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Raimundinha

Raimundinha

ruthenio

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The speaker discusses her journey from working in bricklaying to becoming an artisan and starting a cooperative. She talks about the challenges faced by women in the community and the success they achieved through organization and training. The establishment of a ceramic pole and the speaker's role as a leader are also mentioned. A primeira foi a Serputi, né? Eu só não sei falar assim. Os artesanos de Cerâmica do Cotivelho. Os artesanos de Cerâmica do Cotivelho. Ah, a Serputi. A senhora se encabeçou com... Foi, sabe? Eu entrei em viagão de proteção no início de 1998. Mas foi assim, eu já trabalhava com artesanato. Eu entrei no artesanato no ano de 1995. Eu comecei a trabalhar com artesanato. Eu tinha 12 oficinas aqui de galpão, onde as pessoas moravam, produziam e comercializavam no meio do espaço. E aí eu entrei, eu trabalhava na alaria. Até aquela época eu trabalhava carregando tijolo. Eu entrei na alaria com a idade de 11 anos. E aí fiquei adulta nessa oficina. Porque quando a gente chegou aqui, eu nasci na Santuária da Vassoura. Depois eu vim pra cá por uma frente, na Aeroportiva. Com a minha mãe, que já era viúva. Porque a nossa renda era muito baixa. Então a minha mãe foi vender verdura no mercado. Mas foi aí nós, eu com meus quatro irmãos, que fomos trabalhar na alaria pra poder ajudar ela. Então assim, eu passei 22 anos da minha vida lá, carregando tijolo. Depois eu tive um filho, meu segundo filho, dois filhos. E aí teve uma época que eu parei disso. Mas eu disse, eu não tenho nada assim pra um futuro melhor nesse ofício aqui. Porque lá a gente carregava tijolo. O máximo que a gente podia ganhar por dia era 10 reais. Eles pagavam 5 reais pra mulher tijolo carregada. E aí a gente carregava no máximo dois mulheres por dia. Então assim, eu disse, não, eu vou tentar buscar uma profissão melhor pra oferecer um futuro melhor pro meu filho. E aí eu já morando aqui nessa rua, eu chamei o casebrezinho de falha, coberto de falha, parede de talho, chão batido. E eu comecei a vender lanches pros artesãos, na verdade. E aí teve um dia que eu vi que tinha duas mulheres que pintavam, que era a Aida e a Fumagidei. Então eu pedi a Fumagidei que pudesse dar uma aula de pintura. Era um sonho que eu tinha desde criança, era pintar em tecido, mas eu não tinha tido a oportunidade. E quando eu vi a cerâmica, eu me identifiquei muito. Aí ela me deu uma aula. Aí eu comecei a comprar peças na mão dos artesãos. Aí eu pintava, fiz uma partilheira de restos de material de construção na frente da minha casa e comecei a vender. E eu vi que era bem melhor do que na alaria carregando tijolo. E quando chegou em 96, foi inaugurado o Parque Ambiental do Fundo dos Vivos. E no dia da inauguração, a pessoa da prefeitura veio, convidou a gente pra participar. Foi lançado me convidar pra ver se eu mobilizava algumas artesãs. Não tem que fazer a exposição lá. E a gente foi, né? Eu fui. E de lá que a gente começou o contato com turista, aquela coisa toda. Só que o nosso assassinato era bem rústico. As técnicas de pintura também eram bem rústicas. A gente só pintava preto, vermelho e verde. Então, a gente fez três tons. E nós pintávamos. Era tão engraçado. E as cores eram difíceis. Isso, entendeu? A gente não tinha conhecimento de técnica nem nada. E lá, durante o ano de 2006, 2007, a gente conheceu uma administradora de lá, que foi a Creu de Soares. E um dia ela estava falando comigo. Por que a gente não se organizava e criava uma associação? A gente não sabia nem como é que era. O índice de escolaridade nossa era muito baixo. A gente nem sabia como é que fazia isso tudo. Ela disse, se você conseguir reunir pelo menos dez pessoas, eu consigo intermediar o contato de vocês com o SEBRAE, que é uma instituição que está com um programa de assassinato e eles apoiam os grupos. Aí eu disse, pois tudo bem, eu vou conversar. Só que naquela época, os assassinos não acreditavam muito nessa questão de