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This is a conversation about a podcast called "Logopatia" that discusses movies and philosophy. The hosts, Dani and Chico, invite guests Raiane and Jean to talk about Brazilian cinema. They mention the history of Brazilian film studios, such as Cinédia, Atlântida, and Veracruz, and discuss the influence of American cinema on Brazilian films. They also talk about the genre of chanchada, which refers to Brazilian comedy films. The conversation touches on the importance of understanding the cultural and historical context of Brazilian cinema. Conexão com a América, Rádio Southland, 96.4 FM. Aqui a gente se conecta. Estamos presentes na Rádio Southland, Free FM, Access Radio Taranaki, Radio Halt Bay e Otango Access Radio FM. E você também pode nos encontrar no seu tocador favorito de podcasts ou no site da rádio. Eu sou a Dani e juntos pode ser... você me dá? Eu sou o Chico e hoje nós receberemos dois convidados de muita importância. Não, gente, hoje é um podcast de verdade. Hoje a gente vai fazer aqui, juntos, o Logopatia na 7 Marte, episódio 93. A gente está recebendo hoje a Raiane e o Jean, que fazem parte do Logopatia, que é um podcast que eu amo. Eu simplesmente ouvi todos já. E eles falam de cinema lá no Logopatia, analisando filmes e falando sobre as coisas que eles gostam e não gostam, analisando a parte filosófica dos filmes. Bom, é um super papo gostoso de ouvir e eu recomendo muito terem um spotify e só procurar Logopatia lá. Na verdade eles não falam de cinema, eles só falam de filmes, igual o Jean acabou de falar pra gente. De vez em quando falam de background de cinema, de o que aconteceu nas filmagens, um diretor ou outro que brigou com o ator. Olha, é o Dionísio do cinema esse Jean. Mas estou fazendo uma breve apresentação aqui, depois eles se apresentarão. O Jean e a Raiane são meus amigos de graduação de filosofia lá na UFMG. O Jean e eu éramos da mesma sala. Raiane, você foi nossa caloura imediata ou duas turmas depois? Caloura imediata. Caloura imediata, né. Então é isso aí, todo mundo lá é filho da UFMG, da filosofia. Não é ainda o programa de filosofia. Eu fui pra lá com a Raiane e não, Raiane, vamos fazer o programa de filosofia que o Chico está me enrolando e não quer fazer. E ela falou assim, ah não, mas é muito complicado. O pessoal leva a filosofia muito a sério. Vamos fazer, Jean, o programa de filosofia? Vamos. Vamos fazer, a gente conversa sobre filosofia. Eu falei pra Dani assim, o que você quer falar de filosofia? Ela, não sei, Raiane. Vamos falar coisas bonitas. Inclusive a gente vai fazer esse programa hoje sobre o que? Sobre o que que é o programa de hoje? A gente chamou eles e tal, não falamos ainda o tema do programa. Então pode falar. É um programa sobre cinema brasileiro. Muitas palminhas. E o que a gente vai falar sobre cinema brasileiro? Tudo e nada também, não sei. Então acho que só de passar a bola pra eles se apresentarem. Sim, já começaram a falar, podem se apresentar e bora começar. Olá. Então, Jean, como você pedisse, entramos na graduação de filosofia em 2008. Lá pra cá são, faz a conta no dedinho aí, já passou um bocado. Lá pra cá a gente concluiu o curso de filosofia juntos. Cada um foi seguir uma parte do processo filosófico. Mudamos de cidade, nos distanciamos por forças de circunstância. Mas é sempre um prazer encontrar, falar, conversar consigo com a Dani. Agora numa situação do outro lado do planeta. Salve, eu sou a Raiane. Obrigada, Cipriani, pelo convite. A minha formação é toda em filosofia e eu gosto muito de cinema, mas igual vou compartilhar um pouquinho com vocês hoje. O cinema brasileiro foi uma