Details
Nothing to say, yet
Big christmas sale
Premium Access 35% OFF
Details
Nothing to say, yet
Comment
Nothing to say, yet
In this video, the author discusses the book "A Matemática na Escola, Aqui e Agora" by Délia Lerner, written in 1995. The author explores the feelings and emotions surrounding mathematics and the thoughts and concepts upheld by the school culture. The author asks questions to parents, teachers, and students to understand their perspectives on mathematics. They find that many teachers and students view math as a challenging subject, while parents see its importance in various aspects of life. The author also examines how math is taught and the difficulties students face, such as positional value, subtraction, division, and fractions. The author reflects on the role of parents in math education and the impact of evaluation methods on student learning. Overall, the book offers valuable insights into the teaching and learning of mathematics in schools. Olá, tudo bem? Meu nome é Juliana Garcia, Sr. Intensivo Pedagógico. O nosso vídeo de hoje é o vídeo mais votado na nossa enquete aqui da comunidade do YouTube. Nós vamos conversar hoje sobre o livro A Matemática na Escola, Aqui e Agora, da escritora Délia Lerner. E esse livro foi escrito em 1995. Inclusive, é importante eu mencionar para você que como esse livro tem 25 anos, é muito provável que alguns tópicos não sejam mais nenhuma novidade, mas nós vamos observar junto que algumas informações ainda são muito frequentes dentro da sala de aula. Mas agora, como sempre, vamos direto ao assunto, sem enrolação. O primeiro capítulo desse livro é muito interessante porque, neste primeiro momento, a autora vai tentar identificar qual é o clima, ou seja, quais são os sentimentos e emoções que envolvem as pessoas quando falamos sobre matemática, quais são os pensamentos e também conceitos defendidos pela cultura escolar. Para isso, a autora formulou algumas perguntas que ela faz para os pais ou responsáveis, professores e também alunos. E é sobre essas questões, ou essas investigações, que nós vamos começar a conversar agora. A primeira pergunta que a autora faz é se a matemática é uma disciplina terrível. E a resposta que ela vai obter dos professores, de todos os professores, inclusive daqueles que estudam na matéria, é que matemática é, sim, uma disciplina que causa medo nas pessoas. Já os alunos vão dizer que matemática não é uma das suas disciplinas preferidas. Inclusive, a autora vai citar uma aluna que é considerada excelente, acima da média em matemática, se ela gosta ou não da disciplina. E a resposta dela surpreende ela falar que não. Ao ver a surpresa da entrevistadora, a criança corrige a sua afirmação. O que eu não gosto é de decorar as contas. Se a matemática fosse lembrar os números, me fascinaria. A segunda pergunta que a autora vai fazer é para que serve a matemática. Entre outras respostas, os professores vão afirmar que a matemática prepara a criança para raciocinar com rapidez e porque se deve utilizá-la na vida diária. E também vão dizer que é uma ciência muito completa, porque é exata. Já os pais terão respostas mais específicas. Eles vão falar que a matemática serve para tudo. Serve no ambiente escolar, fora do ambiente escolar, dentro das relações da criança dentro da sociedade. E para finalizar, os alunos vão dizer que a matemática só existe dentro da escola. Ou o que eles entendem por matemática seria aquilo que acontece dentro da sala de aula. Mas a gente já volta a esse assunto. A terceira pergunta dessa autora foi direcionada aos professores. Ela perguntou como é que as crianças aprendem matemática. O curioso é que a maioria dos professores tiveram dificuldade para entender o que estava sendo solicitado deles. Ou ficaram confusos em relação a pergunta. E por isso mesmo a maioria entendeu que ela estava perguntando sobre métodos. Então eles foram descrevendo quais eram as metodologias ou as atividades que eles davam dentro da sala. Somente alguns professores compreenderam que a aprendizagem não é sinônimo de método. E sim uma atividade que ocorre não somente dentro da escola, mas também fora da escola. No item 4, a professora perguntou se as crianças tinham capacidade de aprender sozinha. Quando ela fez essa pergunta para os professores, ela teve respostas muito diferentes. Alguns ficaram em dúvidas. Outros falaram que a criança aprende sim. Outros falaram que não há possibilidade da criança aprender. Só se um professor ensinar ela. Quando ela fez a mesma pergunta para os pais, eles já tiveram uma resposta completamente diferente. Eles informaram que é possível sim as crianças aprenderem. Que inclusive os seus filhos aprendem a todo momento. No item 5, a professora perguntou como os professores ensinavam matemática para os alunos. E segundo ela, as afirmações da maioria dos professores