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“A parte desportiva do FC Porto não correu bem a Pinto da Costa”
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“A parte desportiva do FC Porto não correu bem a Pinto da Costa”
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“A parte desportiva do FC Porto não correu bem a Pinto da Costa”
The conversation is about the upcoming elections in Futebol Clube do Porto. There are three competing lists, with Jorge Nuno Pinta Costa and André Vilas Boas being the main candidates. Nuno Lobo's candidacy might take away votes from Pinta Costa. The campaign has been marked by personal attacks instead of focusing on the future of the club. The current season has not gone well for Porto, which may affect Pinta Costa's chances. The voters have different priorities, some focusing on the financial aspect while others on the team's performance. The election outcome will determine the future path of the club. There is a division between the candidates, but the ideology of the club should remain the same regardless of who wins. There are predictions of a comfortable victory for both Pinta Costa and Vilas Boas. Boa tarde, estamos em Visão de Jogo, hoje com a participação do Vitor Santos, em substituição do Jorge Maia que não pode estar presente, Vitor é um gosto receber-te novamente aqui no Visão de Jogo. Olá, boa tarde, também é um prazer estar aqui novamente com o vastíssimo auditório da TSF e uma responsabilidade de substituir o meu amigo Jorge Maia que é um craque nestas coisas do futebol, a comentar e a escrever opinião, como podemos ver todos os dias nos novos jogos. Faltam 5 dias para as eleições no Futebol Clube do Porto, 3 listas concorrentes, a lista A encabeçada por Jorge Nuno Pinta Costa, a lista B André Vilas Boas e a lista C de Nuno Lobo. Vitor, começo por ti, o que é que tem parecido a campanha eleitoral? Durante este ato que eu não estive cá no programa, obviamente muita coisa mudou, o que tem parecido? Tem-me surpreendido porque pensava, embora à medida que se aproxima as eleições, enfim, parece-me que as coisas estão mais tranquilas em termos do discurso, pensava uma coisa mais no sentido de pensar o futuro do Futebol Clube do Porto numa perspetiva de projeto, não vi tanto isso, vi as candidaturas enverdarem a determinada altura por um caminho de ataques mais personalizados que eu acho que não valorizam a discussão, este é um momento-chave para o Futebol Clube do Porto, nós temos 3 listas submetidas a eleições, obviamente sabemos que será entre o Pinta Costa e o André Vilas Boas. Mas agora diz-me uma coisa a propósito disso, pensas que quem votar Nuno Lobo está a tirar mais votos a Pinta Costa ou a André Vilas Boas, ou seja, se não houvesse a candidatura de Nuno Lobo, as pessoas que vão votar Nuno Lobo tendencialmente votariam mais na lista A de Pinta Costa ou na lista B de André Vilas Boas? Eu diria que em função do que tem sido o discurso do Nuno Lobo, votariam mais na lista de Pinta Costa, porquê? Porque o Nuno Lobo permanentemente é muito mais crítico em relação ao André Vilas Boas do que em relação ao Pinta Costa, mas obviamente nós levemos aqui uma bolinha de cristal, é o que me parece, ou seja, respondendo à tua questão, sendo um momento-chave na história do Futebol Clube do Porto, a primeira vez em que Jorginho de Pinta Costa é verdadeiramente testado em eleições, naturalmente que é normal este clima, de certa forma, às vezes até um pouco crispado, por assim dizer, porque durante estes 42 anos Pinta Costa nunca foi verdadeiramente testado em eleições e desta vez é testado e é testado com um nome importante que se preparou muito bem para as eleições do próximo sábado. Não obstante aquilo que te disse sobre, a certa altura, se enfrentar mais pelo nível do ataque pessoal do que pelo projeto em si, parece-me que aqui chegados a meia dúzia de dias das eleições os sócios já têm nesta altura mais ou menos formada uma opinião sobre aquilo que vão fazer no próximo sábado acrescentando aquilo que se passou durante este mês. Eu disse sempre aqui, e não posso ser incongruente com aquilo que disse, o aspecto desportivo seria sempre importante, ou seja, a parte desportiva do Futebol Clube do Porto, designadamente da equipa de futebol, não correu bem a Pinta Costa. Não correu bem, naturalmente, e quem pode ser prejudicado é quem está na presidência, não é quem beneficiado é sempre quem está de fora. Ou seja, eu prevejo qualquer coisa como um ato eleitoral equilibrado e que de certeza vai correr tudo bem, porque não há razão para ser de outra maneira. É um momento importante na história do Futebol Clube do Porto. Se Pinta Costa vencer, continuará o seu extraordinário trajeto. Se André Vilas Boas vencer, naturalmente haverá uma viragem e um tempo também que será seguramente importante, porque o Futebol Clube do Porto ganha Jorginho de Pinta Costa ou ganha André Vilas Boas, terá sempre um grande clube que lutará por o título. Luís Freitas Lobo, isto não tem propriamente a ver com sistemas táticos, nem com o modelo de jogo, mas naturalmente que vais acompanhando também estas eleições e esta campanha eleitoral para as eleições no Futebol Clube do Porto, pensas que nesta altura depois de tudo aquilo que tens lido, que tens ouvido, os sócios do Futebol Clube do Porto vão votar já com um conhecimento grande daquilo que te propõem principalmente estas duas principais listas, lista A e lista B, com todo o respeito pela lista C de Nuno Lobo, mas são os grandes candidatos à vitória final, Pinta Costa ou André Vilas Boas? Repara, os eleitorados não são todos iguais, ou melhor, os eleitores não são todos iguais, haverá fatias de eleitorado mais elucidadas, ou que tenham a tendência a quererem ser mais elucidadas e conhecedores profundas de realidades como a parte financeira e dão essa importância e essa análise, há outras puramente mais emocionais e que seguem apenas resultados esportivos, há outras que seguem apenas aquilo que é um culto