trabalhar organizado. Mas aí eu consegui convencer a Fesão e a Fesão. E aí a gente recebeu o curso de associatividade do SEBRAE. Terminou o curso, a gente, segundo passo, foi sentar com o pessoal do SEBRAE. Fizemos o levantamento, o diagnóstico. E aí, quando foi para criar a associação, a gente já teve uma dificuldade, porque todo mundo, como eu falei, o índice de escolaridade era muito baixo. E aí eles já queriam que eu fosse a presidente. Aí eu disse não, porque eu entrei agora, ficou com menos de três anos nessa atividade. Vocês estão aqui com mais de 40 anos. Tinha gente que tinha mais de 40 anos no ofício. E teve até que vai e volta, aí teve um presidente que assumiu o posição, Raimundo, ele disse, eu posso assumir. Mas ele é assim, era quase sem metafabeta mesmo, sabe, você só tem que assinar o nome e tudo. Ele disse, só se você fazer parte da diretoria e me ajudar. Ele disse, absurdo, eu me comprometi. Aí eu fiquei com diretora secretária, diretora financeira, melhor dizendo, durante os dois anos dele. Só que quando ele assumiu, aí depois, logo que eu entrei, eu já comecei para ir buscar as coisas, aí era eu e ele. Então, eu vi o autógrafo que ele assinava e ele me deu carta branca. E foi daí que eu comecei esse trabalho meu como liderança. Dois anos depois, que a eleição tem dois anos, eu fui eleita presidente, fiquei por quatro anos. Daí depois eu fiquei vice-presidente também por quatro anos. Passei oito anos dentro da diretoria da associação. E daí a gente teve várias conquistas. A última, que foi a grandiosa, que foi a conquista do pólo cerâmico. E quando a gente conquistou o pólo cerâmico, eu me senti assim, com a missão de certa forma cumprida dentro da associação. E aí eu me afastei um pouco, fiquei como sócia e pude cumprir outra missão, que foi trabalhar com as mulheres. Porque aí eu vi que, dentro da nossa atividade, a produção era mais masculina. E as mulheres, de todas as outras casas, já faziam eleição médica. Então, a gente foi lá, consegui reunir 28 mulheres. Quando eu consegui fazer esse trabalho, eu ainda estava dentro da associação. Comecei a trabalhar com essas meninas em 2003, já trazendo um curso de moderagem de bijuteria para 28 mulheres. Na primeira, fazia a bijuteria, depois a montagem dos colares. E aí a gente foi dando apoio. Quando a gente tinha parte-feira de evento, levava as peças delas. Até que... Quando o meu curso era 28, já ficou 8. A gente foi dando esse apoio. À medida que as outras foram vendendo, a gente foi incentivando as outras a voltarem. Aí, em 2006, nós já tínhamos 30 mulheres. Foi daí que a gente surgiu a segunda instituição, que foi a Cooperati Poti, que hoje está ali, naquele espaço maravilhoso. Tudo foi a conquista que a gente conseguiu através da organização. Aí eu fui presidente fundadora, fiquei à frente da Cooperativa por 8 anos. Depois eu fiquei como coopeada. E retornei agora para a presidência. Só tenho uma dúvida. A senhora deu um curso... Ah, é. Deu um curso para várias mulheres. Essas mulheres já eram daqui, por perto? Quando a gente foi demonstrar elas, na verdade, elas eram aqui da comunidade. Uma boa parte delas trabalhava na olharia. Eu já conheci, trabalhava junto comigo. Outras eram donas de casa, que não tinham nenhuma renda. Outras ajudavam o pai ou o marido na pesca. E... E... E isso. Ah, quando foi que a senhora viajou para a comunidade de mulheres? Porque a senhora já tinha feito, né? Você foi diretora, né? E aí a senhora... E aí a senhora... A senhora teve algumas dificuldades? No começo, nesse início, ela teve uma facilidade para criar. Sim, entendeu? Porque primeiro, assim, foi para opcionalizar ela. Primeiro foi quando veio até o próprio curso de modelagem de chateirinha. A gente não tinha instrutor nesse segmento aqui. Então, a gente, nós, a fesão que fomos, a gente foi até o Sebrae, que ofereceu o curso, e ele falou assim... Quando eu solicitei o curso para essas mulheres, a importância dessas mulheres de se envolver também na produção, aprendendo, e falei que era um curso de bijuteria, aí a professora Rosa de Sebrae me disse