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Trabalho de História Moderna.

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Hugo talks about the play "Othello" by Shakespeare. The play revolves around the marriage of Othello and Desdemona, which is met with opposition from Desdemona's father. The villain Iago manipulates several characters, including Rodrigo, to try and sabotage the marriage. Iago convinces Othello that Desdemona is cheating on him with Cassio, leading to a tragic chain of events where Othello kills Desdemona and then himself. The play explores themes of love, jealousy, and manipulation. Olá, eu sou o Hugo e vou falar sobre a peça de Othello, do dramaturgo Shakespeare. No início da obra, Othello está para se casar com Desdêmona, filha de uma família nobre veneziana, e durante a peça é demonstrado que há um amor verdadeiro, diferente do que se acreditava seu pai Brabânsil, que não entende como Mouro pode ser general, e o consegue levar Othello a julgamento, sobre a acusação de ser um casamento à força, com Othello se defendendo e o casamento acontecendo, mesmo sem a aceitação dos personagens. Desdêmona havia outros pretendentes, um deles é Rodrigo, que confia no vilão da peça, Iago, curiosamente chamado de Honesto, com Rodrigo sendo manipulado ao decorrer da peça, achando que no fim vai conseguir se casar com Desdêmona. E por fim tem Cássio, de origem florentina, que conseguiu se tornar tenente, que é um cargo almejado por Iago, que ele considera como um intelectual. Com o fracasso de afastar Othello, através do julgamento, Iago muda seus planos devido ao acontecimento, de acordo com o processo, onde percebeu que seria possível convencer Othello de que sua esposa o estava traindo com Cássio. Com o plano talvez só sendo possível devido ao argumento de Brabantio, que ele fala para Othello, fique de olho, mouro, seja minucioso, quem engana o pai pode enganar o esposo, assim o antagonista conseguiria o cargo, pela argumentação de que Desdêmona se encontrava secretamente com Cássio. Iago vai dizer que tem uma prova cabal para conseguir provar seu ponto. Ao saber do presente de Othello a Desdêmona, que era um lenço, ele o coloca no meio das coisas de Cássio, por causa de Emília, sua esposa, que era aia de Desdêmona, que um dia estava arrumando as coisas de Desdêmona, e Iago consegue, com isso, implantar uma prova, e começa a convencer Othello do seu ponto. O convencimento vai acontecendo aos poucos, enquanto a Virgínia se expôs ao processo, quando Cássio retira o lenço para limpar seu próprio rosto. No final, todos os personagens vão embarcados para a ilha de Chipre, por causa que Othello tinha que resolver alguns problemas, com Iago conseguindo provocar uma briga entre Cássio e Rodrigo. Os dois são inseridos. Rodrigo toma a decisão de contar sobre o que está acontecendo, porém Iago, numa dupla atitude, finge que vai ajudar e termina de matar. Emília também tenta contar o que está acontecendo, sobre o plano de Iago, porém é morta, porque Iago não queria que ninguém o denunciasse e atrapalhasse seu plano. Cássio posteriormente revela que encontrou o pano no meio de suas coisas, e que simplesmente ousou, e não existia a traição dos dois. Era tudo com o intuito de incriminar Desdêmona. Mas tudo isso é muito tarde, porque Othello vai matar sua esposa com sufocamento por um travesseiro, percebendo seu erro e também comete suicídio. Foi feita a seleção de fragmentos do ato I, II e III, porque no primeiro ato é que se tem a apresentação dos personagens, do cenário tendo contextualização histórica e social, as intenções e o estabelecimento do conflito principal serão fundamentais para a criação de expectativas no público, com os atos posteriores, que serão lidos no caso do ato II e III, sendo o desenvolvimento da trama para o fim trágico da peça. Brabantio começa. — Que meios ela encontrou para sair de casa? — Oh! Que traição do sangue! — Doravante, pais! Não confieis em espíritos das filhas, só por suas ações. Não há feitiços capazes de alterar as qualidades das virgens inocentes? — Nunca leio-se, Rodrigo! Qualquer coisa é este respeito? — Oh, infame raptor! — Onde escondeste minha filha? Infernal como és, de certa enfeitiçaste! Apelo para todos os seres dessentidos, se não fossem ter sido presos por cadeias mágicas, como uma jovem tão formosa e terna, tão feliz, tão avesso ao casamento, que evitava a presença dos nocebos ricos e de cabelos anelados e