Mateus 10:26-42: Tomar cada um a sua cruz (Ir. Norman)

Então, nós explicávamos que quando nós lemos, portanto, não os temais porque nada há em coberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se, o Senhor está a dizer assim, a conspiração dos lobos vos será revelada, por mais que essas pessoas montem esquemas para vos fazer mal, vocês darão conta. E depois ele vai dizer no versículo 27, o que vos digo em trevas, dizei-o em luz, e o que escutais a ouvido, pregai-o sobre os telhados. E isso quer dizer o quê? Que Jesus estava a dizer aos discípulos, eu vos mando nas cidades de Israel apenas, mas vocês vão pregar tudo aquilo que eu vos tenho ensinado. Os meus ensinos com vocês, sobretudo os doze apóstolos, tem sido aquele ensino privado. Eu caminho com vocês os doze, tenho-vos preparado doutrinalmente. Tudo que eu vos tenho ensinado, vocês vão proclamar lá onde vocês vão. Comigo tem sido eu e vocês, mas agora que eu vos estou a enviar para as cidades de Israel, vocês vão ensinar toda a coisa boa que têm aprendido comigo publicamente. E por ser este ensino, um ensino de justiça, um ensino contra o engano que Roma, como império, passava ao povo, ou ainda diferente dos enganos que os fariseus e escribas passavam ao povo, significa que iria irritar algumas pessoas, porque essas pessoas percebiam que o evangelho era uma ofensa para a propaganda romana e também para a estrutura de maquinação que tinham os líderes religiosos sobre o povo de Israel. Então, a partir desta posição, se esperava que esses discípulos fossem perseguidos, que sofressem retaliação. É por isso que no verso 28 ele vai dizer, não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo. E é aqui onde nós estávamos a explicar que, tipicamente, nós aprendemos que a alma do homem é imortal, mas que o corpo é mortal. Mas um texto como este, naturalmente não vai apoiar bem essa posição, porque o que é que o Nosso Senhor está aqui a fazer? Está a dizer assim, esses lobos que vão vos perseguir, são capazes de vos matar, mas só vão poder matar o vosso corpo. A vossa alma, eles não têm poder para matar. Então, não lhes teimam, porque o máximo que eles podem fazer é matar o vosso corpo. Então, nós estávamos aqui a dizer que é muito interessante olharmos para o ensino do Nosso Senhor aqui, porque uma das coisas que fica claro é que o Nosso Senhor Jesus não estava a ensinar aos discípulos que, por eles serem discípulos de Jesus, que eles não iriam morrer, que não iriam sofrer, antes que as coisas dos seus conspiradores, a maquinação dos lobos, tinham o poder de matar o corpo. Mas que os seus discípulos não podiam ficar preocupados com aqueles que só conseguem matar o corpo, antes deviam olhar para Deus e perceber que Deus é capaz, inclusive, de matar o Espírito. Em outras palavras, por que ficarás com medo dos lobos, com medo dos conspiradores, dos fofoqueiros, daqueles que tinham outros planos no coração contra Jesus e contra os seus discípulos, quando você devia perceber que Deus é mais poderoso do que eles, e que um dia este Deus, naturalmente, que irá destruir os Espíritos, ou seja, as almas dos injustos? É essa a dimensão que este texto nos leva a dizer assim, não, eles até podem matar o nosso corpo, mas não se preocupem, fiquem preocupados com aquele que é capaz de matar o Espírito. Por quê? Porque o mesmo que é capaz de matar o Espírito, é capaz de ressuscitar os espíritos. Jesus Cristo ressuscitou, não é isso? Morreu pela conspiração dos lobos e o Senhor lhe ressuscitou. Nós também se confiamos em Deus e vivemos focados em glorificar a Deus, ainda que venhamos a morrer, temos a certeza que vamos ressuscitar. Essa é a nossa esperança, ok? Então, a diferença que o Nosso Senhor Jesus aqui está a apresentar, é que há um grupo, que eles chamam de lobos, que são capazes de matar os discípulos, mas eles só podem matar o corpo dos discípulos. Mas há um Deus que é capaz de matar a alma das pessoas, e este é mais poderoso. Então, nós falávamos que esse termo, alma, é na verdade sinônimo de