que a gente não tem instrutor. Aí eu falei, nós fizemos um curso de faltação com associação, e lá dentro nós fizemos pringentes em cerâmica. Aí ela disse, quem foi? A Aida teve mais habilidade com a gira, ela fez os colares, ela pegou lançou desafio. Então, quem vai ministrar esse curso será você, Aida e a Jonadar. A Jonadar que é uma associação da cerâmica, ela trabalha com os segmentos bordado, pintura, enfim, mas ela tem a coordenação motora muito boa em desenho, né? Então, nós está juntando, cada um com seu papel. A Aida ia desenvolver as bolinhas, os pringentes. A Jonadar tinha desenvolvido os desenhos e eu ia trabalhar com elas no intervalo do curso, cada quinta-tarde, eu entraria com a fala da importância do que era trabalhar, organizar, já falando um pouco da experiência da associação que eu já estava investiando lá dentro, né? E aí deu certo, sabe? A gente fez o curso, fiz a coleção, aí trabalhamos delas e quando deu o mesmo efeito, a gente já fundou a Corte Arte Portuguesa com essa escrita do NERD. Só para entender a linha do tempo direitinho, a associação de artesãs do Rumput Velho, ela surgiu em 98. Aí, em 2003, foi a reforma do Polo. Essa questão da construção. Na verdade, a gente começou a construção do Polo em 2004. A gente lutou para essa questão. Em 2004, a gente conseguiu a compra do terreno, o lanchamento, aí começamos a construção e finalizamos ele em 2006. E antes, também, que a senhora falou, a estrutura daqui, as pessoas, elas moravam e produziam tudo na mesma casa, de taipa, como era? Isso, a gente chamava até barracão, porque era tudo de taipa, o chão batido, a maioria coberto de palha e a gente morava. Cada barracão daquele tinha um quartinho onde a gente dormia e a cozinha era misturada com a produção. A gente morava, produzia e comercializava. As pessoas chegavam e nem acreditavam que a gente morava ali dentro. Não, a gente mora aqui porque a gente não tem outro lugar para morar, entendeu? Então, era assim, sabe? Teve um problema. Uma vez, foi até esse momento, uma coisa puxa a outra. O pessoal veio fazer um filme, isso foi muito usado, que foi nos anos 2000, veio fazer um filme sobre Teresina. Aí, o nome do filme era Teresina e era a equipe de fora. Era sua riqueza e sua pobreza. E aí, eu conversando com o rapaz, já disse que deve ter nós ter a pobreza. Então, eles vieram atrás para fazer a matéria com a gente. Ele me dizia, deve ter nós ter a parte pobre de Teresina. Aí, ele falou, não, vocês são a parte mais rica. Riqueza não quer dizer casa luxuosa, riqueza é ter conhecimento de cultura. Porque era assim, a gente já falava que são meios de nossas casas, sabe? E, outra vez, a gente tinha até vergonha. Tinha gente que perguntava assim, vocês moram aqui? Tem outro lugar. Mas nós, através da nossa organização, da nossa união, isso mudou. Entendeu? Hoje, graças a Deus, todo mundo tem suas casas dignas para morar. Já alguns moram aqui, já moram em outros bares. A história de vida da gente mudou, né? Tudo isso foi possível por causa dessa questão da nossa união. E o apoio dos parceiros também foi fundamental, né? Porque a gente tem essa plena consciência que a gente sozinho não consegue nada. Tem que ser de mão dada. A gente é impedido. Tem alguma história marcante dentro desses anos? Porque a senhora, desde o início, me chamou atenção. Porque a senhora começou a trazer a fonte de renda para várias mulheres, né? Então, a senhora tem alguma história marcante que a senhora se lembre? Que a senhora queira contar pra gente sobre? Graças a Deus. Eu tenho várias, sabe? Porque, assim, durante esses 28 anos, que acho que agora são 29 anos que eu estou na presidência até agora, em setembro, 29 anos, assim, eu tive várias superações, várias barreiras, né? Primeiro, a superação foi quando eu fui convidada para fazer parte da associação. E a associação daqui já nasceu grande, né? Como é que eu digo que nasceu grande? Porque quando a gente formou a associação, foi junto do... O Sebrae também estava desenvolvendo o programa de artesanato. Começou minhas palestras e a gente já era chamada