The speaker believes that as a governor or mayor, you are the most important person and the face of your city. You have the responsibility to present and sell the opportunities and good things about your state or city. They discuss the improvements they made in education in their state, such as increasing the number of schools, providing better meals for students, and implementing a cĂvico-military school model. They also emphasize the importance of preparing students for the future, including teaching financial education. They mention the need for a new generation to present proposals for the country and criticize the polarization in politics. They suggest looking at successful methods from other countries and rationalizing processes, such as environmental licensing and infrastructure development. They mention their achievements in sustainability in their state.
Eu acho que Ă© essa, eu acho que a minha função, vocĂȘ sendo governador ou prefeito da sua cidade, vocĂȘ Ă© a pessoa mais importante. E vocĂȘ Ă© o cartĂŁo de visita. VocĂȘ tem a responsabilidade de apresentar e vender aquilo que vocĂȘ tem de bom, apresentar para o mundo, as oportunidades. E vocĂȘ tambĂ©m Ă© o estimulador, o indutor. Se vocĂȘ nĂŁo acreditar no seu Estado, se vocĂȘ vender ele mal, quem que vai acreditar? NinguĂ©m vai. Agora, claro, tem que fazer lição de casa, o Estado tem que estar organizado, tem que estar saneado.
Por exemplo, eu assumi o governo, o Paranå era sétimo lugar no IDEB. Isso lå na primeira gestão. Em 2019, era sétimo. Hoje é primeiro lugar no IDEB, a melhor educação do Brasil. Eu tinha 30 escolas em tempo integral, tenho 460 escolas em tempo integral. O jovem comia carne uma vez por semana. Hoje come frango, peixe, carne de porco, boi, todos os dias. Quando entra na escola se alimenta, no recreio se alimenta de novo. Vai embora, antes de ir embora, se alimenta de novo.
Mas foi uma ideia minha? NĂŁo. Eu fui na Coreia do Sul. A Coreia do Sul era o paĂs mais miserĂĄvel na dĂ©cada de 60. Hoje Ă© uma das grandes potĂȘncias, inovação, explodindo, crescendo. O paĂs bobando. O que eles fizeram? O jovem nĂŁo quer estudar. Vamos trazer uma boa alimentação. Pela alimentação eles conseguiram trazer o jovem, porque ele se concentra melhor, bem alimentado e aprende mais. Quantas escolas cĂvico-militares vocĂȘs tĂȘm? Quando eu assumi era 7 e hoje nĂłs temos 312 escolas cĂvico-militares.
Se juntar todos os estados nĂŁo dĂĄ o que eu tenho de escolas cĂvico-militares no estado do ParanĂĄ. E Ă© um exemplo de educação. Tenho fila de pais querendo colocar filhos e tenho fila de escolas que diretora querem transformar em cĂvico-militares. Quer dizer, o pai escolhe. O pai escolhe que tipo de escola ele quer para os filhos. Exatamente. Eu tenho escola convencional, de 6 horas. Eu tenho escola em tempo integral e tenho escola cĂvico-militar. O pai que decide.
E quem decide se transforma em cĂvico-militar ou nĂŁo Ă© o pai, a mĂŁe e os professores. Mas como Ă© que vocĂȘ arrumou tanto militar? Eu fiz uma lei onde a gente fez uma reconvocação com os aposentados, demos treinamento, passa por um rĂgido teste de psicotĂ©cnico e de fĂsico e fizemos uma avaliação e trouxemos. Uma boa remuneração, obviamente. E o seguinte, hoje o policial se aposenta muito cedo. O cara com 50 anos estĂĄ aposentado. Ele fica um mĂȘs em casa, Ă© legal.
Passeou com a esposa, passeou com o sexo no segundo mĂȘs, ele nĂŁo aguenta. NinguĂ©m aguenta, ele tem que fazer alguma coisa. AĂ o que ele vai fazer? Bico em bailĂŁo. Bico em casa, que nĂŁo Ă© de famĂlia, para ganhar 50, 100 reais. A hora que se apresenta um projeto, que ele vai poder ajudar a educar os filhos dos vizinhos dele, bem feito, ele vai para o projeto e vai ser bem remunerado. EntĂŁo ele quer, ele opta por esse projeto.
