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PODCAST ADOLE DO DIABETES

PODCAST ADOLE DO DIABETES

Joselma Silva Moreira

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Educação em Diabetes

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In this podcast, the host discusses diabetes, specifically type 1 diabetes, its complications, and self-care in adolescence. The term "diabetes" comes from the Latin word meaning "passing through," referring to the excessive thirst and frequent urination experienced by diabetic patients. Type 1 diabetes occurs when the pancreas stops producing insulin, leading to high blood sugar levels and weight loss. The diagnosis is based on symptoms such as increased urination, excessive thirst, weight loss, and increased appetite. Treatment involves insulin therapy and monitoring blood glucose levels. Complications can include hyperglycemia, hypoglycemia, and long-term complications like neuropathies and vascular problems. Managing diabetes requires discipline, including adhering to insulin schedules, monitoring glucose levels, and addressing psychological aspects of the disease. Overall, diabetes treatment involves a comprehensive approach to maintain a healthy lifestyle. Olá, seja bem-vindo, seja bem-vindo ao podcast Adoledo Diabetes, o podcast pensado pra você que tem o diabetes e tem muita vida pra se viver. Hoje nós temos duas convidadas em nosso podcast. Nesse primeiro episódio, iremos entender um pouco mais sobre o diabetes, especialmente o tipo 1, e suas complicações agudas e crônicas, e sobre o autocuidado, grande desafio na adolescência. Olá, meu nome é Cláudia Nogueira, sou médica e endocrinologista pediátrica, e me chamaram aqui pra falar sobre diabetes médico tipo 1, que ocorre na criança e na adolescência principalmente, e agradeço muito o convite carinhoso de estar aqui hoje. Eu queria, antes de começar a falar sobre o que é diabetes e tudo mais, contar um pouquinho da história do diabetes, porque que tem esse nome diabetes médico, só uma questão de curiosidade. Então, o diabetes médico, digamos assim, que foi descoberto em crianças, que na verdade já existia, na antiga Índia, por volta do ano 500 a.C., pelo indiano Susruta, ele fez o diagnóstico em mais ou menos 1.200 pacientes, segundo os dados, e ele descobriu que essa doença, ele foi o primeiro a identificar os dois tipos de diabetes, o primeiro, que é diagnosticado mais em pessoas jovens, e era altamente fatal naquela época, enquanto o segundo ocorria em adultos obesos. E a origem desse nome, diabetes médicos, ele é um termo latino, e diabetes em si significa passar através. Então, aquele paciente, porque que se passar através, quem já viu um paciente diabético que não faz o tratamento, ou no seu diagnóstico, qual que é a principal característica? Ele bebe muita água e faz um xixi, é como se tivesse uma ligação direta entre a boca, que você ingere a água, e o rim, que faz com que o paciente urine, então esse que é a origem da palavra diabetes, então é o passar através. E o mertos é meio na cara, é aquele que contém mel, é doce como mel, então, porque os antigos identificaram que a urina do diabético era uma urina doce. Então, tem basicamente dois tipos de diabetes, o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2. O diabetes tipo 1, que a gente vai falar basicamente aqui, ele tem uma origem que o pâncreas, ele deixa de produzir a insulina, então a criança tem a falta da insulina. E por que que a insulina é tão importante? Se a gente for pegar uma célula isolada, ela se alimenta de glicose, então a glicose que está no sangue passa para dentro da célula e essa glicose vai ser degradada para formar energia. E o que acontece com o paciente diabético? A insulina é como se fosse a chave de uma porta de entrada da glicose que está no sangue para dentro da célula, então se eu não tenho insulina, eu não consigo abrir essa porta que vai alimentar dentro da célula, vai alimentar a célula para a produção de energia. Então, o que vai acontecer no corpo? Vou ter uma grande quantidade de glicose, de açúcar no sangue e nada dentro da célula. Por isso que um dos sintomas que acontece no paciente que é diabético, além de beber muita água e fazer muito xixi, é o emagrecimento, porque como você não tem energia dentro da célula, ela vai procurar energia através de outros mecanismos que o nosso organismo fornece, e entre eles é a degradação da gordura, então ele começa a perder muito peso porque ele não consegue, por exemplo, os estoques de energia vão ser depredados. Aí, como consequência de a gente ter que repor esses estoques, aí começa a ter muito apetite para comer mais, para poder fazer estoque. Por isso que no diagnóstico do diabetes