para participar. E aí, sempre que escolhia, a raiva ia. E aí, sempre eu ia, e a primeira palestra que eu fui era de um consultor que o Sebrae trouxe. Era o Juan, nunca esqueci esse nome, em 1998. Ele é espanhol. E ele veio falar dessa palestra mais para as instituições que estavam tentando trabalhar com o programa de artesanato. E eu fui convidada, né? E já o pessoal do Sebrae disse assim, não, você vai, é você, representando o nome do Codivelli. E lá eu me senti o vestido, fora, assim, do mato mesmo, sabe? Porque eu vi que todo mundo que estava ali na minha frente era formado, pessoas que já tinham um know-how bem grande, né? Sebrae, Senai, Prodaxe, Prefeitura. E eu lá como artesã, sabe? Sem a minha alfabeto, não tinha nem o ensino fundamental completo, né? E muita palavra que eles diziam, eu me lembro que teve uma palavra que chamou muita atenção, ele deu um formulário para a gente preencher, e aí eu fui preencher. Aí ele botou assim, qual o tipo de tipologia que existe em artesanato? Eu sabia o que era a tipologia, porque, meu Deus, que palavra é essa? Aí, na hora do lanche, a Fran, que era do Prodaxe, ela respondeu direitinho, eu respondi, mas ele só pergunta, que eu não sei o que é, ele perguntou qual o tipo de tipologia. Ela disse, não, é só porque ele não quis simplificar, é qual o tipo de artesanato para você ver, né? Então, assim, esse curso foi muito bom, né? Eu acho, assim, que foi várias e várias barreiras que a gente foi superando, né? Com a dificuldade uma vez, e o Sebrae fazia um evento que chamava a Casa Piauí, não, a Piaui Arte, uma feira que era tipo feira nacional, e ela fazia todos os segmentos aqui do artesanato do Piauí e trazia também artesanato brasileiro e ia participar de um seminário de dois dias, né? Era um evento maravilhoso que o Sebrae fez, quando eles acabaram com o Sebrae. E aí, nesse evento, o Sebrae estava construindo uma oficina de artesanato no município, com as prefeituras, para poder capacitar os artesãos. E aí, nós já tínhamos algumas oficinas construídas, tínhamos a oficina de Pedro II, a de Esperantina e de Parnaíba. E a nossa estava começando a ser construída no ano de 2000. E aí teve esse seminário grande, com gente de toda a parte do Brasil, né? De todo o Sebrae, mais de 600 pessoas, e aí elas estavam falando do programa de artesanato, mostrar como o artesanato estava contribuindo com o desenvolvimento dos artesãos e tudo, e ela falou da questão do projeto das oficinas. E quando o Eduardo Barroco, que é consultor do Sebrae Nacional, ele perguntou, depois a gente cria alguma pessoa dessas oficinas para dar um depoimento. E aí ela disse, chama as meninas que já tinham seu gerente nas suas oficinas. E as três que estavam lá, que as oficinas já estavam funcionando, não quiseram se levantar. Aí ela disse assim, é porque elas estão com vergonha, mas eu vou chamar aqui a Raimunda Teixeira para ela vir aqui à frente e contar a experiência. Aí eu disse, meu Deus, que a nossa ainda está construída. E eu disse, meu Deus, o que é que eu vou falar aqui nessa frente, né? Aí eu fui e vou te dar frente. E aí eu disse, olha, eu não vou falar da história, da experiência das oficinas, porque a nossa ainda está em construção. Mas eu vou falar da nossa história como organização, que a gente está em conceito e tudo. E aí eu treinei, e eu gelava, e eu disse, eu vou desmaiar aqui com aquele pessoal. E aí, no final, eu peguei e rodei conta do recado. E no final, eu disse, eu peço desculpas, só porque eu estou um pouquinho nervosa. E aí, quando eu saí, eu estava na praia e tudo, e quando eu saí, aí um rapaz falou assim, olha, essa palestra foi maravilhosa. Você só pegou uma coisa. No final, você dizer que estava nervosa, porque ninguém percebeu que você estava nervosa. Nunca mais vai tentar sair. Então, assim, foi experiência que foi servindo pra gente, sabe, pro dia-a-dia. E só pra contar que experiência, tem assim várias experiências. Vou contar só mais uma. Uma vez, a gente tinha parceria dos anos de 2004 até 2010. A gente tinha parceria com a Fundação Banco do Brasil também, que