E foi o que aconteceu. Hoje o meu problema de nĂŁo abrir mais, que eu tenho fila, Ă© porque eu nĂŁo tenho mais quadro tĂ©cnico para poder colocar. AliĂĄs, governador, acho que tem um mito em torno dessa questĂŁo da escola cĂvico-militar, nĂ©? Como que funciona na prĂĄtica no ParanĂĄ? O professor Ă© do Estado, quem manda Ă© a diretora convencional. Ele sĂł Ă© um diretor, que nĂŁo Ă© nenhum diretor, Ă© um assessor disciplinar. Porque o aluno tem nota disciplinar.
Se ele pixa a escola, ele leva nota. Se ele risca a carteira, ele leva nota. Ele vai perder nota. Se ele faz bagunça, tem uma brincadeira que Ă© de machucar o amigo, Ă© disciplina. E os alunos gostam. E vai aprendendo, vai melhorando. O jovem precisa de disciplina e ele quer disciplina. E o pai e a mĂŁe querem que isso aconteça. Se vocĂȘ vĂȘ os relatos da melhora do filho em casa, depois que implantou... Agora, a gente fez um modelo democrĂĄtico.
O pai escolhe aonde quer colocar o filho. NinguĂ©m obriga a nada. Agora os programas, os conteĂșdos dos programas, a pedagogia, isso fica por conta de... AĂ Ă© tudo Secretaria de Educação. Secretaria de Educação. As trĂȘs escolas tĂȘm o mesmo modelo pedagĂłgico, por exemplo. Eu tenho robĂłtica e tenho aula de programação. 500 mil alunos meus fazem programação, porque eu quero criar um berçårio de mĂŁo de obra para a tecnologia. Os prĂłximos 10 anos, de cada 6 novas profissĂ”es, todas estĂŁo ligadas Ă tecnologia.
As 10 novas profissĂ”es nos prĂłximos 10 anos que foram criadas, 6 estĂŁo ligadas Ă tecnologia. EntĂŁo, eu estou fazendo o ParanĂĄ ter um berçårio de mĂŁo de obra tecnolĂłgico. Por quĂȘ? Ă o que o menino geralmente gosta, porque jĂĄ estĂĄ conectado. Segundo, o salĂĄrio mĂ©dio de um programador Ă© de 7 a 15 mil reais no Brasil. Hoje vocĂȘ tem no Brasil mais de 600 mil vagas abertas para programadores. E nĂŁo tem gente para preencher. NĂŁo tem gente.
E pode trabalhar em casa. AĂ, vocĂȘ matou. Trabalha em casa. VocĂȘ imagina um menino de 16 anos, 17, saiu do 2Âș ano, 3Âș ano, começa a ganhar 7, 10 pau por mĂȘs trabalhando de casa. Ă transformador. Se aumenta o salĂĄrio mĂ©dio desse rapaz, começa a melhorar a vida dele em casa. Agora, governador, a pandemia mostrou que o nosso ensino, de modo geral, estava em uma situação muito difĂcil. E com a pandemia ficou mais difĂcil ainda. Porque hĂĄ 30 anos ninguĂ©m mudou.
Eu sou o Ășnico estado do Brasil que tem educação financeira. Os meninos lĂĄ aprendem associativismo, empreendedorismo, cooperativismo e aprendem oratĂłria. Falar em pĂșblico. Tem que aprender a falar em pĂșblico. Porque ele vai ser um cara que vai gerenciar uma equipe, vai gerenciar uma empresa, vai ser um vendedor. Ele vai ser um advogado, tem que ser um bom advogado, tem que ter uma boa oratĂłria. EntĂŁo, nĂłs estamos preparando essa safra para ensinar educação financeira familiar. Porque nĂłs somos um paĂs que, infelizmente, as pessoas se endividam.