inossustados. — Como poderia expondo-se a irrisão de toda a gente fugir de seu guardião, para brigar-se no céu escuro e cheio de foligem de uma coisa como esta, mais feita para susto causar do que qualquer galete? — Sirva de testemunha o mundo inteiro de como praticaste encantamento com ela, abenomináveis! Abusaste de sua nocidade inexperiente, com inúmeras drogas, de quem o espírito atua e o enfraquece! — Vou prová-lo! É fato indiscutível, evidente! Por isso te detenho e prendo-o como embusteiro universal, que exerce arte ilegal proibida pelo Estado. Prendê-lo logo, caso vos resistas, ai de força, embora com o perigo de perder ele a vida! E Brabantio continua. — Oh, minha filha! Oh, minha filha! Minha filha! O doide de senadores pergunta. — Morta? Brabantio responde. — Sim, para mim! Foi seduzida, foi me roubada, corrompida por feitiços e drogas adquiridas de embusteiros, para que se desgarre a natureza por modo tão absurdo, sem que seja nem defeituosa, coxa dos sentidos, nem privada de vista. É necessário que haja feitiçaria. O doide fala. — Seja quem for que tenha usado estes processos vis, para deixar privada a vossa filha do juízo, é assim vós mesmos de nossa própria filha. O sanguinário livro das leis havia de interpretá-lo como vos aprover, no mais amargo sentido das palavras. Sim, ainda que nosso próprio filho fosse objeto de tal acusação. Brabantio fala. — Humildemente vos agradeço! Aqui se encontra o homem, este mouro, que foi, ao que parece, por especial recado aqui chamado para assuntos do Estado. Doide, senadores. Penaliza-nos semelhante notícia. Doide, Autelo. — E vós que tendes sobre isso a responder? Autelo estaleceu a defesa. — Não sou de Órtiga, nem de Rhodes. Se algum tempo fui mouro e teu escravo, na guerra e no combate me sedia, e com muitas desventuras e muitos desastres, aqui trago meu corpo ao Estado, que tanto uso fez da minha espada. Muito acatados os graves e potentes senhores, muito nobres e aprovados mestres em tudo justos, que eu tivesse raptado a minha filha deste senhor velho. É mais do que verdade, como é certo já tê-lo desposado. A fronte e o cimo da minha ofensa vão até esse ponto. Nem mais nem menos. Surrude, sou de fala, estranha doce linguajar da páscoa, e desde que esses braços alcançaram a força de sete anos até agora, deduzidos algumas nove luas, tão somente mais ados se empregaram com mais amor do que as ações dos campos abarracados. Sobre muito pouca coisa posso falar no vasto mundo, se não for de batalhas e contendas. Por isso, quando exponho assunto próprio, não saberia orná-lo com vantagens. Mas, se vossa graciosa paciência me permitir, um pálido relato farei. Sem disgressões de todo o curso de meu amor, que drogas, que feitiços, que conjuros, que mágica potente, pois disso tudo agora é que me acusam. Usei para ganhar a filha dele. Iago fala. Podes contar comigo. Vai, arranja dinheiro. Já te disse muitas vezes e toma de zelo pela centésima vez. Odeio o Mouro. Tenho para isso motivos arraigados no coração. Não me faltam. Também para uso razões igualmente ponderosas. Unam-nos, portanto, para nos vingarmos dele. Se lhe puseres um par de chifres, para ti será um prazer, e para mim um divertimento. O seio do tempo encerra muitos acontecimentos que terão de concretizar-se. Em frente. Marcha. Trata de arranjar dinheiro. Da manhã voltaremos a falar sobre isso. Adeus. Vai, adeus. Põe bastante dinheiro na bolsa. Sai Rodrigo. Assim, um tolo, faço minha bolsa. Profanaria meus conhecimentos se gastasse meu tempo com o idiota desta marca, a não ser para proveito próprio ou por distração. Odeio o Mouro. Há quem murmure que ele o trabalho já fez em meus lençóis. Se é certo, ignoro. Pelo sim, pelo não. Agir pretendo como se assim realmente houvesse sido. Tem minha afeição, meu plano, desse modo, sobre ele via atuar com mais certeza. Cássio é um homem de bem. Ora, vejamos como eu posso alcançar o lugar dele e enfrentar meu desejo com dobrada patifaria. Como? De que modo? Reflitamos. Deixar passar o tempo, lembrar-lhes os ouvidos, declarando-lhe que Cássio mostrar minha intimidade com a mulher dele. O exterior de Cássio e seu todo insinuante e predispõe a tomar-se suspeito facilmente. Foi feito para seduzir mulheres. Da natureza é o Mouro livre e aberto. Honesto julga quem aparenta. Tão só honestidade. Sem trabalho pelo nariz poderá ser mervado. Tal qual os asnos. Pronto. Já está gerado. À noite o inferno está à luz. Aonde trazer o plano eterno. Sai. Aí, Rodrigo. Responderei