de uma personalidade e seguem mais uma pessoa ou outra, há aqueles que votam mais pela tal razão emocional, portanto os eleitorados, enfim, isso funciona para o futebol como funciona para a política. E há sempre quem está no poder, o desgaste do poder e dos resultados dos últimos tempos. Na política é a mesma coisa, em função do passado recente, influenciar sempre os resultados eleitorais. E neste caso, em termos esportivos, é verdade que esta época não correu bem para o Porto, não está a correr bem, embora te diga que houve ali um período durante essa campanha eleitoral, ou antes da campanha, desde que estão anunciadas as candidaturas, quando o Porto vende 5-0 ao Benfica, que havia ali talvez aquele clique que poderia a candidatura de Pinto da Costa caminhar em cima dessa vitória histórica que poderia ser uma imagem da história de 40 anos. Até porque isso coincide mais ou menos também com as boas exibições perante a Arsenal. Sim, exatamente. Portanto, aí está uma dimensão internacional que o Porto ganhou e, sobretudo, o quebrar do domínio de Lisboa e do Benfica. Agora, a verdade é que isso não teve seguimento e, nesse sentido, esse impacto possível, esportivo, diluiu-se. Pelo que, nesta altura, com perguntas, há todas as condições para o eleitorado estar elucidado. Mas eu acho que também, como funciona em termos de eleições legislativas, o eleitorado muitas vezes não quer ser elucidado. O eleitorado quer ser ilusivo em relação a situações que possam levar a crer que as coisas vão ficar melhor de uma forma ou de outra. Há depois quem se arrepende e, por isso, as eleições têm resultados diferentes sempre em 4 em 4 anos, na maior parte das vezes. No caso do futebol, isso acontece também. Temos visto várias vezes as questões mais do Sporting do que do Benfica, falando nos grandes clubes. No Porto é invulgar isto acontecer. Agora, o ser invulgar não torna obrigatoriamente, nem deve, tornar anormal. Mas sente-se a normalidade dentro de uma eleição que é única no tempo do presidente Pinto Costa, que é a possibilidade de perder nas eleições, nunca na vida. Isto tinha sido colocado como hipótese. E tudo isto está a levar a que a abordagem e as análises estão a ser feitas, e até muitas das intervenções dos candidatos e dos apoiantes dos candidatos estravazem aquilo que eu acho que deve ser razoável dentro de uma disputa eleitoral, porque tem que ser vista com a normalidade de que o grande clube que o Porto é, como dizia o Vítor, vai se manter vencendo Pinto Costa ou vencendo André Villas-Boas. Repara, eles podem ter visões diferentes para o clube, ou sobretudo para o diagnóstico atual do que é o clube, mais isso, mas não têm em relação àquilo que é o destino do Porto, de ganhar, de ser forte. Aquilo que eu te dizia algumas vezes, há aqui quantas intervenções estão perguntadas, eu acho que a grande revolução do Porto, a grande mudança, foi há 40 anos, ou há 42, ou há 44, ou há 45, quando o Porto conseguiu quebrar de facto a hegemonia que era clara de um centralismo lisboeta e de correlação de forças pela parte do Sul. Estás amanhã a 42 anos, Pinto Costa é Presidente do Flamengo Porto. Sim, mas já antes o Porto tinha conseguido, já começava a combater... Pinto Costa era chefe do Departamento de Futebol. Sim, começou, exato. José Maria poderá ter outra realidade. A trilogia desse Porto que deixava de jogar ou deixava de viver como quem moria um sentimento, e passou a ter outro tipo de atitude, de reação, criando aqui uma pequena catalunha contra o poder central, esse foi o grande momento de mudança. Portanto, agora quem ganha as eleições, e se vier agora André Vilas Boas, vai pegar nessa herança. Portanto, repara, eu acho que Pinto Costa, mesmo perdendo as eleições, nunca deixará de ser o ideólogo daquilo que é este Porto, entendes? Pelo que existirá uma nova ideia, mas a ideologia da revolução tem que se manter. Percebes? Em relação ao que é o Porto. Se olhares para o país, o meu medo é que, como estamos tão perto do 25 de Abril, é que se perca a ideologia do 25 de Abril. A grande ameaça, e confundo com outras datas, que também são importantes, mas só há uma, que é o 25 de Abril, essa é inegociável. Para o Porto é inegociável também essa de há 42 anos, ou há 43 ou 44, mas sobretudo essa de há 42 anos. Tudo o que depois é feito, é feito em função disso, não se pode perder essa ideologia. E acho que isso não fica ameaçado com a vitória de André Vilas Boas, se isso vier a acontecer. E para o Porto isso é o mais importante, pelo que esta divisão que está a ser criada, é uma divisão que não faz sentido, no sentido normal do que são umas eleições, de haver ideias diferentes. Porque há uma ideia comum, e essa eu acho que deve ser mantida, e vai ser mantida. O André Vilas Boas disse em entrevista à CSF e ao Jornal do Jogo, que tem sondagens que lhe dão uma vitória por números confortáveis, e pensa que Jorge Pinto da Costa também deverá ter sondagens com esses números, com os mesmos números, de uma vitória confortável, por números dilatados, digamos assim, de André Vilas Boas sobre Pinto da Costa. Também tens essa percepção, Vitor, de uma vitória por números largos, de André Vilas Boas sobre Pinto da Costa, ou não tens essa percepção? Não consigo ter elementos que me permitam, naturalmente não duvido André Vilas Boas, mas não consigo ter elementos factos que me permitam opinar nesse sentido. As sondagens são instrumentos importantes para quem está em campanhas, às vezes mais para quem está em campanhas do que para quem vai votar, e depois chegamos ao dia, afinal não era bem assim, mas eu não tenho nenhum elemento factual que me permita dizer que o André Vilas Boas vai ter uma vitória dilatada. Se me deitar aqui a tentar adivinhar, sou capaz de dizer que prevê-lo uma eleição equilibrada, com uma vitória para um lado ou para o outro, mas que não sejam coisas de 80-20, acho isso absolutamente equilibrado. Pensas que vai ter um resultado mais equilibrado, tipo nas últimas legislativas, com uma