Por muitas vezes nĂŁo ter tido uma oportunidade escolar de saber mexer com dinheiro. Pagar juros exorbitantes, entrar em cheque especial, entrar em juros de cartĂŁo. NĂłs queremos que esses meninos e meninas que estĂŁo na nossa escola ensinem os pais e a mĂŁe a lidar com dinheiro. E Ă© isso que estĂĄ acontecendo. JĂĄ vemos que o senhor Ă© candidato. NĂŁo. O que eu estou falando? Tem uma nova geração chegando. Tem uma nova safra. E o Brasil, Fernando, se vocĂȘ parar...
A minha geração, ela estĂĄ sendo governada hĂĄ 40 anos pela geração da dĂ©cada de 50 e 60. 50 e 60. Que fizeram a sua parte. Ajudaram o Brasil. Ajudaram. Agora, a minha geração tem a obrigação de apresentar uma proposta para o paĂs. NĂłs temos a obrigação. NĂłs nĂŁo podemos ficar jogando... Ah, nĂŁo. Deixa aqueles se virem. Aqueles que estĂŁo mais dentro da polĂtica. Aqueles que pegam a bomba. Ou que resolvam o problema. Que fiquem com a solução das questĂ”es.
A minha geração, como jĂĄ estĂĄ acontecendo nas empresas. Como estĂĄ acontecendo no setor educacional. NĂłs temos essa obrigação. Agora, isso quer dizer que eu tenho que ser protagonista? NĂŁo. Eu posso ser um coadjuvante. Posso ser um colaborador. Pode ser que esses governadores se reĂșnam e posso ter um nome de consenso para poder apresentar uma proposta de futuro. Eu acho que a gente tem que estar organizado nesse sentido. O futuro estarĂĄ dentro desse quadro. Eu quero. Pela minha geração, eu gostaria de estar ajudando a construir um projeto de um paĂs moderno.
Governador, outro dia eu ouvi uma frase sua. Eu atĂ© anotei aqui. Esse flaflu nĂŁo ajuda o paĂs. Empobrece. E frase seguinte. Mas isso vai cansar. O senhor estĂĄ se referindo Ă polarização polĂtica no Brasil. Que nĂŁo Ă© uma polarização sĂł no paĂs. Isso estĂĄ acontecendo no mundo todo. Estados Unidos hoje... Essa questĂŁo da... Vai cansar como? Quando? As pessoas terem um norte ideolĂłgico. Faz parte. Eu tenho o meu, vocĂȘ tem o teu. Cada um tem o seu norte ideolĂłgico.
A maneira de viver a sociedade. E na polĂtica tem que ter isso. Agora, eu falo o seguinte. Eu nĂŁo fico perdendo tempo discutindo ideologia. Eu discuto metodologia. O que estĂĄ dando certo? O que estĂĄ dando certo em Israel? O que estĂĄ dando certo no JapĂŁo? O que estĂĄ dando certo na Alemanha? Na Inglaterra? Nos Estados Unidos? Esses paĂses jĂĄ testaram muita coisa. Que deu certo e deu errado. EntĂŁo vamos pegar o que deu certo. E vamos trazer pra cĂĄ.
NĂŁo precisa a gente ficar inventando as coisas. Problema ambiental. Uma discussĂŁo gigante. NĂłs ficamos discutindo a questĂŁo da ĂĄrvore. E esquece de fazer o saneamento bĂĄsico. Que Ă© uma das coisas que mais polui o meio ambiente. Ă a falta de saneamento bĂĄsico. E pra vocĂȘ fazer o saneamento bĂĄsico, vocĂȘ precisa de uma licença ambiental. Se resolver o problema do esgoto da casa da Dona Maria, vocĂȘ precisa de uma licença ambiental, que Ă s vezes demora um, dois, trĂȘs anos.
Ă uma falta de raciocĂnio lĂłgico. Isso tem que ser modernizado. O Mitri falou de polarização. Eu queria ouvir o senhor falar sobre racionalização. O senhor falou de meio ambiente. Ă racional a forma como a gente faz o licençamento ambiental? Ă razoĂĄvel o tempo que a gente gasta no Brasil pra poder executar uma obra? Por exemplo, a gente estĂĄ discutindo margem equatorial. Tem lĂĄ um monte de petrĂłleo lĂĄ embaixo. A gente tem que decidir como paĂs. Se a gente quer deixar a riqueza lĂĄ embaixo e a pobreza aqui em cima, tudo bem.
