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Entrevista Radialista- Lui Riveglini: áudio final

Entrevista Radialista- Lui Riveglini: áudio final

Raquel Sandri

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Raquel Sandri Giulia Tosi Jamile Castro Maria Eduarda Claudino Fernanda Yukari

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This is an interview with a radio presenter who talks about his career and experiences in the radio industry. He shares how he got started in radio at a young age and his passion for the medium. He also discusses the challenges and process of creating a radio program, as well as his views on the future of radio. He emphasizes the importance of the audio medium and the authenticity it brings. The interviewer asks about his work in different areas of voiceover and narration, and he explains the differences between narrating a documentary and hosting a radio program. He also talks about the personal touch and authenticity he brings to his programs. He mentions the importance of finding a balance between following the direction of a director or client and staying true to oneself. He advises aspiring communication professionals to pursue what they genuinely enjoy and have a natural talent for. Boa tarde, um alô para os alunos do professor Renato Salares, no curso de Rádio, TV e Internet da Universidade de Belas Artes. A partir de agora, um radialista começa a descrever como entender, explicar e melhorar o mundo. Aproveitem. A primeira pergunta é o que te motivou a escolher essa sua profissão? Olha, você citou a Transamérica. Por acaso, eu trabalho na Transamérica atualmente, mas deve ser a sétima ou oitava vez que eu trabalho na Transamérica. Então, eu tenho, de fato, uma história longa com essa rádio. É a rádio com a qual eu mais me identifico. Mas eu trabalhei em outras emissoras, em outras várias emissoras. Eu era muito novo, eu tinha 16 anos. Hoje eu tenho 58. Quando eu comecei em rádio, eu já trabalhava com comunicação, porque eu já tinha sido repórter e redator de um jornal da cidade de Rio, claro. Embora eu fosse muito novinho, eu tinha só 15 anos, mas como eu já tinha uma certa facilidade para escrever, para falar, eu acabei me aproximando das pessoas de rádio e me interessei. Fiquei fascinado com o veículo, com o trabalho e acabei iniciando minha carreira como loucutor nessas rádios do interior. Depois eu voltei para São Paulo. Eu sou daqui, eu estava morando lá. Aí eu voltei para São Paulo e aqui eu trabalhei em muitas outras rádios. Trabalhei na Transamérica, na Zona Urbana, na Bandeirantes, com uma rádio AM chamada Trianon, na Rádio Mídia. Enfim, fiz vários outros trabalhos relacionados à loucura. A gente viu que você tem um programa chamado Transa Louca. É um programa muito de comédia, muito de piada e muito disso deve te aproximar muito com os seus interlocutores, né? Acaba criando uma proximidade muito forte. Dizendo isso, quais são os desafios mais comuns e feitados na interação ao vivo com o seu novo livro? Olha, esse programa é um programa que eu apresentei durante muito tempo na Transamérica. Até hoje, as pessoas fazem associação do meu trabalho com esse programa, que na verdade não está mais no ar. Eu estou na Transamérica novamente, mas esse programa não estava no ar. Mas durante muito tempo, de fato, eu fiz esse programa. Que é um programa em que havia interação do apresentador, que era eu, com os ouvintes. Resumidamente, o programa era a gente apresentar uma pergunta, um tema. A proposta do programa era ser um programa divertido, um programa de entretenimento. Então, não tinha nenhum compromisso jornalístico, nenhuma preocupação com temas mais sérios. Era um programa de contraído. Aí eu fazia uma pergunta no programa, os ouvintes ligavam lá para responder. Na pergunta, na época, não tinha internet, não tinha celular. Então, os ouvintes ligavam lá para responder, as respostas eram anotadas e aí eu depois escolhia as respostas, lia as respostas e apresentava os efeitos. Então, a minha interação, na verdade, com o ouvinte nesse programa era produzida pelos efeitos que eu fazia. Pela resposta que eu dava às respostas que os ouvintes encaminhavam. Quer saber como que é esse processo de criação de um programa de rádio? E você que apresentou muito, você tem um redator ou você que faz suas próprias pautas? Olha, na verdade, existem vários formatos de produzir esse programa. Normalmente, o programa é concebido pelo diretor artístico ou diretora artística da rádio. Depois, o diretor ou a diretora passa, para início de produção, os parâmetros que ele ou ela decidiu para aquela produção. Que tipo de perfil vai ter o