medicus, a gente sempre pergunta sobre os 4 P's, poliúria se urina demais, poliubicia se bebe muita água, P de perda de peso e P de polifagia, então poliúria, poliubicia, perda de peso e polifagia, então é baseado nesses sintomas que a gente vai procurar na anamnese fazer o diagnóstico de diabetes no paciente. O diagnóstico de diabetes não é tão fácil assim quanto a gente imagina, então muitas vezes a gente não consegue fazer o diagnóstico de primeira, então são aquelas crianças, principalmente as menores, que vão para o socorro com queixos muito vagos, vômito, inapetência, muitas vezes não dá para perceber se bebe muita água, se faz muito xixi e acaba tendo como diagnóstico quando o paciente realmente descompensa, ou causionalmente através dos exames de rotina, então vou dar um exemplo meu de consultório, há uns 3 anos atrás foi uma menininha que a queixo da mãe, que a criança, o cabelo dela não crescia, achava que ela era muito miudinha e o cabelo não crescia, não crescia, que ela queria fazer penteado na criança e não conseguia, aí pediu os exames de rotina, aí veio uma glicose de 250, ou seja, realmente o paciente estava diabético e foi uma baita de má sorte na verdade, porque são coisas assim que é um diagnóstico de exceção a gente conseguir fazer um diagnóstico tão precoce, então como que seria o diagnóstico mesmo de diabetes na infância? A gente fala que o paciente está diabético se tiver duas glicemias de jejum acima de 126, então colheu hoje uma glicose de 126, aí só repete depois de uma semana, duas semanas, veio 140, realmente o paciente está diabético e junto também nesse diagnóstico, muitas vezes a gente também tem que pedir os anticorpos, o anticorpo anti-insulina e o anticorpo anti-iótico. Por que a gente pede esses exames complementares? Porque na criança a doença diabetes é uma doença autoimune, ou seja, o nosso organismo começa a produzir anticorpos que vão destruir as células beta e tupantes, porque são as células betas que produzem a insulina, então se você tem uma glicemia elevada, esses anticorpos positivos, a gente tem aí o diagnóstico de diabetes junto, também a gente pode pedir o peptidio C. O que é o peptidio C? Ela é a pró-insulina, então o pâncreas, a ilhota, ela produz o peptidio C e o peptidio C vai se transformando em insulina e a insulina vai ser levada para o corpo inteiro fazer a sua função. Hoje em dia, se a gente for ver como que está o tratamento do diabetes, ele melhorou demais, então quando descobriu-se toda essa fisiologia do diabetes, que era a falta de insulina, começaram a produzir a insulina NPH, que é uma insulina que vinha ou tirada do porco ou de vaca, de boi, e depois disso cada vez foi melhorando, e lógico que era uma insulina de baixa qualidade, que muitas vezes dava reação na criança, uma reação autoimune, tinham pacientes que tinham alergia à insulina e também foi descoberto em vários tipos diferentes de insulina, então insulina de ação rápida, insulina de ação mais prolongada, que seriam as NPHs a regular, e com o advento da engenharia genética, que começou a produzir as insulinas humanas, e aí hoje em dia é o que a gente usa, então você vai ter insulina de longa duração, que se aplica e dura 24 horas no sangue, as outras rápidas que você aplica depois de 15 minutos, ele já faz um pico muito elevado, é um pico adequado, aliás, de insulina, porque o objetivo do diabetes, do tratamento do diabetes, é fazer com que a gente se mule a fisiologia, então como que a fisiologia normal, paciente que não tem diabetes, a gente se alimenta, o pâncreas libera a insulina e a insulina vai fazer com que a glicose entre na célula para manter toda a hemofase da glicose, então fisiologicamente, a gente come, nossa glicose normalmente sobe no sangue, a gente produz insulina e faz tudo regular, então o objetivo do tratamento do diabetes médicos é justamente isso, é a gente recuperar essa fisiologia, então você sempre vai ter uma insulina que é basal, porque todo mundo sempre vai ter uma insulina basalzinha lá correndo no sangue e antes das refeições, a gente aplica a outra rápida, a dose é baseada na contagem de carboidratos que você vai ingerir no dia, naquela refeição, para fazer com que volte ao valor normal da insulina e sem contar que nesses últimos tempos, a gente tem as bombas de insulina que cada vez são mais e mais inteligentes, fazendo com que a glicose cada vez fique mais adequada no sangue. Por que a gente fica tão preocupado em relação ao tratamento do diabetes, você ter uma glicose adequada? Por que? Por causa das complicações, então a gente vai ter as complicações agudas do diabetes e também as complicações crônicas, das complicações agudas, você vai ter a hiperglicemia que pode levar a coma e