espírito, porque as pessoas falavam que a alma é uma coisa e o Espírito é outra coisa, e nós estávamos a ler Hebreus 4, de 12 a 13, que é uma das passagens mais usadas para dizer que a alma é uma coisa, o Espírito é outra coisa e o corpo é outra coisa. Falávamos que o texto de Hebreus 4, de 12 a 13, é muito usado para esse ensino. E vamos ler esse texto. Ele diz, Porque a palavra de Deus é viva e eficaz e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele. Antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. Então as pessoas dizem, está aqui! O texto está a dizer alma, está a dizer espírito. Então é porque essas coisas são diferentes. Mas nós não acreditamos que seja bem o caso. Em Génesis 2:7, nós lemos, E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida, e o homem foi feito alma vivente. Essa palavra aqui, fôlego, da vida, é que forma a palavra nefesh, a palavra do hebraico que significa sopro ou fôlego. E quando nós vamos, por exemplo, no livro de Eclesiastes 12, versículo 7, nós encontramos esse texto que diz, E o pó volte à terra como era, e o espírito, aqui no caso não é nefesh, mas é ruach, volte a Deus e o deu. Claramente que no livro de Eclesiastes está a citar Génesis 2, 7 que nós acabamos de ler em outras palavras. A palavra que está a ser usada para dizer alma vivente, ou sopro, é o mesmo que aqui está a ser traduzido espírito, porque ruach também é sopro. São palavras diferentes, mas tem praticamente o mesmo significado. Então, isso vai nos dar a ideia de que alma ou espírito é praticamente a mesma coisa. Na verdade, mesmo na nossa língua portuguesa, se eu disser assim, eu vi uma alma a flutuar, não é a mesma coisa que dizer eu vi um espírito a flutuar? Mesma coisa. Só que as palavras tem vários significados, porque a pessoa pode também dizer assim, olha, uma alma perdeu-se aí na estrada porque foi atropelada. Para falar que uma pessoa foi atropelada. Então, são essas diferenças dessas palavras que tem sido por vezes usadas para dizer que são totalmente coisas diferentes, mas não é bem assim. Então, nós não vamos entrar muito neste assunto, mas é só para dizer que aqui, claramente, essa palavra alma está a nos passar essa ideia do espírito. O senhor pode destruir tanto o corpo como a alma no inferno. Em outras palavras, seja ele físico, seja ele o espírito, o senhor pode destruir. Uma forma também possível de se interpretar seria dizer o quê? Tanto a palavra corpo como a palavra alma aqui está a se referir à vida da pessoa. Também acho que podemos ter aqui uma interpretação possível, embora como a morte ou o inferno está a ser apresentado aqui, eu acho que não seria a primeira opção. Então, o senhor passa essa mensagem para dizer o quê? Qual é o objetivo do senhor Jesus falar em seus discípulos? É para dizer, olha, vocês abraçam essa mensagem, essa missão de levarem a palavra e um dos resultados é que vocês vão ser mortos, mas não se preocupem com a morte. Quem mata o corpo são os homens. Deus é mais poderoso que os homens e Deus vai destruir os espíritos destes homens um dia. Mateus 10:29-33, eu vi isso e acredito que continua no mesmo fio de pensamento. Não se vendem dois passarinhos por um seitil e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. É uma palavra muito forte que mostra a preocupação de Deus por nós. Ele está a dizer assim, nenhuma coisa acontece sem que o senhor permita. E o senhor sabe que o seu amor por vós é superior a sua preocupação e o seu amor pelos passarinhos. Então está a dizer, até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Em outras palavras, o zelo do senhor pelos discípulos, pelos apóstolos e acredito que por implicação, por todos aqueles que amam o senhor, o zelo do senhor é real. Nós não vivemos à toa. Nós não estamos a viver como se Deus não nos conhecesse. Deus nos conhece. Deus sabe os nossos passos. Deus se preocupa conosco. Muitas vezes nós não percebemos isso, mas Deus tem feito muita coisa em nosso favor que nós não temos ideia. Então ele está a dizer, confiem