coisa que eu descobri muito tarde e comecei a apreciar muito recentemente. Eu vou falar um pouco da minha experiência com o cinema brasileiro. A gente precisa contar uma coisa aqui, porque a gente já mencionou isso várias vezes em diferentes episódios do programa. Essa Raiane que vos fala é a famosa professora de inglês de tudo, gente. Essa é a Raiane, entendeu? Que a gente fala direto. Obrigada pelo carinho. Bom, vocês vão ver que é diferente a pegada dos podcasts. Eles têm um podcast organizado. O nosso é mais espontâneo. Não, mas espera aí, porque a Raiane falou que já escreveu 16 páginas para eu poder falar no podcast de hoje. Então, tem muito conteúdo. Hoje tem roteiro. Roteiro profissional. Tem começo, meio e fim. São só algumas informaçõezinhas. É só para não esquecer. São anotações. Não sei se eu consigo articular tanto. Falando, tentando ser espontâneo, parecendo inteligente. Eu não consigo. Não ficam aquelas leituras. O Chico deve... Nossa área de trabalho é filosofia. A gente se reúne em congresso e um fica lendo texto por outro. É para isso que a gente estuda. É para isso que a gente come. Então, assim, eu vou tentar articular. Da forma mais natural. E daí essas 16 páginas podem virar três linhas. Então, bora começar. Para falar de cinema brasileiro, como é que a gente vai começar? A nossa ideia era meio que dar uma contextualização histórica. E aí a gente vai desembolando. Então, Jão, você quer começar falando da sua grande pesquisa sobre os fenômenos do cinema brasileiro? Acho que você pode levantar a bola para o Jair chutar. Não sei se vai dar certo. Às vezes vai ser uma furada. Mas, assim, o que fundo... Não vai levantar a bola para cortar. A expressão é cortar. Não, vai para chutar. Você manda a bola na área para dar para cabeçar, dar o goleio. A bicicleta do Jair é futeboleira. É verdade. O que que funda o cinema nacional? É um filme? É o quê? Olha, eu acho que... Então, tem o cinema brasileiro, assim, que a gente vê. Filmes produzidos em estúdios. Eles começam, basicamente, década de 30 para cá. Com a Cinédia, que é o estúdio da Cinédia. Aliás, eu descobri nesses estúdios que eles existem até hoje. É mesmo? Caramba! Eles existem há muitos anos, não sei em qual proporção exata que eles existem, mas os estúdios da Cinédia lá, construídos na década de 30 pela Ademar Gonzaga, posteriormente a Globo adquiriu e gravou lá. Malhação, novelas, séries, coisas assim, nos estúdios da Cinédia. Agora, eu sei que eles têm lá um espaço, eu descobri isso nessa leitura que eu fui fazer para a gente conversar aqui, eles têm aí um espaço ali no Bairro da Glória, no Rio de Janeiro. Mas eu acho que deve ser de uma proporção... Com certeza, deve ser de uma proporção muito inferior ao que eles tinham nos primórdios ali. Então, essa fundação de estúdios no Brasil é da década de 30 para cá. Mas me parece que existe um precedente de filmes anterior, do final do século XIX, finalzinho mesmo do século XIX até essa década de 30, que tem alguma coisa produzida mais aleatoriamente, não sei se é essa parte... Eu vi que era mais... que era pouco, pouca coisa de ficção, que era mais documentário, registros, mais uma coisa meio que registros do que filme mesmo como a gente pensa, quando a gente pensa em cinema. Isso. Eu acho que é uma coisa muito que causa, seja, não sei, parecida com a própria história do cinema como um todo, que antes eles filmavam o trem chegando na estação, pessoas saindo da fábrica, então, eu acho que talvez seja mais nesse sentido. E no Brasil não surgiu muito disso. Aí também, um dos responsáveis pelo início do cinema brasileiro, não sei se... Peguei você aí? Não, nem vi. Você não tá ouvindo aqui, não? Ah, mas