dão a entender que ensinar consiste em explicar. Aprender consiste em repetir ou exercitar o ensinado até reproduzi-lo fielmente. E é aqui que a autora sinaliza uma primeira inconsistência nas falas. Porque se os pais observam que a criança dentro de casa aprende, descobre muitas coisas dentro do seu dia a dia, porque é que a escola vê ela como incapaz de aprender sozinha? Ou mesmo como alguém que só pode reproduzir um conteúdo fragmentado? Muitas vezes dividido, porque segundo a visão da escola, essas pessoas seriam incapazes de compreender o todo. Na sexta pergunta, a autora muda o foco. Ela vai perguntar para as crianças. E a pergunta dela é, se você fosse um professor, você trocaria alguma coisa na forma de ensinar? A resposta das crianças foi um pouco curiosa. Primeiro porque elas aceitam essa lógica de ser apenas reprodutora, alguém que não tem capacidade cognitiva, de raciocínio. No entanto, elas também percebem os seus professores como apenas reprodutores de um modelo pronto. Se eu fosse professor, ensinaria como diz o programa. Tudo deve ser feito como ali se diz. Além dessa visão reprodutora, as crianças também vão trazer uma outra informação sobre uma característica importante dos professores, na ótica da criança. Ensinaria com a minha professora, explicando sem raiva, sem sermar, não xingando-os. Assim aprendemos mais rápido. Agora no 87, a autora fará diferente. Ela vai perguntar para os pais, como é que eles veem o ensino de matemática dentro da escola. E já naquele momento, há mais de 25 anos atrás, os pais criticavam o modelo tradicional, ou o modelo repetitivo, longe da realidade dos alunos. Esse conteúdo voltado só para memorização, segundo os pais, ajudava pouco na vida da criança. No oitavo item, a autora faz pergunta tanto para professores quanto para alunos. E ela quer saber agora, quais são os conteúdos mais difíceis em matemática. E ela vai ter como resultado, o valor posicional, a subtração, a divisão e frações. Mas a gente já volta a esses itens, porque a autora vai refletir sobre cada uma dessas temáticas. No nono item, a professora quer saber o que acontece com a criança que tem dificuldade, aquela que não vai aprender no mesmo ritmo das outras crianças. O que acontece com elas? Os professores vão dizer, a maioria deles, que ou direcionam para o pai, ou direcionam para um grupo de atendimento, ou fazem a criança repetir muitas vezes. Então, seria aquela postura de professor que joga os seus problemas, manda eles adiante. Dos 20 professores que responderam essa pesquisa, somente duas professoras informaram que a quantidade de alunos com dificuldade são poucas, entre dois e três alunos, e que por isso elas davam atenção a mais a essas crianças. Inclusive, a autora cita que seria confortante identificar que esses professores são sensíveis às dificuldades dos alunos. No entanto, o que se percebe é que a maioria não se envolve com essa problemática, ou seja, eles não assumem a responsabilidade pela aprendizagem dos alunos. A nossa última questão dessa fase inicial, dessa pesquisa inicial, é sobre a participação dos pais responsáveis no ensino de matemática, ou seja, qual é o papel dos pais na aprendizagem. Todos os entrevistados, crianças, pais ou responsáveis e professores falaram da importância da família e também do ensino que é proporcionado por eles também. No entanto, a autora faz uma observação, que os professores quando solicitam esse apoio dos pais, eles fazem algumas ressalvas, ou eles impõem alguns limites de até onde essa participação pode ou não acontecer. Existe um outro fator que é bem analisado pela autora que merece uma atenção especial aqui, e esse fator é a avaliação dos alunos. Ela fez algumas perguntas onde ela tentava identificar se a avaliação está contribuindo para o ensino de matemática ou não. E a primeira informação que nós vamos conversar aqui é sobre a surpresa que a autora teve ao fazer os questionamentos. Ela identificou que os professores, os próprios professores, eram os principais críticos em relação à forma como a avaliação ocorria. Isso porque para eles, a avaliação da forma como ela é feita, ela não reflete todo o processo de aprendizagem dos alunos. Ela não é capaz de proporcionar essa visão mais global do processo de aprendizagem. A prova também, ela não consegue verificar se o aluno se dedicou ou não dedicou àquele tipo de atividade. A nota não é suficiente para explicar isso. E por terceiro, elas vão falar sobre as emoções, ou o tipo de emoção que o aluno pode ter no momento da prova e como isso pode prejudicar ele, mesmo que ele seja um aluno dedicado. Sobre as perguntas que foram feitas aos pais e às crianças, existe um outro enfoque também importante, que é a ideia que essas pessoas vão ter sobre o que exatamente é avaliar dentro da sala de aula. Então, crianças muito pequenas vão falar que é avaliado notas e