por tudo. Mas pergunto-vos, senhor. Se for com o vosso assentimento, vosso sábio conselho, como quase fico a pensar? Que a vossa linda filha, na calada de noite tão escura, saiu em companhia de um sujeito nem melhor nem pior do que um velhaco por qualquer alugado, nem um goleiro. Para os abraços torpes entrega-se o Mouro luxuoso. Se realmente sabês de tudo e concordais com isso, bem, nesse caso é certo ao vos fazermos inominável e atrevida ofensa. Mas se desconhecês o que se passa, ensina-me o costume que não tendes a razão de censurar-nos desse modo. Não criais que tão falho eu vos declaro. Se não lhes destes permissão, muito grave pecado cometeu, unindo o espírito à beleza, o dever e seus haveres, ao estrangeiro andeja desgarrado, aqui e de toda parte. Convencei-vos, nesse momento, se eu no quarto dela for desachá-la, mesmo em toda casa. Entreguei-me à justiça da república por ter enganado-os desse modo. Iago fala. — Ora, senhor, sou uma dessas pessoas que me negariam a servir a Deus, se fosse o diabo que lhes ordenasse. Por que viemos prestar-vos um serviço, e nos tendes na conda de velhacos? Quereis que vossa filha seja coberta por um cavalo berbere, e que vossos netos relinchem atrás de vós? Quereis ter cordéis como primos e jinetes como parentes? — Otelo, nada disso! Não posso deixar de ter Desêmula como virtuosa! Iago. — Vida longa tenha ela assim! Eu vos também, guardando a semelhante certeza. Otelo. — No entretanto, como pode transviar-se a natureza? Iago. — Sim, esse é o ponto. Para falar franco a convosco, recusado a ver propostas de casamento de sua própria terra, estado e parentesco, em que se achara conforme tudo a própria natureza, — Ah! Pode-se farejar, no caso de uma vontade mais do que corrupta, instintos pervertidos, pensamentos contrários à natura. Mas perdoai-me, não avanço essas coisas, tendo em vista a ela precisamente, muito embora chegue a recuar. Seus desejos possam haver de encontro às vezes mais sadios, e com seus compatriotas. Confrontar-vos, levando-a porventura a arrepender-se. Otelo. — Adeus! Adeus! Se de algo mais souberes, não deixe de contar-me da tua esposa em que o bem se despia-la. Deixe-me, Iago. Iago. — Despeço-me, senhor. Retirando-os. Otelo. — Por que casai? Essa criatura honesta sabe demais, muito mais do que revela. Iago. — Que amor ele tem, acaso? É o que acredito. Que ela o ame. É quase certo e compreensível. O mouro, embora eu o suportar, não o oposta por natureza firme, nobre e amável, tendo eu plena certeza de que ele há de ser o marido ideal para o desdémono. Mas eu também a amo. Não por simples concupiscência, muito embora eu seja passiva dessa grande falta. Não. É para saciar minha vingança, pois suspeito que o mouro luxuoso pulou da minha cela, pensando esse que, como mineral nocivo, me corrói às entranhas, sem que nada possa ou deva deixar minha alma aliviada antes de virmos nisso a ficar quites. É mulher por mulher. Falhando o plano, farei tal ciúme despertar no mouro, que não possa curá-lo o raciocínio. Para isso, caso esse sabujo de Veneza, que até ela sempre trago, saiba encontrar o resto e correr firme. Pegarei Miguel Cássio, pelo flanco, pois temo que ele também tenha usado o meu gorro de dormir. Assim, o mouro me amará. Ficar-me, há reconhecido, em um prêmio que me dará, por eu ter feito dele um asma completo, e ter privado a paz e o desfile. Aternazá e azor bater na loucura. Aqui está tudo. Meio confuso, é certo. Mas a inteira nunca se mostra. Nunca. A bandalheira. Otelo. Iago é uma pessoa honesta. Boa noite, Miguel. Quanto mais cedo formos vindos amanhã falar-me. Adeus, Bêmona. Vamos, querida. Já fizemos a compra. A hora é preciso saber aproveitá-la com juízo. Cássio. Então, muito bem. Não devemos imaginar que eu esteja embriagado. Montano. A esplanada, senhor. Espere. Aguarda. Iago. Um soldado que César não desonra. Digno de comandar. Mas vende o vício. Equinócio. Adequado de seu mérito. Um tão longo quanto o outro. Faz-me pena. Temo sinceramente que a confiança que eu tenho nele deposita. Posso ser, ora, asiaga, sacudir esta ilha. Montano. Fica assim muitas vezes? Iago. Sempre o prólogo. Esse é o dono. Esse é do sono dele. Por duas voltas completas do relógio, ele consegue ficar decente nela. Quando eu vim, eu não lhe sacude o leito. Montano. Bom, seria que o general falassemos sobre isso. De certo, ele não era tudo. Ou, porventura, sua bondade e louva em casa apenas a virtude aparente. Sem, das