não precisa perguntar nem não, já. Tá tudo bem, se pegar. Nossa, um dos mais importantes diretores dessa primeira fase é o Humberto Mauro. Tem o filme Humberto Mauro em Brunos e tal, ele é um mineiro que foi lá trabalhar em alguns filmes importantes na época, um dos primeiros, que chama Ganga Bruta, foi um dos primeiros filmes, salvo engano, eu acho que ele tem um filme antes da Cinédia, de 1928, também, mas aí me foge o nome. E depois ele foi o responsável por essa produção dos filmes nesse primeiro momento. Só para deixar, eu acho que o Humberto Mauro foi o responsável por essa produção dos filmes nos primeiros momentos. Então, peraí, deixa eu ver se eu tô acompanhando para os nossos ouvintes e as nossas ouvintas também verem aí se eles estão acompanhando. Cinédia, então, é o nome de estúdios de cinema no Rio de Janeiro. É uma produtora, né? É uma produtora, é. O que a gente só fala de produtora e tal, não sei. E ao mesmo tempo... É tipo a Paramount. E ao mesmo tempo é o nome de um período do cinema brasileiro, é isso? É, não, assim, esse primeiro contexto do cinema brasileiro é o nome do estúdio, né? E aí, nesse contexto, nessa primeira fase, que se produziu muita chanchada, não a porra da chanchada, que é uma coisa passaria, mas as chanchadas, os filmes de comédia, eles são desse contexto, assim, que vai até o finalzinho da década de 50, embora um pouquinho ali na década de 60, mas aí são três grandes estúdios, o Atlântida, o Cinédia e o Veracruz. O Cinédia é o primeiro, o Atlântida é o segundo grande estúdio e o Veracruz é o terceiro. O Veracruz existe por um curto período de tempo, eu acho que cinco, seis anos. O Atlântida, eu acho que é o mais conhecido, né? Esses nomes que a gente conhece, né? Mazzaropi, Oscarito, Grande Otelo, Carmen Miranda, eles são... A Carmen Miranda, em específico, ela trabalhou mais nesse período do Cinédia, né? Ela trabalhou mais no início do Cinédia. O Atlântida, eu acho que é um dos mais conhecidos, mas é o que menos acervo nos restou porque teve um incêndio que destruiu tudo que eles tinham, eu acho que sobraram três filmes, uma coisa assim. E o Veracruz é o menor, o que durou por menos tempo, 26 anos, mais ou menos. Mas é isso, o contexto desse primeiro momento do cinema brasileiro, que vai... que, assim, tem de um recorte, produziu essas comédias, essas tranchadas e eles são muito, principalmente o Cinédia, da década de 30, eles são muito influenciados e até com um grau de investimento ideológico e tal, dos estúdios dos Estados Unidos. Se a gente pensar assim e contextualizar, Oi? Na era do pós-guerra, assim. Isso, entre as guerras ali, da década de... Mas, principalmente, eu acho que o marco aí é o... grande marco aí é a crise de 29. E destrói os Estados Unidos, né? Destrói no sentido econômico, né? Tem uma grande crise. E aí, eu acho que é dentro desse processo de difusão da cultura americana, até para uma difusão de consumo de produtos americanos, tem um incentivo muito grande ao cinema. Eles levam a carne veranda para lá. Se a gente pensar o... pegar o... aquele personagem da Disney, ao Disney, o Zeca Carioca, desse contexto. Então, assim, eles estão fazendo a cultura americana através do cinema, através de fazer, tipo, um intercâmbio. A gente produz, eles levam os artistas brasileiros para se apresentar lá. É desse contexto, assim, da cinéria, da década de 30. A famosa dominação ideológica via soft power. Isso. Não, mas não é uma filosofia. Não, mas isso é política, isso é filosofia. Mas, aqui, deixa eu te perguntar um negócio, porque o termo eu acho muito curioso e eu não sei de onde vem. Eu sei não, mas a chanchada, eu imagino que ela seja... ela se