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EXPANSÃO DO SER

EXPANSÃO DO SER

00:00-14:09

No tempo que o tempo da,passo a passo desperta coragem, alegria, confiança... a YINQUIETAÇÃO no poder revelador na entrega do GRANDE AMOR

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The speaker reflects on her experience of motherhood, starting from her childhood desire to care for a baby doll. She then discusses how she became a mother figure to her younger brother and the challenges and confusion that arose from this role. Eventually, she becomes a mother herself at the age of 44 and describes the joys and fears that come with it. She believes that motherhood brings personal growth and abundance, but also acknowledges the postpartum depression that many women face. She emphasizes the importance of respect and acceptance in the mother-child relationship and the transformative nature of motherhood. The speaker encourages mothers to listen to their hearts and make choices that align with their own truth, even if they may be judged by society. She concludes by emphasizing the power of following one's heart and being true to oneself in the journey of motherhood. A maternidade sempre foi um lugar de muita inquietação pra mim. Desde pequenininha, eu gostava muito de brincar de boneca. Eu tinha um boneco que era do tamanho de um bebê. Nessa minha brincadeira, eu tinha o desejo de que fosse exatamente igual. Na mesma época, a minha mãe teve um bebê, meu irmão mais novo, quase nove anos mais novo do que eu. Então, eu experimentei essa experiência de maternidade com o boneco, que usava as roupas do meu irmão. Tinha tudo muito certidão de nascimento, berço. Era tudo muito bem produzido pra que esse bebê pudesse ser humano. E eu me dediquei muito a isso. Foram brincadeiras muito gostosas. Nesse meio tempo, nasce meu irmão e eu acabo maternando também esse menino. Com todo esse desejo de ser mãe, de cuidar dessa boneca, de fazer essa brincadeira, eu até me dedicar muito a cuidar dele. E dos cuidados físicos, da limpeza, da alimentação e também dos cuidados de orientação e de aproximação. Essa foi uma tarefa talvez a mais delicada da minha vida. Ter me tornado mãe do meu irmão, tão novinha, o que foi muito interessante, bonito, uma experiência linda. E ao mesmo tempo, depois de mais velhos, já passou a não ser algo tão fluído, porque afinal eu não era a mãe dele. E isso ficou um pouco confuso na nossa relação. Então, a partir dessa experiência, eu acredito que a minha maternidade tenha demorado até que eu pudesse elaborar tudo isso internamente e liberar o meu irmão para ser meu irmão, de ser mãe de um outro ser. Então, isso tudo foi muito, não tão claramente percebido por mim, mas no meu processo de autoconhecimento e da minha vida, de crescimento, foi acontecendo, foi fluindo, foi se elaborando e realmente eu me tornei mãe aos 44. Então, levou um tempo muito interessante e que eu entendo que tenha sido o melhor tempo mesmo para mim. Sempre tive vontade, tinha já tido vontade de ter um filho antes, não aconteceu. E confio, então, que a maternidade nasceu no tempo que eu estava pronta como mulher para ser mãe. O meu filho nasceu grande, já nasceu com 4 anos. Uma grande parte desse início da maternidade real ali, de um bebê, eu não tive. Mas foi também, ao mesmo tempo, um bebê grande, até que a gente se adaptasse e tudo mais. Então, esse processo envolveu bastante medo, bastante insegurança e, ao mesmo tempo, uma coragem, uma alegria. Uma beleza indescritíveis. Além de muito, o primeiro ano da nossa existência como família, como mãe e filho, foi muito delicada, muito construída. Um amor que foi sendo significado e ressignificado com todas as delicadezas da situação toda e é incrível. Eu costumo dizer que a chegada do meu filho foi o meu grande desenvolvimento pessoal. Tudo que eu temia, como que eu seria, como eu ia trabalhar, como eu ia fazer com ele, será que eu ia ter dinheiro para sustentar uma criança. Todas essas questões foram sendo muito, foram aparecendo muito, surgindo muito. E tudo foi fluindo, fluindo, fluindo. E tudo foi fluindo, fluindo, fluindo maravilhosamente. Então, eu entendo que, no meu caso, do jeito que foi a maternidade, ela foi me reorganizando. E, a partir disso, o fluxo de abundância que chegou na minha vida foi maravilhoso. Então, todos os meus medos, as minhas inseguranças foram dissolvendo. Foram entrando num outro lugar de confiança e de ver o meu próprio trabalho pessoal florescendo nesse menino, que hoje já tem 14 anos e é uma coisa muito fofa. É um grandão que dá até um frio na barriga de ver como cresceu e que aquele meninão já está ali dentro só. Não é mais um companheiro pequeno, é um companheiro grande dessa jornada. Com outros desafios da adolescência que estão chegando de uma forma muito carinhosa e calma, de muita verdade, de muita dedicação, cuidado, atenção e respeito. Eu acho que o respeito foi algo muito importante que eu aprendi com esse menino. Respeitá-lo, de me respeitar, de entender a gente como família e como sem respeito as coisas não funcionam. Respeito aos seres como são, o que podem e o que não podem, os limites que precisam ser dados e os limites que podem ser vencidos. Então, a maternidade para mim trouxe muito, muito, muito, muito aprendizado. Eu acho que eu poderia falar ainda muito mais coisas, posso falar muito mais coisas. Eu acredito muito que a maternidade tem esse espaço de expansão do ser, da