faltas, tomar conhecimento. Não é verdade? Entra Rodrigo. Iago. A parte a Rodrigo. O que há de novo, Rodrigo? Por biséculo. Lide atrás do tenente. Sai Rodrigo. Montano. É lastimável que o nobre mouro arrisque um lugar desses. E a importância é logo após o dele. Com o sujeito taxado de fraqueza, a sua honesta fora alguém com o mouro falar a esse respeito. Iago. Nem mesmo por essa formosa ilha, gosto muito de Cássio e de fazer todo o possível para curá-lo dessa enfermidade. Mas, escutar, que barulhinha era essa? Iago. Não me aperte assim. Preferia que, da boca a essa língua, me cortasse, a ofender de algum modo a Miguel Cássio. Mas, convencido, estou de que, na verdade, mal nenhum lhe fará. Eis como tudo se passou, general. Eu e Montano a conversar, estávamos de súbito a gritar por socorro. Entre o sujeito seguido por Cássio, que, de espada desembanhada, aponta-se encontrar a descer-lhe um golpe. Este fidalgo senhor deteve Cássio, procurando demovê-lo do intento. Eu saí logo em pós do tipo que corria aos berros, para ver se evitava-se que seus gritos, como se deu de fato, provocassem uma norma na cidade. Mas, altado de pés velozes, ele, em pouco tempo, me frustrou em tensão, tendo eu achado a mais prudente voltar, por ter ouvido o tininho de espadas exaltadas juras proferidas por Cássio. Que eu tinha, impossível fora acreditar, até esta noite. Ao retomar, porque tudo isso, fora de alguns momentos, encontrai-os engolfinhados, em defesa e ataque, tal como estava, quando aqui chegasses, para vir separá-los. É tudo quando sei sobre este assunto. Mas os homens são homens, e, por vezes, o melhor pode errar. Embora Cássio havesse feito alguma ofensa ao outro, pois, quando arrebatados, machucamos até o melhor amigo. Estou convito de que ele recebeu, do que fugir a uma destas injúrias nunca ouvidas, que, admitir a paciência, não consegue. Otelo Iago, se bem que tua honestidade e teu bom coração, a hora te levam a atenuar este assunto, para que ele pense menos em Cássio. Cássio, estima-te, mas nunca serás meu oficial. Entra dezembro na acompanhada. Vede, acordaram-me até na esposa. A Cássio. Um castigo exemplar, pretendo darte. Cássio. Boa noite, honesto Iago. Sai. Quem poderá dizer que eu represento o papel decelerado? Seu conselho, que eu dei, é honesto e leal. Muito plausível, e, em verdade, o caminho para o Moro vai a reconquistar? Sim. Porque é muito fácil conseguir que o complacente Desdêmona se empenhe em qualquer súplica honesta. É da divosa com a terra, e para obter do Moro qualquer coisa. Muito embora, para ele, se tratasse de abrir mão do batismo, das insignas e símbolos de uma alma redimida. Tanto ele, e o coração, traz encadeado na aflição do Desdêmona. Que tudo fazer ou desfazer-lhe, ela consegue. Como entender? Reinando, como uma deusa, sua vontade sobre o fraco esposo. Estarei sendo, acaso, um acelerado, por ter mostrado a Cássio esse caminho que vai dar ao seu bem diretamente? Divindades do Inferno. Quando os gelos querem dar corpos, mas nem são dos crimes, celestial aparência lhes empresta. Tal como agora faço. Pois, enquanto este investiu honesto, pede à bela Desdêmona que cure sua sorte. Ela, sobre isso, insiste junto ao Moro. Veneno deitarei no ouvido dele. Como dizer que ela o faz só por luxúria? Quanto mais houver feito, ela por ele. Mas, junto ao Moro, há de perder o Cássio. Transformarei em peça a virtude. E, com a própria bondade, apresto a rede que há de todos pegar. Otelo. — Quem? Quem? Que penso, meu senhor? Oh, pelo céu! Ele me serve de eco. Só parece que traz no pensamento um monstro horrível. Horrível por demais. Para ser visto. Alguma coisa deve ter em mente. Há pouco, quando o Cássio se afastava e algo dissesse-me. Isso não me agrada. O que é que não te agrada? É o declarar que ele me confidente me servia. Quando eu fazia corte à minha esposa. Exclamaste. Realmente? E contra este. Fechaste o sobresenho. Parecendo que tracavas. Então, dentro do cérebro, alguma ideia terrível. Cássio, me amas. Revela-me o que pensas. Iago. Sabei, senhor, quanto vos quero bem. Otelo. Sei disso. E, por saber que és honesto quanto a afeição alheia albergas, e que pensas tuas palavras antes de suflar-lhes, o sopro é animador. Mas, em tranquilo, me deixo interrompê-las. Se essas coisas se passaram com algum sujeito à tua, sem lealdade nem fé, eu as tomarei por manhas habituais. Eu, em se tratando, porém, de um homem justo, são avisos e delações sinceras, escapadas de um coração