a indústria cinematográfica americana, o que ela mais produz são histórias baseadas em tragédias que ela romantiza, enfim, pode não trazer pessoas verdadeiras, mas o que mais se fala é a questão de guerras, primeira guerra mundial, segunda guerra mundial, Vietnã, enfim, quantas tragédias, guerras que são retratadas pela indústria americana cinematográfica? Então é uma tendência também que o Brasil tende, com o crescimento do audiovisual, a seguir, a gente segue muita coisa no Brasil, a gente segue muita coisa, então vamos aguardar como que vai ser, como vão ser tratados, mas não existe alguma impugnação, existe algo realmente contra a distribuição da série ou não? O que a advogada foi publicado tanto no UOL quanto na Folha é que ela buscaria um diálogo com a plataforma, Netflix não se manifestou sobre o tema, eu acho que até um pouco baseado na questão da DI-4815, da relatoria da caminho indústria, eles entendem que é um instituto, que não houve excesso, então eu acredito que não haverá realmente a questão de processo, mas talvez algo social que talvez o Netflix poderia realmente fazer na ajuda da criação de um memorial, e de fato tratar isso como uma alerta para o judiciário, que ainda não foi julgada a questão, e até para cabos de show, boatos e assim, que não aconteça novamente uma tragédia dessa. Inclusive, a questão do julgamento, a Adrita aqui fez um comentário aqui e perguntou sobre o fato do processo ainda não ter terminado e provavelmente vai ter outro júri, não pode interferir no julgamento? Vocês acham que pode interferir no julgamento? Olha, eu acho que não, particularmente eu acho que não. Talvez interferir se tiver um novo júri. É, isso que ela está pontuando, que talvez tenha um novo júri e se isso não influencia. Eu tenho um caso na minha família, assim, não é boate quis, mas que aconteceu um acidente, uma menina bêbada que atropelou o meu primo, que era a teatreta, estava pedalando, e teve toda uma comoção de artistas, porque são amigos da família e tudo mais, e um dos pontos que a ré levantou foi que essa comoção dos artistas influenciava no tribunal do júri, mas foi a júri, foi julgado, e ela foi condenada. Então, assim, talvez não influencie de fato, mas é um argumento que se pode usar de alguma maneira pelos familiares, por quem está sendo acusado, enfim, de que de alguma maneira influencia no que o júri vai pensar. Mas eu acho que a decisão não é impugnada, no fim das contas, mesmo que haja um segundo júri, porque, na verdade, qualquer coisa pode influenciar. As notícias, a gente teve noticiário, jornal, teve um monte de coisa que pessoas dão suas opiniões. Então, o júri, na verdade, ele está, até por isso ele fica isolado durante um tempo antes do julgamento, mas, assim, ao longo da vida as coisas acontecem, informações são disponibilizadas e o júri tem acesso. Então, talvez influencie, mas não influencie na decisão, eu acho, assim, no fim das contas. Perfeito, Júlia, realmente, tem tudo isso a ser pensado. Ela até acrescentou aqui pela pressão popular, porque acaba gerando uma repercussão maior a série. Eu também nem sabia que era baseada em uma outra obra já anterior. Então, a série, com certeza, vai gerar aquela nova comoção, retratar novamente os fatos, assistir novamente, repensar. Então, vai gerar uma repercussão e, eventualmente, uma pressão, como ela colocou aqui. Mas a gente tem que pensar e acreditar que, de fato, a lisura do procedimento, do processo criminal, da qualificação do júri e tudo mais, vai garantir que não haja essa interferência. Ô Débora, mas me fez até lembrar o caso da Flor de Lis, porque a Globo publicou uma série também baseada no assassinato do Maricela, antes do julgamento. E, depois, ela colocou o capítulo bônus trazendo a questão do resultado do julgamento e, depois, a Flor de Lis tem uma produção agora pela HBO que é ao