vitória ali à tangente? Se calhar não, porque isto também é difícil de estar a ver em Portugal, assim tão à tangente aconteceu uma vez. Não me parece, mas prevejo, não prevejo, isso lá para os 80-20 e para os 70-30. Para os 65-35 ou 60-40? Não, João, gostava mesmo de responder essa questão, mas não consigo. Há uma questão que o André falou e que eu penso que é importante e que deve preocupar todas as candidaturas. O Futebol Clube do Porto tem 75 mil sócios. Desses 75 mil, por aquilo que disse o André Vilas Boas, só 30 mil é que têm a cota de março paga. Ou seja, só 30 mil é que estão em condições de votar. Mais de 50% dos sócios, 45 mil sócios, não têm a cota de março regularizada. Ou seja, não podem votar. E isto, nessas sondagens que foram feitas, não sei se isso foi perguntado às pessoas, se eram sócios, calculo que tenha sido perguntado, mas se tinham a cota regularizada, não sei se isso foi perguntado ou não, e muitas das pessoas que responderam a essas sondagens podem não poder votar. Claro que podem regularizar isto também, até no próprio dia das eleições. As sondagens são, para quem trabalha com sondagens, são difíceis de fazer, por causa das amostras, ter amostras bem validadas. No caso de um clube de futebol em que só os sócios podem votar, ainda é mais difícil encontrar uma amostra para poder trabalhar e para fazer uma sondagem. De qualquer forma, quem as encomenda, certamente confere-lhes fiabilidade. E isso é um instrumento de trabalho para quem está em campanha, não é novidade nenhuma. O que acho é que nós tivemos, não me parece, mesmo achando que vai, de certeza, e se podes me perguntar, eu acho que vai haver um recorde de votação. É fácil de prever. É fácil de prever. Acho que não vai andar ali nos 30 mil sócios. Acho difícil. Até por isto que eu acabei de dizer. Por isso e por aquilo que é a história dos clubes de futebol em Portugal. Se votarem mais de 20 mil sócios, é uma coisa extraordinária. Nas últimas eleições do Futebol Clube Porto... Eu penso que o recorde do Futebol Clube Porto está nos 10 mil sócios. É loubro. Nas últimas eleições votaram 8 mil sócios. Isto é extraordinário. Temos que ver isto. E nós sabemos o que é a abstenção em Portugal. Mas acredito, apesar daquilo que disse dos sócios que não têm a cota de março regularizada, eu acredito que o número de sócios que vão votar nestas eleições pode aproximar-se ou até ultrapassar os 30 mil. Eu já meto os 30 e a cota é minha. Mas eu penso que essas pessoas muito regularizadas. Eu acho que mais importante do que isso é o Futebol Clube Porto, que certamente tem nesta altura tudo muito bem preparado, e isso compete-se à mesa da Assembleia Geral, liderada pelo doutor Lorenzo Pinto, preparar muito bem aquela logística para que tudo corra bem. E isso de certeza que está a ser preparado. E é importante também que depois, como disse o Vítor, Luís, que as coisas decorram dentro da segurança que é normal e que é habitual num ato destes. Que não se repitam coisas, por exemplo, como naquela Assembleia Geral do Futebol Clube Porto, que isso não aconteça agora neste ato eleitoral, que não haja confrontos entre pessoas que apoiam uma lista ou outra lista. Sim, sem dúvida. Isso selecta-se para tudo no país. Essas questões que, ao colocar essa questão, ao levantar essa possibilidade, pressupõe sempre algum clima de instabilidade que pode existir latente além das eleições. E isso é que é sempre mais perigoso. Levava-nos a uma análise mais longa, até sociológica, em relação ao que será hoje a cidade do Porto, não só a noite da cidade do Porto, em que o futebol ou alguém, muitas pessoas que gravitam à volta do futebol, dentro dos estádios, se aproveitam do futebol. Essas questões de insegurança resultam mais disso, não têm nada a ver com os candidatos nem com as suas candidaturas. Não me parece que haja um problema. Acho que as pessoas podem votar tranquilamente e livremente nas eleições do Futebol Clube Porto. Não me parece que haja qualquer problema. 44 meses de voto. Sim, 44 meses de voto. Um sábado vai estar seguramente um ambiente como merecem umas eleições no Futebol Clube Porto. E no dia seguinte à clássica. E no dia seguinte à clássica, sim. Até porque os sócios do Porto, desta altura, têm que estar juntos para além das eleições, têm o apoio à equipa. É um jogo importante, até para o futebol do Porto. Está ali numa luta, nesta altura, pelo terceiro lugar, enfim, com alguma aspiração de ainda ir ao segundo, embora seja muito difícil. Quase só matematicamente. Quase só matematicamente, mas dependendo daquilo que o Benfica fizer hoje, pode abrir ali uma janela de oportunidade, até porque o Benfica, de frente ao Braga, na próxima semana, não propriamente o jogou fácil. Eu não sei. Agora, olhando até estes últimos 42 anos, não será a primeira vez, não fiz as contas. Portanto, o futebol, para mim, vivo com uma bola na cabeça, mas não andava orgulho das estatísticas antes de escolher o programa. Não me lembro do Porto a 18 pontos do Sporting, a 4 janelas do fim. Não me consigo recordar, nos últimos 42 anos. Poderá haver, mas não estou a ver. E a 11 do Benfica? A 11 do Benfica está no 2º lugar. Está no 3º lugar, a 11 do 2º e a 18 pontos do 1º classificado. O André Vilas-Boas também já disse que, se ganhar as eleições, vai passar as contas e todos os negócios do Fipócolo do Porto a pente fino e garante que será implacável se descobrir casos de pessoas que se tenham, entre aspas, governado à custa do Clou. Vocês pensam que este raciocínio do André Vilas-Boas inclui o Pinto da Costa? Ou seja, se ele encontrar alguma coisa que implique Pinto da Costa a este nível, ele encosta Pinto da Costa à parede? Parece que vai encontrar alguma coisa que possa, enfim, tocar em Pinto da Costa, sendo que tudo toca em Pinto da Costa porque Pinto da Costa é o presidente e, portanto, o primeiro responsável por tudo o que acontece no Clou. O Luís, há pouco, fez um breve resumo da história do Fipócolo do Porto, dos últimos 50 anos, do pós-25 de