mulher. Que decide ser mãe. São muitas dimensões que mudam, é uma relação que não é possível de descrever antes que ela aconteça. O amor que nasce, que existe dentro da gente é algo incrível. E eu acho que é a partir desse grande amor que essa abundância, que essa expansão vai acontecendo. Não tem como, eu acredito, sermos mães e não olhar para esses seres, para os seres que os nossos filhos se tornam e para os seres que nós somos sem cuidado, atenção, dedicação, reflexão. Então, é um espaço de grande crescimento. A maternidade para mim, enfim, acaba se resumindo em algo como entrega, abertura, confiança, prazer, amor incrível, liberdade e junto ao mesmo tempo. É algo tão, eu não diria sutil, porque não é sutil, mas as sensações da maternidade, elas são muito marcantes e fortes e ao mesmo tempo extremamente delicadas. E acredito que seja aqui o grande ponto, além do respeito que a gente aprende a ter por um ser ou outro que não vai fazer exatamente o que a gente quer, do jeito que a gente quer e nem pode fazer isso. Traz um aprendizado inigualável para qualquer pessoa que deseja experimentar. Então, para mim fica muito isso. Eu aprendi a olhar com muito mais coragem e prazer, inclusive, de ver um outro ser sendo tudo o que ele é e eu ser a facilitadora desse processo. Eu poder permitir, eu me abrir para permitir que este ser possa ser tudo o que ele é. E a partir disso, eu também poder ser tudo o que eu sou. É um amor incrível. Depressão pós-parto. Um momento muito doloroso para todas as mulheres que passam por isso. E muito compreensível, porque além da questão hormonal toda, muito grande e intensa que acontece, são muitas perdas. Para ganhar um filho, para ter um filho, contudo, a gente perde algo. As escolhas não são só ganhos, elas também são perdas. E eu acredito muito que a união desse momento hormonal com a perda de coisas faz com que esse espaço da depressão possa acontecer. E muitas mulheres têm muita dificuldade em lidar com esse momento, com essa vulnerabilidade que entra e seguramente podem ter atitudes talvez incompreensíveis para algumas pessoas. Eu acredito sempre que qualquer uma dessas atitudes passam por amor, mesmo que seja uma dessas mais malucas, como abandonar um filho. Eu acredito que uma mulher que gerou um filho, teve um filho e abandonou esse filho está em muita dor. E no meu ver, abandoná-lo ou deixá-lo para a adoção é o maior ato de amor. Então é difícil esse ponto de vista. Concordo também com todas as questões que a gente tem de sociais e morais e tudo mais. Mas para mim, entra nesse lugar. E aí, ao receber um filho com quatro anos, com essa história, poder acolher também o amor dessa mãe, a dificuldade dela, faz parte do bom acolhimento de toda a história, do que é. E juntando a isso, esse pertencimento também acontece. Então, na minha percepção, só acontece o pertencimento quando eu incluo tudo. Eu só transformo, não sei nem se é transformo, mas eu só posso me apropriar, também não como uma propriedade, mas eu só posso poder dizer que é meu, e é sempre entre aspas esse meu, a partir do momento que eu acolho tudo. Toda a história como é, toda essa mãe como ela é, que eu posso honrar essa geradora, essa genitora, como alguém que não tinha outra possibilidade naquele momento e que, de alguma forma, por conta dessa dificuldade, algo muito maravilhoso aconteceu para mim, para a minha história e para o meu crescimento e a minha possibilidade de trazer algo iluminado nesse mundo. Então, cuidar de alguém que foi deixado por outra pessoa, me honra no lugar de poder fazer isso por ela e por ele. Isso sempre foi um ponto muito importante, desde o início da maternidade, e eu acredito muito que é só a partir desse lugar, dessa tranquilidade dentro do meu coração, que o amor, a coragem, tanto minha quanto dele, para a gente poder se entregar à nossa história, acontece. Esse é o espaço que hoje ocupa o meu coração, de uma maternidade, na verdade, cuidadora, mas me sinto mãe, sou mãe, ele é meu filho, mas é como se eu fosse uma tutora, como se eu fosse a tutora dele nessa vida, a facilitadora de vida dele e ele da minha vida. Então, a gente entra num lugar de muita igualdade dentro da hierarquia, que é alguém que cuida, um grande que cuida de um pequeno. Então, me toca muito isso desse pertencimento, ele tem o pertencimento familiar dele, ele é de uma outra origem, que se une à minha. E aí a gente acaba pertencendo não só de sangue nessa vida, mas de galáxias, íons, muitas histórias. O meu recado é que a gente possa sempre fazer o que é possível. Essas mães que não dão conta, que de alguma maneira não seguem com seus filhos, a minha sensação é que possam seguir o coração, exatamente o que passa no coração nesse momento, porque o coração fala algumas coisas que às vezes a gente não entende, mas ele fala sempre coisas certas. Então, que isso possa ser sentido e que possa acontecer o melhor sempre, que a escolha possa ser sempre a que a gente acredita que é a mais verdadeira. Para essas mães que não dão conta, que elas possam seguir escutando o que o coração diz e não o que o mundo todo acha bonito ou feio. Que o bonito às vezes está bem escondido lá dentro do feio. E ser verdadeira, honesta e cuidadosa, sim, muitas vezes passa por lugares que são julgados de não tão bonitos, mas que com certeza vem de um lugar da alma. Então, é o meu recado. Que o coração possa sempre ser ouvido e seguido.

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