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Entrevista - Podcast Crianças Atravessadas editado

Entrevista - Podcast Crianças Atravessadas editado

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Leandro Pezão and Renata, both parents, discuss how capitalism affects their children. They talk about the challenge of discussing capitalism with kids and how they approach it. Renata mentions the influence of advertising on children and the need to protect them from harmful messages. They also discuss the impact of YouTube and unboxing videos on children's consumption habits. Renata emphasizes the importance of allowing children to experience boredom and fostering creativity. They both agree that it is necessary to address these issues and have open conversations with their children. Salve, galera! Quem fala aqui é o Leandro Pezão, eu sou produtor cultural, sou punk, pai do Raoni. Vou falar um pouco sobre esse tema de infância e capitalismo, né? Como que isso aí afeta as nossas crianças. Meu filho, ele tem cinco anos de idade, eu sou separado da mãe, então a gente tem uma guarda compartilhada, onde ele fica uma semana comigo, uma semana com ela. Acho que é por aí, acho que é pra apresentar, acho que ele já chegou num bom termo. Muito bom, Pezão, obrigada. Agora eu pedi pra Renata se apresentar pra gente também. É, então, eu sou a Renata, sou física, doutorando em física, sou programadora, sou anarcopunk, feminista radical e, bom, mãe do Nicolas, né, um menino de oito anos, que me parece ser um pequeno cientista, assim, como toda criança é, né, gosta de experimentar, mas ele tem algo a mais ali. Você pode só falar também, por favor, sobre como que é a guarda. Ah, sim, é, a gente tem guarda compartilhada, a gente é separado desde que ele tem dois anos, né, só que, infelizmente, assim, a gente mora muito longe, né, então o Nick fica mais comigo mesmo. A rotina semanal é toda comigo. Aí eu vou começar a fazer as perguntas, e aí vocês fiquem à vontade pra responder tanto individualmente como interferir e trocar ideia mesmo e tal, ficar de boa, assim, pra falar como vocês preferirem. A primeira coisa que eu queria saber é se vocês já falaram com os filhos de vocês ou pretendem falar a respeito do capitalismo e, se sim, de que maneira que isso aconteceu ou aconteceria. Bem, é, o meu pivete, eu acho que, assim, certos temas, acho que a gente não tem como ir direto ao ponto, no sentido de falar, ah, o capitalismo, que é o regime de acumulação de bens materiais, né, ou falar, ah, a ancestralidade, é uma coisa completamente, assim, não é nem aleatória qual o termo. Abstrata. É abstrata, essa é a palavra, é uma coisa muito abstrata, assim, pra criança. Então, a gente fala sobre isso, mas de outras formas, né, tipo, no sentido de que nem tudo a gente pode comprar, né, e tem coisas que são mais importantes do que dinheiro, tem coisas que são mais importantes do que um brinquedo novo, que, às vezes, são coisas que a gente faz com caixas recicladas de papelão, que são muito mais divertidos, às vezes, e a gente fala, eu falo, particularmente, de formas de que, não nesse caô de que, ah, vou salvar o mundo porque eu tô jogando lixo no lugar certo. Eu acho que isso, pra mim, é o mínimo, enquanto ser humano, de tentar ser o menos destrutivo possível, né, e se existem possibilidades de que, olha, a gente vai reciclar porque isso aqui vai pra um local adequado, onde não vai ficar acumulando lixo e sujando o meio ambiente. Esse vidro que vai pra um lugar onde vai ser utilizado de novo, esse outro material aqui também, existem cada lixeira pra fazer isso, e a gente pode fazer isso de uma maneira muito divertida. Eu acho que a coisa da criança, que ela ensina muito pra gente, é essa coisa da ludicidade, do sonho, e quando a gente vira adulto, é tudo muito chato, é tudo muito literal, é tudo muito objetivo. Mesmo as coisas entre a gente mesmo, que procura ser, né, libertário, revolucionário, às vezes isso também começa a ser uma coisa muito chata, de cobrança, objetivo, que tem que ser assim, assado, e a criança, ela é livre disso tudo, então ela ensina muito a gente isso. A gente pode lidar com as coisas de uma maneira muito mais leve, e eu acho que essa é a grande questão de como tocar na criança sobre o capitalismo, né. Claro que aí você vai ter o cuidado de certas influências, você não deixar que chegue a sua criança, mas outras você não tem como impedir, e se essa influência chega, você conversar a respeito, né, não só sobre capitalismo, mas sobre religião, que é uma coisa completamente ligada também, que sustenta o capitalismo, de certa forma. Todo mundo fala sobre isso, menos você, então se você não fala sobre isso, alguém vai falar. Enfim, tem