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EP 61 p1

EP 61 p1

Don EdduardoDon Edduardo

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The speaker introduces the episode and discusses the challenges they faced in posting it. They mention that they will be discussing the Columbine massacre using a book as a reference. The book, written by journalist Dave Cullen, aims to provide accurate information about the event and challenge misconceptions. The speaker emphasizes the importance of understanding issues like gun control and mental health. They mention that the book includes interviews, evidence, and personal accounts. The speaker assures that they are not promoting the book, but rather sharing their thoughts on it. They give a brief overview of the Columbine massacre and mention the impact it had. The speaker then explains the research and writing process of the book, including the use of recordings and interviews. They also mention that some names have been changed for privacy reasons. Overall, the speaker highlights the significance of the book and the need for accurate understanding of such tragic events. fazendo conteúdo para todos aqui. O link que o levará direto para o perfil do Instagram estará na descrição desse episódio. É isso, amigos, mais um episódio aqui no Crimecast e depois aí de uma batalha, né, pra... pode-se dizer assim, né, praticamente uma batalha pra postar o episódio número 60. Eu acho que esse mês aí foi o mês que eu tive mais problemas em toda a minha vida, eu acho, né, não sei se é exagero falar isso, mas além de tudo que eu tinha falado pra vocês, vocês que já ouviram o episódio 60, depois de tudo aquilo do meu notebook dar defeito, de eu ficar doente, alguns dias depois eu tive o notebook furtado também, né, então eu tava tentando ali ver alguém pra consertar o notebook e aí esse notebook foi furtado, infelizmente. Não tão infelizmente assim porque, na verdade, ele estava parado, né, e agora tô com outro notebook, voltamos à ativa, né, isso que importa. Diante de vários problemas eu continuo mesmo assim querendo manter aqui o Crimecast, trazendo sempre episódios com histórias muito intrigantes, muito interessantes aí sob vários aspectos, né. E o episódio de hoje é mais um desses, né, vai ser um episódio um pouco diferente, na verdade bem diferente, porque eu vou usar como base aqui na hora de gravar um livro pra gente falar sobre Columbine. Columbine é um dos massacres aí mais conhecidos e talvez o que já tenha acontecido há mais tempo, né, dos que foram ali de larga escala, digamos assim, né, teve um impacto muito forte e eu vou trazer um episódio usando um livro que é considerado o melhor livro sobre o assunto, né, sobre o caso. Durante muito tempo as pessoas tiveram noções equivocadas e erradas sobre o caso em si, né, sobre as pessoas envolvidas, sobre como tudo aconteceu, sobre como as pessoas responsáveis pelo massacre eram, né, a questão psicológica, né, a questão que rodeia ali toda a família dos rapazes, como eles eram no colégio, então o livro ele vai desmistificar muita coisa e vai trazer ou tentar ali chegar o mais próximo possível da realidade do que aconteceu e também chamar a atenção ainda, nós já em 2024, né, pra esse grande problema que é a questão do armamento, né, e a questão também da saúde mental. Então, amigos, eu vou usar muito o livro aqui, o livro tá comigo, então eu não tenho um roteiro ali parecido com o que eu faço nos outros episódios, mas eu vou tentar ali passar partes importantes pra vocês e dessa forma, se alguém quiser ir a fundo e ler o livro completo, eu vou passar pra vocês aqui o quanto que ele tá, o preço no momento, né, e de onde, aonde ele é vendido e também quero deixar claro que o livro, quando eu comprei, eu comprei também como uma pessoa que se interessa pelo assunto, né, das questões de crimes reais e esse episódio não é uma propaganda do livro, tá, quero que isso fique bem claro, é um relato meu sobre uma obra que é muito bem feita e, aliás, foi muito premiada, não só o livro como o autor do livro, o jornalista Dave Cullen. É isso, amigos, a gente vai hoje para contar um pouco, né, a história sobre o massacre de Columbine. O dia 20 de abril de 1999 deixou uma marca indelével na história norte-americana. O massacre de Columbine pode não ter sido o primeiro tiroteio em massa, mas foi o primeiro da era digital e o primeiro de larga magnitude. Na esteira dos acontecimentos de Newtown, Aurora, Virginia Tech, Christchurch, Susano e Ohio, torna-se cada vez mais