era fortaleceu muito também o seu projeto aqui no Stuart, Central Digital, porque até a gente não tinha acesso à informática. Não existiu um caminhão. E aí, eles vendo nossas experiências, sempre eles se convidavam para os eventos que aconteciam aí no Brasil. Eles apoiavam o segmento de artes marciais. Eles chamavam, e nós éramos as sete representantes de todo o país. Era ele que apresentava o segmento da cerâmica. E a gente tinha uma do Rio Grande do Norte, que era a Alemanha, tinha a Cava da Paraíba, e assim, tínhamos o Ceará, Fortaleza e o São Paulo. E aí, o primeiro evento foi na reeleição do presidente Lula. A gente foi convidada para a posse e, no dia seguinte, a gente foi convidada para falar um pouco das experiências dentro da própria fundação, dentro do Banco do Brasil. E assim, todos os eventos, até o evento de São Paulo, ele levava as duas, três, e sempre eles me chamavam. E eu me sentia assim mais inferior, porque eu era muito do grupo que não tinha formação, sabe? Não tinha cor superior. As outras, todas as representantes tinham. Mas todos os ex que chamavam, não eram as sete, mas eles chamavam as sete. Eu só se encontrava uma vez as sete, que foi para a posse do presidente Lula. Eu só ia três, quatro, mas sempre eles iam. E aí, uma vez, eles me chamaram, até me ligaram de surpresa. Aí, imediatamente, um evento em Brasília, amanhã, a gente já comprou sua passagem, você viaja amanhã, mas você chega também no mesmo dia. Você sai no voo de cinco e pouco e, quando é a noite, você acaba voltando. Tudo bem, eu fui. Cheguei lá, uma ou outra estafada foi pagar no aeroporto e fui direto para o evento. E aí, eu cheguei, e as meninas chegaram. E ele falou, não, vai ser só você. E esse... Esse evento é muito importante. É o evento de transformação do Brasil. E da Caixa Econômica. O nome do evento era Nós Podemos. E aí, quando eu cheguei lá, eu fui direto lá para o evento e chegou lá o vice-presidente da Fundação Brasil, que eu vi que a gente tinha, na hora, vai ser muita gente aí. Então, você vai ver só gente em fala e fala, mas você não fica nervosa, porque quem vai dar a fala é você, eles vão estar aqui para ouvir. E aí, quando eu subi nesse palco, aí estava lá um editor enorme, só pessoas que representavam essas instituições, as três instituições. Tinha sete ministros na mesa de ouro e eu fiquei deputada federal naquela época. E aí, eu fui quando ele me abriu o evento, aí ele me chamou, né, que eu ia contar a experiência do DRS. E naquela hora, quando eu olhei, aí eu fiquei assim, eu fiquei nervosa, aí eu passou as imagens de cinco segundos na minha cabeça. Eu disse, menino, eles não conhecem a minha história. Eles me convidaram para ver a minha história. A minha história, quem conhece sou eu. Então, o que eu vou falar aqui é o que vai valer. E assim, parece que Deus me deu, assim, mesmo o conhecimento do tipo de instituição. E foi uma das melhores palestras que eu dei. Eu fui aplaudida de pé. Teve uma pessoa aqui da Caixa Econômica daqui que depois ela me disse que eu só sentei depois que você sentou. Porque você foi um orgulho para a gente. Então, assim, o que eu quero dizer é que muitas vezes a gente fica de pé, dependendo muito, achando que só o poder público pode fazer, mas que a gente, se a gente quiser, a gente pode fazer a nossa história e contribuir com a nossa. Não, desculpa. É isso. E vocês querem ter algum plano futuro para a associação depois dessa conquista, né? Tem algum, vocês têm algum plano ou vocês ainda... Assim, futuramente, né? Ou vocês estão promovendo outra conquista aqui? As conquistas futuras da cooperativa, né? Agora, a partir de agora, tudo já foi conquistado. Assim, a gente não para, sabe? A gente lutou pelo polo, a gente lutou pela capacitação. Quando a gente conquistou o polo, a gente viu que precisava de mais coisa, né? E a gente continuou. Por exemplo, essa área que nós estamos aqui, né? É uma área que quando foi inaugurado o polo cerâmico, a gente viu. O polo, nós temos um espaço bom para produzir, comecei a ligar. A gente começou a observar a necessidade de um