abril, digamos assim, e parece-me que está mais do que à vista de todos qual é o legado do presidente Pinto da Costa se, eventualmente, perder as eleições. É evidente que eu percebo o que diz o André Vilas-Boas e acho que, por princípio, todos devemos pensar assim, ou seja, quando chegamos a uma instituição e vamos de lá, percebemos alguma coisa que não estava correta, pois devemos proceder em conformidade, porque acima dos interesses de toda a gente estão os interesses do Fipócolo do Porto. Portanto, acho que entendo isso num quadro, não entendo isso como uma anormalidade. Fazendo aqui um comparativo com aquilo que foi a sucessão no Benfica, se quisermos pensar assim, não quer dizer que vai haver sucessão no Fipócolo do Porto, veremos o que acontece no sábado, o que nós vimos também foi a realização de uma auditoria muitas vezes reclamada e quer-se ver os resultados. A verdade é que eu acredito sempre que a justiça faz o seu trabalho e que os dirigentes procuram fazer o melhor para os clubes. É evidente que nós, o Luís ainda há pouco aqui falava pelo lado mais do adepto, das pessoas que gravitam à volta do futebol, nós sabemos que há muita gente que gravita à volta do futebol, que frequentemente é criticada na praça pública, mas que por vezes, depois quando vamos a ver, está apenas a fazer o seu trabalho, ganhando as suas comissões, porque são comissões que estão elencadas em regulamentos e em outra legislação. Isso é uma coisa. Outra coisa é a ilegalidade. Exatamente. Mas normalmente, quando se diz isso, quando nós atiramos para a ilegalidade dos clubes, atiramos por uma coisa, porque os clubes são um bando de mafiosos, são geridos por bandos de mafiosos, que estão ali para alimentar interesses próprios. Ora, eu acho que na maioria dos casos, ou na esmagadora maioria dos casos, eu nunca vi nenhum dirigente ser, ou vê-se muito pouco, acontece poucas vezes, os dirigentes serem penalizados por prejudicarem o próprio clube. E que me lembre de presidentes que tenham tido algum problema, até expulso de sócios, foi o Bruno de Carvalho, e mesmo assim por questões que não estão sequer ligadas ao prejuízo. Houve também o Valdir Azevedo. Sim, houve o Valdir Azevedo, e é o caso mais extraordinário. Já não estava a ir assim para tão longe, já nem me lembrava do Valdir Azevedo, mas tinha, até saltou agora para a campanha do Futebol Clube do Porto, duas ou três vezes já citado, que não haverá Valdir Azevedo no Futebol Clube do Porto. Acho que o André Vilas Boas faz bem, porque quando nós tomamos conta de alguma coisa, de qualquer coisa que seja importante de uma instituição como o Futebol Clube do Porto, naturalmente queremos ver como estão as coisas, até para não cair em situação de algum problema que haja. É nesse quadro que eu entendo isso, e ficaria muito surpreendido se a tua questão começou por me questionar sobre se houvesse algum problema, o André Vilas Boas seria capaz de... Encostar Pinta Costa, ou entregar Pinta Costa às Justiças. Parece-me que é uma situação que não se coloca, porque acho que Pinta Costa, quando for entregue para alguma coisa no Futebol Clube do Porto, se é agora ou se é mais tarde, pode fazer em uma estátua ou qualquer coisa. O quadro que o Luís pintou aqui é realmente o quadro que nós vemos. Agora, se houver alguma coisa escondida, nós não podemos falar sobre isso. O poder podemos, mas está especulando. Meus caros, só para encerrarmos este dossiê das eleições no Futebol Clube do Porto, agendadas para o próximo sábado, dia 27 de abril, deste mês de abril, e a TSF vai nesse dia montar uma grande operação para acompanharmos a par e passo o ato eleitoral no Futebol Clube do Porto, inclusive à noite, com emissão especial, para depois sabermos os resultados finais dessas eleições no Futebol Clube do Porto. Há poucos dias, durante o fim de semana, António Oliveira, que faz parte da lista de Pinta Costa, disse que se a lista A, encabeçada por Pinta Costa, perder estas eleições, em 2028, ele, António Oliveira, irá a votos, irá como líder numa lista e aí ganhará as eleições. Isto não foi um tiro falhado por parte de António Oliveira, Luís, do ponto de vista estratégico? Dizer isto não é mau para Pinta Costa? Colocar aqui um cenário de possível derrota? Exato. Estavas a colocar aquilo que nunca se deve fazer em termos de eleições quando se é candidato por um cenário de hipótese de derrota, mesmo que isso te passe pela cabeça, naturalmente. Qualquer pessoa que se candidata a um partido, que se candidata, trabalha sempre em todos os cenários possíveis, mas trabalha só para um. E, portanto, verbalizar essa situação acho que não correu bem. Concordas, Vitão? Sim. O Luís... Eu não queria dizer que sim, porque fomos aconselhados a dizer que não. Estou a brincar, é uma praga de jogo. Mas não começar todas as frases a dizer sim. Mas percebo aquilo que o Luís diz. Mas também percebo o que diz o António Oliveira. Ele é o maior assinista individual do futebol pelo Porto. É um homem com muita experiência de futebol, com passado no futebol, como dirigente, como treinador, selecionador, jogador. Ou seja, é um empresário de sucesso, um empresário bem decidido. Tem todo o capital para ser, aliás, já foi muitas vezes, para outro candidato, por assim dizer, não por ele se afirmar como candidato, mas muita gente, a lançá-lo para um possível, para suceder a Pinto da Costa. O Pinto da Costa diz que o convidou. Só de candidato é porque ele não aceitou. Aquilo que eu acho é que isso coloca um bocadinho de picante nesta eleição, independentemente de qual for o resultado, porque já percebemos que nas próximas eleições o único que pode concorrer sozinho é mesmo o António Oliveira, porque para já só há um candidato. Meus caros, vamos aqui virar a página. Há condições para Roger Schmidt, na próxima temporada, ser o treinador do Benfica, Luís? Semana passada falávamos sobre isso. Não estava cá o Vítor, estava Jorge Maia, e eu dizia-te que não se pode pôr essa questão, porque tu perguntavas e