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In this episode, we discuss sociological and psychoanalytic criticism. According to Antônio Cândido, a literary text can be analyzed sociologically, but it requires a deeper understanding. For example, the story "Amor" by Carice Lispector provides details about the sociological aspects of a family. However, to truly determine the sociological character of a text, we need to examine the social context, such as the role of women in the 1960s. Jean-Michel Rabaté's text explains that a text can also be analyzed from a psychoanalytic perspective, with readers becoming detectives, uncovering the unconscious aspects of the text. In "Amor," the character's unconscious is revealed through certain details. However, psychoanalytic analysis of a work requires knowledge of psychology and is a bold endeavor. Both sociological and psychoanalytic perspectives are important in understanding literature. Construindo a crítica, refletindo e desnudando conceitos. No episódio de hoje, a crítica sociológica e a crítica psicanalítica. No texto Crítica e Sociologia, de Antônio Cândido, aprendemos que um texto literário pode ser lido pelos aspectos sociológicos. Por exemplo, no conto Amor, da escritora Carice Lispector, nós podemos encontrar detalhes como a cozinha era espaçosa, o fogão estava enguiçado, o vento batia em cortinas que a própria personagem cortara, as blusas que ela também fazia para os filhos, isso tudo dando detalhes de quais eram os aspectos sociológicos daquela família. Mas, segundo Antônio Cândido, esses detalhes não são suficientes para poder determinar o caráter sociológico de um texto. É preciso ir mais a fundo. Tomando como exemplo o próprio conto Amor, a gente percebe que um estudo sociológico poderia ser feito a partir de como era a vida da mulher na década de 60. Por que aquela personagem toma a decisão, no fim de uma epifania, de voltar para casa, de voltar para a sua família, de voltar para o seu marido e continuar a vida tal como era antes dessa epifania acontecer? Então, aí sim se destacaria um estudo sociológico do texto. O casamento para as mulheres na década de 60 era completamente diferente do casamento visto nos dias de hoje, por exemplo. O papel da mulher era também muito diferente do que estamos acostumados nos dias atuais. No texto Psicanálise e Literatura de Jean-Michel Rabaté, nós aprendemos que um texto também pode ser lido por um viés psicanalítico. E ele diz em seu texto que os leitores psicanalistas tornam-se releitores e, ao se transformarem em releitores, agem como detetives ao ficar investigando os aspectos inconscientes presentes no texto. Então, novamente voltando ao conto Amor de Clarice Lispector, vemos trechos como certa hora da tarde era mais perigosa, quando nada mais precisava da sua força, inquietava-se. Então, segundo o texto de Rabaté, esses detalhes fazem com que o inconsciente se mostre através da ficção. Em outros trechos do conto, como o mal estava feito, a piedade a sufocava, o mundo se tornara de novo um mal-estar. Percebemos que a personagem deixa detalhes, deixa pistas do seu inconsciente e isso se revela no texto. Para fazer um estudo psicanalítico de uma obra, é preciso conhecimento da psicologia e isso se torna um estudo bastante audacioso e talvez por isso não existam tantos. É importante destacar que o próprio fazer da literatura é também um fazer que tem como base o aparelho psíquico. Voltando ao texto de Rabaté, ele diz que nós, os leitores, podemos sim nos tornar embaixadores do inconsciente quando lemos um texto levando em consideração esses aspectos psicanalíticos. Voltamos em breve com mais um episódio de Construindo a Crítica. Eu sou Alexandra Menezes, aluna da Universidade Federal de Alagoas, curso de Letras Espanhol. Esse é um trabalho de Teoria da Literatura II, do professor Márcio Ferreira da Silva.