urgente compreender e confrontar acontecimentos como o de Columbine. Nossa arma é reaprender a ouvir a dor que cresce em silêncio no outro e no cerne dos valores da nossa sociedade. Columbine é lembrado até os dias de hoje sempre que um episódio horrível e similar ocorre, mas boa parte do que sabemos sobre o massacre está errado. Erros factuais e testemunhos duvidosos propagados à época permanecem verdade absoluta para muitos. É fácil dizer que dois meninos, rejeitados pelos atletas e pelas garotas, vítimas de bullying, que vestiam sobretudos e descontavam sua raiva em videogames violentos, fizeram o que fizeram por essas razões. Mas até que ponto isso é real? Dave Cullen foi um dos primeiros repórteres a chegar à cena e passou dez anos escrevendo Columbine, livro que hoje é considerado a obra definitiva sobre o tema. Passar tanto tempo debruçado neste projeto o fez analisar a postura da imprensa na época com olhos críticos. Hoje, Cullen acha que a mídia tentou encontrar um motivo rápido demais e um episódio que deveria promover uma discussão sobre desarmamento e saúde mental acabou se transformando em um espetáculo midiático irresponsável. Em Columbine, os episódios recontados são uma mistura das reportagens que Cullen publicou na época com anos de pesquisa, incluindo centenas de entrevistas com a maioria dos diretores envolvidos, a análise de mais de 25 mil páginas de evidências policiais, incontáveis horas de vídeo e áudio e o trabalho extenso de outros jornalistas de confiança. Com um faro investigativo apurado e uma narrativa terna e respeitosa, Cullen apresenta o retrato de um assunto ainda infelizmente tão atual, ao mesmo tempo em que critica a cobertura massiva que se sucedeu e questiona por que armas de fogo ainda permanecem ao fácil alcance nos Estados Unidos. A possibilidade de se tornar uma celebridade pela mídia também mata pessoas? Será que a imprensa não deveria focar nas vítimas em vez dos assassinos? Então, amigos, esse texto aqui, um texto um pouco longo, inclusive, ele é um texto que está no site que vende esse livro, então ele faz ali todo um resumo, uma síntese do que a gente vai encontrar no livro e eu sempre vou tocar aqui, bater na tecla nas partes mais, digamos assim, importantes, não que tudo que esteja no livro, na verdade, tudo que tem no livro é importante, mas ali nos pontos cruciais, então eu vou pegar páginas aqui e literalmente ler essas páginas para vocês, algumas páginas, porque o livro, deixa eu ver aqui, inclusive, o livro ele tem... O livro ele tem em torno de 430 páginas, então eu vou ler as partes aqui mais importantes, e comentar um pouquinho ali, coisa breve, e para vocês terem uma ideia desse caso, que como eu falei, é um caso de massacre em escolas, que aconteceu no ano de 1999, inclusive agora em abril, no mês passado, completaram-se 25 anos desse caso, e é um dos casos mais antigos e de grande impacto, então a gente vai entender um pouquinho e eu vou começar lendo aqui para vocês, vou começar lendo para vocês aqui os critérios, notas e notícias. Grande parte dessa história foi gravada em fita ou registrada em cadernos e diários na mesma época, pelos assassinos antes dos homicídios, e por investigadores, jornalistas e pesquisadores em seguida, e muito mais foi reconstruído ou elaborado a partir das lembranças dos sobreviventes. Tudo encontrado, entre aspas, foi capturado em fita, gravado por mim, aqui quem está falando, óbvio, é o autor, o Dave Cullen. Tudo encontrado, entre aspas, foi capturado em fita, gravado por mim, por outros jornalistas ou por investigadores da polícia na época, publicado em documentos oficiais ou, no caso de conversas casuais, relembrado por um ou mais depoentes com alto grau de precisão. Quando o depoente estava menos certo a respeito dos termos, usei itálico, abreviei algumas conversas sem usar reticências e corrigi alguns erros gramaticais. Aqui ele está falando mais sobre as questões da escrita, né? E aí ele continua, nenhum diálogo neste livro foi inventado. A mesma convenção foi aplicada para as citações dos assassinos, que escreveram e gravaram a si mesmos de maneira extensa. Seus escritos são reproduzidos aqui como foram registrados, com grande parte de suas idiosincrasias intactas, ou seja, exatamente como eles escreveram lá, né? Passagens deste livro que sugerem seus pensamentos vêm principalmente de diários e vídeos. Enorme quantidade de fontes corroborativas foi empregada, incluindo tarefas escolares, conversas com amigos, familiares e professores. Diários mantidos por