que dominar não pode em seus próprios movimentos. Iago. Ao pai dela enganou-o, com despousar-vos ao fingir que tremia a vossa vista. Mas, vó, era feiçoada. Otelo. Isto é verdade. Iago. Tirai a conclusão. Uma donzela que finge a ponto de deixar os olhos do pai como vendados, obrigando-o a achar que era feitiço. Mas, conversa-me, passiva de censura. Me dê bem de vós, peça-me que me perdoais por tanta amizade. Emília. Fico contente por ter achado justamente esse lenço, que é a primeira lembrança a ela ofertada pelo Moro. Meu externo marido, uma cem vezes, me pediu que o roubasse. Mas, tão grato para ela é o mimo, por pedir-lhe ao esposo que o conservasse sempre. Que a toda hora o traz consigo e o beija. E com ele fala. Mandarei que me tirem uma cópia e darei este a Iago. Qual a sua intenção, não sei dizê-lo. Mas seus caprichos me despertão zelo. Que lenço? Ora, que o Moro deu como primeiro mimo de seu amor, que me mandaste tantas vezes roubar. Iago. Dela o tiraste? Emília. Por descuido, ela o deixou cair. Aproveitando o ensejo, estando eu perto, levantei-o do chão, e ele o aqui ouve. Diz. És uma rapariga e tanto. Dá-mo? Finde que nada sábio tem emprego para ele. Podes ir. Sai, Emília. Dentro do quarto de casa, jogarei o lenço, para que ele o venha a encontrar. As ninharinhas leves com o ar. Para quem tencione, são verdades tão firmes como trechos da Sagrada Escritura. Disto pode sair alguma coisa. O veneno já produziu alterações no Moro. Certos conceitos são por natureza verdadeiros venenos, que de início não provocam nenhuma repugnância, mas logo que no sangue atuam. Queimam como mina de enxofre. Não me engano. Ele o que chega. Entra o telo. Agora, nem Papoula, Mandágora, nem todos os xaropes sonorantes do mundo poderiam dar-te de novo o doce sono de ontem. O telo. — Ah! Ah! Ela a enganar-me? Iago. — Então, meu general, pare com isso. O telo. — Retire-te! Retire-te! Fuseste-me a tratos. Pelo céu é preferido ser enganado muito a saber pouco do que se passa. Iago. — Como, meu senhor? O telo. Que percepção eu tinha de suas horas roubadas de luxúria! Não sabia de nada. Não pensava em coisa alguma. Não me compunha. A noite toda dormia bem. Livre me achava e alegre. Não encontrava em sua boca os beijos de cássio. Quem não dá por falta nunca de algo que lhe tirasse? Continue na ignorância, pois nunca fui roubado. Iago. — Entristece-me ouvir-nos-vos. O telo. Feliz teria sido, muito embora tudo o campo, inclusive a recovagem, e tivesse provado doce corpo, sem que o reconhecimento houvesse disso. Oh! Mas agora, adeus tranquilidade de espírito! Oh! Adeus contentamento! Para sempre! Em virtude, mudam toda ambição. Adeus! Adeus! Adeus cavalos relixantes, trofas velhicosas, tambores animosos, pífaros, estridentes, reais bandeiras. Tudo o que o orgulho constitui. A pompa e a aparelhagem da gloriosa guerra. Eu vou também adeus mortais e engenhos, cujos absurdos mergantas os estrondos derrotantes imitam do alto jovem. A obra do telo já não tem sentido. Iago. — É possível, senhor? O telo. — É a prova de que minha mulher é prostituta. Fica aí certo. Quero prova evidente, ou pelo mérito de minha alma imortal. Melhor que fora teres nascido, cão, que responderes agora se a minha cólera é desperta. Iago. — Chegamos a esse ponto, ô telo? Quero prova visível, no mínimo uma coisa que não me enganche ou me empresilhe, onde a dúvida possa pendurar-se, senão a ida de tua vida. Iago. — Muito nobre, senhor. O telo. Quase me torturas, rezar já nos precisas. Abandona todo o remorso sobre o horror e empilha novos horrores, com teus crimes fazer chover no céu. Estarrecer a terra não acrescentarás mais nada à tua condenação, que aquilo sobrepude. Iago. — Ó graça, céu amparar-me! Sois homem? Tem desalma e sentido. Deus vos guarde, tirai-me ao posto. Ô desgraçado idiota, terei vivido até hoje, para veres taxar de vício tua honestidade. Mundo monstruoso! Toma nota, mundo! É perigoso ser sincero e honesto. Agradeça a lição. Mas, doravante, renuncie à amizade, pois ofensa pode causar quem em isso menos pensa. Ô telo! — Não! Fica! Deveria ser honesto. Iago. — Não! Devera ser sábio. A honestidade como tolo ao patrão só dá prejuízo. Ô telo! — Pelo mundo! Ora penso que é virtuoso, ora penso que é infiel. Sincero te acha, ao mesmo tempo, falso. Quero prova. O nome dela. Que era tão singelo como o rosto de Diana. Ora se encontra como meu próprio rosto, negro e sujo. Se acordas ainda ao ver fracas venenos, fogo ou água