várias maneiras, eu acho que esse é o grande desafio, de como você fazer isso, que seja uma conversa efetiva, que tenha o mínimo de entendimento sobre as coisas que estão acontecendo. É, o Niki, eu vejo que essa pergunta, ela é recorrente, assim, com ele, sabe, ao longo da vida dele, ele vai vivenciando coisas diferentes, e vai refazendo essa pergunta pra tentar absorver diferentes níveis de respostas, né. E aí, eu lembro que a primeira vez que eu falei disso pra ele, foi quando ele, acho que tava na pandemia, e as escolas particulares estavam funcionando, né, e ele não tava indo pra nenhuma, e aí tinha um parquinho dentro da escola, e o parquinho ficava super voltado pra rua, assim, e ele querendo ir brincar no parquinho, eu tava na grade da escola chorando, querendo ir pro parquinho, e eu, tipo, falei, poxa, Niki, não vai dar pra ir, porque é uma escola privada, não é todo mundo que pode entrar e brincar. Ele, ah, mas o que é isso de privada? Eu, ah, porque tem coisa pública e tem coisa privada. As coisas privadas são acessíveis só a quem paga por elas, precisa dar dinheiro pra conseguir ter a coisa. Ele, ah, mas isso é horrível, mãe, as coisas deviam ser de todo mundo. Mas, assim, é uma pergunta que realmente vive voltando, ele... E aí já teve umas falas de querer ser rico, assim, tipo, eu vou atropelar um pouquinho uma outra pergunta que tem, né, mas é porque vem a ligação, assim, que ele, tipo, tem uns canais escrotos de unboxing, né, e ele, infelizmente, nem sempre conseguiu ficar monitorando o que ele tava assistindo, e numa dessas, ele ficou uns dias assistindo um canal muito escroto, que era só de unboxing, e as crianças com os brinquedão, assim, e aí essas crianças que fazem unboxing começaram a lançar uma linha de brinquedo, e vira uma super indústria, assim, tá ligado? Capturando o... colonizando mesmo o desejo da criança, assim. E aí ele passou pra uma resolução mais imediatista, que era, não, eu quero é ser rico, tá ligado? E aí eu fui a hora de trocar ideia com ele, né, de tipo, pô, mas... Pra uma pessoa ser rica, outras precisam ser bem pobres. Então, você pode tá com seus brinquedos, mas o custo disso vai ser outras crianças não terem brinquedos nenhum. Então é isso, assim, eu vejo que é necessário tentar trazer o máximo de concretude possível pras respostas, né, porque crianças são realmente muito concretas, assim, é muito do aqui e agora e tal, e assim, então é um debate que ajuda, sei lá, numa construção muito maior enquanto ser humano mesmo, sabe? E assim, ao observar o crescimento dos filhos de vocês, vocês notam de que maneiras a lógica mercadológica do capitalismo atinge os corpos infantis de uma maneira prática, assim? É violento, assim, a publicidade direcionada às crianças, né? Recentemente houve uma proibição de propaganda de alimentos ultraprocessados que envolvessem desenhos animados, né, e coisas que atraíssem a criança. Mas é só o comecinho, assim, de muita coisa que precisava ser feito, assim. É um começo importante, porque acho que a alimentação é uma dessa noção de autocuidado e também de uma noção de relação com os meios de produção mesmo, sabe? Tipo, como que isso é produzido, por quem é produzido, a quem interessa, tá beneficiando quem, sabe? E pra isso é importante que esse tipo de coisa não exista, sabe? Que essa propaganda exacerbada de ultraprocessados voltados pras crianças não existam. Mas, cara, é muito complicado, assim, o próprio lance da criatividade, sabe? Pra que a criatividade dele fique livre, ele precisa ter tédio, né? Ele precisa sentir tédio, precisa sentir ócio. E esse tempo de ócio é negado às crianças cada vez mais, assim. Assim, a queda do capitalismo ia resolver muitos problemas que a gente tem, né? Porque, por exemplo, é importante que se tenha, assim, uma militância ativa contra a propaganda infantil, por exemplo. Só que a gente sabe que, por exemplo, a propaganda infantil no Brasil já é proibida, tanto em canais abertos como em canais fechados, né? E qualquer mídia, assim, internet, filme, desenho, ela já é proibida, né? E antigamente as propagandas infantis eram muito escraxadas, né? E hoje em dia são outras roupagens. E esse lance do unboxing é o que mais tá rolando, assim, sabe? Porque é uma coisinha disfarçada de, tipo, uma criança abrindo um presente que ela ganhou, saca? Mas é um presente de uma marca específica, sabe? E, assim, a rede que as crianças mais estão consumindo hoje em dia é o YouTube, porque é uma rede de fácil acesso pra elas, sabe? Muitas vezes você não precisa ainda saber ler ou escrever pra usar o YouTube. Você consegue fazer um comando de voz, você consegue achar as coisas através de imagens, assim. E o unboxing, ele é o que tá rolando solto, assim, pra