figuras chaves e uma enxurrada de registros policiais, compilados antes dos homicídios, principalmente resumos das sessões de terapia. Com frequência, usei os pensamentos dos assassinos verbatim, com base em seus diários, sem aspas. Todos os nomes citados aqui são verdadeiros, com uma exceção, o pseudônimo Harriet, que identifica a garota sobre quem Dylan escreveu de modo obsessivo. Para simplificar, personagens menos importantes não são nomeados no texto, mas todos são identificados na versão expandida das notas online. Então, amigos, aqui é uma explicação dele, né? Dando ali... é... é... pra gente tentar entender, né? Isso aqui é óbvio que vai valer muito pra quem comprar o livro, porque, é como eu disse pra vocês, o livro, ele é algo considerado uma grande obra, né? Considerado por grandes veículos de imprensa, eleito em algumas premiações, então, realmente, é um livro que tem muitas nuances de todos os aspectos do caso, tudo que envolve o caso. E agora eu vou passar aqui, amigos, lá pra página 19, onde ele vai começar a falar sobre os dois rapazes, né? Os rapazes responsáveis pelo massacre. O título, né, do... dessa página é Rebels. Eric Harris queria um par para o baile de formatura. Eric era veterano, prestes a deixar a escola secundária columbine para sempre, e não estava disposto a ser deixado de fora do principal evento social de sua vida. Ele queria muito um par. Garotas não costumavam ser um problema. Eric era crânio, mais de uma subcategoria incomum, um crânio descolado. Fumava, bebia, namorava. Era convidado para festas e chapava. Dava duro no visual, corte de cabelo militar da moda, curto e espetado, com generosa quantidade de gel, além de camiseta preta e calça cargo. Ele detonava rock industrial hardcore alemão em seu Honda. Gostava de disparar foguetes feitos com garrafas e de dirigir até o Wyoming para reabastecer o estoque de maconha. Quebrava as regras, se chamava pelo apelido de Reb, mas entregava as lições de casa e tirava muitas notas 10. Fazia vídeos descolados e conseguia transmití-los no sistema de circuito fechado da escola e conquistava as garotas, muitas e muitas garotas. No derradeiro quadro de resultados do ensino médio, Eric ultrapassava grande parte do time de futebol americano, pois ele era um pequeno sedutor. Abordava sem rodeios as moças no shopping, conquistava-as com perspicácia. Era um cara que podia se dizer que talvez não fosse tão popular, mas não era um cara isolado. Ele era um cara que chamava atenção e tinha facilidade com as garotas, fumava e tal. Então, era um cara que ia bem na escola, mas era um cara, como eles chamam aqui, descolado. Geralmente eles usam esse termo nos Estados Unidos. O cara que era descolado, mas que nesse caso aqui, era um cara que também tinha notas boas, ia bem no colégio. E aí ele continua aqui, falando sobre o Eric Harris. Seu emprego no Black Jack Pizza lhe proporcionava grande vantagem. Se passassem por ali mais tarde, ele daria às garotas uma fatia de graça, e elas costumavam passar. O Black Jack era uma rede medíocre, um nível abaixo da Dominos. Fachada minúscula em pequeno centro comercial, descendo a rua da casa de Eric. Era, em grande parte, um negócio de comida para viagem e para entrega, mas havia um punhado de mesinhas redondas e uma fileira de bancos alinhados ao longo do balcão, para os desafortunados que não tinham lugar melhor para ir. Eric e Dylan eram chamados de internos, o que queria dizer que faziam tudo, exceto entregas. Normalmente faziam pizzas, trabalhavam no balcão e limpavam a sujeira. Era um trabalho difícil e árduo na cozinha abafada e chato, abessa. Eric tinha aparência marcante logo de cara. Maçãs do rosto proeminentes, encovadas na parte inferior. Feições proporcionais, bem definidas. Tipicamente norte-americanas. O perfil apresentava um pequeno problema, no entanto. O nariz longo e pontudo acentuava a testa inclinada e o queixo recuado. O cabelo espetado agia contra ele de maneira estética, alongando seu perfil. Mas estava na moda e combinava bem com sua arrogância. O sorriso era seu trunfo e sabia exatamente como usá-lo. Acanhado e sincero, porém, paquerador. E as garotas não se cansavam dele. Chegaram ao baile de volta às aulas como calouro de 17 anos. E se dera bem com uma moça de 23. E se gabava disso. A pessoa tem, né? Como a gente costuma dizer, né? Se a pessoa é mais na dela, se a pessoa é mais... é... consegue fazer, falar mais, se comunicar mais, né? Mas a questão da aparência a gente sabe que pra um jovem adolescente ela conta