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Ana Beatriz Santana

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Transcription

The transcription discusses how managers also experience a mix of emotions and sufferings in the workplace, contrary to the common belief that only workers face these challenges. The lack of research on the emotions of managers is due to their position of power, which leads to the assumption that workers are the most affected by control. However, managers are actually the most vulnerable due to their direct exposure to the company's ideology and the pressure to embody and transmit it to employees. The concept of psychodynamics of work, developed by Christophe Dejour, helps understand the pleasure and suffering experienced by workers in their job activities. The balance and fatigue in work are associated with the psychological load, with low load being pleasurable and high load causing suffering and potential health issues. Managers are not immune to work-related suffering, but they often hide their feelings due to the shame associated with showing weakness. Research, such as that condu Você já imaginou como os gestores se sentem no trabalho? Mas os gestores também passam por um misto de emoções? Não é só os operários que passam por isso? Todo indivíduo no ambiente de trabalho está suscetível aos sofrimentos e aos trazeres desencadeados pela função que cada um exerce dentro da organização. E os gestores não estão de fora dessa. Nossa! Como eu queria aprender mais sobre o sentimento deles. Você sabia que essa visão sobre a vida dos gestores não é apenas sua, mas é a de boa parte das pessoas? E como vamos conseguir analisar como os gestores sentem? Então, o desafio inicial foi a carência de pesquisas que abordem as emoções dos gestores. Isso é justificado pela própria função exercida pelos gerentes. Ao administrar uma organização, o gestor exerce um papel de poder sobre os trabalhadores e essa autoridade nos leva a concluir que são os trabalhadores os mais afetados por este controle. Mas a realidade é diferente. Os gestores são os mais vulneráveis em uma organização, mesmo que os operários enfrentem desigualdade extrema de poder dentro dela. Essa fragilidade é resultado da exposição direta à ideologia da empresa e à necessidade de incorporá-la para transmitir aos demais trabalhadores, transformando-se, muitas vezes, em meras porta-vozes das políticas da empresa. Mas como pode ser explicado esse sofrimento no ambiente de trabalho? Para nos ajudar a entender esse sofrimento, é importante falarmos sobre a psicodinâmica do trabalho. E o que seria isso? A psicodinâmica do trabalho surgiu na França, na década de 1980. Ela foi desenvolvida por Christophe Desjure, o psiquiatra e psicanalista. Ela busca compreender os afetos psíquicos e subjetivos que são mobilizados a partir das relações e da organização do trabalho. Ou seja, com outras palavras, busca entender a relação do trabalhador com o prazer e o sofrimento das atividades laborais. Segundo Desjure, o equilíbrio e a fadiga pelo trabalho, ou seja, o prazer e o sofrimento, estão associados à carga psíquica do trabalho. Mas o que seria essa carga psíquica? Segundo ele, são os afetos referentes às condições de trabalho que interferem na carga mental do trabalhador. Ou seja, quando a carga psíquica diminui, quer dizer que o trabalho é equilibrante, ou seja, prazeroso. Ele pode funcionar até mesmo como um meio de relaxamento. Por exemplo, quando o trabalhador possui autonomia e controle em seu trabalho. Já quando a carga psíquica aumenta, quer dizer que o trabalho é fadigante, pois exige mais mentalmente do trabalhador, desencadeando o sofrimento e podendo desencadear até mesmo doenças. Esse sofrimento gera, muitas das vezes, desprazer, medo, agressividade, frustração, entre outros sentimentos e atitudes negativas. Além disso, algumas doenças podem ser desenvolvidas, como aumento de cargas cardiovasculares, musculares e digestivas, hipertensão arterial, hiperglicemia, depressão, entre outras. E isso também se aplica aos gestores? Segundo Dejour e Jair, os gestores não estão blindados do sofrimento no trabalho e das consequências que ele traz. O que ocorre é que geralmente há uma vergonha associada a tornar público os seus sentimentos e angústias. Então, eles são levados a esconder e inibir discussões sobre os sofrimentos no trabalho, já que falar sobre isso é considerado um sinal de fraqueza. Será que alguma pesquisa já foi realizada para tentar entender os prazeres e sofrimentos do trabalho de gestores? Sim, uma das pesquisas feitas sobre o tema foi a da Marcela, graduada em administração pela FEARP em 2017. Legal, vamos conhecer um pouco mais sobre a pesquisa.

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