que o senhor cuida de vocês, que o senhor sabe da vossa vida. Mas é importante aqui vermos que, do mesmo jeito que o senhor Jesus está a dizer aos discípulos, tenham a certeza que Deus sabe de vocês, cuida de vocês, mas também está a dizer que, ainda assim, vocês podem ser mortos. Porque alguém poderá pensar que isso significa que não pode sofrer. Não. Poderão acontecer coisas negativas na nossa vida, mas ainda assim Deus nos cuida, Deus sabe. E antes de voltarmos à gravação falávamos que essa mensagem do nosso senhor Jesus não se enquadra naquilo que chamam de teologia da prosperidade. Não se enquadra. Porque o senhor Jesus está a dizer, ao mesmo tempo, que o senhor cuida e sabe de nós. E em simultâneo também está a dizer, apesar disso, os lobos podem vos matar. É muito interessante ver como essas duas ideias parecem estar em contradição, mas não são. Eu dizia que, além de nós olharmos nessa crítica à teologia da prosperidade, mesmo até a teologia de muitas igrejas ditas conservadoras, também o senhor está contra algumas das ideias que têm sido passadas nesses locais. Por quê? Porque existe hoje uma montagem teológica de conforto, de fazer com que os cristãos vivam uma vida confortável e não saiam da zona de conforto para glorificar a Deus. "Eu sou conservador, nós somos muito sérios", mas se você olhar para a seriedade da vida da pessoa que está a dizer eu sou de uma igreja muito séria, olha para a sua vida e você vai ver que não leva a Deus muito a sério. Jesus estava a dizer, vocês me vão levar a sério ao ponto de morrer por mim. Então, essa palavra é como a faca de dois gumes. Fere dos dois lados. Fere os liberais, fere os que se dizem conservadores. Fere aqueles que se dizem que são pessoas de uma igreja histórica e fere aqueles que dizem que são do ministério por aí ou de reuniões em casa. É uma faca que fere em qualquer lado. Jesus não tinha preferências, a preferência do nosso senhor Jesus era a verdade, e apenas a verdade. Então ele vai dizer, não temais pois mais valeis vós do que muitos passarinhos. Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens e eu confessarei diante do meu pai, está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante do meu pai que está nos céus. Eu acho que essa é uma palavra muito forte e eu não consigo enquadrar essa palavra nessa teologia que existe que diz que uma vez salvo, salvo para sempre. Porque o senhor Jesus está a dizer assim, que os meus discípulos devem me confessar mesmo em meio ao perigo. Quem não me confessar, eu também não o confessarei diante do meu pai. Ora, se Jesus não confessa que você é dele, como é que tu serás salvo? Alguém será salvo fora de Jesus? A palavra de Deus diz não! Ele diz que "eu sou o caminho, sou a vida", é Jesus o caminho à vida, ninguém vai ao pai senão por Jesus. Então, você pode inicialmente confessar a Jesus, mas em meio à perseguição, em meio aos lobos, diante do perigo de morte, você rejeitar a Jesus. Ele está a dizer que estes que não confessarem a Jesus diante dos homens, ele também não os vai confessar diante de Deus. Eu acredito que essa palavra se aplica não somente aos apóstolos, mas a nós também. Porque senão seria do tipo que os apóstolos seriam salvos usando um outro critério e nós seríamos salvos também usando um outro critério. Seria injusto. Deus não pode ser injusto. Então, a apostasia existe. Aqueles que rejeitam a fé de Cristo existem. Abraçaram a fé, mas depois, por causa de sofrimento, por causa de necessidades, por causa de prazeres, rejeitam a Jesus. E enquanto estamos em vida, é sempre bom que as pessoas se voltem de verdade ao Senhor de todo o coração. Porque não há nada mais perigoso do que um dia o Senhor destruir a tua alma. Mateus 10:34-39 Ele diz, "não cuideis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada". Uma das coisas que no Novo Testamento nós temos que perceber é que em alguns momentos quando Jesus fala terra, está-se a referir ao território do povo de Israel. É uma forma de dizer assim, não pensem que eu vim