muito, né? Por isso ele fala bastante dessa questão da aparência, né? E aí ele continua aqui já falando do Dylan. Especialmente garotas. Seguia Erick em silêncio nas conquistas do shopping, tentando parecer invisível. Erick cobria as garotas de elogios. Dylan lhes passava biscoitos chips durante as aulas, para que soubessem que ele gostava delas. Os amigos de Dylan diziam que ele nunca tivera um encontro. Talvez nunca tivesse convidado uma garota para sair, incluindo a que levaria ao baile. Dylan Klebold também era crânio, mas não tão descolado. Pelo menos não se via assim. Ele tentava imitar Erick com tanto afinco. Em alguns de seus vídeos, ficava todo afetado e agia como um cara durão. Então, com o olhar, buscava a aprovação de Erick. Dylan era mais alto e até mesmo mais inteligente do que o amigo, mas consideravelmente menos bonito. Dylan odiava as feições desproporcionais do seu rosto, um tanto assimétrico, em especial o nariz. O enxergava como uma bolha gigante. Dylan via a pior versão de si mesmo. Dylan passava a impressão mais convincente como rebelde. Cachos longos e desleixados balançavam na direção dos ombros e se elevavam acima dos colegas, com longa distância ainda a percorrer pela puberdade. Já tinha um metro e noventa de altura, com sessenta e cinco quilos bem esticados. Poderia envergar sua estatura com orgulho, lançar olhares depreciativos aos adversários, mas morria de medo, todo exposto ali em cima e, por isso, se curvava uns três ou quatro centímetros. A maioria dos seus amigos tinha mais de um metro e oitenta. Erick era a exceção, com um metro e setenta e cinco, e seus olhos se alinhavam com o pomo de Adão de Dylan. Erick também não se sentia empolgado com a própria aparência, mas era raro que transparecesse isso. Ele passara por cirurgia quando estava no ensino fundamental para corrigir um defeito congênito de nascença, o externo encovado de maneira anormal. Desde o início, isso mexia com sua confiança, mas ele superou o fato, se fazendo de durão. Mesmo assim, foi Dylan quem conseguiu companhia para o baile. Smoking alugado, corsais comprado e combinou com cinco outros casais para dividir uma limusine. Seu par era uma adorável nerd cristã que os ajudara a adquirir três das quatro armas que gostava de Dylan o bastante para acreditar na história contada por Erick de que iam usá-las para caçar. Aqui tem uma informação interessante, que essa garota que seria o par do Dylan foi uma das pessoas que ajudou os dois rapazes a conseguirem algumas das armas. E quando eles conseguiram isso, eles conseguiram com o pretexto de que iriam usar para caçar. Robin Anderson era loira, bonita e baixinha e se escondia atrás de longos cabelos lisos que usava para cobrir boa parte do rosto. Era ativa em seu grupo de jovens da igreja e, naquele momento, estava em Washington D.C. para a viagem de uma semana com os outros membros do grupo, mas se programou para voltar a tempo para o baile. Robin conseguiu uma série de dez em Columbine e estava a um mês de se formar e ser a oradora da turma. Ela via Dylan todos os dias nas aulas de cálculo, passeava pelos corredores e passava algum tempo com ele sempre que podia. Dylan gostava de Robin e adorava a adolação, mas não estava interessado nela para namorar. E aí, amigos, eu vou passar aqui agora para a parte ali do caso em si, do ocorrido em si, porque lendo aqui essas páginas do livro, se eu for ler muito, realmente vai se estender bastante e aí vai ficar difícil para não deixar o episódio tão longo, eu vou passar aqui já para a parte do ocorrido em si. Esse relato, amigos, ele começa lá na página 29. Eric e Dylan planejavam estar mortos logo depois do fim de semana, mas tinham um servicinho para fazer na noite de sexta-feira, um último turno no Black Jack. O emprego tinha financiado grande parte da produção das bombas de Eric, a aquisição de armas e os experimentos com napalm. O Black Jack pagava um pouco mais do que um salário mínimo, 6 dólares e 50 centavos por hora para Dylan, 7,65 centavos para Eric, funcionário sênior. Eric acreditava que poderia encontrar algo melhor e ele dizia, assim que me formar, acho que também vou pedir as contas, contou Eric a um amigo que se demitira na semana anterior. E ele continua, mas agora não, quando me formar, vou arrumar um emprego que vai ser melhor para o meu futuro, fecha aspas. Estava mentindo, pois não tinha intenção alguma de se formar. Eric não havia elaborado um plano, o que parecia estranho para alguém com tanto potencial. Era um aluno talentoso que dispensou a