programa? Que tipo de público vai se atingir? Qual a dinâmica que o programa terá? Qual será a divisão do programa, por exemplo, dentro de uma determinada hora? Aí, com tudo isso pronto, o apresentador, ou às vezes mais um apresentador, vai pro ar já com essa pré-produção e faz uma espécie de costura, dentro de todos esses itens que eu mencionei para vocês, para chegar até o resultado final, que é a apresentação do programa, que pode ser gravado ou pode ser ao vivo. Eu achei legal que você disse que você começou desde os 15 anos. Então, cresceu e viu a rádio crescendo com você, né? Sabendo disso, que ela ainda está evoluindo muito, está ganhando, está crescendo, como você enxerga o futuro do rádio e quais são as suas expectativas, os seus planos para continuar crescendo e se destacando nesse meio que está sempre em constante evolução? Uns anos atrás surgiu a internet e, não muito tempo atrás, surgiram as redes sociais. São todas formas novas de comunicação que levam o rádio a se reinventar. Mas eu acredito que o futuro do rádio esteja ligado justamente à associação com essas novas formas de comunicação. Como eu sou um entusiasta do rádio, como eu gosto muito do veículo, eu gosto muito das possibilidades que o rádio oferece, então eu acho que eu não fico desanimado. Eu acho que tem muita perspectiva, tem muitas possibilidades de a gente se reinventar e encontrar caminhos novos para o futuro. É isso. Uma verdade e uma mentira sobre o que as pessoas acham que é trabalhar com a rádio. Bom, eu diria que a mentira, a falácia, acho que é fácil. É uma falácia que, como eu falei na resposta anterior, é uma falácia que vai ser muito tempo de que o rádio vai acabar. Então cada vez que surge uma nova vertente de comunicação, uma nova plataforma, um novo veículo, uma nova moda, eu acho que o rádio vai acabar. Então essa eu acho que é uma falácia. E a grande verdade que eu vejo em relação ao rádio, contraposta a essa, é que o rádio é um veículo que eu considero muito viciante. Para quem trabalha e para quem ouve. Porque eu acho que... Aproveito para dizer uma coisa aqui, que tem a ver com a resposta. Quando vocês me convidaram para dar essa entrevista aqui, eu lembro que a Jamília foi contar comigo e perguntou se eu poderia fazer a entrevista por videoconferência. Eu não sei qual é o nome da plataforma. Se for preciso eu faço, não tem problema. Mas eu prefiro fazer a entrevista com áudio. Porque o áudio tem relação com o trabalho que eu faço em rádio. Rádio é basicamente só áudio. Eu acho que quando você conversa com alguém com a câmera ligada, com os holofotes da TV ligadas, você perde muito da sua naturalidade, da sua espontaneidade. E quando eu falo no rádio, ou falo com alguém no rádio, eu acho que elas tendem a ficar mais à vontade, mais amadas. Porque elas não têm... A sua expressão não está sendo mostrada. A sua expressão corporal não está sendo mostrada. É tudo concentrado na voz, no modo como você fala, no seu entonação, no seu jeito de interpretar. Seguindo nessa linha, a gente sabe que você trabalha com muitas coisas diferentes. Com voz padrão, com documentário, com dublagem, áudio descrição. E qual é a diferença de narrar um documentário, por exemplo, de apresentar um programa por uma rádio? Bacana essa pergunta que você me fez. Porque essa pergunta me permite dizer o seguinte. Quando você entra nesse ramo de rádio, especificamente no trabalho de locução, você passa a ter uma quantidade muito grande de vertentes em que você pode trabalhar, de variáveis que você pode explorar. Então, por exemplo, quando você está apresentando um programa ao vivo numa emissora de rádio, você tem, como eu disse, muito tempo para você expor uma ideia. Já quando você está gravando um comercial, por exemplo, você tem 30 segundos ou um minuto em que você vai ter que vender um produto ou vender uma ideia. Portanto, você tem que encontrar a entonação adequada, encontrar as palavras que vão precisar de mais ênfase, encontrar as pausas necessárias, o timing necessário para você apresentar corretamente aquela mensagem. Você falando, eu acho muito bonito a maneira em que você ama realmente o que você faz. Vou brincar falando agora que você tem de coração na boca. Você sente essa transparência quando você está num programa ao vivo? E você sente que mais você consegue mostrar quem é o Bluey nos seus programas? Olha, sempre tem muito de você no programa que você faz. Por mais que você esteja, de certa forma, interpretando o papel, porque você vai, como eu disse, você vai ter que se ajustar àquilo que a produção pede, àquilo que o programa pede, àquilo que o documentário, que a narração de documentário ou de audiodescrição