referencia àquelas comédias, né? Aquela coisa do samba... É comédia e drama com música. E tem alguma coisa a ver também com aquela herança do gênero burlesco, eu acho, não tem um trem assim? É, são sempre comédias muito... estraçadas, assim, de... reticularizando, então... sem muito... conteúdo... reflexivo, talvez. Eu também não tenho tanta informação, tanto conhecimento disso, não. Mas... A do som mais pra frente também, né? O que, a partir dos 50? Não, acho que é dos 30 já, dos 30 até os 60, não é? É, dos 30 até o final dos 50, da década de 50. Ah, tá. É daí que vai ter a primeira ruptura de produção do cinema brasileiro que vem com o cinema novo. E isso marcou o cinema brasileiro no sentido, assim, eu lembro dos meus pais falarem que o cinema brasileiro era ruim porque reduzia isso a esse período das pornôs chanchadas. A pornôs chanchada é posterior, é bem posterior. Às vezes é porque tem as... A gente vai chegar lá, mas a ideia da pornôs chanchada ela pega parte desse burlesco que o Chico tá mencionando, só que daí erotiza isso. Isso é mais década de 70 pra década de 80, assim. É, por isso que eu confesso que era mais pra frente. Porque eu tô pensando em pornôs chanchada e não chanchado. É, acho que você não ouviu a Dani falar pornôs chanchada porque, de repente, é o período, então... A chanchada é uma coisa mais... Vai soar um pouco preconceituoso, mas é inocente, uma coisa mais... Ingênua. Ingênua, isso. Talvez também já tenha uma carga de... De conteúdo nessa palavra, mas... Eu tenho a tese que o cinema, como todo cinema brasileiro, ele nunca consegue produzir nada... E aí não tem um vídeo de valor. Nada melhor do que ele produz na época. Por uma série de razões. Claro que no contexto histórico, a gente reproduz no cinema muito nosso próprio contexto. E aí tem uma questão técnica, tem uma questão... Tinha muita música nesse período. Era muito movido a musicais. Isso. Até no exterior. E aí as chanchadas trazem muitas músicas. Aquelas cenas... O Jantar imitando a Carmem Miranda. A Carmem Miranda. O Jantar imitando a Carmem Miranda ali, gente. Para fazer o chateau, fica maravilhoso. Uma banana... Isso é muito característico desse cinema, que recorre à música para contar a sua história. E aí tem as famílias burlescas que o Chico menciona. Então é um pouco isso, essa primeira fase. Mas, assim, para citar esses filmes... Por exemplo, o Alô! Alô! Carnaval, que é um dos destaques da época, um dos filmes principais de filmes como a Carmem Miranda, é um desses mais importantes filmes. O Alô! Alô! Carnaval é de 1966, produzido pela Cinedia. A Atlântida também se aproveita um pouco dessa questão do carnaval. E até em 1949 tem o Carnaval no Fogo. E Este Mundo é um Pandeiro também, com referência a carnaval de 1947. O Veracruz, que produziu em pouco tempo... Eu falei que ele durou muito pouco tempo, são de 1949 a 1954, mas eles produziram dois filmes em pouquíssimo tempo. Para um padrão brasileiro, sobretudo para a época, é um número considerável. O filme mais famoso dele, do estúdio Veracruz, é O Cangaceiro, um dos mais famosos, que é dirigido por Lima Barreto, que não é o Lima Barreto escritor. Mas é um dos filmes que... Esse filme, inclusive, foi premiado em Cannes. Olha só! De que você sabe o ano desse filme? 1953. 