faculdade, sem plano de carreira, nenhum objetivo distinto, o que enlouquecia seus pais. Dylan tinha um futuro brilhante e claro, iria para a faculdade para ser engenheiro de computação. Diversas escolas o aceitaram e ele e o pai tinham acabado uma viagem de quatro dias a Tucson e ele escolhera um quarto no dormitório. Costava do deserto e a decisão era final, sua mãe enviaria um depósito para a Universidade do Arizona na segunda-feira. Eric havia apaziguado seu pai durante as últimas semanas ao se manter em contato com recrutadores do Corpo de Fuzileiros Navais. Não estava interessado, mas era um belo disfarce. O pai de Eric, Wayne, fora condecorado piloto de testes da aeronáutica e se aposentara como major depois de 23 anos. No momento, o blackjack era um bico muito bom, salário decente e muitas oportunidades sociais. Chris, Nate e Zach e alguns outros amigos tinham trabalhado lá e Eric ficava de olho nas meninas. Ele paquerava certa garota havia meses. Susan trabalhava de recepcionista em meio período no salão Great Clips, no mesmo centro comercial. Portanto, sempre tinha de ir buscar algumas pizzas para os cabeleireiros. Eric também havia na escola, geralmente quando ele fumava, se dirigia a ela pelo nome. Susan não sabia ao certo como havia descoberto e passava no salão de vez em quando para flertar e ela parecia gostar dele. Eric não conseguia suportar a ideia de passar vergonha, portanto, checou com as amigas dela quais eram as chances. É, Susan gostava dele. O movimento estava fraco na noite de sexta-feira devido a uma nevasca tardia de primavera e assim tiveram tempo de conversar quando ela foi buscar seu pedido. Ele pediu seu número de telefone e ela lhe deu. As chances com Susan pareciam boas e o novo chefe de Eric também tinha um anúncio a fazer. Kirgs venderam o restaurante seis semanas antes e as coisas iam mudar. O novo dono demitiu alguns funcionários e Eric e Dylan seriam mantidos, mas o telhado estava fechado, nada de cervejas e foguetes de garrafas. Eric, porém, tinha passado boa impressão. Kirgs confiara em Eric o suficiente a ponto de deixá-lo no comando com frequência, mas na sexta-feira o novo dono o promoveu. Quatro dias antes do massacre, Eric se tornou gerente de turno e parecia contente. Então, olha só esse ponto aqui, cara. E você vê que o Eric, ele era um cara que tinha um emprego bom, ele estava sendo promovido, né, como eu li aqui, quatro dias antes ele foi promovido, era um cara que já comandava de vez em quando ali a pizzaria, né, o local ali que vendia lanches e tinha uma garota que ele estava interessado, cara. Então você vê que essas duas coisas não foram suficientes para fazer ele mudar de ideia, né. Os dois garotos pediram um adiantamento naquela noite. Eric queria 200 dólares, Dylan 120, com base nas horas já trabalhadas. O novo dono lhes pagou em dinheiro. Depois do trabalho, seguiram para o boliche Belleville Lanes. As noites de sexta-feira eram de Rock and Bowl, o grande evento social, semanal. Dezesseis jovens costumavam aparecer, alguns do círculo do Black Jack, alguns de fora. Eles se apertavam em quatro pistas adjacentes e acompanhavam todos os placares em monitores suspensos. Eric e Dylan jogavam todas as noites de sexta-feira. Não eram grandes jogadores, mas com certeza se divertiam jogando. Praticavam boliche como aula de educação física também. Dylan odiava manhãs, mas de segunda a quarta-feira dirigia até o Belleville no escuro. A aula começava às seis horas e raramente se atrasavam, quase nunca faltavam. E ainda assim, mal podiam esperar pelas noites de sexta-feira. Mesmo local, mas sem supervisão de adultos, ou seja, podiam perder um pouco o controle. Eric estava interessado em todo esse negócio alemão ultimamente. Nietzsche, Freud, Hitler, bandas alemãs de rock industrial como KMFDM e Rammstein. Camisetas com frases em alemão. Às vezes pontuava os seus bate-aqui com Sieg Heil ou Heil Hitler. Vocês sabem o que isso significa, né? Não há consenso nos relatos se Dylan seguia seu exemplo ou não. A amiga de Dylan, Robin Anderson, a garota que o convidara para o baile, costumava pegá-los no blackjack e levá-los à pista de boliche, mas naquela semana ainda estava em Washington com o grupo da igreja. Eles voltaram cedo para casa naquela noite. Eric tinha uma ligação a fazer. Ligou para Susan depois das 21 horas como combinado, mas foi a mãe dela que atendeu e o achou muito gentil até lhe contar que Susan estava na casa de uma amiga, o que deixou Eric muito irritado. Que estranho, pensou a mulher, que Eric