dizias, vai-se ganhar a Liga Europa, há condições. Vamos pôr a coisa na dependência de uma bola bater no posto, entrar na bola, bater no posto e sair. E foi mesmo isto que aconteceu. A bola bateu no posto e veio para fora. O penalti era de Mari, logo a começar. Se aquela bola tivesse entrado e o Benfica passasse, a resposta seria sim, o Benfica foi eliminado, a resposta é não, não pode ser em função disso. Mas pode ser talvez em função daquilo que o Benfica devia ter feito para não ir a penaltis. Acho que deve ser colocado mais em função do que foi a época toda, desde o início. E olhando a situação global da época do Benfica, acho que o João Araxumite não foi competente ao nível de qualquer equipa a dar o seu melhor, a jogar o seu melhor futebol e a responder da melhor forma em muitos jogos decisivos e, ao longo da época, em todas as competições que o Benfica teve. E, portanto, isso tem que ser avaliado, porque a época foi campeão. Esta época não, falhou. O Benfica não jogou um bom futebol ao nível daquilo que teria que fazer, as soluções não foram as melhores, a forma de mexer na equipa ao longo da época não foi a melhor, a gestão mesmo do balneário não parece ter sido a melhor, mesmo com a questão de Kokuchu. Tudo isso tem que ser avaliado para tomar a decisão desportiva. Na minha opinião, penso que não. Que neste momento, ao fim de duas épocas, está exbotado o ciclo Roger Schmidt. Isto é, não o vejo na próxima época a ter um golpe de asa de mudar tudo isto que fez até agora. Talvez aquilo que mostrou que é capaz e que não é capaz, acho que já ficou claro ao longo de dois anos. Outra questão que me podes colocar, e o Benfica estará certamente a pensar nisso, é que ele tem contrato. Eu não vou até 2026. Em função disso, naturalmente, terá que haver um acordo, e o Benfica terá que chegar a acordo, ou ter que pagar exatamente aquilo que está contextualizado. Agora, do ponto de vista desportivo, que é aquilo que tu me colocas, dou-te a mesma resposta que dei a semana passada. Portanto, a análise tinha que ser feita em função de tudo isto, e em função de tudo isto, penso que não. Roger Schmidt não terá a culpa toda, Vitor, mas tem que assumir, ou deverá assumir, aqui uma parte substancial da culpa daquilo que foi a época do Benfica. Claro. Principalmente aquela que lhe diz diretamente respeito, que é parte do que joga, do futebol em si, do que joga ou do que não joga, a equipa do Benfica. Enfim, com algumas limitações, eu diria, e já vou explicar porquê, não deixa de ter um bom grupo para ter um bom futebol. Nós se olhamos para o Roger Schmidt, está a completar a segunda época no Benfica, o Benfica jogou grande futebol durante meia época, mas jogou... Meia época? Durante meia época. Durante meia época? Durante meia época, exatamente. A metade inicial da época passada. Mas jogou um futebol como, provavelmente, poucas equipas na Europa na altura jogavam. É preciso dizermos isso. Então, vamos avaliar esse meio ano e vamos olhar para o que mudou. E o que mudou, sendo boa parte da responsabilidade de Roger Schmidt... Há problemas que nós identificamos em Roger Schmidt, por exemplo, as mudanças durante o jogo, que não mudou nada. É igual, no ano passado nós já dizíamos exatamente a mesma coisa. Devia dar mais tempo, quando está 3-0, devia dar mais tempo ao jogador, podia trocar um jogador ao outro, não devia massacrá-los, porque isso depois reflete-se como se refletiu no ano passado, numa outra fase da época, mais adentro. Ficas com a ideia que ele bloqueia nos jogos? Não mexe na equipa, fica a olhar para o jogo em que é preciso intervir no jogo e ele fica parado? E quando mexe é peça por peça, não há ali um plano B? Sim. Mas depois há outras situações que não podem ser apenas da exclusiva responsabilidade de Roger Schmidt, que comprou esta época, reforçou-se com 3 laterais de esquerdo, e nós ainda ouvimos agora a declaração do general... E nenhum deles serve. Exatamente, e nenhum deles serve. Eu não quero colocar outra vez a tónica. Provavelmente o Benfica joga com o melhor médio da época passada, joga a lateral esquerda. O João Neves apareceu na ponta final da época. Durante a época toda, o Enzo na primeira parte da época, durante a época toda o jogador mais consolidado no meio campo do Benfica foi o Orson, parece que é mais ou menos pacífico isso. E esse jogador hoje é um lateral esquerdo, e o Luís há uns meses dizia... O Luís há uns meses dizia que ele já era provavelmente o melhor lateral direito do Benfica. No nível do Luís. Agora reparem, na quantidade de pontas de lança que o Benfica comprou no último ano, para substituir o Gonçalo Ramos, nenhum dos reforços que chegaram para aquela posição tem as características do Gonçalo Ramos. O Benfica tem uma lança que tem mais de 60 milhões de euros no banco, só em Arturo Cabral, Marcos Leonardo, Coxu, quando ficam os três no banco, e isso acontece com frequência, e estes três jogadores custaram mais de 60 milhões de euros. Exatamente. A política de contratações não se resume ao treinador. É impossível imputar, ou então... Alguém tem que ser responsável, e não só o treinador, por Jurafec, e por outras, por Valentino Aza, por Reites, Radonites, tem que ter... Mas vou outra vez reportar declarações de Luís neste programa, que olha para o futebol de uma forma que nós não conseguimos olhar. O Grimaldo, ano passado, foi provavelmente o jogador mais desequilibrador e mais decisivo do Benfica. Chegamos a falar aqui sobre isto. O Benfica não pôde fazer um esforço para ter o Grimaldo no seu plantel. E eu pergunto, ou questiono-me, quanto é que ganhou um jogador como Odimaria, que é um astro de classe mundial, que eu acho que cabe naturalmente no plantel do Benfica, mas cuja... A forma como é usado devia ser diferente, e aí já compete sem o treinador, mas também cresceu no jogo do Bessa. Pois claro, saiu aos puta-pés nas garrafas e depois adianta algumas declarações a dizer que não gosta de ser substituído. O Odimaria é uma espécie de Cristiano Ronaldo