O Brasil resolveu. Mas se a gente quiser juntar a riqueza com a pobreza, tambĂ©m a gente nĂŁo consegue. Porque tem o meio ambiente que diz que nĂŁo pode. Porque, afinal, por infelicidade, resolveram chamar um pedaço daquele lugar de fĂłs do Amazonas atĂ© ele ficar 500 quilĂŽmetros dali. Eu queria ouvir o senhor falar disso. Oleg, vocĂȘ tem um negĂłcio. Primeiro, Ă© importante eu relatar. O ParanĂĄ foi eleito trĂȘs vezes o estado mais sustentĂĄvel do Brasil, na minha gestĂŁo.
NĂłs fomos reconhecidos pela OCDE num relatĂłrio mundial o ano passado que colocou o ParanĂĄ e uma provĂncia do JapĂŁo como referĂȘncias para o mundo em sustentabilidade. O maior programa de ĂĄrvore nativa do Brasil foi o meu governo que fez no ParanĂĄ. O programa de repovamento de peixe nativo 3 milhĂ”es e meio de elevinos eu joguei nos rios do ParanĂĄ. NĂłs somos o estado que mais tem proteção da Mata AtlĂąntica, o coração da Mata AtlĂąntica na AmĂ©rica do Sul, e eu fui o estado que mais diminuiu o desmatamento da Mata AtlĂąntica.
Foi o estado do ParanĂĄ, inclusive com o bioma MAPS, se nĂŁo me engano, que faz esse levantamento. O que acontece com a questĂŁo ambiental? VocĂȘ tem uma indĂșstria da consultoria. Tem a indĂșstria da consultoria. VocĂȘ pode fazer uma uma duplicação numa rodovia que jĂĄ existe, que ela jĂĄ tem a caixa dela, lĂĄ atrĂĄs, hĂĄ 30 anos atrĂĄs, jĂĄ foi colocada como utilidade pĂșblica, que ela jĂĄ tem um nome que fala mais de segurança, nĂŁo Ă©? Enfim, no eixo dela, que jĂĄ estĂĄ documentado e lĂĄ atrĂĄs Ă© dito, isso aqui em algum momento vai ter que ser duplicado? Afetação, nĂŁo Ă©? NĂŁo, ela tem um outro nome.
VocĂȘ vai ter que fazer o IvetĂ©ia. O IvetĂ©ia Ă© pra dar o traçado. Demora dois anos, tem que estudar todas as fa... todas as estaçÔes, estudar fauna, estudar... Mas se eu jĂĄ tenho o traçado da rodovia, vou fazer a obra nessa rodovia, nĂŁo vou mudar o traçado? Pra que que eu vou ter o IvetĂ©ia? Amor, o IvetĂ©ia custa 3 milhĂ”es pra vocĂȘ fazer. AlguĂ©m vai fazer esse IvetĂ©ia? Existe uma indĂșstria. E essa indĂșstria conseguiu aprovar muita lei com o discurso que Ă©...
Proteção. Proteção. E o Congresso tem que rever isso. Como eu falo, a coisa mais absurda que eu nĂŁo entendo Ă© que eu preciso tirar o esgoto da frente da casa da Dona Maria. Pra eu fazer isso, eu tenho que ter uma licença ambiental. NĂŁo que vocĂȘ nĂŁo tenha que ter o ĂłrgĂŁo dizendo, obviamente, mas Ă© uma coisa que... Se ficar dois anos pra fazer um saneamento bĂĄsico, pra tirar o esgoto, Ă© uma loucura. Ele deixa o esgoto lĂĄ, nĂ©? AgressĂŁo ambiental pros rios, pros lençóis freĂĄticos.