lado dela. Teve um direito de resposta, então. Teve uma produção de resposta. O Gustavo, por outro provedor. Por outro provedor. A Globo é um produto da HBO. Mas é que essa questão das biografias dessas séries, assim, elas são complexas, né? Até, falando, você falou da questão do filme da Hitchcock, a gente tem aquelas séries americanas, tipo o Dumber, e sempre algum conhecido vai me perguntar se essa pessoa vai receber direitos autorais por essas obras. Então, as pessoas não entendem muito bem como é que funciona essa cinebiografia. Por isso que, às vezes, gera essa falha na comunicação e esse conflito, né? Verdade. Muito bom. Vamos aguardar e ver como tudo vai se desenrolar. Enquanto isso, a gente vai estudando e comentando aqui e ponderando. Então, vamos seguir para a nossa próxima notícia. Vou chamar agora a Júlia para dar seguimento a essa nossa convidada aí para fazer o Grafinali. Júlia, o que você traz para a gente hoje? Bom, eu tenho uma notícia que, quando você bate o olho, você acha meio estranho, que é que a pirataria está crescendo exponencialmente nos NFTs. Mas a gente, quando começa a falar de NFT, a primeira coisa que a gente fala é que NFT é inviolável, que NFT é super seguro, que está na blockchain. Então, como que pode ter pirataria de NFT? Eu acho que essa é a primeira pergunta. E aí, a questão toda é que, de fato, vamos dar um passo atrás. NFT são os tokens não fundíveis. Eles estão hospedados numa rede blockchain, que é uma rede que é considerada quase que inviolável, porque ela tem toda uma forma de proteção dos dados que estão ali dentro. Então, um bloco se conecta com o outro. Para você violar a rede como um todo, você tem que alterar todos os blocos. E hoje, como a tecnologia está, na forma que a tecnologia está, isso é quase que impossível, porque a gente tem uma quantidade de computacional muito grande, muitas pessoas minerando e validando as transações. Então, é quase que impossível você alterar uma transação na blockchain. Por ser quase impossível você alterar uma transação na blockchain, é muito improvável que um NFT, que o token em si, seja falsificado, adulterado, porque ele realmente é único. Por isso que ele é um non-fundible token, porque ele não é fungível, ele não é intercambiável, você não consegue trocar um por outro, porque cada um tem um código, um hash específico para ele. Mas, o que a gente está vendo, e a gente que trabalha com PI precisa ficar muito atento, dentro dos NFTs, existem muitos NFTs que são, por exemplo, roupinhas de jogos, ou artefatos que você pode usar num metaverso. E dentro desses NFTs, a gente tem visto muito o uso indebido de marcas de terceiros, de direitos autorais de terceiros, e isso está crescendo exponencialmente. E por quê? Porque é um objeto, é uma tecnologia que está sendo cada vez mais usada, mais difundida. Por outro lado, a gente vê iniciativas super interessantes, inclusive a União Europeia, junto com o Escritório de Propriedade Industrial da União Europeia, o EWIPO, junto com a União Europeia, estão criando uma ação para usar NFTs justamente para impedir a pirataria. Então, a gente vê os dois lados. Ao mesmo tempo que a gente tem NFTs que contém uso indebido de marca, tem um caso famosíssimo da Meta Birkin, que foi uma bolsa dentro de um jogo desenvolvido com inspiração, digamos assim, na Birkin, da Hermé, sem preautorização, usando a marca Hermé, e que foi uma violação e que está sendo discutido. Da mesma forma, a gente vê, Luiz e Tom, a gente está vendo várias violações, tanto de marca quanto de direito autoral. Mas, por outro lado, o NFT pode ser um veículo para ajudar justamente no combate à pirataria. Hoje mesmo, eu recebi um selo de verificação do meu perfil do Instagram em NFT. E um dos objetivos desse selo é justamente ajudar a economia criativa, ajudar os criadores de conteúdo a mostrar que