do Benfica. Não pode sair, tem que jogar de início. Não pode ser substituído. O problema é que o nosso campeonato já não é um Benfica num carro sozinho. O Sporting tem uma belíssima equipa. O Futebol Clube Porto deixou-se cair nesta ponta final. O Braga também pode... Há uma série de equipas que podem tirar ponta. O projeto do Benfica é um projeto que não é só... O Benfica tem que fazer uma... Pelo menos é essa a ambição da direcção do Benfica, é fazer uma boa campanha eleitoral, etc. Perdão, uma boa campanha europeia. Estávamos a falar de eleições. E não podem ser os jogadores a mandar. Esses estatutos não cabem numa equipa como a Benfica. A propósito de compartilhar a minha opinião sobre essa questão mais particular do Odimaria e dar também a minha visão sobre isso, eu penso que Odimaria já não era um titularíssimo das Juventus. Odimaria dificilmente, se quisesse jogar na Europa num clube de excelência, num grande clube europeu, dificilmente ele encontraria um grande clube europeu em que ele fosse titularíssimo, um titular de caras. Ele tinha duas hipóteses, ou ia para um mercado emergente Arábia Saudita, Catar, Estados Unidos, e continuaria com esse estatuto de titularíssimo, ou ele sabia que na Europa só havia um clube que lhe garantia, um clube dos grandes, que lhe garantia esse estatuto de titular em todos os jogos e de poder fazer essa birra de poder quando é substituído. Ele sabia qual era esse clube. E ele é um belíssimo jogador ainda, mas na minha opinião, não faz sentido nenhum, Odimaria, aos 35 anos, estar muito perto de fazer a época com mais minutos na carreira. Não faz sentido gerir assim Odimaria na minha ótica, na minha leitura, não faz sentido nenhum, e esse é um dos erros da construção deste Benfica, da época de 2023, 2024. Depois há muita coisa que tu tocaste aí, que eu partilho dessa opinião, nomeadamente por exemplo, a dispensa de Gilberto. Não ficar uma alternativa para Alexander Bá, e quando não há Alexander Bá, por lesão ou por castigo, ter que julgar Frederik Aurschner. Não haver uma solução para lateral-esquerdo, como tu disseste, o Benfica contratou três laterais-esquerdos, e quem joga nessa posição, o Morato ou Frederik Aurschner. Depois, a questão que tu também disseste, alguém deverá ser responsável, geralmente o Roger Schmidt é uma cota-parte importante de responsabilidade disso, na contratação de jogadores como João Vítor, Valentino Lázaro, Meite, Radonich, Kasper Tengstedt, Scheldrup, enfim, Juracek, os jogadores que o Benfica trouxe já nesta direção de Rui Costa com o Rui Pedro Brás como diretor desportivo. Kasper Tengstedt, eu percebo que ele trabalha em campo, mas Kasper Tengstedt não tem os mínimos olímpicos para ser titular como ponta-de-lança. É um ponta-de-lança que defende bem. Eu ainda ontem olhava para as declarações do Roger Schmidt, que fazia bem na qualidade do treinador do Benfica, não é isso que está em causa, que defendia Di Maria, e Roger Schmidt dizia o seguinte, que era um jogador que acrescentava no ataque capacidade de finalização, capacidade no último passo, tem razão em tudo isso. O treinador do Benfica tem razão em tudo isso. Não pode ter só uma dimensão. O jogo tem pelo menos duas dimensões. Assim, simplificando, o ataque tem a dimensão defensiva. E eu pergunto se um jogador que decide, que decidiu jogos, até já decidiu clássicos, nesta época, se pode perder 40 vezes a bola num jogo, o que é que de prejuízo isso traz para a equipa? Mas essa parte eu percebo que o Roger Schmidt não a diga, porque sendo ele o que é que tem a dizer dos jogadores? Mas de outros, se calhar diz. Acordimos, errou no Bessa, e o Roger Schmidt teve coragem de o apontar. E Marcos Leonardo e Arturo Cabral também. Quando ele diz que não chega para ser ponta de alança do Benfica, marcar golos. Mas o ponto claramente a Arturo Cabral e a Marcos Leonardo. E explica porque é que opta por Casper Tengsted. Mas relativamente a Di Maria, é quase como se fosse da vista além. Mas eu aí discordo profundamente o Roger Schmidt. Percebo nas declarações dele em relação à Di Maria, na questão do ponta de alança ter que defender bem, é evidente que o ponta de alança tem que defender bem. E um ponta de alança de uma equipa moderna tem que saber defender. Na época passada o Benfica tinha um ponta de alança, tinha capacidade física e depois conseguia defender. A principal missão do ponta de alança, o Luís tem uma expressão engraçada que diz que ser ponta de alança é uma profissão. Nove posições e duas profissões. Nós pensamos no ponta de alança, apenas na vocação defensiva que ele tem. Em não sei quantos jogos nem sequer acertaram um remate na baliza, ainda hoje vi essas estatísticas, parece muito pouco para uma equipa com a ambição do Benfica. Luís, o que é que achas disto que estamos aqui a falar? Concordas? Não digas que sim. Não, não concordo. Não, para. Concordo numas coisas, noutras coisas, sim. Mas, portanto, aqui... O cara tem muitos, muitos pontos. Portanto, isso faz parte da tal avaliação que eu te referia, que tem de ser feita em relação à época do Benfica. Naturalmente, sim. A responsabilidade não é só do treinador, em nenhum clube é. Também é dos jogadores. Também é dos jogadores, reparo. O Sporting, elogio muito as contratações do Sporting. O Sporting até, reparo, depois de perder o Porro como lateral direito, a primeira contratação foi o Guadarino. E falhou. Depois foi o Fresneda. E não pegou. E acaba por ser a solução quem? O Jânio Catamo. Já lá está. E quando não é o Jânio Catamo, é o Ricardo Esgueiço. O Jânio Catamo, aqui no Sporting, não acreditava, porque nem sequer se tinha acionado. Sim, mas já era jogador do Sporting. E emprestado ao Guimarães, a vitória, e fez 11 jogos no Marítimo, a época passada. E acaba por ser ele decisivo, nesta época, com o lateral direito, ser um canhoto. Portanto, o futebol tem muitas... tem mil e um caminhos, mil e uma formas de ganhar. Isto é muito traiçoeiro. O êxito e o fracasso são irónicos. Mas tu reconheces