pudesse ficar tão nervoso, tão depressa, só porque Susan não estava. Rejeição era o ponto fraco de Eric, especialmente se viesse de garotas. Ele não chegava a dar uma de Klebold, mas a máscara caía e a raiva derramava. Era algo que o enfurecia. Ele tinha uma lista de traições, a verdadeira, abre aspas, lista de merda, fecha aspas, em seu computador, com jovens garotas desprezíveis, com jovens garotas desprezíveis, mas Susan não chegou a entrar na lista. A mãe ofereceu a Eric o número do bip da filha e ele enviou uma mensagem. Susan ligou de volta e Eric de repente voltou a ser gentil. Conversaram sobre a escola, computadores e um garoto que esfaqueara Eric pelas costas. Eric falou sem parar de um garoto que o tinha traído. Eles conversaram por meia hora e Eric, afinal, lhe perguntou da noite de sábado. Tinha compromisso? Não? Ótimo, ele ligaria de novo no começo da tarde. Finalmente, o baile de formatura e ele tinha um par. É, amigos, vocês verem que eu disse que ia falar sobre o ocorrido, mas ainda não era o relato do ocorrido, né? Era os dias anteriores ao massacre, né? Então, continuando aqui, eu vou ler agora sobre o plano dos dois, né? Do Eric, como ele pensava em fazer aquilo na terça-feira, né? É seguro apostar que Eric e Dylan assistiram às carnificinas de Waco e Oklahoma City na televisão. Oklahoma City na televisão, junto do restante do país. Pois aquelas atrocidades foram especialmente proeminentes na região. McVie foi julgado pelo Tribunal Federal no centro de Denver e condenado à morte, enquanto os garotos frequentavam os subúrbios de Columbine. Está falando aqui, amigos, para quem não sabe, Waco e Oklahoma City foram outros casos de massacres que ocorreram antes de Columbine. Então, ele está dizendo que, muito provavelmente, tanto Eric como Dylan viram aquilo pela televisão. Então, isso pode ter mexido com eles em algum nível, né? As cenas de devastação foram transmitidas repetidas vezes. Em seu diário, Eric viria a cigabar de que superaria McVie. Olha isso! Oklahoma City foi a apresentação de uma nota só. Oklahoma City foi a apresentação de uma nota só. McVie programou seu temporizador e se afastou. Sequer viu desenrolar do espetáculo. Eric sonhava com algo maior. Dia do juízo final, o chamavam. Columbine enromperia em uma explosão também. Eric projetou pelo menos sete bombas grandes. Trabalhando com base no The Anarchist Cookbook, o livro de receitas do anarquista, que encontrou na internet e escolheu o projeto churrasco, entre aspas, né? Tanques de propano padrão, daqueles brancos, redondos e robustos, de 45 centímetros de altura e 30 centímetros de diâmetro, que armazenavam nove quilos de gás altamente explosivo. A bomba 1 empregava latas de aerosol como detonadores. Cada uma conectada com fios a um antigo despertador de sinos redondos de metal em cima. O primeiro passo era plantá-la em um parque perto da casa de Eric, a cinco quilômetros da escola. Essa bomba poderia matar centenas de pessoas, mas tinha como alvo apenas pedras e árvores. O ataque iria começar com uma distração, abalar a vizinhança e despistar a polícia. Olha, e despistar a polícia, olha só. Cada minuto livre aumentaria o potencial número de baixas. Os garotos iriam dobrar ou triplicar o recorde de McVeigh e estimavam os danos de diversas maneiras, como, abre aspas, centenas, diversas centenas e pelo menos quatrocentos. Estranhamente conservador para o arsenal que preparavam. Então isso aqui estava tudo dentro dos planos deles, né? De atingir ali o maior número de pessoas que eles conseguissem, né? Bastante gente, eles queriam fazer isso, causar esse impacto, né? Eric poderia ter outro motivo para o plano de distração. Como era excepcionalmente perceptivo a respeito das pessoas, percebeu que Dylan vacilava. Se Dylan estivesse reticente, a distração ajudaria a tranquilizá-lo. Era um explosivo inofensivo, não iria ferir ninguém. Mas uma vez que partissem de carro, Dylan estaria comprometido. O evento principal foi roteirizado em três atos, assim como nos filmes. Teria início com a enorme explosão na área comunal, pois mais de seiscentos estudantes partiam para lá no começo do almoço. E dois minutos depois de o sinal tocar, a maioria estaria morta. O ato um estrelava duas bombas de tanques de propano, como aquela da distração. Cada uma carregada com pregos e chumbinhos como estilhaços, presas a uma lata cheia de gasolina e a um tanque de propano menor. E amarrada a sinos de despertador parecidos. Cada bomba cabia direitinho em uma bolsa de viagem, que Eric e Dylan