seus perfis não são falsos. Então, eu passei por todo um processo de verificação, que incluiu reunião, call, para verem o meu rosto, para verem que o meu Instagram era o meu Instagram, e eu recebi esse NFT certificado. E isso é o que a União Europeia, junto com a EUIPO, está fazendo, está desenvolvendo, que é usar o NFT como uma forma de atestar que o produto é original. Isso ainda está em desenvolvimento, começou, e pasmem, desde 2017 a Comissão Europeia da EUIPO vem trabalhando nesse desenvolvimento e espera-se que para os próximos anos, talvez até o final do ano, a gente tenha, lá vindo da União Europeia, tipo um selo, um NFT que autentique produtos, que certifique que os produtos não são falsificados e que eles são originais. Então, o NFT é muito mais do que só uma obra, por exemplo, uma obra de arte num formato digital. Ele pode ser usado para certificar diversas coisas e pode também ser usado para entrar, por exemplo, desbloquear metaversos, deixar ele para metaversos, uma outra forma que a gente tem visto muito para shows. Então, você acaba com gambista, por exemplo. Você consegue rastrear toda a venda, todo mundo que está envolvido na venda e na revenda de um ingresso pode receber e vai receber o devido valor que deveria receber, monetário, e você consegue terminar ou oficializar o gambista. Então, acho que, por um lado, a gente vê, quando a gente pensa na economia criativa, muita falsificação, sim, muita pirataria, sim, muito produto, muita NFT usando a marca dos outros sem ter autorização para tanto. Mas, por outro lado, a gente vê que está crescendo também um movimento de usar o NFT como um certificador de autenticidade. E que é isso que a gente, como advogados e atuantes na área de propriedade intelectual, a gente quer ver e a gente vai ver muito mais. Então, era isso a minha notícia. Muito bom, Júlia. Muito bom saber dessas novidades, saber de tudo isso. Obrigada por trazer todo esse panorama aí para a gente sempre, sobre o direito digital, sobre a web, sobre tudo isso. E, realmente, NFT, a gente precisa estar entendendo as suas aplicações, toda a sua capacidade de proteção, que vai muito além de realmente ser um simples registrador, um identificador, enfim, um validador. Então, muito, muito bom. Muito legal. Continue aqui nos trazendo certas notícias. Algum comentário pessoal sobre os NFTs? Se o governo já queria tentar, antes da gente passar para o Gustavo. Ô Débora, não, só, a gente achava que no mundo real, olha, a pirataria sempre dá um jeito. Agora, o NFT, tão seguro, blockchain, várias chaves. Não, imagina, não vai ter pirataria. Mas, não, a falsificação também está ali. Então, a criatividade humana para o bem e para o mal, né, gente, sempre está ali presente. Exatamente. Não tem nada que seja 100% seguro. Eles sempre alcançam, né, parece que quanto mais as coisas, sempre há essa, é realmente uma luta mesmo, né, ali, sempre alcançando e superando e conseguindo, infelizmente, né, utilizar para o negativo, mas, acho que tudo seguindo como está, a gente vai conseguir achar as melhores soluções para garantir, para ter o melhor uso. Muito bom. Então, vamos lá, Gustavo. Estou curiosa para a sua notícia. O que você traz para a gente? Então, vamos lá. A minha, como eu costumo chamar, geralmente é papo de maluco, né, e a minha notícia é uma provocação do Daily Mail, lá do Reino Unido, sobre a possibilidade da Kate Moss retornar às passarelas, né. A Kate Moss não desfila mais, mas tem a possibilidade dela voltar como um avatar. Então, a indústria da moda, ela começa a olhar a possibilidade de usar os avatares nos desfiles em si, né. Os avatares deles agora não são mais uma novidade, a gente tem tanto no metaverso vários eventos que acontecem ali, os shows mesmo que já foram mencionados aqui com avatares, mas aqui a gente pensa em avatares hiperrealistas, né, aqueles