trazer paz em Israel. Mas eu vim trazer, como é que eu disse? Eu vim trazer a espada. A espada é paz? Então, ele vai depois explicar o que ele está a dizer com isso, o que significa a espada. Ele diz, "porque eu vim pôr em dissensão, em desunião, em choque, o homem contra o seu pai. E a filha contra a sua mãe, e a nora contra a sua sogra". E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim". E esta palavra aqui, esta parte que eu estou a ler, está a explicar a parte anterior. "E quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim". Se ele está a dizer assim, eu vim trazer a espada e não a paz. As pessoas vão dizer assim, "mas como é que Jesus veio trazer guerra nas famílias?" Como é que se explica isso? Ele não é o príncipe da paz? Como é que o príncipe da paz traz a espada? É aquela coisa que nós temos falado, que o ser cristão é ser ovelha e ser leão. Essa é a parte leão de Jesus. Mas como é que vamos entender essa parte? Não é você faltar o respeito ao teu pai e dizer assim, eu como sou cristão, Jesus mandou, Jesus trouxe uma espada entre eu e meu pai e eu estou a faltar respeito. Isso não é de Jesus. O que o Senhor Jesus estava a explicar aos discípulos era, a partir do momento que vocês abraçaram a minha mensagem, e vocês foram em missão pregar nas terras de Israel, a mensagem que vocês estão a levar, que vai trazer situação complicada para as vossas vidas, porque muitos vão se levantar para vos perseguir, dentre as pessoas que vão vos perseguir, os primeiros serão os membros das vossas famílias. Porquê? Digamos que o João é o apóstolo. Ele quer seguir a Jesus com todo o coração. Mas o irmão, a mãe, tem medo do Sinédrio, tem medo dos fariseus, tem medo de um sacerdote. Então tem choques de ideias. E não vão concordar. E isso vai criar tensão na família, o que foi que aconteceu. Algumas pessoas, no primeiro século, hoje, um pouquinho diferente, não é que não aconteça, acontece também, mas um pouquinho diferente por vezes. Algumas pessoas, por se converterem a Jesus, eram expulsos de casa. O pai é judeu, dedicado, o filho quer se tornar cristão. Na minha casa, não aceito cristão, vai embora. Isso é espada, é divisão. Essas expulsões dizem que, a partir de agora, já não é meu filho, porque você se tornou cristão. E ele vai continuar. E quem não toma a sua cruz e não segue após mim, não é digno de mim. O que é que ele está a dizer aqui, sobre tomar a cruz? A cruz era um sinal, um símbolo, que o Império Romano usava para envergonhar, para desonrar qualquer pessoa que eles achassem como perigo ao Império. Então, ser crucificado era a maior vergonha que você podia ter na sociedade naquele tempo. Quando Jesus está a dizer assim, e quem não toma a sua cruz, Ele está a dizer assim, quem não está disposto a ser envergonhado por minha causa, não é digno de mim. Quem não está disposto a perder respeito neste mundo, por causa do reino de Deus, não é discípulo de Jesus. Quem não está disposto a morrer por causa de Jesus, não é discípulo de Jesus. É isso que Ele está a dizer. E o maior exemplo é mesmo o próprio Jesus, que aceitou a cruz. Na cruz se morre. A cruz não é um lugar para tu passar as férias. A cruz não é um lugar para você chupar gelado. Não, a cruz é um lugar de tortura, de eliminação da tua honra, do teu respeito, do tirar da tua vida. A cruz é isso que Ele está a dizer. Quem não toma a sua cruz e não segue após mim, não é digno de mim. Hoje, estamos a ouvir pessoas a pregar algumas coisas em nome de Jesus, onde a cruz não existe. Onde não se fala da cruz. Pior do que não se falar da cruz, são poucas as pessoas que falam de Jesus e carregam mesmo a cruz de Jesus. É preciso nós nos perguntarmos. Eu sou cristão mesmo. Eu tenho abraçado de todo o coração a Jesus, ao ponto de estar disposto para sofrer por Ele. Para ser envergonhado por sua causa. Por morrer por sua causa. É isso que Jesus nos está a mostrar. Eu tenho visto sempre que... Segundo... Bem, agora vamos fazer daqui ao próximo mês. Vamos começar o censo de novo para ter uma