asfixiante, então não heis de suportar esse insulto. Ó, se eu tivesse uma prova qualquer! Iago. — Meu senhor, vejo que a paixão vos corrói. Arrependido me sinto por ter sido a causa disso. Querereis uma prova? Ô telo! — Quereria! Não! Quero! Iago. — Poderes tê-la de que modo? Como, às vezes, devo-os dar por convencido. Aberta a boca, ficaria no poço do espectador estúpido no instante de que ela for coberta? Ô telo! — Morte e inferno! Iago. — Quero crer que seria uma tarefa assagificultuosa convencê-los a se deixarem ver sobre esse aspecto. O demo que os carregue. Se possível, for olhar de mortal estirante o deles. Vê-los deitados juntos. O que me resta para dizer? Que provas posso dar-vos? Não será possível dizer tal coisa. Embora dentes fossem como bodes, quentes como os macacos, luxuriosos como lobos nocio e tão grosseiros como o ser mais alvar. Quando embriagado, contudo, vos vereis. Se alguns indícios circunstanciais de peso que conduzem diretamente à porta da verdade vos deixarem convicto, à vez de tê-las. Ô telo! — Dá-me a prova real de que ela é falsa. Iago. — Não me agrada esse ofício. Já que fui tão longe nesse caso, levado pela natidade estúpida é amizade. Tão só não me detenho. Passei com Cássio uma das noites últimas, mas, por estar sentindo dor de dente, não pude dormir. Ora, há pessoas de alma tão alargada que, no sono, revelam seus negócios. Cássio é dos tais, pois, estando a dormir, ouvir quando ele murmurava. Desdêmona querida, sejamos cautelosos e encobramos bem nosso amor. Então o senhor, pegando-me das mãos e as apertando, suspirava. — Ó, criatura adorável! E beijava-me com tamanho furor, como se os beijos pela raiz colhessem de meus lábios. Depois a perna colocou por cima de minha coxa, suspirou e beijou-me de novo e disse. — Ó, fada amaldiçoada! — Que foi entregar para esse mouro? Iago. — Ignorava esse fato. Porém, não tenho certeza de perana hoje ter visto Cássio passar na barba um lenço desses, que fora de sua esposa. — Ô telo! — Estou sofrendo de um catarro importuno, por observo que empresta-me teu lenço. — Desdêmona! — Ei, lô senhor! — Ô telo! — Aquele que eu vos dei! — Desdêmona! — Não o tenho aqui, ô telo! — Não? — Desdêmona! — Realmente, senhor! — Ô telo! — É grande falta. Esse lenço foi dado à minha mãe por uma egípcia. Era um feiticeiro que podia ler quase os pensamentos das pessoas. Disse-lhe, então, que, enquanto eu conservasse grata, meu pai seria. E ao amor dela, preso o teria sempre. Mas, no caso de perdê-lo, o presente é fazer dele. Os olhos de meu pai, com repugnância, passaria a vê-la, e seu espírito correria após outras fantasias. Ao morrer, minha mãe modeou-o de herança, tendo recomendado que, no instante que meu destino me trouxesse à esposa, com ele apresenteásse-a, o que já fiz. — Tomai cuidado, pois eu tendo é sempre como jogar tão cara quanto os olhos. Perdê-lo, ou, quando alguém fará desgraça, por proporções incríveis. — Desdêmona! — É possível? — Ô telo! — É como estou dizendo. Seu tecido contém virtude mágica, por uma sibila, que na terra já contaram com só duzentas voltas, foi bordado durante acessos de furor profético. Deu vermes consagrados, viera o fio. Que o tinto foi no suco retirado de corações de virgens e habitualmente conservados até então. — Desdêmona! — Realmente é certo? — Ô telo! — Mais do que certo. Assim tomai cuidado. — Desdêmona! — Quem dera, então? — Que nunca houvesse visto. — Ô telo! — Ó, por quê? — Desdêmona! — Porque me causas venfalais assim brusco e violento. — Ô telo! — Foi perdido? — Como? — Diz-a-me! — Não podeis achá-lo? — Desdêmona! — O céu nos abençoe. — Desdêmona! — Perdido não se encontra. Mas no caso... — Ô telo! — Como? — Desdêmona! — Repita! Não está perdido. — Ô telo! — Então trazei-o aqui. Desejo vê-lo. — Desdêmona! — Ora, senhor. Faria. Se eu quisesse. Mas não agora. Vejo que isto é um meio para que vos façam meu pedido. Por obsequio, chamei de novo Cassio. — Ô telo! — Ide buscar o lenço, meu espírito. O presente é algo funesto. — Desdêmona! — Vamos! Vamos! Não achareis ninguém mais competente. — Ô telo! — Desdêmona! — Por favor, falai de Cassio. — Ô telo! — O lenço! — Desdêmona! Uma vez que durante toda a vida afundou sua fortuna sobre nossa amizade e sempre esteve nos perigos convosco. — Ô telo! — O lenço, digo! — Desdêmona! — Sou indigno de censura. — Ô telo! — Fora! Fora! — Sai! — Emília! — Então este homem não será seu mento? — Desdêmona! Nunca ouvi assim antes. É certeza conter aquele lenço