que seriam projetados, de fato, numa passarela para dar aquela sensação de que as pessoas estão vendo aquela Kate Moss com 19 anos, como eles falam na matéria, desfilando novamente com coleções desse ano. É, isso tudo é possível. Quase que um holograma. Exatamente. Quase que um holograma. Quase que um holograma. A gente já tem hoje a possibilidade de fazer essas projeções tridimensionais, muito desse empenho da indústria da moda vem agora daquela turnê que o ABBA lançou ano passado, né, eles fizeram uma turnê 100% holográfica, inclusive a Dolce & Gabbana assina o figurino dessa apresentação, então não é algo que eles não estejam familiarizados, né, eles estão vendo a possibilidade de fazer um investimento nisso para conseguir não só trazer modelos que vejam venecidas para a passarela, mas também trazer artistas do passado para desfilar com roupas atuais. Então estamos pensando que Marilyn Monroe, André Hepburn, esses ícones femininos de volta, agora elas nunca, eu acho que não sei se elas já querem desfilar alguma vez, mas que agora vão poder desfilar na passarela com roupas atuais. Então esse é um novo capítulo numa indústria que vem crescendo, que é dessa de recriação e ressurreição digital. Ela já está muito consolidada no cinema e nos palcos principalmente, com turnês não só do ABBA, mas turnês como do Frank Zappa, do Roy Orbison, tinha até no passado uma da Whitney Houston que era fixa em Las Vegas. Então nós estamos trazendo um novo modelo de negócio que permite não só você fazer uma manutenção daquela reputação daqueles artistas que já morreram, mas também garantir que aqueles artistas, modelos e assim se quiser, ainda estão vivos, mas que não têm mais condição de trabalhar, de excursionar, tenham um plano de apoio. Então você consegue ali, eu não posso mais desfilar, mas eu posso pôr meu avatar novinho ali passando e eu recebo por isso. A gente teve o caso agora do final do ano passado, o James Earl Jones cedeu os direitos para usar a voz dele para continuar tendo Darth Vader aí por 200 anos, ainda morrer e vai continuar saindo filmes à torta direita, porque eles podem fazer com a voz deles. Teve um caso também do Bruce Willis, que teria licenciado a cara dele para uma empresa de deepfake, depois ele negou, mas são possibilidades que começam a surgir, não só para quem já morreu, mas também para quem está vivo, que é um seguro ou uma forma de manutenção para os seus desejos de receita. Então é bem interessante... Gustavo, quando você fala, você trouxe essa questão dos negócios jurídicos, penso aqui, faço um exercício, que esses negócios, quando feitos, e que de fato estão sendo feitos, tenho curiosidade de conhecer o conteúdo do documento, de que forma é que é disposta. Como a legislação americana, estadunidense, trata o tema, aí é meu desconhecimento mesmo da questão dos direitos da personalidade. Sei que lá deve ser um pouco mais liberal do que aqui no Brasil. E aí penso aqui na questão, no Brasil, que a gente começa também ao uso dessa tecnologia e fazer negócios jurídicos, quais são os limites da validade de uma sessão, há de eterno, para a participação de voz? Imagine o Luiz Gonzaga, que vamos eternizar a voz, fazer novos shots com o Luiz Gonzaga. A questão da personalidade, se aquilo faz parte do repertório ou não, tem uma parte muito sensível. E aí penso eu, como advogada, na questão dos limites da validade, quando o cliente fala, estou comprando e quero tudo, quero poder fazer tudo. Será que vai poder mesmo, Luiz? Pois é. Esse é um ponto que eu trato no livro que escrevi sobre o tema, que foi minha dissertação de mestrado. Então, para o americano, é muito fácil. Por mais que eles não tenham o direito de personalidade como a gente tem, as pessoas famosas e sócias famosas têm o direito à publicidade. Então ela pode licenciar a imagem e a voz, ela pode até