Ă falta de raciocĂnio lĂłgico. Ă isso que eu fico indignado. Voltando no tema que o Mitra tocou bem no inĂcio, acho que Ă© um depoimento seu interessante. O ParanĂĄ descomplicou a vida do empreendedor. Descomplica, nĂ©? EntĂŁo virou um estado onde Ă© rĂĄpido abrir. Eu atĂ© provoquei o senhor antes ali, uma espĂ©cie de aplicação da lei de liberdade econĂŽmica no ParanĂĄ, em grande estilo, digamos assim. Muita gente tem medo disso, porque diz, bom, pode passar muito projeto que nĂŁo tinha as condiçÔes adequadas, pode ter fraude, etc.
Qual Ă© a sua experiĂȘncia? Porque se colocou no Brasil, Fernando, que o nĂŁo, a demora da resposta Ă© sinĂŽnimo de competĂȘncia. E nĂŁo Ă©. VocĂȘ pode dar um nĂŁo pro cara. No meu instituto aguenta. O ĂłrgĂŁo nosso, licenciador, fala milhares de nĂŁo por dia. SĂł que fala rĂĄpido. AĂ vocĂȘ leva oito meses, um ano, pra dizer pro cara, infelizmente, nĂŁo vai dar. Como se isso fosse um sinĂŽnimo de rigidez, de anĂĄlise, bobagem. Conversa fiada. EntĂŁo, o que nĂłs fizemos? NĂłs damos um nĂŁo.
SĂł que nĂłs damos um nĂŁo rĂĄpido. Porque se vocĂȘ nĂŁo puder empreender no meu estado, vocĂȘ vai trocar a sua vida em outro lugar. VocĂȘ vai poder fazer outros projetos em outro lugar e eu nĂŁo fico te empreendendo. Empreendendo vocĂȘ oito, nove meses. EntĂŁo Ă© sĂł colocar a questĂŁo racional. O mundo desenvolvido Ă© assim. NĂłs temos que sĂł partir pro... Ou nĂŁo, mas de forma rĂĄpida, eficiente. Perfeiçoar a legislação, inclusive. AliĂĄs, governador, isso vale tambĂ©m pra grandes empresas? Porque a gente sabe que indĂșstria...
NĂŁo, claro que grandes projetos vocĂȘ tem que ter um olhar muito mais criterioso. O cara vai fazer uma, sei lĂĄ, uma usina de alguma coisa, uma metalĂșrgica... O que que vocĂȘ tem hoje de indĂșstria entrando no ParanĂĄ? Hoje o ParanĂĄ, nĂłs, em cinco anos, atraĂmos 250 bilhĂ”es arredondando os nĂșmeros de novos investimentos privados. Hoje o ParanĂĄ Ă© o supermercado do mundo. NĂłs somos o estado que mais produz alimento por metro quadrado e que mais industrializa esses alimentos.
NĂłs temos o segundo maior polo automotivo do Brasil, com grandes marcas de automĂłveis, fĂĄbricas de caminhĂ”es e de tratores. Somos o maior parque de celulose e derivados de madeira de reflorestamento do Brasil. 25% em torno do reflorestamento de pinos e eucalipto Ă© no ParanĂĄ. E nĂłs hoje estamos transformando um grande polo tecnolĂłgico com esse berçårio de mĂŁo de obra que eu falei pra vocĂȘs agora hĂĄ pouco na educação. Nenhum outro estado tem 500 mil alunos aprendendo a programação no Brasil.
EntĂŁo isso faz com que a... Eu fechei agora na Ăndia, 20 dias atrĂĄs na Ăndia, trouxemos a Tata, que jĂĄ tinha um começo de escritĂłrio em Londrina e agora anunciou que o centro logĂstico de atendimento ao cliente tecnolĂłgico da AmĂ©rica do Sul vai ser o ParanĂĄ. Na cidade de Londrina. JĂĄ vĂŁo pra 3 mil funcionĂĄrios e a meta deles Ă© pra chegar quase prĂłximo de 10 a mĂ©dio prazo. Como Ă© que isso vai ver com essa experiĂȘncia, a indĂșstria nacional competindo com players gigantes especialmente da China? A gente tĂĄ nessa discussĂŁo agora sobre taxar ou nĂŁo taxar as compras pelos sites, enfim.