espaço para que o turista, o visitante chegasse e pudesse provar nossa gastronomia, né? Tomar nossa cajuína. E aí a gente foi em busca desse espaço. Tinha esse espaço aqui que era bonito e era mais feio. Bonito pelas árvores, por si só que estava aqui, mas feio e que era um lixão. E a gente foi em busca da prefeitura, do estado. A prefeitura não inseriu dentro do Projeto Pavor do Norte, mas infelizmente o projeto não chegou aqui. E a gente buscando todo o tempo. E aí agora a gente conseguiu, né? Um parque aqui, Vida Cultiva, que está com dois meses que foi inaugurado. Um parque maravilhoso que a gente tem aí com pontos de alimentação, cinco pontos de alimentação, Miranja, Praça de São Pedro, enfim, um pouco da história do Ponte Velho é traçada aqui, né? Nossa cooperativa passou pela reforma, eu estava lá na galeria de arte, tem o nosso memorial com toda a história da cerâmica do Ponte Velho, Piauí. Mas a gente não para, sabe? A gente vê que ainda precisamos mais. Qual é o nosso objetivo? Desde quando a gente se organizamos, depois que a gente conquistou o polo, a gente começou a perceber que o Poti foi de onde nasceu o Terezinha. E ele poderia ser transformado no bairro cultural de Terezinha, porque a gente entende que a cultura se encontra aqui. E a gente começou sempre falando isso, transforma isso aqui no corredor cultural, desde a nossa capela até o Encontro dos Rios. E a gente conseguiu já aqui o parque e a gente continua lutando porque o nosso objetivo é ter a ampliação desse parque, de chegar até o Encontro dos Rios. É uma parte que nós temos ali que não tem casa, onde ligam aqui o polo com o Encontro dos Rios. Também ter uma recuperada, aquela margem da lagoa ali, que pudesse fazer pontos também, que eu gosto de aparecer aqui para agregar outros segmentos de artesanato de Terezinha, porque eu vejo que nós aqui do Poti Velho, graças a Deus, através da nossa união, nós conseguimos conquistar o polo que hoje nós recebemos de tudo quanto é lugar que vem para comprar nosso artesanato. Mas eu não penso só em mim, e não penso só no nosso segmento. Eu vejo também que eu conheço quase todos os artesãos aqui de Terezinha e do Piauí, e muitos artesãos, eles fazem suas obras de arte belíssimas e ficam em casa, porque não tem pontos de comercialização, só naquela feira que acontece ali na Rua Climatizada e em algum lugar. Então eu vejo que aqui poderia se tornar esse corredor, esse encontro das artes aqui, para dar oportunidade, e que, assim, criasse esse elo da capela até o encontro. Onde eu penso assim, na minha cabeça é isso. Chega um grupo de visitante, está lá, ele conhece a história da capela, a história do bairro, que tem os contadores de história, e que esses contadores são os próprios moradores, sabe? Com aquele seu jeito de contar a sua história. Chega aquele encontro aqui no polo, a gente possa também fazer, que a gente já faz isso, contar a história, apresentar o que nós temos aqui, e daqui continuar. Até chegar ao encontro dos rios, para que as pessoas tenham conhecimento da cultura de Terezinha que está aqui. Então, assim, é uma luta que a gente continua, e eu tenho certeza que a gente vai conseguir. Aqui dentro do polo, a gente está lutando, já estamos com um projeto para ser construído, uma central de massa, que é para a gente ter uma massa de qualidade, para que todos tenham a mesma massa de qualidade, igual, para que a gente possa ter um produto com mais qualidade. Nós estamos também na luta de uma central de fornos, também, já está bem caminhado o projeto, são fornos a gás, fornos elétricos, para que a gente possa entrar em um outro mercado, que é a esmaldação, porque a gente vê aqui que em Terezinha, os restaurantes aqui estão querendo usar muito a panela, e como o nosso forno, a lenha, ele não atinge uma temperatura alta que precisa, e o nosso forno de melhor agenda ainda não consegue esmaltar. A gente está aí com um projeto que já está bem avançado, já, que é para montar essa central de massa, e dentro da cooperativa, a gente tem também um plano que é, futuramente, a gente pensa assim, em