1953. Que curioso. Ah, não, então legal. Deu para entender que essa primeira fase do cinema brasileiro é mais voltada para essa comédia ingênua e musical, por assim dizer. Eu tenho a impressão aí também que o Veracruz, o estúdio Veracruz, ele pega mais, ele abrange um pouco mais questões. Ele forja um pouquinho dessa... Mas eu também não tenho todo o repertório deles. Até porque você acabou de falar que era do filme de um cagaceiro, né? Então, de fato... Eu tinha que ver... Depois eu vou dar uma conferida aqui. Mas eu acho que já é da década de 60. Vai pegar outro cinema, outro contexto. É o Cagador de Promessa. Ah, esse é o famosíssimo, né? Isso. Outro filme premiado em Cannes. Isso é lindão. Tá. Daí... Para começar o Cinema Novo, o Cinema Novo, então, inicia a partir do quê? Dos anos 60, mais ou menos? É... É... Isso. Ele vai surgir ali na... Aí é outra questão, né? Que aí a gente... Cinema Novo, ele é mais... Ele começa, começar a começar mesmo, ele começa assim, meados da década de 50, mas o forte dele é a década de 60, 70. Com os principais nomes que a gente conhece, o... Ah, escapou aqui, gente. O Glauber Rocha. O Glauber Rocha, que é um... Aliás, assim, uma fofoca, né? Já que vocês falaram que eu não faço fofoquinhas. O Glauber Rocha... Peraí, peraí, deixa eu pegar o café, colocar a roupa. O Glauber Rocha, por incrível que pareça, ele foi, em determinado momento, ele foi um integralista. Que é o... Depois ele rompe com isso, lógico. Mas que é o movimento fascista no Brasil e tal. Em algum momento da vida dele, ele aderiu ao integralismo. Mas... Polêmico. Pois é, né? É, isso aí a gente... A gente fala que tem que separar a obra do artista e... É, ele acaba pulando fora, né? Mas é curioso esse momento da vida dele. E aí, Jean e Raiane? Vocês acham que dá pra separar a obra do artista? Eu não acho, não. Isso é dificuldade, às vezes. Nossa, às vezes eu... Eu descubro coisas que eu... Determinada... Vou citar um exemplo aqui. A Nana Caymmi. Criadora brasileira. A Nana Caymmi, eu já tô calejado dela já. Eu até escuto assim meio que... Eu escuto meio que escondido, só com fone e tal. Porque tem músicos muito bons. Tem gente que não dá pra fugir, não. O Roger lá do Trá de Arigô. Lobão, esse povo aí. Tem umas coisas, eu não sei... Pra ficar no cinema, a gente pode pensar, por exemplo, no... Bertolucci. Bertolucci. Que teve aquela polêmica do filme O Tango em Paris. Aquele cara do... Meia-noite em Paris? O Jolyne? É o Jolyne. O Jolyne. Às vezes quando o Jolyne logo partiu, o Jean fica lá assim. Então, mas o Jolyne vocês sabem, né? É complicado separar. Eu também, pessoalmente, tenho dificuldade. Mas é... Falando ali do cinema novo, né? Aí é outra coisa, né? A gente tinha falado da influência. Tinha mencionado a influência do cinema americano na primeira fase. Do cinema brasileiro. Cinema estadunidense, isso. É, estadunidense, isso. Agora, nesse segundo contexto, a gente começa a receber influência. Aí eu já acho que vai começar mais pra positiva. Do cinema europeu, que tem uma preocupação mais... Mais filosófica, até, né? Mais o neorealismo italiano, a novela francesa. Aí isso aí passa a influenciar a produção de cinema brasileiro. O Glauber Rocha é esse nome, o principal nome do cinema. Desse contexto. Não sei se filosófico, mas talvez... Se a pegada é mais realista. E pra abordar temas sociais. Sim, eu acho que isso é um pouco filosófico. Você muda a perspectiva pro realismo, o neorealismo, uma coisa assim. Mas tem uma pegada filosófica nisso. Passa a... Então, né? Você tem toda uma discussão sobre a estética, sobre a arte lá em Platão. Eu vou ficar quieto. Que vai falar que a arte é onimética, imitativa, ela tem um valor inferior às ideias e blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, bl Ó, então pra ilustrar essa parte que a gente tá falando, né, do Cinema Novo, tá ali dos anos 70, você escolheu uma música que é o que será cantada pela Simone, eu nunca ouvi essa versão, gente, do filme Dona Flor e seus dois maridos, vocês querem falar um pouquinho da música, assim, alguma coisa, ou passa a