vender, é um bem transmissível. Então o Bruce Willis pode, de fato, ir lá e vender a aparência dele para uma empresa estourar. Ele não tem problema nenhum. Isso é perfeitamente regulado, faz muitos anos lá. Claro que não nesse nível de transmissão, mas é algo que já está classificado. Aqui, realmente, a dúvida para mim que fica é essa da validade. Porque a gente está falando dos direitos de personalidade. A aparência, eu entendo, que não faz parte do negado que a pessoa deixa de obra. A família atua como um guardião daquela coisa que foi construída, da memória. Se a gente fala que ela pode simplesmente sair licenciando e vendendo isso, a gente está transferindo um direito inalienável para um terceiro para ele poder explorar economicamente. Então eu acho que no Brasil isso é muito complicado. Se a gente pega, por exemplo, a Inglaterra, que também tem um sistema de copyright, ela tem uma outra visão já. Lá, você só pode reclamar alguma coisa se a sua imagem é utilizada com finalidade comercial. Se você tem anúncios atualmente pela cidade usando a sua imagem, aí você pode reclamar de uma reprodução. Se não, não. Isso é muito louco. Você pensar que só tem valor. E ainda você usa, para fazer essa reclamação, um instituto que era basicamente marcário, que era o passing off, que é se passar por. Que era justamente você desviar a boa vontade da clientela. Então você teria que justamente comprovar que não só você tem o uso comercial da sua imagem atualmente lá, como você tem que comprovar o dano e o desvio daquela boa vontade. Então lá é praticamente impossível. Por isso que você tem lá alguns programas já usando deepfakes, a torta direita, porque não tem tanto problema. Mas aqui, como a gente trata com uma expressão muito maior essas questões de imagem, é um desafio de cantar. E é uma coisa que já está acontecendo. No começo do ano, foi anunciado que a empresa que administra o legado do Pelé vai fazer um avatar dele para a interação com os fãs e campanhas em redes sociais. Então a gente vai ter um avatar imperialista do Pelé ainda em atividade nas redes. Então como é que a gente vai lidar com isso? Esses são os grandes desafios. Mas eu acho interessante justamente a indústria da moda chegar perto. Porque aí você pode fazer desfiles inteiros virtuais. Você não tem modelos. Claro que a gente traz aquela discussão do mercado. Já teve com os atores. Poxa, mas aí vai ficar usando rosto de artista e tal. E os novos, como é que vai se desenvolver? Mas aí é o mercado que vai lidar. Pegando o gancho que você falou do Pelé, eu lembrei também que eu vi essa notícia. A Daniela Faro está comentando aqui. Jogadores que precisam se aposentar e podem continuar jogando em games. Então, quer dizer, jogador ele traz consigo ali toda uma carreira, todo o legado dele, de carreira mesmo. Do que ele representou para o futebol. Imagina um Pelé jogando em um game. Muita coisa que representa que você precisa transportar para o mundo virtual. Essa questão dos jogadores também é bem interessante. Você tem alguma coisa para complementar em relação a isso? De casos dos jogadores em games? Os jogadores em games, eu acho que eles acabam entrando na mesma categoria. Imagina você poder licenciar jogadores de toda a história. Você fazer um FIFA, sei lá, FIFA Afterlight, que você tem todas as seleções, tudo quanto é jogador. E você pode jogar com todos eles e trazer todas essas memórias. Você poder brincar mesmo. Pegar isso e levar para sua caixinha de areia e brincar. Ah, eu queria que minha seleção tivesse fulano, fulano. Pessoas que viveram em épocas diferentes. Que jogaram em times muito diferentes. Você traz essa liberdade para a pessoa poder criar, ao mesmo tempo em que não tiver ali uma constância nesse legado. Porque é muito difícil você ter personalidades que têm essa constância. Muitas vezes a pessoa é famosa, aí