carregariam para dentro no ápice do caos da troca de aulas. Mais uma vez, Dylan seria induzido a matar. Pressionar o botão do alarme era impessoal e não envolvia derramamento de sangue. Não daria a impressão de matar, nada de sangue, nada de gritos. Grande parte dos homicídios de Dylan estaria concluída antes mesmo de ele perceber. A bola de fogo aniquilaria grande parte da multidão reunida para o almoço, isso lá dentro do colégio, tá? E incendiaria a escola. Eric desenhou diagramas detalhados, espaçou as bombas, mas as instalou em locais centrais, para maximizar o alcance da carnificina. Elas seriam depositadas ao lado de duas largas colunas que suportavam o segundo andar. Mais tarde, simulações computadorizadas e testes de campo demonstrariam existir grande probabilidade de que as bombas tivessem feito com que parte do segundo andar, de fato, ruísse. Ao que parece, Eric esperava observar a biblioteca e seus ocupantes despincarem sobre os estudantes em chamas. Conforme as bombas relógio tic-tac-iavam, a contagem regressiva, os assassinos correriam para fora e se dividiriam pelo estacionamento em ângulo de 90 graus. Cada um seguiria para o próprio carro, estacionados estrategicamente a cerca de 90 metros de distância um do outro. Os carros proporcionavam bases móveis de onde poderiam se armar para desencadear o Ato II. Posições pré-estabelecidas asseguravam ótimas linhas de fogo. Eles tinham simulado o armamento repetidas vezes e conseguiam executá-lo com rapidez. As bombas detonariam às onze e dezessete e a ala lotada de gente. E a ala lotada de gente desmoronaria, desmoronaria. Conforme as chamas se elevassem, Eric e Dylan iriam mirar suas semiautomáticas na direção das saídas do prédio e aguardar os sobreviventes. O Ato II, hora do tiroteio, seria divertido. Dylan estaria com a Intratec TC-19, pistola 9mm semiautomática e a espingarda. Eric tinha uma carabina Highpoint 9mm e outra espingarda. Eles cerraram os canos das espingardas para poder escondê-las. Os dois carregariam oitenta explosivos portáteis, portáveis, bombas tubo e bombas de dióxido de carbono, que Eric chamava de grilos. Além do abastecimento de coquetéis Molotov e uma variedade de facas excêntricas, caso as coisas chegassem ao ponto de combate corpo a corpo. Utilizariam arneses do tipo infantaria, comprados pela internet, permitindo que prendessem grande parte da munição e dos explosivos aos corpos. Cada um tinha uma mochila e bolsa de viagem para carregar mais equipamento para a zona de ataque. Eles estavam simplesmente com um arsenal, com bombas, com armas, bombas que eles armaram ali dentro. Era algo surreal, como eles se prepararam e aqui o Cullen dá a entender que o Eric era o cara que planejou tudo ali de forma bem detalhada. Eles também prenderiam fitas de ignição de fósforo aos braços com fita adesiva para ataques rápidos com bombas tubo. Os longos casacos pretos de chuva viriam por último para ocultar e parecerem durões. Mais tarde, eles se referiram aos casacos como sobretudo. Eric e Dylan planejavam avançar na direção do prédio assim que as bombas explodissem. Estariam posicionados longe o bastante para ver um ao outro na esquina e evitar por pouco a explosão. Inventaram um código gestual para se comunicar com as mãos. Cada detalhe foi planejado. Posições de batalha eram imperativas. A escola de 209 metros quadrados tinha 25 saídas. Alguns sobreviventes escapariam. Os rapazes poderiam permanecer em contato visual e ainda assim cobrir dois lados do prédio, incluindo duas das três saídas principais. Suas linhas de fogo se cruzavam no ponto mais importante, a entrada dos alunos, adjacente à área comunal e apenas 10 metros das grandes bombas. Posicionar-se em um ângulo reto em relação ao objetivo é uma prática padrão da infantaria dos Estados Unidos, ensinada a todos os soldados norte-americanos na escola de infantaria em Fort Benning, Georgia. Georgia. Na escola de infantaria em Fort Benning, Georgia, entrelaçar linhas de fogo é como os militares chamam. O alvo fica constantemente sob fogo dos dois lados e ainda assim as armas da equipe de ataque nunca apontam para os companheiros, mesmo que um atirador se vire de repente para pegar um inimigo em fuga. Seus colegas de esquadrão estão seguros. Então você vê que ele, o Eric, provavelmente, estudou essa estratégia de posicionamento que era usado pelo exército dos Estados Unidos. Olha isso. Esse é o padrão de ataque mais seguro e mais eficaz empregado em conflitos modernos com armas de menor alcance. Essa era a etapa que Eric e Dylan saboreavam. Também era o momento em que esperavam morrer. Eram poucas esperanças de testemunhar o ato 3. 