Details
Nothing to say, yet
Big christmas sale
Premium Access 35% OFF
Details
Nothing to say, yet
Comment
Nothing to say, yet
In this transcription, Louise is welcomed to an intensive course for the second phase of the MPT competition. Two simulations will be conducted, each with five questions, and one question from each simulation will be corrected. The first question is about discrimination against women in the labor market and wage inequality, related to the structural problem in Brazil. The transcript provides feedback on Louise's answer, highlighting her good strategies and suggesting improvements, such as giving more prominence to specific legal provisions and including a historical perspective. The transcript also praises the contextualization of Louise's self-text with a concrete case, which adds relevance to her arguments. The suggested actions to address the issue include raising awareness, ratifying conventions, enforcing the law, and promoting inclusion through collective instruments. The transcript suggests further elaboration on the Law 14.611, including its repressive and promotional aspects, Olá Louise, tudo bem? Seja muito bem-vinda ao nosso curso intensivo para a segunda fase do 23º concurso da MPT. Vamos tratar aqui, nessa turma extra, de dois simulados, com cinco questões cada um, e a correção de uma questão de cada um desses simulados. Neste primeiro simulado, a questão selecionada para a correção é a primeira questão, questão que versa sobre uma discriminação específica contra mulheres no mercado de trabalho e a desigualdade salarial, e tudo isso relacionado ou não com o problema estrutural no Brasil. Eu já corrigi a sua questão, está excelente, eu te parabenizo aqui de antemão, e eu vou fazendo considerações ao longo da correção aqui, mencionando o que você conseguiria melhorar em cada um dos parágrafos. Na linha A você começa conceituando o problema estrutural. Eu costumo dizer, Louise, que questões multitemáticas como essa, multitemática que eu digo do ponto de vista interdisciplinar, nós tínhamos aqui várias possibilidades de dar o start aqui na nossa resposta. Poderíamos conceituar problema estrutural, poderíamos conceituar gênero, poderíamos fazer um autotexto sobre discriminação contextualizado com esse recorte de desigualdade salarial. Enfim, a gente tinha vários caminhos, porque tudo isso deveria ser abordado na prova, e não tem um caminho único, exclusivo de possibilidade. Conceituar problema estrutural foi uma boa estratégia, parabéns, e você faz isso de maneira muito pertinente e assertiva, utilizando essa expressão de desconformidade estruturada. Parabéns. Na sequência, você vem conectando com uma coisa que eu acho essencial em questões interdisciplinares, que é trazer recortes estatísticos. Então, aqui você traz um dado do IBGE que está bem consentâneo com um relatório divulgado e publicizado no mês passado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, já com base na Lei 14.611, que é que as mulheres recebem, de uma forma geral, aproximadamente 20% a menos do que os homens. Então, é isso que você traz aqui. Parabéns, porque dessa forma você praticamente ratifica todo o discurso que você vai trazer na sequência e que você já anunciou no parágrafo anterior, no sentido de que a desigualdade salarial no Brasil é sim um problema estrutural. E aí você avança para trazer argumentos jurídicos. E parabéns por isso, porque embora sejam bastante valorizadas essas informações multidisciplinares, estatísticas, históricas, a gente está respondendo aqui uma prova jurídica. Então, tudo isso precisa estar contextualizado com argumentos jurídicos. E você já faz isso de maneira bastante acertada, a partir do terceiro parágrafo, trazendo os dispositivos legais que preveem igualdade, de maneira geral, no mercado de trabalho, na verdade, na sociedade, e mais especificamente no mercado de trabalho, na Lei 14.611. Eu percebo que essa lei você apenas menciona neste momento, na sua linha A, mas ela deveria ser utilizada como carro-chefe aqui, junto com outros dois diplomas, para estabelecer, apresentar e propor medidas de solução desse problema estrutural. Com isso eu estou querendo dizer, Luiz, que deveria ser dado um protagonismo um pouco maior, tanto para a Lei 14.611, como para a Convenção 100, que você simplesmente tangencia a menção a esse diploma no parágrafo seguinte, e o artigo 11 da CEDAW, que você também tangencia no parágrafo seguinte. Então, na minha visão, essa tria de dispositivos jurídicos, deveriam ser utilizados para construir um parágrafo isolado, estabelecendo aqui uma premissa, fincando uma premissa bem pertinente, sobre soluções para esse problema estrutural. Em outras palavras, dar um destaque maior para essa legislação. Na sequência, você evolui para citar outros diplomas, como eu disse, cita a CEDAW, cita as convenções, e diz que essa legislação interna é reforçada pela legislação internacional, cita ainda a Convenção Americana, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Protocolo Internacional dos Direitos Civis e Políticos. No entanto, você faz uma ressalva para dizer que esse arcabouço não é suficiente, de fato não é, até porque você anteriormente já apresentou um dado estatístico do IBGE que evidencia que esses dispositivos não estão conseguindo neutralizar esse problema, que é um problema histórico. Sobre historicidade aqui, sobre questão histórica, eu estava sentindo falta disso no seu discurso, mas a partir de agora você já vai trazendo justificativas, digamos assim, históricas, e para esse problema ter chegado aonde chegou, que é de 20% atualmente, de diferenças salariais. Para dar um pouco mais de logicidade, de pertinência ao seu discurso, eu acho, na minha visão aqui, e aí é uma sugestão, Luiz, que essa questão