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Desafio: Eu Conto!
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Desafio: Eu Conto!
Two friends were walking through the desert when one of them got angry and slapped the other. The friend who got slapped wrote in the sand about the incident. Later, they found an oasis and while one friend went to gather firewood, the other almost drowned in the oasis. The friend who got saved wrote on a rock about the rescue. When asked why he wrote in different places, the first friend explained that when a friend offends us, we should write it in the sand, where the wind of forgiveness can erase it. But when a friend does something noble for us, we should write it on a rock to remember it forever. They reconciled and enjoyed their time together. Desafio eu conto Os dois amigos Uma lenda árabe Dois amigos viajavam pelo deserto, caminhando em amena conversa, apesar do sol abrasador. Um deles, porém, sentindo-se contrariado pelo outro, encetou uma discussão. Ergue a voz, gesticulava, e pouco faltou para insultar o companheiro. Em dado momento da contenda, não resistiu e esbofeteou. Admirado e ofendido, mas sem nada a dizer, o amigo baixou-se e escreveu na areia, Hoje o meu melhor amigo bateu-me no rosto. Seguiram viagem, tristes e em silêncio. Absortos nos seus pensamentos, fixavam os olhos num ondulante horizonte de dunas e já caminhavam com dificuldade sob o ardor do sol. Até que avistaram um oásis verde, emergindo da areia escaldante do deserto. Mais aliviados, às sombras das samareiras, resolveram banhar-se, comer e pernoitar no local. Afastou-se um para recolher galhos, com o que pretendia acender um pequeno fogo, e o que tinha sido esbofeteado, despiu-se, mergulhou na lagoa do oásis e principou a refrescar-se. Contudo, passados minutos, perdeu o pé, e em breve se afogaria, não fosse a ajuda do amigo, que, ao escutar os gritos, largou tudo e acorreu ao chamamento, mergulhando na lagoa e arrastando o companheiro para a margem. Quando, ao final de algum tempo, este se sentiu recuperado, pegou-lhe um estilete, dirigiu-se a uma pedra e nela escreveu, — Hoje o meu melhor amigo salvou-me a vida. Intrigado, o outro perguntou, — Por que é que depois de te bater escrevestes na areia e agora que te salvei foste a escrever na pedra? A sorrir, o primeiro respondeu, — Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarrega de apagar as palavras. Quando, porém, faz por nós alguma coisa de verdadeiramente nobre, ah! Aí devemos gravar as palavras que o recordam na pedra da memória e do coração, onde nenhum vento do mundo as poderá apagar. E assim se acharam reconciliados, e comeram, beberam e conversaram alegremente. Depois puseram-se a contemplar a lua e as estrelas, até o cansaço os vencer, e mergulharam por fim num sono profundo e retemperador.