algo de extraordinário. Desolada me sinto com sua perda. — Emília! — Três anos são suficientes para conhecermos os homens. São estômagos, somente, e nós, os alimentos. E todos eles nos devoram com ânsia, mas é preto nos vomitar. — Ô Cassio, meu marido! Entram Iago e Cassio. — Iago! Não há outro caminho senão esse. É lado de consegui-lo. — Ó! Quanta sorte! Insisti junto dela. — Desdêmona! — Então, bom Cassio, o que há de novo convosco? — Cassio! — Ainda e sempre, minha senhora. Aquele meu pedido. Peço-vos que, por vossa interferência virtuosa, eu existir outra vez possa, votando a ser membro da amizade de quem com todo o coração venero. Basta de lações. Serei a falta tão moral em sua figura que os serviços passados, as tristezas do presente da disseminação de comportar-me melhor para o futuro não conseguem devolver-me a amizade de meu chefe, que ao menos disso eu possa ter certeza. Já me fizera bem, pois, assumira a alegria forçada, me dispunha a aguardar o que a sorte me prestasse por vias diferentes. — Desdêmona! — Ó! Três vezes, amável Cassio! Minha intercessão neste momento está desafinada. O telo está mudado. Não me fora fácil reconhecê-lo. Seu caráter alterado tivesse, como o rosto, tão certo como eu desejar a ajuda dos espíritos do alto. Vossa causa foi por mim defendida com carinho, chegando eu até mesmo a transformar-me no seu desgosto pela minha fraqueza de falar. É necessário mostrar-lhes vosso paciente. Farei com que me for possível. Farei mais ainda do que me atreveria em causa própria. Que isso vos satisfaça por enquanto. — Iago! O general agora está irritado? — Emília! Saiu daqui agora mesmo, em certo estado de estranha agitação. — Iago! Ele irritado? É incrível! Muitas vezes, muitas! Como que não lançar seus ombros pelos ares e, como atrós demônios, seu próprio irmão dos braços arrancar-lhe? Mostrar-se ele irritado? Alguma coisa de grave aconteceu. Vou procurá-lo. Se está irritado é que há motivo sério. — Desdêmbola! — Faz isso! Faz isso! Por obsequio! — Sai, Iago! Algum negócio, certamente, de estado ou de lendeza ou com lúio, talvez aqui de Chipre, turvou-lhe o claro espírito. Em tais casos, na natureza humana é muito próprio irritar-se por coisas despiciendas quando se ocupa com razões de peso. É sempre assim. Quando nos dói o dedo, aos membros são eles que transmitem o incômodo. Não pensamos que os homens sejam deuses. Esperar deles não podemos sempre tratamento de noivos. — Mas tem muita razão, Emília. Para censurar-me, pois me portei como uma guerreira injusta, na alma o acusando de ter sido duro. Mas vejo que peitei as testemunhas e o acusei falsamente, Emília. — Traza aos céus que só sejam mesmo assuntos de estado, como credes, não caprichos nem venetas de ciúmes, que vos digam respeito muito de perto, Desdêmona. — Ódio e falso! Nunca lhe dei motivo para tanto, Emília. — Mas os ciúmes não atendem a isso. Não preciso de causa para o ciúme. — Tem ciúme, nada mais. O ciúme é um monstro que gera em si mesmo e destina-se, Desdêmona. — Que o céu proteja o espírito de Otelo, de semelhante monstro, Emília. — Amém, senhora, Desdêmona. — Foi procurá-lo. Neste e-mail, Cássio, ficai passeando aqui. Se eu achar disposto, pletearei na vossa causa. Sem recurso nenhum deixar de lado. — Cássio, agradecido, vos fico humildemente. Saem Desdêmona e Emília entra Bianca. — Bom dia, amigo Cássio. — Cássio, que negócios vos tiraram de casa? Como passa a minha formosa Bianca? — Francamente, caro amor. — E agora procurar-vos, Bianca. — E a vossa casa eu também ia, Cássio. — Uma semana ausente, sete dias e sete noites. Cento e sessenta horas com mais oito horas de quebra. E horas passadas longe do amanhã. Mas que longas são cento e sessenta vezes do que as horas do mostrador. Ó cálculo pernoso! — Cássio, Bianca, perdão. Todo esse tempo estive deprimido por precauções de chumbo. Mas, quando eu dispuser de alguma folga, riscarei essas dívidas de ausência. Querida Bianca, dando-lhe o lenço Desdêmona, tira cópia disso. — Bianca. — De onde veio isto, Cássio? — Algum presente deserto de outra miga. Agora entendo o motivo da ausência tão sentida. — Chegamos a esse ponto? — Muito bem. — Cássio, sai daqui, mulher. — Jogai aos dentes do diabo vossas infernais suspeitas. Foi dele as recebesse. Só ficaste com ciúmes por pensar-lhes que é lembrança de alguma miga. Podeis crer-me, Bianca. Juro que não. — Bianca. — Ah, então a quem pertence? — Cássio. — Não sei, querida. Achei eu no meu quarto. Mas