que a época do Sporting foi uma época bem pensada. Enquanto a época do Benfica, não me parece que tenha sido uma época bem pensada. Embora pareça e se diga, muitas vezes, que o Benfica tem um grande plantel. Eu acho que o Benfica tem um grande plantel. Algumas coisas, sim. Noutras coisas, não. Em termos daquilo que são alguns equilíbrios, eu acho que o Benfica não tem um grande plantel. Eu, por exemplo, não consigo ver, neste momento, antes de chegar ao final da época, não sabemos qual é o ponto de lança titular do Benfica. Eu acho que o melhor dos que lá estavam foi o Moussa, disse aqui na altura. Sim, sim. E repara, por exemplo, não há uma alternativa a Florentino Luís, por exemplo. É verdade. Não há. Não há. Não existe. E isto são coisas mais... Como é que ainda não foi um grande plantel? Eu acho que não. Luís, podes... Não quer parar aqui em Porto também? Não, não estou a dizer Porto nada, pelo amor de Deus. O que eu digo é que um treinador tem de encontrar soluções. Por isso que há pouco comecei a minha intervenção, exatamente quando me perguntaram se o Roger Schmidt tinha condicionado para ficar no Benfica. E o treinador estava lá. O ponto de vista esportivo, o treinador é pago para encontrar soluções, não é para arranjar desculpas. E, portanto, nesse sentido, o Roger Schmidt não encontrou soluções para o Benfica jogar bem nesta época. É verdade, Luís. Tu tens razão. Mas depois nós percebemos que na época passada o treinador renovou e renovou na altura por três anos. Sim, isso é outra questão. Eu continuaria aí outra nuance, indo ao início da questão do João. O que eu digo é que o Sporting encontrou essas soluções. O treinador... No ano passado o Sporting foi quarto para ficar. Sim, mas nesta época... Repara, mas não pôs tudo em causa. O que eu acho que... Repara uma coisa. Ninguém pode ganhar todos os anos. Só ganha um. E a avaliação tem de ser feita não em função dos resultados. Por isso tu dizia, não é a bola bater no poste e entrar a bola a bater no poste e sair, que eu vou avaliar a competição do treinador. Eu vou avaliar em função de tudo aquilo que foi a época e as soluções que ele foi encontrando. E também macro, visão macro e visão micro. Cada jogo, cada jogada. Tem de analisar tudo. E se analisar o que foi Roger Schmidt nesta época, é evidente que não teve as condições mínimas para ser treinador do Benfica, na minha opinião. Dentro da dimensão do que é ser treinador do Benfica. Naturalmente. Enquanto que o Rubén Amorim, época passada, falhou o Sporting e foi em quarto lugar, mas identificavas com uma ideia, percebias quais eram as soluções que ele queria introduzir e não conseguia, e esta época foi feita em função disso, conciliando naturalmente com a direcção as contratações, devido que algumas falharam, por isso comecei por aí, e encontrou as soluções certas para encontrar esses jogadores para cada posição. E gerir o quanto alto tinha. E o Benfica pode fazer isso? O Benfica devia ter feito isso. E o treinador é peça fundamental. Mas pode fazer isso para a próxima época, ainda com o Roger Schmidt? Fazer aquilo que o Sporting fez na época passada com o Rubén Amorim, o Benfica ia fazer nesta época com o Roger Schmidt, perceber o que é que correu mal, corrigir, e na próxima época correr bem? Não estou a ver o Roger Schmidt a mudar, porque o Roger Schmidt desta época não é muito diferente do Roger Schmidt da época passada, como o Vítor também dizia, em relação àquilo que foi quando sentiu que tinha que mudar, ou quando tinha que mexer, melhor dizendo, e ganhou, enquanto que o Rubén Amorim também não é diferente do Rubén Amorim da época passada, quando encontrou soluções e perdeu, e ficou. Não há que pôr tudo em causa, quando se perde, nem há que elogiar tudo quando se ganha. E este é o erro infantil do futebol. O Sporting cometeu durante muitos anos. O Sporting, quando perdia, saía tudo. Mudava presidente, mudava treinadores, mudava jogadores, mudava tudo. O facto de ficar com o Rubén Amorim e perceber exatamente o que ele queria, e afinar apenas poucos jogadores, mas os fundamentais para encontrar as soluções, é a chave. O Benfica no programa não é esse. É um problema mais conceptual e de ideia. Também há um problema, é evidente que as derrotas ou os insucessos não ajudam, que é o problema da empatia, também com o Isabel. O Roger esteve a certa altura num jogo, não me lembro qual foi o jogo... Ah não, é uma questão importante. O treinador de um clube como o Benfica, não pode dizer a quem quiser assobiar, vá para casa, porque no futebol assobia-se. Pelo menos desde que eu vejo futebol. No jogo que eu estive... Também há aqui uma questão de empatia que não dificulta isso. Também se transmite à equipa, porque se calhar em alguns momentos a equipa precisou, e se calhar não teve os adeptos que precisavam. Talvez exista uma maior tolerância por parte dos adeptos do suporting, por aquilo que têm sido as últimas décadas do suporting, uma maior tolerância para ficar em quarto lugar, em comparação com o foco do Porto. Quando o Rubem Amorim chegou, havia alguma intolerância. Há quem diga, acrescente como fator importante para o suporting de ter sido campeão, no primeiro ano foi campeão só por uma vez, com o Rubem Amorim e o facto do suporte... Mas resumindo e concluindo, há condições para Schmitz ser o treinador do Benfica na próxima época ou não? Eu acho que o Ricosta... Eu discordo do Luís. Discordo do Luís, mas não digo sim. Mas discordo. Eu acho que há aqui um fator que o Ricosta pode ponderar e pode ser decisivo para a continuidade de Roger Schmitz. Há a forte possibilidade, eu acredito, dos grandes rivais, do Rubem Amorim e do suporting, e eventualmente estamos perante a última época de César de Conceição no Porto. E eu penso que o Benfica pode levar aí uma vantagem se conseguir corrigir, naturalmente. E se conseguir, José Amorim? Se houver a possibilidade, de facto, do Benfica em contratar José Amorim? José Amorim é um treinador à prova de bala. Um dos melhores