captação mercadológica das mentes infantis. É justamente essa plataforma com esse tipo de conteúdo, sabe? Então achei massa você falar sobre isso, porque é um exemplo bem concreto mesmo. É, eu vejo que, realmente, como você falou, eu vejo que o grande foco hoje em dia, a grande mídia de visualização é o YouTube, porque é gratuito. E, assim, é até um pouco contraditório, né? Por exemplo, lá em casa, meu filho não assiste o YouTube, mas eu tenho que pagar um streaming pra que eu possa ter um controle do que ele tá assistindo. Mas o YouTube, ele tem um acesso lá, e eu acho isso muito bacana. Eu deixo o controle na mão dele, eu falo, meu filho, tô saindo, às vezes eu vou sair pra trabalhar, ele fica lá com a avó, eu falo, filho, tô saindo pra trabalhar, o lanche tá ali, e ele liga lá no canal, ele já falou, não, é pra assistir o YouTube. Eu chego, ele tá assistindo lá o canal de streaming, não assiste o YouTube. Às vezes, quando eu tô em casa, eu deixo ele assistir um ao outro, que eu vejo que não tem nenhuma relação com essa, né? De unboxing, de produto, enfim. Ele não tem muito essa coisa de comprar, assim, impulsionado pelas mídias, né? Apesar de que, às vezes, ele passa um pouco mais de tempo do que eu gostaria, em frente à tela. Enfim, como ela falou, às vezes o menino não sabe ler, não sabe tudo, mas eu deixo o controle na mão dele, ele liga, ele acessa lá o canal de streaming, ele escolhe o perfil infantil, que é o dele, e escolhe o desenho que ele quer ver. Mas é isso, não tem pra onde correr. Você vai num mercado, tá tudo colorido. Por aí vai. Eu boto fé. Agora, assim, um momento pra vocês abrirem o coração de vocês, as vísceras, assim, e falarem um pouco sobre como... Vocês já falaram de várias coisas que vocês sentem, mas, assim, falar um pouco sobre como você se sente quando você pensa, assim, no quanto esses processos permanentes de renovação das formas de lucro do capital, que é o que a gente tá falando, são violentos, assim, pros corpos infantis. Mas você como mãe e você como pai, assim, como que pessoalmente vocês se sentem quando vocês pensam no quanto aquele desenho precioso pra você, assim, já tá tendo vários atravessamentos por conta disso, né, e coisas que ainda vão acontecer ao longo da vida inteira, assim. Cara, eu acho que é um sentimento que ele é bem dialético, assim, na verdade, né, porque, bom, assim, eu, a princípio, eu não queria ser mãe, né, apesar de algumas recaídas de querer ter, acho que impulsos biológicos mesmo, mas, no geral, eu não queria, né, e a principal razão era essa, né, eu, pô, não quero criar meu filho no capitalismo, velho, não quero, sabe. Mas aí vem o que eu tava falando, né, sobre ser dialético, que é o seguinte, eu acho assim, a história tá sempre em disputa, né, e as nossas crianças são essa geração que é a próxima a poder tomar ação sobre as coisas e é a que vai encontrar um mundo que demanda mais urgência e mais radicalidade nas ações. E eu acho que elas têm total potencialidade pra ser essa geração que traz essas mudanças necessárias, sabe. Então eu vejo potencialidade pra caralho, então, assim, se as nossas crianças estão sendo bombardeadas pelo capitalismo e a gente fica nessa vontade imensa de protegê-las da melhor forma possível, eu também vejo que o capitalismo tá extremamente ameaçado por essa geração e as nossas crianças são potência, eu acho que o sentimento final é esse, sabe, de enxergar essa potência e de querer estar ali pra alimentar o máximo possível dessa potência, saca. Fico feliz que foi o momento que vocês puderam falar, assim, sobre coisas que a gente não pode falar a todo momento, né. Gostei que vocês falaram pra caramba, porque hoje eu tô meio de poucas palavras, assim, e fiquei feliz que rolou. É ótimo, minha querida, muito obrigado. Valeu, amigo. Olá, pessoal, tudo bem com vocês? Pra dar continuidade no nosso papo, a gente trouxe aqui duas especialistas pra complementar um pouco melhor o nosso podcast. Olá, pessoal, tudo bem? Eu sou Maria Mello, sou jornalista, falo aqui em nome do Instituto Alana, que é uma organização que tem como objetivo honrar a criança. Sou coordenadora do programa Criança e Consumo e moro em Brasília e sou mãe do Martim, de 5 anos. Oi, gente, meu nome é Bia Barbosa, também sou jornalista, integro o DIRACOM, Direito à Comunicação e Democracia, que é um coletivo de comunicadores e pessoas de outras áreas também que se preocupam com a defesa do direito à comunicação no Brasil e no mundo. A gente faz muitos debates relacionados aos direitos dos cidadãos em relação a essa comunicação, incluindo também os direitos das crianças e adolescentes. Eu queria saber um pouco da Maria quais são os possíveis efeitos psicossociais que isso pode causar no