pede. Mas por mais que você se ajuste a essas demandas, é muito de você que está ali. Então, ainda que eu consiga mudar o meu jeito de falar, a parte do coração daquilo que eu estou falando, para usar a expressão que você usou, está em mim mesmo. Eu é que tenho que encontrar, mesmo que eu mude o tom, o tom diferente que eu achei é o tom que eu achei comigo mesmo. Então, de certa forma, é você, embora seja você com algumas modificações pedidas pelo cliente ou pelo seu contratante. Então, é você com os acréscimos solicitados por quem contratou o seu trabalho. Você fala muito que na maioria dos programas tem um diretor. Se ele te passasse algum ideal que você teria que falar e você não acessasse esse ideal que ele está pedindo para você falar, você apresentaria mesmo assim? Excelente a sua pergunta. Muito boa mesmo. Eu acho que existem limites para o que você pode fazer. E esses limites você, como profissional, é que tem que definir. Então, você como profissional, você tem o dever de oferecer aquilo que o seu diretor ou seu contratante pediu. Mas, por outro lado, você também tem que encontrar os limites daquilo que você deseja ou que você pode fazer. Então, assim, eu acho que você deve ter flexibilidade para você aceitar as demandas apresentadas por um contratante ou por um cliente até o limite do seu princípio. Até o limite em que essas ideias interfiram nos seus princípios pessoais. Você tem uma dica para essas pessoas que querem ingressar no mundo da comunicação. O que elas precisam para ter sucesso nessa área e que caminho elas precisam virar? O que elas precisam fazer? Primeiro, fazendo algo que você genuinamente gosta de fazer. Fazendo algo que você consiga fazer com naturalidade. Teve uma ocasião, um período breve, que eu também dei aula num curso de rádio. E uma coisa que eu sempre falava para os alunos é que quem pretende falar bem precisa ler bem ou escrever bem. Ninguém consegue falar bem se não ler bastante. Você precisa ler muito, ler o que te agradar. Mas você precisa mergulhar na leitura. Precisa realmente absorver a leitura. Quando você lê muito, você se familiariza com construções gramaticais, com palavras que você ainda não conhecia. E na hora em que você for falar, isso tudo vai dar a você uma facilidade muito grande para se expressar. E, por outro lado, se você aprende a habilidade de escrever, você aprende a organizar melhor esses pensamentos. E aí, quando você vai falar, se você somar a leitura que você fez com o treino que você adquiriu escrevendo, você vai chegar a um resultado muito melhor para falar e, portanto, vai encontrar os seus caminhos com muito mais facilidade. Eu quero saber da sua opinião. Existe alguma postura ou algum modo de criação de conteúdo específico que se encaixe bem em todos os veículos de comunicação? Eu acho que o fio que une essas habilidades todas é o mesmo. É o mesmo. Você tem que ter habilidade para se comunicar. Você vai ter que explicar para as pessoas que vão, por exemplo, ler o seu roteiro ou interpretar algo que você escreveu. Você vai ter que se expressar com clareza, se expressar com eficiência para que as pessoas compreenderem o que você quis dizer. Tem até uma frase que eu não sei quem é, mas eu acho muito boa. É que comunicação não é o que você diz. Comunicação é o que os outros entendem. Então, não adianta você, por exemplo, ter uma mensagem muito elaborada, que seja muito bem preparada, mas que não seja compreendida. Eu achei linda essa entrevista porque o que eu tirei pelo menos dessa pessoa é que o seu trabalho nada mais nada menos é do que tentar compreender o mundo, tentar ser compreendido e tentar explicar para as pessoas da maneira que você, a sua equipe, fez tudo. Parabéns, espero que você tenha inspirado essa sala que vai discutir da Belazar. Que você veja também que existem pessoas que estão querendo seguir o seu caminho, que você possa ter ajudado a inspirar. E agradecer pela sua participação no nosso humilde trabalho. Ah, que bacana! Muito obrigado pelas suas palavras. Eu gostei muito do que você falou. Fico muito feliz que você tenha gostado também. E espero que as outras pessoas do curso também gostem, que as pessoas achem proveitosa essa nossa conversa. E acreditem que eu falei com vocês com o maior prazer, com o maior envolvimento, porque você disse muito bem. Porque nós estamos todos, eu aqui, vocês aí, envolvidos no mesmo ofício, talvez em estágios diferentes da vida, mas no mesmo ofício, que é o ofício de expressar o mundo. Deixo um beijo para vocês, para todo o pessoal da sala também. E a gente se encontra, a gente se fala novamente, espero.

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