treinadores no mundo. Portanto, será sempre uma boa solução. Vocês acham que se André Villasboas ganhar as eleições no Futebol Clube do Porto dará mais gozo a José Amorim ser treinador do Benfica? Para defrontar André Villasboas como presidente do Futebol Clube do Porto? Dada aquilo que foi a quebra do laço profissional entre eles. Aí tínhamos que entrar na cabeça do Amorim, mas não sei. Não te consigo. Olha, para nós seria bom. Porque teríamos, seguramente, todas as semanas ter o José Amorim no banco em Portugal. Seria bom. Eu gosto muito. É descabido este raciocínio da forma como terminou a relação entre André Villasboas, a separação profissional. Já passaram alguns anos. As coisas nunca ficaram muito bem resolvidas. Não achas que daria gozo a José Amorim ser treinador do Benfica sabendo que André Villasboas é o presidente do Porto? Eu acho que é o Amorim. O gozo de ganhar hoje aos 60 anos e a forma como ganha é diferente daquilo que pensava aos 40. As coisas são diferentes. Eu sei onde te queres chegar, mas não acho que isso seja por aí. A questão do Amorim no Benfica. Não acreditas nessa possibilidade? Acredito nessa possibilidade. Aliás, disse a semana passada, acho que os três grandes vão mudar de treinador Nesse nível, sim. Eu não tenho a certeza se o Benfica vai mudar ou não. Mas acreditas na possibilidade do Benfica poder contratar o Amorim? Acredito. Embora acho que tudo tem a ver com as possibilidades que o Amorim possa ter em relação a outros clubes. Acredito que o Amorim ainda quer apontar outro tipo de campeonato. Mas outro tipo de campeonato para ganhar muito dinheiro, tipo Arábia Saudita? Não, não. Outro tipo de campeonato em nível nevoleuropeu. Olhar também aquilo que pode ser, não sei, um Bayern de Munique, ou um PSG. Não faço ideia ainda dentro daquilo que podem ser marcados para ganhar títulos. Vejo o Amorim nesse sentido. Mas o Amorim no Benfica seria para ganhar títulos? Sim. Ou no Sporting? Está a falar em títulos internacionais, uma Champions. Com o PSG? Sim, com o Bayern de Munique. Estão-vos dois na meias-finais, quanto é que gostaria de despedir o Roger Schmidt e quanto é que gostaria de contratar o Amorim? Mas isso também se pensava ser uma opção, que eu acho que também é muito cara, que é o Abel. E a questão será sempre o salário? Será sempre a grande dificuldade de tirá-lo? Não era a primeira vez que o Benfica ficava a pagar um treinador ou dois treinadores. Sendo que normalmente nestas situações só ficas a pagar o treinador enquanto ele não estiver empregado. Não ficará mais dois anos desempregado. Tem sempre bons treinadores. Estamos mesmo na reta final, vamos ter que ir para Faro para fazer precisamente o relato do Ferenc Benfica. Só uma questão que eu gostava de vos colocar relativamente ao Sporting. Na vossa opinião, o Sporting é uma questão matemática para fazer a festa. Já podem comandar as faixas a isso. Penso que a forma de jogar do Sporting desde há muito tempo, a qualidade de quando joga, a forma dos jogadores, há muito que o Sporting é o campeão em termos de forma de jogar bem nesta época. E acho que quem joga desta forma está sempre mais próximo de ganhar. E acho que é bom para o futebol que isso aconteça. Tem dinâmica de campeão e vai ser campeão. Uma última questão. Estiveste em Chaves, Luís. A fortuna daquele Chaves Estoril foi uma situação ao pior estilo, porque a América do Sul também tem coisas muito boas, mas aquilo foi ao pior estilo do futebol sul-americano. Das piores imagens que nós às vezes recebemos do futebol sul-americano. Foi. É algo que acontece de uma forma... É incontrolável. Embora a segurança esteja lá, mas a partir do momento em que um adepto fura ali aquela segurança, que é tão inusitado, os acontecimentos a partir daí precipitam-se e o adepto dirige-se ao guarda-redes. Depois todos se precipitou, todos viram as imagens que representaram praticamente, fielmente, tudo aquilo que aconteceu. A questão depois que se coloca... Confesso que também estava sendo prendido com tudo aquilo e não é fácil escrever um comentário daquilo porque há muito ali que se tem que sujar ao pensar. Eu percebo o que o árbitro fez. O árbitro tentou amenizar o mais que podia a situação. Cumpriu o regulamento em relação àquilo que são as expulsões dos dois jogadores do historial. A outra questão que se coloca é o jogo continuar ou não continuar. Ele tem do seu lado o regulamento, é verdade, mas acho que dentro daquilo que é o bom senso, dentro daquilo que eram as condições que estavam ali naquela altura, não de segurança, porque as forças de segurança têm que dizer que estão garantidas. Essas estariam garantidas. Agora, desportivamente, não estavam reunidas minimamente as condições. Mas isso será outra análise. E essa análise, o árbitro devia tê-la feito, não a devia ter feito. Como? Quando? Portanto, essa decisão é que é discutível. Aquilo aconteceu dois minutos do fim. Como poderia ter acontecido a 20? Isso seria na mesma ação disciplinar. Agora, a decisão desportiva é que coloca em causa completamente o que é o resultado e o que pode colocar em causa a classificação final do campeonato. Mas, Carlos, temos que ficar por aqui. Mas isso é um debate demasiado... O culpa é dos regulamentos. Porque permitem que aquele jogo continue. Eu acho que aquele jogo não devia ser possível continuar pelos regulamentos. Deixaremos essa análise para um outro Visão do Jogo, também com mais tempo para nos debruçarmos sobre isso. Vítor Santos, muito obrigado. Ao Visão do Jogo é sempre um gosto enorme ter-te aqui no programa. Já sabes que tens o teu lugar sempre aqui reservado no nosso Visão do Jogo. Daqui a bocadinho é bola para o Mário Fernando. Vai ser ele a coordenar a emissão desse Ferenc Benfica. Jogo da Jornada número 30 do campeonato. É o jogo que encerra a Jornada 30 do campeonato. Quanto à Visão do Jogo, fica por aqui. Você já sabe, não chega a olhar para o jogo. É fundamental ver o jogo. Um abraço e até para a semana. Legendas pela comunidade Amara.org