Fila NET, história de superações. Uma ficção baseada em fatos reais. Comunidade original, fila de apontamento. Roteiro, Márcia Rissetti. Protagonistas, professora Nina Del País, Thales Corrêa, Patrícia Simplices. Primeiro episódio, lugar de conflitos. A vida perde o reconhecimento. A praia de Ponta Negra, a paisagem, o turismo e tudo por aqui está ligado ao conforto, à qualidade de vida, à sustentabilidade e ao desenvolvimento humano. Será mesmo? Tudo aqui era uma grande duna. Desde sempre já vinha sendo ocupada por pequeno grupo de pescadores e suas famílias, de forma isolada, sem qualquer política pública desde o começo do século XX.
Hoje, o que podemos ver são realidades bem diferentes. A do povo original da vila, acuado no limite do morro, da duna e da barreira do inferno. A outra realidade, mais jovem, mais bonita, rica, e é aquela que recebe os maiores recursos e é domicílio de muitos moradores que vieram de fora da vila. Bora lá conhecer a vila de Ponta Negra. Surge Tales do Calçadão. Sua intenção era subir a ladeira da rua Afonso de Magalhães para voltar para casa, pois já era final de tarde e ele tinha que ir para a escola.
Tales, um jovem rapaz, 17 anos, chinelo havaiana no pé, bermuda larga e sem camisa, porte atlético, ombros largos, gargantilha de surfista no pescoço, andando apressadamente. Ele inicia a subida da ladeira que liga a praia de Ponta Negra à praça do Cruzeiro. Eram quase 17 horas e muitos rapazes, muitos dos quais seus colegas, já estavam voltando para casa, empurrando seus carrinhos de crepes, coquetéis e outros produtos vendidos na praia cotiguar. Subiam a ladeira enquanto o sol ia se pondo.
O rapaz andava apressado, trocava alguma saudação aqui e ali com um que outro conhecido, sem reduzir o passo, fazendo piadinhas e trocando risadas com seus amigos de infância. Ao ver seu irmão de fé, o Lucas, juntou-se a ele e por uns 10 passos ou até um pouco mais, ajudou-o a empurrar o carrinho pesado, mecanismo de trabalho e sustento do amigo e família, ladeira acima. E aí Lucas, tudo bem? E aí Thales? Tudo bom? Como foi o dia hoje? Foi mais ou menos.
Tá passando agora o movimento que eu acabei de entender, deixa que eu te ajudo um pouco aí. Tudo perfeito. Você volta por aqui? Vamos. Tá cansado aí? Mais ou menos. Bora lá que falta pouco. Tá certo. Bora. Bora. Tá chegando? Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando. Tá chegando.
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