ideia da população angolana. O censo anterior, segundo os dados, apresentava a Angola como tendo noventa e tal, oitenta e tal por cento de cristãos. Mas olhando para um texto como esse, fica muito difícil acreditar que essa estatística é igual à estatística de Deus. Se Deus olha para Angola e diz assim, realmente oitenta e dois por cento dos angolanos são meus discípulos, são discípulos de Jesus. Eu duvido. Porque Jesus está a dizer, quem não toma a sua cruz e não segue após mim, não é digno de mim. Eu acredito, duvido que eu esteja enganado, que em Angola não há nem cinquenta por cento destes oitenta que realmente tomam a sua cruz e seguem após Jesus. A apresentagem é muito pouca, muito pouca. E nós somos chamados a fazer parte deste grupo. O Evangelho nos convida a sermos daqueles que tomam a sua cruz e seguem após Jesus. Falar, falar, estudar, estudar, meditar, podemos meditar todos os livros da Bíblia. Enquanto nós não chegarmos ao ponto de dizer assim, Senhor, eu tomo a minha cruz e eu sigo após você. Enquanto nós chegarmos aí, estamos a perder o nosso tempo. Estes nossos encontros aqui não terão nenhum valor se nós não entendermos e não abraçarmos a nossa cruz. É importante nós enfatizarmos isso. Todo o nosso estudo bíblico não vale nada se nós não aceitamos tomar a nossa cruz e seguir a Jesus. E é isso que ele vai explicar no verso a seguir. Quem achar a sua vida, perdê-la. E quem perder a sua vida por amor de mim, achará. Jesus não dizer aos apóstolos, olha, vocês vão ser perseguidos. Os lobos vão vos matar. Aqueles que morrerem por minha causa, vão achar vida no final. Aqueles que não estão dispostos a morrer por minha causa, estes não vão achar vida no final. Quem achar a sua vida, perdê-la. E quem perder a sua vida por amor de mim, achará. Então, cada um de nós tem que fazer uma reflexão no seu coração. A minha vida tem sido mesmo a minha vida ou tem sido a vida de Jesus? Porque se tem sido a minha vida e não a vida de Jesus, estou a perder a minha vida. Porque a vida verdadeira é a vida que Jesus dá. E quem vive para si próprio não receberá a vida de Jesus. É importante nós meditarmos nisso. As riquezas que o mundo oferece, o dinheiro que o mundo dá, a fama que o mundo dá, os prazeres que o mundo tem. Essas coisas que os olhos são atrativas, que o coração do homem busca e quer tocar e quer amontoar. Essas coisas todas são frentes da vida de Jesus. Se Jesus for a nossa prioridade, aí sim nós ganharemos vida no final. Mas se as coisas do mundo forem a prioridade do nosso coração, nós perderemos a nossa vida no final. Há uma senhora chamada Maryam Ibrahim. Ela viveu uma situação muito interessante. Não estou a ver bem o país, será da Líbia? Líbia? Poderá ser. Mas é de um país muçulmano aqui africano. Acho que ela vai ser um bom exemplo do que o Senhor Jesus estava a explicar aqui aos discípulos. Ela casou com um cristão. Só o nome dela já mostra que ela cresce e vive numa família muçulmana. Desculpem. Se converteu, casou com um cristão. O irmão dela foi queixar a polícia naquele país, se converter a fé cristã em crime. Hoje há mais sexo numa família cristã. Porque se você é muçulmano e depois sai do Islã para abraçar a fé cristã, é crime. Crime punível ao ponto de matarem-se, a ser executado. Quem foi queixar a Maryam Ibrahim é o seu próprio irmão muçulmano. Ela foi encarcerada e a ser executada. É o mundo cristão que fez muito alarido com aquela situação para ela depois ser liberta. Ela teve a sua filha enquanto estava na prisão. Com os pés acorrentados, ela deu à luz na prisão. Mas ela nunca negou a Jesus. E diziam a ela, você vai sofrer isso tudo por quê? A única coisa que tens que fazer é rejeitar a tua fé. Rejeita Jesus e nós vamos tirar desta prisão. Vamos tirar esta corrente e você vai voltar livre para a tua casa. Ela dizia, nunca. Eu não vou rejeitar a Jesus. Essa é a fé que Jesus quer. De nós nos entendermos como filhos de Deus, vivermos como filhos de Deus. Irrespectiva do sofrimento, dos desafios, da sedução do pecado. Porque