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In this radio program, the host discusses the song "Beija Eu" by Marisa Monte, which is based on a poem by Arnaldo Antunes. They emphasize that the song should be analyzed for its poetic and literary value, rather than focusing on grammatical errors. The host then explains the different functions of language, such as emotive, referential, metalinguistic, poetic, and phatic. They point out that in this song, the presence of the speaker ("eu") is predominant, but the verbs are all in the imperative form, indicating that the focus of the language is on the listener ("tu"). Therefore, the main function of the language in the song is considered to be apelative or persuasive. The host also mentions that the emotive function is present as well. They conclude by highlighting the presence of the conative function in advertising language, where imperatives are used to give orders. Caro ouvinte da Educativa FM Campina, quero destacar mais uma vez a sua honrosa audiência para conosco e mais uma vez estou aqui nos estúdios da 98.9 para mais um Português Sem Cancelamento. E eu quero retomar a canção Beija Eu de Marisa Monte ou interpretada por Marisa Monte, canção produzida a partir de um poema de Arnaldo Antunes para refletir as questões gramaticais. Na audioaula anterior, nós discutimos e refletimos que não é cabível analisarmos essa canção pelo olhar do erro gramatical. Pelo contrário, devemos observar pela percepção da recriação poético-literária. Quando o poeta desautoriza a gramática ou ele secundariza o regamento gramatical, é porque ele quer promover mais sentidos, mais expressões e cabe a nós apreciadores entender, discernir quais os sentidos possíveis daquela canção, daquela poesia. Eu quero focar agora nas funções da linguagem. Nós sabemos que tem a função emotiva, quando ela está centrada no eu. A função apelativa, quando o texto está centrado no tu. A função referencial, quando o texto está centrado na informação. A função metalinguística da linguagem, que é quando o centramento ocorre em definições, em conceitos, em que a língua explica a própria língua. A função poética da linguagem, que é quando nós temos toda uma linguagem subjetiva, abstrata, em que o foco está na forma e não no conteúdo. E a função fática da linguagem, que é quando tem ali diálogos, tratativas, interlocuções. E nessa canção interpretada por Marisa Monte, a presença do eu é predominante. Seja eu, seja eu, deixa que eu seja eu, e aceita o que seja seu, então deita e aceita eu. É predominante a marca do eu. Só que nós temos que prestar atenção que os verbos estão todos no imperativo. Seja, aceita, molha, beija. E isso significa dizer o seguinte, quando um verbo está no imperativo é porque uma ordem está sendo dada a alguém. E esse alguém é o tu, a segunda pessoa da linguagem. Então, nesse caso aqui, o foco da linguagem é o tu. Ordem que o eu está dando a um tu. Aceita eu, deixa eu, receba eu. Então podemos afirmar que predominantemente a função da linguagem aqui é apelativa. Existe um eu que está externando de maneira simples e direta e objetiva seu sentimento, seu querer, diretamente para que um tu resolva essa questão sentimental, esse conflito, vamos dizer assim. Então, gente, muito cuidado. A predominância aqui não está no eu, está no tu. Há uma ordem sendo dada a ele a partir de um eu. Então isso caracteriza a função predominante como conativa ou apelativa e numa função secundária podemos afirmar que a emotiva está presente lá. Está um eu externando. A função conativa também é muito presente no texto publicitário em que tem lá as expressões de apelação para você. Entre, compre, aproveite. Tudo isso é verbo no imperativo em que uma ordem está sendo dada. Certo? Então essa é a mensagem de hoje do seu Português sem Cancelamento. Meu caro João Paulo nos controles de áudio. Muito obrigado pela atenção e até a próxima.