45 minutos depois da explosão inicial, quando os policiais declarassem que tudo estava terminado, que os paramédicos começassem a colocar os amputados nas ambulâncias e que os repórteres transmitissem o horror para a nação abismada, o Honda de Eric e o BMW de Dylan explodiriam bem no meio das equipes de cinegrafistas e socorristas. Olha isso, cara. Olha o plano deles, né? Cada carro seria carregado com mais dois dispositivos de propano e 75 litros de gasolina com diversas garrafas de plástico laranja. Suas posições tinham sido escolhidas para maximizar tanto o poder de fogo no ato 2 quanto a carnificina no ato 3. Os carros estariam próximos ao prédio, perto das saídas principais, locais ideais para um comando policial, postos médicos de emergência e vans dos noticiários. Estariam longe o bastante um do outro e do prédio para aniquilar grande parte dos estacionamentos, dos segundanistas e dos veteranos. Número de baixas máximo, quase 2 mil alunos, mais 150 membros do corpo docente, mas sabe-se lá quantos policiais, paramédicos e jornalistas. Ó, isso aqui não foi o resultado, isso aqui era o plano deles, né? Ou o que aquele plano deles teria potencial para atingir, né? Eric e Dylan refletiram sobre Matança por pelo menos um ano e meio. Se decidiram pela data e local aproximados um ano antes, em abril, na área comunal, e finalizavam os detalhes conforme o dia do juízo final se aproximava, segunda-feira, 19 de abril. A data parecia definitiva. Os rapazes se referiram a ela duas vezes de maneira pragmática nas gravações que fizeram nos últimos dez dias. Não explicaram a escolha, embora Eric falasse em superar Oklahoma City. Portanto, poderiam planejar ecoar aquele aniversário, assim como Tim McVie em Waco. O momento de ataque era crítico. Como os alunos gostavam de comer cedo, o almoço A era o mais popular. A máxima densidade humana em qualquer lugar, em qualquer hora na escola, ocorria na área comunal, às 11h17 da manhã. Eric sabia os minutos exatos, porque tinha inventariado os alvos. Contaram apenas 70 ou 80 jovens espalhados pela área comunal, das 10h30 às 10h50. Entre 10h56 e 10h58, as, abre aspas, as, abre aspas, dias do almoço trazem as coisas, escreveu. Então, a porta do almoço dois era aberta e um fluxo contínuo de pessoas surgia. Ele registrou o momento exato que cada porta era aberta, e o número de baixas em intervalos de minuto a minuto. Olha isso, mano! Às 11h10, o sinal tocava. O quarto período terminava. Estudantes se espalhavam pelos corredores. Instantes depois, corriam para as filas do almoço. Mais 50 a cada minuto. Trezentos, trezentos e cinquenta, quatrocentos, quatrocentos e cinquenta, mais de quinhentas pessoas. Às onze, mais de quinhentos alunos. Às onze e quinze. Os diversos cronogramas escritos à mão por Eric e Dylan mostram as bombas agendadas para explodir entre 11h16 e 11h18. Os últimos horários eram seguidos de pequenos grassejos. Abre aspas. Divirtam-se. E ha ha ha. Uma risada, né? Eric e Dylan presumiram que o ataque confundiria o público e deixaram um extraordinário estoque de material para se explicar. E deixaram um extraordinário estoque de material para se explicar. Guardaram cronogramas, orçamentos, mapas, ilustrações e todo tipo de artefato logístico, com comentários em cadernos, diários e websites. Além da série de vídeos criada especialmente para explicar o ataque, viriam a ser conhecidos como as fitas do plorão, visto que grande parte foi gravada no quarto de Eric. Mas ainda mais esclarecedor foi o diário de 20 páginas que Eric dedicou às suas reflexões. Ambos os relatos são reveladores, mas também tão contraditórios que é de enlouquecer. Eram tão perturbadores que o departamento de polícia optaria por escondê-lo do público, ocultando até mesmo a existência das fitas do plorão durante meses. As verdadeiras intenções de Eric e Dylan permaneceriam um mistério por anos. É isso, amigos. Eu vou ficar por aqui porque eu achei que não, mas não tem como fazer um episódio só sem que ele fique muito grande. Então, amigos, eu decidi aqui, verificando que ainda estou bem aqui no começo, contando os planos dele e tal, os planos deles e tal, para não ficar um episódio muito extenso, eu vou fazer a segunda parte, tá? Então é isso, amigos. Em poucos dias eu já vou postar para vocês a segunda parte sobre esse caso, tá? É isso, amigos. Até mais aqui no Crimecast.

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