ter outro espaço de produção, e ali ficar só espaço de comercialização, porque a gente quer estender esse projeto a outras mulheres, porque tem muitas mulheres ainda que não têm renda, que estão desempregadas, e que a gente vê que, através de uma capacitação que deu certo para nós que estamos fazendo a cooperativa, é estender esse projeto a outras mulheres, porque a gente vê ainda que a gente ainda tem muita carência na questão de geração de renda aqui dentro da comunidade do Grande Curitiba, quando eu faço os quadros do Grande Curitiba, envolvendo aqui Más Prensa, Boa Esperança, o Barra da Azularia, a gente vê ainda que tem muitas mulheres desempregadas, que não dependem do marido, e a gente sabe que a gente só consegue ter nossa valorização da nossa autoestima através da nossa renda, sabe? Então a gente tem esse propósito, sabe? Que no futuro a gente consiga um espaço maior para produzir e dar oportunidade a outra de mulher. Já tem quantos anos, com todo respeito, porque a rua pergunta a idade para a mulher, não vai juntar. Um ano, isso. E assim, ela tem toda essa história. Realmente, isso é uma visãoária, né? É uma visãoária também. Eu acho que... Eu só penso nos outros, né? Eu acho que eu não consigo pensar em mim, né? Às vezes a pessoa está criticada, sabe? Mas eu me sinto bem assim, sabe? Eu acho que não adianta a gente vir pensar só na gente, né? Eu acho que eu me tornei essa raiva indígena por causa desse pensamento, sabe? Desde quando eu entrei, eu pensei sempre em ajudar o próximo. Por exemplo, eu trabalhava na azularia, eu era mãe solteira, eu carregava de roupa para cuidar do meu filho. E aí tinha umas meninas que moravam em São José e que elas trabalhavam também na azularia. E elas não tinham dinheiro para pagar o ônibus para ir almoçar e voltavam. E eu chamava elas, vamos comer lá em casa. E muitas vezes a gente fazia o arroz branco temperado, quebrava ovo, mas a gente comia tudo e estava satisfeita ali. Eu acho que a vida é isso, entendeu? Parassei e a mamãe estava chorando. A minha três conquistadoras me dizem que isso aqui é tudo. Riqueza, alegria de saúde, amizade, conexões boas. É verdade, viu? Hoje eu estou muito feliz. Eu não me deixo fora daqui. Minha menina briga muito. Mamãe, pelo amor de Deus, para. Se ela não para um minuto, levanta seis horas e vai ser dez, onze horas. Eu digo, minha filha, mas se eu parar, eu acho que eu não vou ser mais a raiva de outra pessoa. Então, Deus me dá essa resistência, essa energia. Eu não me canso. Hoje você vê quantos grupos eu já perdi hoje. E a vida vai continuar até mais tarde, entendeu? Então, eu acho que cada um de nós tem uma missão aqui nessa terra. Eu tenho dois. Dois filhos e três netos. Até uma neta de 18 anos. Eu ainda não tive filho jovem, não. Meu primeiro filho eu tive com 20 anos. Não, não. Obrigada e desculpa. Eu tenho feito ela chorar. Eu vi a menina fazer um documentário para o Sebrainha, em homenagem ao dia da Universidade Terezinha. E ela disse, olha, a direção mais que a senhora pode falar bem natural, usar essa emoção e tudo. Eu disse, minha irmã, não adianta. Porque se for falar da minha vida, não tem como eu não te falar. Mas, quer dizer, foi uma coisa assim, não foi nada planejado. Nem entrei por necessidade. Eu não fui pensar tudo isso. Eu disse, vamos, vamos fazer. Mesmo eu não sabendo. Hoje o tempo costuma dizer. Chegou o pessoal aqui no polo, eu perguntei, quer falar um pouco da história? Um pouco da história. Todo mundo manda para mim, mas a gente não sabe que tudo o que eu conto, uma parte eu aprendi com eles. Eles que, quando eu entrei, foi que nem no princípio. Uma vez começou, e o outro foi no curso da vida para mim e para todos. Mas eu achei que cada pessoa tem mesmo sua missão. Acho que a minha missão foi essa. Porque tudo foi coincidentemente. Depois de uma alagação, quando eu não tinha onde morar, morar de favor numa casa com mais de mim aqui. Com três meses, eu fiz meu barraquinho ali. Então, nada foi à toa. Acho que tudo estava escrito. Obrigado.

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