um elevado risco de vida e sem contar que no tratamento a gente também pode ter a complicação do tratamento, que são as hipoglicemias, que é o grande medo de todo mundo, principalmente é um fantasma na vida dos pais, que cai muita glicose no sangue e isso também é um fator de risco de vida. Aí tem as complicações crônicas, então se a gente não mantém uma glicose dentro dos níveis adequados, a gente vai ter complicação como com as neuropatias diabéticas, nefropatias, vasculopatias, então as vasculopatias vão dar consequência em relação à retina, por isso que todo mundo fala que você vai ficar cego por causa do diabetes, como também problemas renais, vai fazer com que o rim pare de funcionar, as neuropatias vão dar a disfunção de marcha, você pode ter dores em membros inferiores, então tem uma série de complicações crônicas que fazem com que a vida do paciente que é portador de diabetes realmente fique complicada. O grande desafio, na minha opinião, em relação a diabetes é que tem que ser pacientes muito disciplinados, então é o horário para aplicar a insulina, se não for bom a insulina, calcular a quantidade de carboidratos e uma coisa que eu esqueci de falar, muito importante, o controle de glicose com aqueles aparelhos que a gente mede a glicose no sangue, hoje em dia tem esse o Libri, que você não precisa mais ficar furando o dedo, é um chipzinho que você aplica na pele que vai lendo a glicose, então em resumo, o tratamento do diabetes na verdade é um conjunto de coisas que não é só aplicar a insulina, não é só fazer uma dieta adequada, não é só ficar monitorizando os níveis de glicose, também tem a parte psicológica que é muito importante por ser uma doença complexa, que precisa de muitos profissionais para ajudar esses pacientes a ter uma vida saudável, então além de contar com o médico, é muito importante uma equipe multidisciplinar que dê apoio não só ao paciente, mas também à família. Muito obrigada. Oi pessoal, tudo bem? Sejam todos bem-vindos a esse podcast que eu tenho a honra e o prazer em poder colaborar. O meu nome é Ana Renata, eu sou enfermeira, sou educadora em diabetes, já atuei com crianças e adolescentes que têm diabetes tipo 1, atualmente trabalho com pessoas que têm diabetes tipo 2 e hoje em especial eu quero falar com vocês sobre alguns cuidados que são muito importantes na nossa rotina do dia a dia, aquela rotina que envolve principalmente a verificação da glicemia capilar e da aplicação da insulina. Então em relação à insulina, eu quero falar um pouquinho sobre o armazenamento dessa insulina. Então aquelas insulinas, sejam frascos, sejam canetas, canetas permanentes ou descartáveis que a gente tem a mais como um estoque, elas devem permanecer guardadinhas na geladeira, de preferência no meio da geladeira. A gente não coloca, não deve colocar a insulina na porta, porque a porta a gente abre e fecha, muitas vezes eu posso ter uma oscilação na temperatura e isso pode prejudicar a ação da insulina. E também não posso deixar muito próximo ao congelador, porque o risco de congelar, ele existe e caso isso aconteça com a sua insulina, ela deve ser descartada. Então o ideal é colocar num potinho ali no meio da geladeira, para quando for a hora de usar, ela ser retirada desse local. Agora aquela insulina que a gente já está fazendo uso dela no dia a dia, eu posso deixá-la fora da geladeira, mas é importante que eu deixe em um lugar que não pegue sol ou se eu levo essa insulina comigo para a escola, para algum curso, para algum passeio que eu vá fazer, o importante é estar ali numa pochete, numa bolsinha, para não ficar exposta ao sol. Caso a pessoa more numa cidade que no verão fica com temperatura muito, muito elevada, aí sim a gente pode manter essa insulina que está em uso na geladeira. Mas se você tiver esse hábito de deixar a insulina que você está usando na geladeira, é importante que a gente tire aí uns minutinhos antes, para ela poder chegar na temperatura do ambiente e não ser uma aplicação doída, porque a insulina gelada arde e aí a gente fica desencorajado a aplicar a insulina, certo? Então em relação ao armazenamento, esses são os principais cuidados que a gente tem que ter. Em relação à aplicação da insulina, é importante, eu quero falar aqui a importância sobre fazer o rodízio, então usar todas as regiões que a gente tem para usar na aplicação da insulina. Quais são essas regiões? Ou vai ser quatro dedos ali depois do umbigo, na lateral do umbigo, seja para um lado, seja para o outro. Acima e abaixo do umbigo a gente não deve aplicar a insulina. Uma outra região que a gente pode aplicar é a região de trás do braço, a região posterior do braço. Tem também a região da coxa e a coxa é legal que seja passada uma linha