Veja, eu acho que o Brasil tĂĄ perdendo uma grande oportunidade de ser a opção para o mundo ocidental da China. NĂłs deverĂamos ser a China do Ocidente para o Ocidente. O mercado europeu nĂŁo quer mais ficar dependente da China. Os paĂses europeus. Os Estados Unidos nĂŁo quer mais ficar dependente da China para alguns produtos que eles nĂŁo produzem. Quem que tĂĄ ganhando esse espaço? O MĂ©xico. TĂĄ se posicionando. E perdendo muita oportunidade. O Brasil se ficasse parado, sĂł se organizando, tendo uma boa relação diplomĂĄtica, nĂŁo precisa ser inimigo da China muito, pelo contrĂĄrio, um parceiro comercial estratĂ©gico importantĂssimo pro Brasil.
Mas sĂł de ter um alinhamento com o Ocidente nas questĂ”es polĂticas, questĂ”es de relaçÔes internacionais, automaticamente viria a migrar pro Brasil, porque nĂłs temos energia limpa e barata comparado com o mundo. Muita energia. O Brasil tem um canhĂŁo de produção de energia que pode vir a acontecer com biogĂĄs, energia solar, energia eĂłlica, agora vai entrar o hidrogĂȘnio, que vai acontecer o hidrogĂȘnio a mĂ©dio e longo prazo. VocĂȘ tem uma mĂŁo de obra boa e relativamente barata comparado aos paĂses de primeiro mundo.
O brasileiro gosta de trabalhar. E o que vocĂȘ tem que fazer Ă© facilitar. Ăgua, nĂ©? Tem espaço fĂsico. Tem espaço fĂsico pra montar a indĂșstria. SĂł pra lembrar, o MĂ©xico, o custo de produção no MĂ©xico estĂĄ empatando com o da China. O custo de produção da China estĂĄ subindo. E a cĂąmara tributĂĄria, nĂ©, Mithri? Que a nossa aqui, na comparação com o MĂ©xico, Ă© um absurdo. Ă onde vai entrar minha pergunta agora, para o governador. EntĂŁo, quer dizer, nĂłs temos que competir com o MĂ©xico e com outros paĂses que estĂŁo aĂ representando uma certa ameaça pra gente, porque o MĂ©xico se continuar desse jeito, ele vai tomar muito desse lugar que seria nosso.
JĂĄ estĂĄ tomando. Eu sĂł vejo o Brasil se mexendo nessa direção. Porque a inquietação do Mithri Ă© fundamentada, a sua tambĂ©m. Mas a gente vĂȘ o Brasil se mexendo pra isso, a gente vĂȘ o Brasil indo na outra direção. Mas aĂ entra minha pergunta sobre a reforma tributĂĄria. Governador, eu queria que o senhor desse a sua opiniĂŁo, a avaliação da reforma tributĂĄria. SĂł pra finalizar esse ponto que ele falou. Por isso que eu falo, se vocĂȘ tiver um mĂnimo de posicionamento, menos posicionamento polĂtico, ficar discutindo Hamas e Palestina, essa briga de Israel, briga de UcrĂąnia e RĂșssia, pra nĂłs nĂŁo interessa, nĂŁo vai resolver os nossos problemas.
Nem a gente vai conseguir resolver. NĂŁo Ă© na cervejinha que vai resolver. NĂŁo vai resolver. Ă um problema muito mais complexo que as grandes potĂȘncias estĂŁo voltando a querer polarizar o jogo. EntĂŁo o Brasil pode ser parado, ser o paĂs que pode ser mais beneficiado desse problema que estĂĄ tendo o geral polĂtico. Ă isso a minha visĂŁo. Veja, essa que foi feita Ă© a melhor do mundo ou nĂŁo Ă©? NĂłs temos muito pra avançar ainda. Mas o sistema tributĂĄrio brasileiro Ă© tĂŁo complexo que vocĂȘ explicar pro investidor que ele vai pegar uma pedra, vai transformar em alguma coisa e falar, vocĂȘ tem que pagar o IPI pra vocĂȘ, nessa matĂ©ria-prima que vocĂȘ vai industrializar, o cara nĂŁo entende.
