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3ºepisódio  A Vila pede Reflexão (completo)

3ºepisódio A Vila pede Reflexão (completo)

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1ª Temporada -3°episódio: o desejo de uma oportunidade para os jovens e sua percepção do contexto em que se encontram inseridos. Cultura.Educação.Cidadania

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Vila NET, histórias de superação. Terceiro episódio, A Vila Pede Reflexão. A vida pede reflexão. Na Vila, em geral, é assim. Quando dá as dez horas da noite, reina o silêncio. Vez por outra, temos as festas populares ou religiosas, com a zoada prevalecendo pela noite adentro. No entanto, naquela noite foi diferente. Ninguém conseguia dormir, apesar do silêncio que chegava o ator do ar e, às vezes, era cortado por um latido à distância. Tales, deitado na rede de seu quarto, onde costumava passar as primeiras horas do sono, e depois se acomodava no lixo que dividia com o avô. Um pescador, com cerca de 70 anos, que tinha o corpo magro, marcado pelo trabalho ao sol, durante uma vida de pescaria em alto mar. Naquelas jangadas artesanais que fazem parte da paisagem de nosso lugar, nossa praia. Enquanto balançava na rede, pensava... Meu Deus, inspira-me com uma ideia, ajude-me a fazer a escolha do caminho certo. Ajude-me a fazer algo que possa mudar tudo isso. Quero muito encontrar uma solução. Filho, vá se deitar, já é tarde. Daqui a pouco, antes do raiar do sol, tenho que sair com a jangada para o mar. O neto respeitoso desce da rede e se acomoda na parte superior do berimbo. Pensamentos cruzavam sua mente. Já sou um homem. O sol e o sol se me deram esse porte atlético. Se isso me encheu de vida, tenho sonhos e planos. Pensava no avô, na família, em Patrícia. Nos amigos e na professora Nina, e nos direitos humanos. Depois, relembrou os problemas da rotina da Bila, e de sua própria vida. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Algo precisa ser feito. Enquanto isso, em casa, Patrícia estava com a mãe fazendo uma prece. Santo Anjo do Senhor, mergeloso guardador, que aqui me confiou a feridade divina, sempre me reis, me guarde, me governe e me ilumine. Amém! Neuvira beijou a cabeça da filha, e esta, já sentada na cama, chorrindo suavemente, fechou os olhos e foi deixando o corpo esticar na cama. Deitada de lado, com as mãos unidas em posição de prece, com o rosto apoiado entre elas, Patrícia pensou nas palavras da mãe durante o café da manhã daquele mesmo dia, e reviu a cena com seus olhos abertos, no escuro da noite, silenciosa. Como foi a sua noite? Dormiu bem? Disse Dona Neuvira. Bom dia, moinha. Mais ou menos, a senhora querida. Dormi bem, mas continuo querendo saber, você precisa me dizer que já está interessada por alguns rapazes da nossa comunidade. Filha, já está na hora de você encontrar um noivo e começar um novo lar. Pressionou a mãe, que se preocupava com a gestão da família grande, a renda pequena, o marido ausente, a preocupação com a possibilidade de gravidez de uma de suas filhas, e mais responsabilidade, não deixava Dona Neuvira em paz. Acreditava que o casamento com um bom rapaz impediria muitos problemas. Lembrando da conversa com a mãe, Patrícia não conseguia dormir. Pensou nas palavras da mãe, em suas irmãs, no pai, no peso pelo envolvimento com drogas, em Tales, nos amigos na escola, nas coisas que os professores sempre dizem, principalmente na professora Nina e nos direitos humanos dos quais ela sempre falava. Estou com pena de ir até o piano. Quero estudar, quero encontrar um bom trabalho e ajudar o piano. Eu amo o Tales, e como ele é lindo, cheiroso, inteligente... Considerou, sorriu, mas logo voltou à realidade. Perdi um tempinho por esse outro ano com brincadeiras, mas agora estou mais boa e lhe posso dar a mudar. Algo precisa ser feito. Aquele exemplo sobre deportar a Sábatha Avatar foi marcante. Quero ser como ela. Na mesma noite, na casa da família Simplicio, Luan e Lucas ouviram a tia materna, Dona de Ilza, chefe do clã, que questionava os sobrinhos gêmeos. E aí, queridos, quem irá trabalhar com o Ula-Ula amanhã? Se bem me lembro, hoje foi o Lucas. Então, Luan, não se esqueça de pôr os postos para fazer as pedras de gêmeo no congelador. Tome cuidado com as frutas cortadinhas. Já deixei tudo preparado para o teu dia de trabalho. Luan, lembre-se de nosso combinado, hein? Um dia um vai para a praia trabalhar e o outro fica em casa estudando e vice-versa. Pretendo chegar em casa mais cedo amanhã. E à noite vou olhar o caderno dos dois, hein? Esta foi uma promessa que fiz para tua mãe no leito de morte. Mas espera aí, tia de Ilza. Eu já disse que não quero ir na praia. Trabalhar com isso neste calor e sol escaldante. Prefiro ir lá na câmera dos vereadores falar com aquele vereador que está na reinauguração da Praça do Cruzeiro. Eu acho que vai dar certo. Trabalhar com o político vai ser mais fresco, menos trabalho e mais renda. Ih, não tome juízo. Nada de ir atrás de vereador nenhum. Cambada de pilantra. Amanhã acorde cedo. Tome seu banho, se arrume, tome café. Coma seu cuscuz. E não perca tempo. Os turistas chegam à praia cedo e querem aproveitar. Então, já estou indo me deitar. Cedinho, preciso ir. Tenho a cliente esperando lá no salão para fazer repilação e manicure. Depois a gente se fala. Tenha uma boa noite. A tia se recolhe em seu cômodo e os dois irmãos concluem suas tarefas para irem tomar banho e ir dormir. Luan, resmungando, coloca os potes de plástico com água para o gelo, conforme a tia pediu. E Lucas termina de limpar o caminho, deixando tudo pronto para o irmão que deveria ir para a praia trabalhar cedinho. CREDITOS Legendas pela comunidade Amara.org Legendas pela comunidade Amara.org

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