imaginária na parte de cima da coxa e depois dessa linha que a gente traça imaginária, de cima para a lateral do lado de fora, a gente pode aplicar a insulina. Na parte interna, na parte de dentro da coxa, a gente não deve aplicar a insulina, certo? E também tem a região ali dos glúteos, que é onde o nosso braço vai alcançar, é na parte de cima e de fora do glúteo. Depois, se a gente puder, a gente disponibiliza aí um desenho para a gente identificar bem essas regiões. Eu não devo aplicar sempre no mesmo lugar e eu sei que a gente acaba tendo um lugarzinho mais preferido para aplicar a insulina, só que quando a gente aplica repetidas vezes nesse lugar, com o tempo essa pele vai ficando cansada e aí pode aparecer uns carocinhos ou nódulos onde a gente percebe ou só de olhar ou até mesmo quando a gente passa os dedos. Caso você esteja com algum carocinho desse no lugar onde você tem o hábito de aplicar a insulina, o ideal é dar um tempo para essa região, não aplicar a insulina nesse lugar, porque quando a gente aplica a insulina neste lugar que tem um carocinho, a insulina acaba não sendo absorvida e aí ela não vai fazer efeito. Por isso que muitas vezes a gente fica mantendo quadros de hiperglicemia. Normalmente quando tem esse carocinho, fica uma região gostosa de aplicar porque a gente acaba não sentindo a dor e aí por isso que a gente acaba sempre aplicando no mesmo lugar. Então mais uma vez, é importante fazer o rodízio dos lugares para a gente aplicar a insulina e além de fazer o rodízio, é importante a gente também fazer a troca das agulhas. Eu não posso usar uma mesma agulha para várias e várias aplicações, então o ideal é que a gente use a mesma agulha para até três aplicações, principalmente se for a insulina de ação ultra rápida. Quando a gente então não troca a agulha, a pontinha dela fica arrombuda e machuca a nossa pele. Então quando eu não troco a agulha e não faço rodízio, eu acabo desenvolvendo um problema chamado lipodistrofia, que é esse carocinho que a gente consegue muitas vezes identificar em adolescentes que fazem uso da insulina que tem diabetes tipo 1, certo? Muito bem, e aí eu quero falar também um pouquinho sobre a glicemia capilar, que é aquele exame que a gente fura o dedo várias vezes ao dia, certo? O que é importante falar sobre a glicemia capilar? A gente precisa lavar a mão com água e sabão antes de fazer o teste, porque às vezes quando a mão está suja, mesmo que a sujeira não seja uma sujeira que a gente consegue ver quando olha para a mão, a sua sujeira dá um resultado errado, não mostra de verdade quanto é que está a nossa glicose. Então é importante que eu lave as mãos com água e sabão, deixe essas mãos bem sequinhas, porque às vezes aquela mão que não enxugou direito, quando a gente fura o dedo, o sangue fica meio aguado e vai dar erro na leitura daquela tira, e a gente acaba até desperdiçando uma tira aí que às vezes a gente nem recebe o suficiente para poder fazer na quantia que era importante a gente fazer. Caso não dê para lavar a mão, esteja no lugar que não dá para lavar a mão, pode usar o álcool, mas de preferência aquele álcool, o álcool líquido ou aquele álcool que vem no suavezinho, naquele quadradinho como se fosse um algodão úmido com esse álcool. A gente evita usar álcool em gel, porque o álcool em gel também tem uma propriedade ali, uma substância que dá um resultado para mais da nossa glicose. E também o que é muito importante em relação à glicemia capilar, a gente usar as laterais, os ladinhos de cada dedo, evitar usar bem no meio, furar bem no meio porque acaba sendo dolorido, e também usar todos os dedos que a gente tem, porque a gente também acaba tendo um dedinho mais querido que a gente acaba sempre usando mesmo, só que ele com o tempo vai ficando machucado, faz um calinho, às vezes pode virar uma feridinha, então lembrar que a gente tem aí vários dedos na mão para poder fazer esse rodízio. E para finalizar, também é muito importante a gente trocar a lanceta, porque às vezes a gente usa a mesma lanceta durante muitas e muitas vezes, e o ideal é que a gente também use e descarte essa lanceta. Bom, tem muitas outras coisas legais para a gente conversar sobre o autocuidado de quem tem diabetes, principalmente na adolescência que é uma fase de grandes desafios, mas aí por hoje o que eu posso contribuir com as informações e a nossa troca aqui nesse bate-papo são esses pontos aí relacionados tanto ao armazenamento da insulina, a importância do rodízio e da glicemia capilar. Então eu espero vê-los em breve. Um beijo para todo mundo. Pessoal, chegamos ao final do primeiro episódio do podcast Adoledo Diabetes. Grande abraço e se cuidem!

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