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Áudio do WhatsApp de 2024-03-05 à(s) 09.53.33_7c212f30

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Rik

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Porque me sinto preso, preso num corpo que não me representa, em uma sociedade que não me aceita, em um mundo que não me compreende, preso num labirinto de ilusões, expectativas e regras, vivendo num ciclo de nascimento e morte, de causa e efeito, de ação e reação. Porque não sei quem sou, quem sou eu além do meu nome, do meu cargo, do meu papel? Quem sou eu além da minha aparência, da minha personalidade, do meu ego? Quem sou eu além das minhas crenças, dos meus valores, dos meus ideais? Quem sou eu além das minhas memórias, sonhos e medos? Porque ainda existe a guerra, a guerra entre nações, entre religiões, entre ideologias, a guerra entre as classes, as raças e gêneros, a guerra entre as famílias, amigos e amantes, a eterna luta entre o bem e o mal, o certo e o errado, entre o justo e o injusto. Porque o medo me apavora, o medo da morte, da doença, da violência, o medo da solidão, da rejeição, da traição, o medo da mudança, da incerteza e da perda, o medo de não ser bom o suficiente, de não ser amado o suficiente, de não ser feliz o suficiente. Porque o amor dói, o amor que se transforma em ódio, em ciúme, em rancor, o amor que se torna possessivo, dependente e obsessivo. O amor que se desgasta, se esfria, se acaba, o amor que machuca, que fere e sangra, porque tudo que existe não mais existirá, o sol que se apagará, a lua que se eclipsará, as estrelas que se explodirão, a terra que se aquecerá, o mar que se evaporará, a vida que se extinguirá, o sorriso que se desvanecerá, o abraço que se soltará e o beijo que se esquecerá. Porque o que mais amo vai embora, as pessoas, os animais, os objetos que se vão, os momentos, os lugares, as sensações, as cores, os sons, os aromas que se vão. Porque a dor está em nós, a dor física, emocional e mental, a dor da ferida, da cicatriz, da lembrança, a dor do luto, da saudade, da nostalgia, a dor do arrependimento, da culpa, da vergonha. Porque a vida é assim, assim tão difícil, tão complexa e misteriosa, assim tão cheia de sofrimento, de angústia e de desespero, assim tão vazia de sentido, de propósito e direção. Por quê? Por que essas perguntas me atormentam? Por que essas respostas me escapam? Por que essa busca me consome? Por quê? Porque eu não consigo ver, ver além das aparências, além das diferenças, além das separações, ver além das formas, além das cores, das dimensões, ver além do tempo, além do espaço, além da matéria. Por que eu não consigo ouvir, ouvir além das palavras, dos ruídos e silêncios, ouvir além das vozes, dos sons, das músicas, ouvir além da morte, da mente, do coração, além da minha alma? Por que eu não consigo sentir, sentir além das emoções, das sensações, das impressões, sentir além do prazer, da dor e do amor, sentir além do corpo, além do espírito, além do ser? Por quê? Porque eu não consigo me libertar, libertar-me das prisões, das limitações, das condições, libertar-me das ilusões, das confusões e alucinações, libertar-me das identificações, classificações e definições, porque eu não consigo me conhecer, conhecer-me além do que penso, do que sinto, do que faço, conhecer-me além do que tenho. Do que quero e do que preciso, conhecer-me além do que sou, do que fui e serei. Por quê? Porque eu não consigo me despertar, despertar para a verdade, para a luz, para a vida, despertar para a essência, para a fonte, para a origem, despertar para o todo, para o uno, para o eu. Por quê? Porque eu não percebo que as perguntas são o caminho, que as respostas são o destino, que a jornada é sempre bela. Porque eu não percebo que as perguntas são o convite, que as respostas são o encontro e que a busca é o amor. Porque eu não me rendo ao mistério da graça, a graça da existência, da consciência, da transcendência, a graça que me dá, que me tira e que me devolve, a graça que me cura, me salva e me eleva. Por quê? Porque a vida pulsa em mim, porque sinto as gotas do universo mesmo imerso no meu próprio eu.

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