ré de dó? Não, essa música, ela é do Chico, né, vai ser o Chico do... do Dona Cimenta, que eu tenho a versão com o meu Dona Cimenta, eu tô cantando também, eu tô cantando muito, e ela, na verdade, são duas músicas que se chamam O Que Será. O Que Será e A Flor da Pele, a Flor da Pela e a Flor da Terra. Isso, é, O Que Será e A Flor da Pela e O Que Será e A Flor da Terra, tem as duas versões. Eu gosto, pessoalmente, eu gosto mais da outra, eu não sei se na versão ou espelho, porque elas são parecidas, tem a mesma estrutura, elas são muito, eu gosto, elas são muito parecidas na estrutura, né, a pergunta e respostas, assim, mais perguntas e respostas, né, claro, mas, eu gosto mais da outra versão, que é, que eu entendi o Chico ali falando da morte, O Que Será, O Que Será, que andam, não vou, não vou sacaneá-los cantando aqui. Aí tentem adivinhar o que é, ouvindo a música. Agora, essa versão, ela está presente, ela é a abertura do filme dos seus dois maridos, que no final das coisas também fala da morte de um personagem. Depois, se a gente quiser, eu queria comentar um pouquinho desse filme. Você já assistiu, já sonhou? Já, já vi. Viram? É, é baseado no livro. A gente fez um episódio de filmes baseados em livros, e aí não foi só o brasileiro, né, mas um dos exemplos brasileiros que a gente deu foi esse, que é com a Sônia Braga. Só tem a Sônia Braga no cinema do Brasil, sabe? E aí, nesse caso, estava certo, eu fui olhar e estava...todas as vezes ele fala, é com a Sônia Braga, não é? É com a Sônia Braga, então é o Darim. É, Sônia Braga é o Darim. Darim, Darim, Darim. Mas então tá, então você vai ficar agora com O Que Será na voz de Simone? Música de abertura do filme Dona Flor e seus dois maridos. Música de abertura do filme Dona Flor e seus dois maridos. O que será que lhe dá? O que será, meu nego? Será que lhe dá? Que não me dá sossego? Será que me dá? Será que o meu chamego quer me judiar? Será que são horas de ele vadiar? Será que passa fora o resto do dia? Será que foi-se embora em má companhia? Será que essa criança quer me agoniar? Será que não se cansa de desafiar? O que não tem descanso nem nunca terá O que não tem cansaço nem nunca terá O que não tem limite? O que será que será? Que dá dentro da gente que não desvia Que desacata a gente que é rebelia Que é feito uma guardente que não sacia Que é feito estar doente de uma folia Que nem dez mandamentos vão conciliar Nem todos os umbuentos vão aliviar Nem todos os quebrantos, toda Bahia Que nem todos os santos terá, terá O que não tem governo nem nunca terá O que não tem vergonha nem nunca terá O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito O que não tem espírito Retorno Eu volto pra gente conversar sobre esse assunto De novo, novamente De uma devolutiva Retorno É isso Bom A gente estava discutindo então essa segunda Segundo momento do cinema brasileiro Que é o Cinema Novo, é isso o nome? Tá correto? Cinema Novo Isso Que tem assim Você colocou na figura do Glauber Rocha Talvez o mais importante dos diretores Produtores de filme nessa época É isso mesmo? Isso Mas também tem nomes O Nelson Pereira dos Santos O Ruy Guerra São outros O Ruy Guerra é... O Ruy Guerra é o mesmo Ruy Guerra Que faz letras de música com Chupac Nesse setor Eu acho que é É, eu acho É Ele é Moçambicano, né? É esse mesmo É esse mesmo Que é o que faz a narração de Fala Tropical Fala Tropical, é É ele Então, ele também é um desses nomes do Cinema Novo Aí o... Mas a grande diferença Os principais filmes aí são os Os do Glauber Rocha, né? Deus e o Diabo na Terra do Sol 1964 Terra em Trânsito Tem uma história Eu acho que é do... Eu acho que é do... Deus e o Diabo na Terra do Sol Mais