histórica deveria vir como premissa inicial, para depois você ir evoluindo o seu raciocínio. Até porque se a gente fizer uma linha do tempo cronológica, a situação atual de problema estrutural é uma decorrência de tudo que veio somatizando ao longo do tempo. Essa questão de patriarcado, que você fala aí na sequência, divisão sexual do trabalho, trabalho produtivo, trabalho reprodutivo, isso tudo foi o que foi acontecendo ao longo da história para que a gente chegasse na situação inicial. Então, para dar um pouco mais de lógica ao seu discurso, eu acho que esse recorte histórico deveria ter vindo um pouco antes na sua redação aqui, na sua resposta. Só uma organização em relação a esse ponto, para tornar o que está bom ainda melhor. Como eu disse inicialmente, essa resposta já está bem interessante. Neste momento aqui, que você fala em divisão sexual do trabalho, valeria a pena, e você só faz isso lá no final, valeria a pena, quando você fala em papéis de gênero e tudo isso, valeria a pena falar em um desdobramento de tudo isso que aconteceu, que é o teto de vidro e o chão pegajoso, aquelas expressões inglesas, glass ceiling e stick floor. Você fala isso lá no final, mas eu acho que teria bastante pertinência quando você fala em divisão sexual do trabalho. Então, só essa organização aqui, um pouco melhor, mas que você pontuaria de qualquer forma, porque está na sua resposta, estando no espelho de correção, você receberia a pontuação. Mas apenas aqui o meu papel é tentar ir lapidando aqui, e remontando esse quebra-cabeça da sua resposta, para tentar dar insights para você, de como você conseguiria aprimorar e melhorar essa sua sequência de discurso. E aí você finaliza a sua linha A de maneira extremamente pertinente e extremamente interessante. Na linha B você inicia com o autotexto, mas eu vou fazer uma pausa para te parabenizar, Luiz, porque esse seu autotexto está contextualizado com um caso concreto. Pode parecer uma bobagem, mas essa frase final que você diz assim, cumpre ao MPT, defende os direitos trabalhistas de grupos historicamente vulnerabilizados, vírgula, a exemplo das mulheres. Isso faz com que o seu discurso, que estava vindo genérico, ele seja afunilado e ganhe total pertinência com o caso concreto. Isso agrada bastante o seu interlocutor, principalmente esse interlocutor aqui, que é o seu examinador. E o nosso papel é fazer com que essa leitura seja uma leitura suave que empolgue o examinador, porque não é fácil a gente ficar lendo textos genéricos e isso traz uma ideia de que foram três textos prontos, que foram preparados anteriormente, o candidato não tem ali aquela capacidade cognitiva de elaborar ideias à luz do que foi perguntado. Então essa ausência de pertinência é bem desinteressante do ponto de vista de pontuação. Então estratégias como essa que você utilizou aqui, eu sugiro que você sempre tenha essa carta na manga, sempre utilize, porque faz bastante diferença. Você evolui para dizer que o MPT deve, de maneira prioritária, atuar no flanco promocional, perfeito, excelente. Citação da Resolução 69, eu vejo que você cita no final a Recomendação 54 do CNP, perfeito. De fato, essa recomendação, ela sugere esse tipo de atuação mesmo e, no final das contas, é a mais efetiva. Parabéns, sobretudo considerando esse problema estrutural que você menciona no final da página 3. E como encaminhamento, você traz o seguinte aqui. Conscientização da sociedade sobre essa estrutura patriarcal, reflexo da divisão sexual do trabalho, fomento a ratificação das Convenções 156, 190 e 183, fala do GT Gênero, da Cor de Igualdade, antes disso, você fala da Cartilha do ABC da Violência, muito bom. Noviédio repressivo, você fala que o MPT deve fiscalizar as empresas para buscar a aplicação da Lei 14.611 e o MPT deve fomentar a inclusão de instrumentos coletivos para alcançar a igualdade, e você fala do Projeto Sinicalismo e Diversidade. Muito bom, muito bons encaminhamentos. Mas eu gostaria que você tivesse aprofundado aqui um pouco mais nessa parte que você fala da Lei 14.611. Tanto do ponto de vista repressivo, você fala da Lei 14.611 apenas no flanco repressivo, mas principalmente no ponto de vista promocional. Eu não sei se você tem conhecimento, mas como você não citou, provavelmente você ainda não sabe disso. A Cor de Igualdade, para esse próximo bienio, 2024-2025, tem um projeto chamado Projeto Igualdade no Trabalho para Todas as Mulheres e para a População Negra. E esse projeto tem um escopo mais geral de inclusão no mercado de trabalho qualitativamente das mulheres, inclusive nos postos de comando, mas tem como objetivo específico acompanhar a efetivação da Lei 14.611, acompanhar os planos de ações das empresas para mitigação dessa desigualdade salarial. Então, é extremamente pertinente e assertivo citar esse projeto aqui. E do ponto de vista repressivo, como eu mencionei anteriormente, a sugestão aqui seria, ao invés de simplesmente dizer genericamente acompanhar a implementação da lei, você poderia sugerir aqui encaminhamentos no sentido de trazer especificidades dessa lei. As empresas devem elaborar relatório de transparência salarial, devem promover capacitação, tanto dos gestores como das mulheres, devem estabelecer um plano de ação para mitigar, em um curtíssimo espaço de tempo, aquela desigualdade salarial. Enfim, trazer aqui medidas mais específicas e mais concretas sobre a aplicação de toda essa ontologia por trás dessa Lei 14.611. Ficou uma excelente questão. Mais uma vez, eu bato nessa tecla. Mas com algumas pequenas janelas de melhoria e de organização do seu discurso. Mas, sem dúvida nenhuma, seria extremamente bem pontuado, com nível excelente de aprovação. Tá bom? É isso. Bons estudos, Luís, e aguardo você no próximo simulado. Qualquer dúvida, eu fico à disposição.