consumo de uma criança. Essas mídias atuais, as redes sociais, como a publicidade está voltada para as crianças atualmente e queria saber um pouquinho como você acha que isso pode afetar as crianças. Então, você tem, como eu disse, várias possibilidades de estar na internet. A gente, inclusive no Criança e Consumo, na UALANA, nos movimentos de defesa de crianças e adolescentes, a gente faz uma fala que as crianças estão protegidas na internet e não dela. Então, a primeira coisa é garantir que as crianças estejam na internet. É um direito, acessar a internet é um direito, estar na internet é um direito. Agora, como é que elas estarão? Você tem todo um debate sobre a partir de que idade a criança pode estar na internet, a partir de que idade ela pode ter rede social e aí todos os seus benefícios e malefícios relacionados ao desenvolvimento. Existe uma literatura relativamente robusta, inclusive no Brasil, que traz algumas diretrizes para que esse uso seja feito, para que essa presença esteja ou não, inclusive segregado, dividido por idade, faixa etária, olhando para o desenvolvimento progressivo das capacidades daquela criança. E aí a gente precisa falar também desses discursos de ódio que hoje circulam nas redes sociais e que são muito nocivos e letais. Muitas vezes, impactos de autoimagem também, porque também o que se consome muito hoje na rede que está ligada a uma comunicação mercadológica tem a ver com padrões de estética, de beleza. Então, meninas são extremamente afetadas por esse tipo de apelo. Eu acho que uma das consequências, complementando o que a Maria falou sobre as consequências, tem a ver também com o quanto que a gente adultiza as crianças antes da hora. Começa a tratar crianças como pequenos adultos, com condições de tomar decisões, com condições de escolher compras, escolher o que vão consumir. E isso acaba tirando o direito da infância dessas crianças de uma maneira muito precoce. Tem todo um debate, por exemplo, sobre erotização precoce, de meninas principalmente, que vem. E hoje é impressionante quando a gente olha para meninas de 10 ou 11 anos, o quanto que elas estão sexualizadas, o quanto que elas estão erotizadas, muito incentivadas por conteúdos que são consumidos, seja em meios de comunicação sem classificação indicativa, por exemplo, que não são voltados para o público infantil e que elas acessam, mas seja pelas redes sociais. Nós sabemos que hoje em dia a publicidade infantil tem algumas leis, ela tem uma lei de evolução de proteção às crianças. Mas ainda é muito fácil identificar influências mirim em redes sociais, propagandas em intervalos de vídeos. A opinião de vocês, essas práticas seriam uma forma de infringir as regras de proteção desse público? A publicidade que é voltada para crianças, ela é considerada abusiva e ilegal no nosso país e tem uma série de normativas e entendimentos de tribunais de justiça em que a criança é considerada hipervulnerável na nossa sociedade. Ela não está em condições de receber, com a mesma igualdade de critério, com a mesma igualdade de julgamento, uma publicidade, um determinado conteúdo que é voltado para persuadi-la, como um adulto consegue. Mas você ainda tem muito disso acontecendo. Na TV Paga, por exemplo, nos canais para criança, você tem publicidade infantil rolando ainda. E na internet, muito mais. Agora, você tem legislação, já no offline, que protege as crianças desse tipo de prática, que pode ser aplicada no ambiente online. E você tem algumas legislações, já sobre internet, que vão garantir também um nível de proteção maior para as crianças. A gente precisa avançar nisso, detalhar mais, descer mais. E acho que isso está em curso, tem debate acontecendo. A gente está sempre nessa luta cotidiana também. Mas o que acontece é que hoje você já tem, sim, legislação suficiente para que as empresas sejam punidas, não falso, para que essa prática seja considerada ilegal e abusiva. Eu queria só acrescentar que eu acho que o problema que a gente tem, tanto do offline, como dos meios de comunicação em massa, rádio difusão, como do online, das redes sociais, é um processo de deficiência na fiscalização dessas normativas. Então, por mais que a televisão aberta seja mais visível, então fica mais fácil de fiscalizar, quando você vai para a rede social, você precisa ter instituições olhando para aquilo. Gostaríamos de agradecer a você, Maria, a você, Pia, pela disponibilidade de abrir um horário na agenda de vocês, vir até aqui, gravar esse podcast e contribuir com o nosso trabalho. Com certeza foi um debate maravilhoso. Um podcast extremamente edificante. Então, é isso. Até agradecer a vocês por terem topado participar.

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