ela morre, tem um boom no consumo do que ela fez, mas que o tempo passa. Principalmente para músicos. Quando ele morre, vende a disco, vai lá para a estratosfera, vende para tudo quanto é lado, mas depois ele estaciona. E o catálogo dele entra em uma posição passiva. Então se toca na rádio, se alguém põe um filme, se alguém faz isso ou aquilo, você tem alguma coisa. Agora, com as turneiras holográficas, você consegue pegar esse catálogo passivo e colocar no ativo. Você põe ele para correr o mundo. Holograma não cansa. Holograma tem uma estrutura bem mais barata. Tem um custo alto para desenvolver, na casa dos milhões. Mas uma vez que está pronto, você pode explorar isso o quanto você quiser, quantos dias você quiser, pelo tempo que você quiser. Então, é legal, é a palavra. Não é novo, né? Se a gente pegar o Lollapalooza, não sei de que ano, mas no Lollapalooza, bem antigo, há mais de 10 anos atrás, a gente já viu o show do Tupac com o Snoop Dogg em formato de holograma e a tecnologia nem estava tão avançada. Imagina o que a gente não consegue fazer hoje em dia ou daqui 5 anos. Vai ser realmente um boom. E aí, só para botar uma última pimenta nesse assunto de avatares, tem uma pesquisa que eu não tenho certeza se é da Forbes ou da Nielsen, nada a ver uma coisa com a outra, mas é uma das duas, que as publicidades feitas por avatares têm 70% mais de engajamento do que as publicidades feitas pelos próprios influenciadores, criadores de conteúdo. Então, avatar, de fato, vai ser muito explorado. Seja na própria rede social, seja como uma dancinha na rede vizinha, porque a gente já está vendo, tem uma empresa de dança, Fit Dance, Tight Dance, alguma coisa de dança, que já criaram os avatares que dançam. Ou seja, a gente vai ver isso realmente se expandindo de uma forma, porque engaja mais também, está engajando mais. E isso é uma coisa que eu fiquei espantada. Nossa, avatar engaja mais do que a própria pessoa. Se você comparar o post do avatar com o post da própria personalidade, o do avatar está engajando 70% a mais. É muita coisa. Soa até meio estranho para a gente, mas é a evolução. Eu acho que é isso. A gente tem que entender como evoluir junto. A Paula Menezes está aqui com a gente também. Bem-vinda, Paula. Ela comentou aqui, o avatar vai fazer o que a própria pessoa não fazia, que no caso, ou seria fazia, acho que seria fazia, porque o avatar, ele vai, geralmente ele traz, ele representa exatamente aquela personalidade. Eu acho que não, acho que ela quer dizer que não fazia. Que não fazia? Eu acho que você pode explorar um outro mundo, né, Gustavo? Ah, entendi. Ele vai além do que, no caso, o jogador, por exemplo. Ele vai além, ele pode alcançar outros... Eu pensei aqui no sentido de representar a pessoa fielmente, né? O avatar precisa representar a pessoa fielmente. A gente pode entrar na indústria da moda? Todo mundo vai poder entrar na indústria da moda. Você vai poder fazer um avatar seu e colocar lá. Eu acho assim, o avatar não é legal? É, o avatar eu acho que ele é legal porque a questão da holografia, ela tira de você as limitações físicas. Então, vamos supor que você vá fazer um show, eu sei lá, da Anitta. Você faz um show da Anitta, beleza, ela tá lá, ela tem uma limitação de que ela precisa estar naquele lugar fisicamente. O holograma dela não. O holograma dela pode levar o show dela para cidades menores ao redor do país que não tem condições de acar com um show grande. Ela pode pegar o próprio show dela e numa hora que, em vez que ela vai descansar, tomar uma água, alguma coisa, pode ter um holograma dela em escala gigantesca fazendo uma apresentação. Você tira a limitação do físico, do trabalho. Você pode explorar novas possibilidades, novas coisas para você fazer e incrementar ainda mais o entretenimento. Então, eu acho que essa tecnologia, apesar de a gente ter