o diabo vai de tempo a tempo nos oferecer propostas. Temos que rejeitar essas coisas todas. Como o Senhor Jesus rejeitou. E nos mantermos fiéis até a morte. É isso que Deus quer. Versículo 40 a 42. Ele vai dizer, quem me recebe, a mim me recebe. Lembram que o Senhor Jesus mandou-lhes e disse que de graça recebeste, de graça dai. Também lhes disse que onde vocês forem recebidos, dormam ai, comam ai. Então está a dizer, quem me recebe, a mim me recebe. E quem me recebe, a mim, recebe aquele que me enviou. Em outras palavras, quem recebe o discípulo de Jesus, recebe Jesus. E quem recebe Jesus, recebe a Deus, o Pai. É isso que ele está a ensinar. Ele continua, quem recebe um profeta, em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta. E quem recebe um justo, na qualidade de justo, receberá galardão de justo. Quer dizer que os filhos de Deus são uma bênção. Não é a toa que ele diz que a casa que vos receber, vocês digam que aqui esteja a paz do Senhor. E a paz do Senhor repousará naquele local. E aqueles que vos rejeitarem, vocês devem sacudir o pó dos vossos calçados. É isso que o Senhor disse. É porque aquele que é enviado por Deus, tem uma unção em sua vida. Tem uma graça em sua vida, e essa graça é multiplicada. Os que recebem esta pessoa, recebem desta graça. É uma coisa muito bonita ouvirmos isso. Então está a dizer, quem recebe um profeta, em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta. Eu acho que isso pode ser entendido como se os donos que o Senhor dá às pessoas, os seus servos, é mesmo esses donos que eles vão passar às pessoas e eles vão conviver nisso. Então se você recebeu um sábio, o que é que você vai aproveitar? Sabedoria. Se você recebeu um profeta, o que é que você vai ouvir? Profecia. Se você recebeu um justo, o que é que você vai aprender? Justiça. É isso que o Senhor está a dizer aqui. E no último verso ele diz, E qualquer que tiver dado, só que seja um copo d'água, um copo d'água fria a um destes pequenos, em nome do discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. Ele está a dizer assim aos discípulos, vocês são os meus pequenos, são os meus miudinhos. Qualquer um que vos receber, não vai falhar de receber uma bênção. Quem receber o Filho de Deus, receberá uma bênção porque Deus promete. Então acho que nesse último versículo podemos pelo menos aprender duas coisas. Ou se calhar meditar em duas coisas. Se eu sou de Deus, eu tenho sido bênção para as pessoas? Segundo, se eu tenho recebido pessoas, tenho recebido pessoas de Deus, e tenho recebido a bênção de Deus através dessas pessoas? Está a haver a ideia ali? É importante termos as duas coisas. Porque se você já entende essa palavra, saberás, tenho que fazer o possível de receber sempre pessoas de Deus, porque é uma das formas que Deus já abençoa a minha vida e transforma a minha vida. E se eu amo a Deus de verdade, sirvo a Deus, eu sou uma bênção na vida das pessoas. Então por isso é que também tens que ter o cuidado, saber onde você vai. Porque você carrega em si uma unção de Deus. Você carrega na tua vida uma graça de Deus. Tens que saber com quem distribuir essa graça. Vocês sabiam que na igreja primitiva, muitas igrejas, em algum momento vamos ver essa passagem, as igrejas primitivas evitavam receber ofertas de quem não era da igreja. Porque eles entendiam isso que nós estamos aqui a dizer. É do tipo, se alguém me vai oferecer uma coisa, se eu oferecer uma coisa, se essa pessoa não é temente a Deus, eu receber essa bênção, eu abençoar essa pessoa. Perceberam? O ideal para os apóstolos, para os discípulos, para a igreja primitiva é, é cristão, sim, vou receber algo dele, porque do mesmo jeito que ele me abençoa, ele será abençoado. Era essa a visão. Hoje em dia, nós vem assim, as nossas igrejas, tem aí um sexto fornicador, traz oferta, um mentiroso traz oferta, um corrupto traz oferta, um feiticeiro traz oferta, e nós recebemos e retiramos tudo. Muito estranho. Que Deus nos ajude, que Deus nos abençoe. Terminamos o estudo de hoje. Obrigado.