uma fofoca de bastidores aí Se eu tiver errado o filme O público me perdoe Mas é o filme que a Iona Magalhães Iona Magalhães Ela é uma das atrizes E ela tem uma cena Que ela tá correndo E... Na caatinga, assim, né? Ela vai correndo e de repente ela tropeça Cai, levanta E continua a cena E aí... Ela cai sem querer Na verdade, houve teses e teses Sobre a queda dela ali, né? Pessoas intelectuais Estudando, pensando E o que aconteceu? A queda tocou Reflexo caiu Ela só abriu a pessoa Caiu, levantou Saca de uma poeira Às vezes a queda é apenas uma queda, né? Pois é Muitos filósofos discutindo a queda da Iona Esse é o filme mais conhecido Dessa época do Brasil? Eu acho que é São esses filmes O Deus e o Diabo na Terra do Sol O Dragão da Maldade Quanto Santo Guerreiro Também é bastante conhecido Mas o Deus e o Diabo na Terra do Sol Ele é um dos Também um dos filmes premiados em Cannes Filmes brasileiros premiados em Cannes Chique demais, né? É Ele é um dos premios Tem um filme que é o Rio, 40 Graus Que ele é da década de 50 A gente tinha pensado que Ele é de 1955 Tinha pensado aqui Do marco, né? O marco temporal O que a gente vai fazer lá O revista é da década de 60 pra cá Mas já tem esses primeiros momentos Anterior à década de 60 Com esse filme presente Mas eu acho que os grandes Títulos são da década de 60 Muito bom E aí passando os anos 70, 80 Começou Drag Trapalhões Trapalhões Trapalhões na Terra do Sol Eu acho que aí é o marco A pornochanchada e os filmes Que não necessariamente são pornochanchados Que são E é inacreditável como Na pornochanchada Muitos dos atores que a gente Tem como grandes artistas Respeitados, etc Fizeram parte, assim Como se tudo fosse muito normal Era filícia, né? Vários, no do arte Tem um filme da Xuxa Xuxa Ficou muito marcado É, pra cena dela com o menino Que ela pega a mão Eu acho que foi injusto com ela Eu assisti o filme Eu acho injusto com ela porque Porque primeiro é filme, ficção E eles tentaram Transformar isso em um ato verdadeiro Mas sobretudo Porque a cena dela com o menino É muito menor Do que a cena Que a Vera Fischer faz com a criança Que a Vera Fischer também faz Uma cena de interação sexual Com a criança E é muito mais Importante dentro da história Do filme Ninguém nunca falou sobre a Vera Fischer Ela é mãe do menino, inclusive No filme Então, além de ser pedofilia, é incesto E a cena da Xuxa A cena da Xuxa Não sei se é pouco, grande, não sei o que É uma cena com seis E o problema da Vera Fischer É uma cena mais Mais Pesada Eu acho injusto Eu acho injustiço E tentou a todo custo Impedir a divulgação E agora recentemente ela chupou o balde Resolveu falar que é filme Eu acho que é uma questão comercial Porque como ela era a rainha dos baixinhos E tal, enfim Daí a ironia A coisa ficava mais latente pra Xuxa E não pra Vera Fischer A Vera Fischer tinha feito outros A Vera Fischer tinha feito Bonitinha Mais ordinária Um filme bem pesado No sentido De nudez E cena de sexo O Sérgio Santos, que depois vai fazer Cinha Moça Esse filme A Dani falou Muitos artistas famosos Da Globo E é que O Brasil Produziu esse tipo de Cinema, esse tipo de filme No sentido De ser uma coisa It's ok, sou de novo Mainstream De ser uma coisa Popular Mas assim Dominante Era o carro-chefe da produção cinematográfica No Brasil nessa época, não era? Era pra gente ser saldo de cinema Era o que atraiva o público Eu até assisti recentemente Um filme alemão-dianamarquês Que fala sobre questões De prostituição, assassinato Eu acho que aí é uma discussão sobre o que é o sexo Pra sociedade Inclusive no tabu sobre o sexo O alto de educação sexual Todas essas questões Repercutem em se tornar o sexo Uma coisa vendável