que tomar muito cuidado, o que a gente vê com os deepfakes por aí, com a proliferação de notícias falsas, com os uniformes e tudo mais, ainda assim eu acho que é uma tecnologia que, para o entretenimento, pode trazer muita coisa legal. Tem casos de museu na Flórida que você pode conversar com o Salvador Dalí. O Museu do Salvador Dalí tem um top que você pode conversar com uma inteligência artificial baseada no Salvador Dalí. Ele pode se explicar das obras, ele pode falar com você das notícias do dia, tudo bem. Então, esse tipo de interação, eu acho que ela vai tanto trazer mais pessoas perto dessa cultura, acho que principalmente crianças podem ficar maravilhadas com esse tipo de interação, quanto também trazer o filme que vai ter com o James Dean. Até para sair o filme do James Dean, ele foi denunciado uns dois anos atrás, um filme sobre a Guerra do Vietnã. Com certeza era um filme que ninguém ia dar mínimo para ele se fosse um elemento normal. Mas quando falaram que ia ter a recriação do James Dean, o filme explodiu no Twitter, nas notícias e nas menções. Então, ainda traz mais evidência dos projetos. Então, eu acho que a gente vai ver muito disso por aí, acho que só está começando. Sensacional, Gustavo, muito legal. Então, traz novas possibilidades, além daquilo que realmente fisicamente se espera de uma personalidade, de um artista, de um jogador. Acho que essa é a grande atração do Avatar. Ao mesmo tempo que você praticamente está interagindo com aquela personalidade. Então, respeitados os direitos da personalidade, a natureza aqui do Brasil, vamos ter que lidar com isso também. Com a natureza desses direitos aqui, que é diferente da natureza, da forma como outros países tratam esses direitos da personalidade. Respeitados, então, esses direitos. Respeitados os direitos, acho que aqui realmente é um caminho que a gente vai se deparar muito. E é muito legal porque fica muito interativo. Esses exemplos que você trouxe, isso tudo traz uma interação, uma possibilidade de interação que nunca se pensava antes. Então, acho que a gente pode pensar. Então, de repente, nós transformamos os avatares em modelos de passarela. Quem sabe? Tudo é possível. Nossos avatares podem tudo. Muito bom. Bom, gente, muito bom o Epico Offtop de hoje. Que papo legal. Muitas notícias muito interessantes aqui para a gente se atualizar. Obrigada pela presença de todos e todas que estão aqui com a gente. Obrigada, Liliane, Júlia e Gustavo. Um grande abraço e até a próxima semana. Estou aproveitando aqui para fazer uma propaganda. Quem gostou da história de ressurreição digital, dessas recriações de avatares, eu vou fazer um webinar no final do mês onde eu vou falar tudo o que eu aprendi nesses três anos pesquisando o tema. Eu pesquiso ele desde 2017. A gente vai falar não só de ressurreição, mas também dessas recriações de pessoas vivas. E quem acompanha aqui o Epico Offtop, pode ir lá e colocar o código IPCT10 e aí pega 10% de desconto no curso. Vamos deixar o link, então? Não desconto. Vamos mandar. Pode pegar tanto a inscrição simples para assistir quanto também a inscrição com o livro que eu mando ele autografado para a sua casa. Nossa, eu já vou. Eu já quero. E a Júlia vai falar bastante sobre isso. Vou deixar o link, então, na descrição do vídeo quando a gente postar aqui no perfil. Depois a gente também pode divulgar mais, né, Liliane? Com certeza. Fazer um post. Coloca para a gente também aqui, Gustavo, depois que o vídeo subir, o link com o código. Isso, coloco sim. Com o código de desconto. Com o código de desconto. Pode deixar aqui. Muito bom, Gustavo. Obrigada. E segue a gente lá no seminário com certeza. Muito obrigado. Então agora... Tchau, tchau, gente. Tchau, gente. Até semana que vem. Tchau, tchau. Até semana que vem. Tchau, tchau.

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