AĂ tem mais o imposto do Estado, tem mais nĂŁo sei o quĂȘ. Simplificando jĂĄ Ă© um avanço. Eu acho que ficou faltando um pouquinho da sua resposta. O Brasil tem aqui os empregos que precisam ser gerados e lĂĄ fora tem umas megacorporaçÔes vendendo pra cĂĄ as 50 dĂłlares, uma sĂ©rie de produtos sem pagar imposto. AĂ nĂłs temos esse dilema. E aĂ? Como Ă© que resolve isso? Ă um planejamento estratĂ©gico tributĂĄrio e o senhor estĂĄ de que lado? O senhor Ă© a favor de taxar essas empresas como Ă© o projeto que estĂĄ no Congresso ou o senhor Ă© como disse o presidente Lula? A minha tendĂȘncia Ă© vetar.
Nesse caso eu defendo as empresas brasileiras. Porque vocĂȘ nĂŁo pode competir ou fazer umas empresas brasileiras competir com muitas vezes a produção que muitas vezes vocĂȘ nĂŁo sabe como que Ă© se Ă© escravizada, se nĂŁo Ă©, se tem uma exploração ou nĂŁo tem, pra chegar um produto tĂŁo barato como chega no Brasil. EntĂŁo acho que tem que ter uma organização atĂ© pra proteger o mercado interno. Daqui a pouco vocĂȘ tem o comĂ©rcio das grandes cidades abandonado aĂ, porque estĂĄ vindo tudo de fora.
E outra coisa, isso nĂŁo Ă© uma questĂŁo de direita ou esquerda, isso o mundo inteiro faz. Os Estados Unidos acabou de taxar 100% do mercado elĂ©trico, do carro elĂ©trico. Ele estĂĄ protegendo a indĂșstria dele. A pergunta que o Mitri fez sobre a reforma tributĂĄria, a minha impressĂŁo da reforma, ver se o senhor concorda, que Ă© uma excelente ideia, modelo moderno, alinha o Brasil com o padrĂŁo internacional, tudo maravilhoso. O IVA, substituição tributĂĄria, vocĂȘ tem uma sĂ©rie de ganhos evidentes aĂ, diminuição do contencioso e tal.
Agora, o show de lobbies que a gente viu no Congresso, nĂłs podĂamos estar com uma alĂquota baixa de 22, 21, vamos pra 27, 28, quer dizer, o Brasil nĂŁo perdeu uma chance boa aĂ? Perdeu, vocĂȘ estĂĄ correto nesse sentido. TambĂ©m concordo com vocĂȘ, acho que essa questĂŁo de ficar abrindo concessĂŁo pra nichos de mercado, se todo mundo pagar, a alĂquota baixa. Uma coisa que Ă© questĂŁo lĂłgica. Agora, se eu ficar abrindo uma concessĂŁo pra esse setor, pra esse setor, quem vai pagar vai ter que pagar por eles.
EntĂŁo, essa concessĂŁo Ă© ruim. E aĂ os lobbies nĂŁo acabaram, nĂ©? Porque agora na regulamentação vai ter mais coisa. Mas de um modo geral, o senhor acha que foi um passo importante, porque saiu daquele manicĂŽmio. Eu acho que o fato de simplificar jĂĄ Ă© um grande negĂłcio. NĂłs gastamos bilhĂ”es de reais com contabilidade nas empresas. Ă uma loucura. Bom, e com essa resposta, a gente chega ao fim desse canal livre. Eu queria agradecer a participação do governador do ParanĂĄ, Ratinho JĂșnior.
Muito obrigado por ter vindo ao programa. Eu queria fazer trĂȘs programas aqui, mas Ă© um. E tambĂ©m eu queria agradecer aos meus colegas Fernando Mitri, Thais Freitas e o cientista polĂtico Fernando Schiller. Semana que vem tem mais canal livre. AtĂ© lĂĄ. . . . . . . . . . . . . . . .