vocês trabalham. — O que certo não demora. Quero mandar copiar esse desenho. — Levai-o, pois, deixando-me sozinho. — Bianca. — Deixai-vos? Para quê? — Cássio. — Estou aqui, o general, e peço-lhe uma vantagem por eles visto, na situação de amaredado. — Bianca. — E o motivo, senhor? — Cássio. — Não é por falta de amor da minha parte. — Bianca. — É só por falta de amor de vossa parte, por observo acompanhar-me um pouco e declarar-me se ainda vos tereis antes da noite. — Não posso acompanhar-vos muito longe, pois, nesse ponto, espero que será logo. — Bianca. — Que assim seja. Terei de conformar-vos. — Sai. — Arranja-me algum veneno, Iago. Esta noite não quero ter com ela nenhuma explicação, de medo que seu corpo e seus encantos me desarmem a intenção. Esta noite, Iago. — Iago. — Não deveis recorrer ao veneno. Estrangulai-o, Leá. — No leito. — No próprio leito que ela poluiu. — Otelo. — Bem. Bem. Agrada-me essa justiça. — Muito bem, Iago. — A meu cargo é essa tarefa. Lá, pela meia-noite, ouvireis mais alguma coisa a esse respeito. — Otelo. — Excelente. Ouve-se dentro de um toque de trombeta. — Que trombeta é essa? — Iago. — Notícia de Veneza, certamente. É Ludovico, enviado pelo Doge. — Evede. — Vossa esposa vem com ele. Entrou Ludovico Desdemona e Secto. — Ludovico. — Deus vos guarde. — Mui digno, general. — Otelo. — De todo o coração vos agradeço, Ludovico. O Doge e os senadores de Veneza vos enviam saudar. Entrega-lhe uma carta. — Otelo. — Deijo esse intérprete das ordens deles todos. Abre a carta e lê. — Desdemona. — E as novidades? — Bom primo, Ludovico. — Iago. — Muito alegre, senhor. — Signor. — Me deixe a vossa vista. Seus bem-vindos a Chipre. — Ludovico. — Agradeço. E como passa o tenente Cássio? — Senhor. — Iago. — Senhor. — Vivo. — Desdemona. — Houve uma certa desavença, primo. Entre ele e meu marido. Mas espero que possa reconciliá-los. — Otelo. — Tenho a certeza disso. — Desdemona. — Como, meu senhor? — Otelo. — Não deixei de fazê-lo quando o verdes. — Ludovico. — Não vou chamou. A carta é o que preocupa. — Desdemona. — Muito de lastimar. Daria tudo para reconciliá-lo. Pelo fato de que de quei sempre a Cássio. — Otelo. — Fogo e enxofre. — Desdemona. — Meu senhor. — Otelo. — Sois discreta? — Desdemona. — O que acontece para ele estar zangado? — Ludovico. — Com certeza isso é a feita da carta. Parece-me que a ordem deve ir para Veneza, deixando Cássio aqui no lugar dele. — Desdemona. — Isso me alegra. Podeis crer-me. — Otelo. — É certo? — Desdemona. — Meu senhor. — Otelo. — Eu sempre fico contente por vos ver louca. — Desdemona. — Por que causa, Otelo? — Otelo. — Demônia. — Dá-lhe uma bufetada. — Desdemona. — Mereci receber isso? — Ludovico. — Houve excesso, senhor. De vossa parte. Ninguém acreditaria isso em Veneza, muito embora eu jurasse que o observara. — Desculpas. — Depedi. — Está chorando. — Otelo. — Ó demônio! Demônio! Se com lágrimas mulher fosse a terra fecundada, cada gota gerará um crocodilo fora da minha vista. — Desdemona. — Já que minha presença vos ofende, eu me retiro. — Faz menção de retirar-se. — Ludovico. — Que esposa tão cordata, senhor! — Tende a bondade de chamá-la. — Otelo. — Senhora! — Desdemona. — Que ordenais? — Otelo. — Diz-lhe agora que quereis dela. — Ludovico. — Eu, meu senhor? — Otelo. — Vós mesmo. — Pediste que a chamasse. — Ela, senhor. — Pode virar uma e mais vezes e ir embora. — Voltar de novo. — Pode também chorar. — Senhor. — Chorar. — É muito cordata. — Assim dissestes. — Muito cordata. — Continuar a chorar. — No que respeita a esse assunto, senhor? — Ó sentimento detentado! — Chamado fui de novo. — Podei sair. — Mandai-vos-ei recado dentro do Dipolco. — Acatarei as ordens, senhor. — Eu voltarei para Veneza. — Fora daqui! — Depressa! — Sai, desdemona. — Deixe o cássio no meu lugar. — Cesaremos junto hoje. — Caro senhor. — Seus movimentos são inúteis. — Deixe o cássio no meu lugar. — Cesaremos junto hoje. — Caro senhor. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Seus movimentos são inúteis. — Nunca é pelas paixões, cuja virtude jamais foi atingida pelos tiros das sortes e arremessos da fortuna? — Iago, está muito mudado. — Ludovico, estará no uso perfeito da razão? Não terá fraca porventura à cabeça? — Iago, ele é o que é. — Manifestar não devo meu juízo. Se ele não é o que deverá ser, provera ao céu que eu fosse. — Ludovico, inconcebível. — Bater na própria esposa.

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