Em todos os seus aspectos E o Curioso disse que é um contexto Do regime militar 64, golpe de Estado no Brasil Que durou de 64 até 85 É um regime que É um contexto que tem muita repressão Censura Mas é meio flexível Nessas questões morais Até por ser alienante Eu acho que Mantém o povo fora das discussões políticas Embora alguns desses filmes Sejam políticos Eles proibiram filmes da década de 80 Como Luciflávio, Passageiro da Lumia E outros Pra Frente Brasil Uma série de filmes que tem um contexto político Teve uma série de dificuldades Pra passar pela censura Mas as formas censadas passavam Tranquilamente É uma forma de Representação É um assunto A gente está brincando aqui Falando de Xuxa, de Trapalhões Mas é presente Até nesses filmes que são Para criança mesmo A forma como Didi Acaba com uma mulher no final E vai embora abraçado com ela Esse tipo de coisa É sempre As roupas que a Xuxa Usa nos filmes dela também Sempre tem uma coisa sexualizada Acho que é muito Da época mesmo que a gente Estava nesse momento Acho que é menos uma fostidão moral E muito mais uma reificação moral Também Acho que sim Sobretudo em relação a mulher Com certeza Não tem cenário Não tem Mas Deixa eu ver aqui Como é que nós estamos de tempo Nós estamos com tempo corrido Acho que nós vamos fazer um programa de dois Quando o papo é bom, né Se a gente quisesse partir esse programa em dois Vai pensar agora sim Tá, depois a gente aprofunda Então a gente grava de novo Aprofundando nas partes que a gente gosta mais A gente pode Depois discutir filmes brasileiros Ou filmes estrangeiros A gente marca e discute online, olha só, ideia A gente assiste juntos depois de discutir Filme neozelandês aí, boa ideia Tem vários Ai, a gente pode muito mais Vocês já assistiram Boy? Tem no Netflix Vocês vão amar Boy Vocês vão amar Boy Não, mas Vocês já assistiram Neozelandês? Já, já vi o Piano Já vi o Encantador de Baleias Esse eu acho que eu não vi Mas eu achei que é famoso E tem uns filmes recentes também Tipo, o Boy Qual que é? Teve um agora Que tava no cinema Sobre o negócio do bucão, né, da montanha Acho que é um negócio assim Vamos fazer, vou fazer uma lista de filmes neozelandeses A gente assiste e fala sobre filmes Cinema da Nova Zelândia Muito bom, boa ideia Mas por enquanto, a gente tá aqui falando de Brasil E a próxima música escolhida Foi Bete Balanço de Barão Vermelho Você quer falar um pouquinho do filme, do filme Bete Balanço? É O filme é basicamente Eu gosto muito desse filme porque Eu gosto muito desse filme porque ele mistura Um filme com música E é uma No caso, o resumo do filme é uma Moça que vem do interior pro Rio Pra tentar a carreira de cantora Aí ela se mete É, não é cantora da banda? Ela se envolve em muitas confusões Isso Uma galera tateca É um filme legalzinho Mas foi A ideia da música é pra industriais Com texto dos filmes dos anos 80 O que produziu além de pornôs fechados Outros filmes, inclusive o Bete Balanço Onde apesar de não ser uma pornô fechada A Debra Bloch aparece nua Quem quiser ver a Debra Debra Bloch? Bloch? Debra Bloch Não era propaganda? Debra Bloch? Debra Bloch Não, não lembro Ah, era aquele Olivier Olivier Anquier É isso, gente Você vai ouvir então agora Nossa, eu tô com uma cabeça Barão Vermelho Cantando Bete Balanço Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Meu amor Eu vejo grana Eu vejo dor No paraíso perigoso Que a palma da tua mão Mostrou Quem tenta um tudo Não canta Mete balanço Meu amor Me agite como for A hora Quem tem um sonho Não dança Mete balanço por favor Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite como for A hora Me agite 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