comportamento, crianças maiores e os pais vão falar que é somente as notas que são avaliadas. No entanto, em outras perguntas, pais e crianças maiores vão sim recordar-se ou mencionar a participação em aula. No entanto, a autora também vai identificar, fazendo pergunta para as crianças, quais delas ou quantas delas participam efetivamente dentro da sala de aula. E o que ela descobre é que a maioria das crianças não participam, porque têm medo de errar, porque ficam ansiosas, porque a professora não gosta de ser interrompida, ou por diversos fatores que são explicados pela cultura escolar, qual é o pensamento que existe dentro daquela escola. E aí fica o questionamento, a participação ou o comportamento dentro da sala de aula, ele é um elemento de avaliação válido, mesmo sabendo que as crianças não participam dele, ou que a maioria das crianças têm medo de fazer perguntas ao professor. Após fazer essas análises, a autora vai trazer algumas reflexões sobre a avaliação, que são elementos muito viáveis e que são utilizados ainda hoje, o que demonstra o quanto esse livro era visionário. Feita essa introdução, essa pesquisa inicial, tanto sobre o clima quanto a cultura da escola onde a professora estava pesquisando, ela vai trazer então cada um dos conteúdos que foram considerados difíceis, para aprofundar o seu entendimento e também para entender por que é que eles são considerados difíceis. É importante eu mencionar que principalmente nesse momento, a autora vai trazer muitos diálogos dela e dos entrevistados, no caso as crianças da primeira à quinta série, como ela chama no livro. E todos esses diálogos vão partir de algumas atividades que a autora selecionou. Aqui, como nosso tempo é curto, nós não vamos ler todos os diálogos e vamos direto às conclusões da autora, mas para me mostrar um exemplo para você do tipo de questão que era utilizado, eu vou fazer uma leitura brevemente. Um ônibus leva 24 passageiros em uma parada descem 17. Quantos passageiros ficam? Essa questão é a primeira questão do livro e é de soma, que é considerado pelos alunos o conteúdo mais fácil. E aqui a autora vai fazer uma observação muito importante, que a gente tem que ter algumas informações em mente. As escolas e os métodos, principalmente os apostilados, eles sempre definem uma linguagem que a gente deve utilizar quando vai fazer matemática. É como se a gente aprendesse um idioma, onde nós temos que identificar os símbolos e os nomes que são dados para esses símbolos. Essa linguagem matemática, essa forma de colocar no papel a matemática, a autora vai chamar de representação convencional. Hoje em dia, alguns sistemas de ensino e algumas escolas, elas já percebem que nós podemos utilizar tanto essa linguagem convencional, mas também aquela linguagem que a gente utiliza na nossa vida. Nesse momento, o que havia nas escolas é a defesa de que só há uma forma de colocar no papel a conta e também só há uma forma de responder as questões para elas estarem certas. A visão da matemática era muito inflexível e a autora vai fazer algumas descobertas que contraria esses pensamentos dos adultos. Vou dar um exemplo. Nós não sabemos como foi que a professora ensinou a soma para esses alunos. O que nós sabemos, a partir da pesquisa da autora, é que as explicações para o resultado serão muito diferentes. Então, tem aluno que vai falar que a questão resolve-se contando do 18 ao 24, que assim chegaria-se ao resultado. Outros alunos podem dizer que a conta seria feita de 17 a 20 e somado o 4. Alguns alunos ainda contavam na mão, faziam risquinhos ou mesmo utilizavam objetos. E para finalizar, o mais curioso, o resultado mais curioso foi o de um menino que fazia a relação entre letras do alfabeto e ficava mais fácil para ele tirar letras do que números. Então, veja que apesar da escola defender ou acreditar que há uma única forma de representação, uma única forma de resolver os exercícios, o que a autora viu na verdade é que as crianças criam estratégias para chegar aos resultados que a professora quer. Então, é por isso que nem sempre a lógica do adulto será usada pela criança. E aqui tem uma informação bem importante que a gente tem que ter em mente. O que demonstra que a criança entendeu? O resultado que ela coloca no papel ou o processo ou as estratégias que ela utiliza para chegar até o resultado? Muitas professoras inicialmente falavam que o importante era só o resultado, mas a autora vai nos mostrar aos poucos o quanto o processo e a escrita nem sempre vão coincidir e isso não significa que a criança não sabe resolver as questões, mas a gente já chega no ponto. Durante esses exercícios de matemática onde a professora fazia a pergunta para o aluno e para os professores, ela chegou a algumas conclusões que eu vou ler aqui com você. A primeira, encontrar uma estratégia adequada para resolver um problema é algo muito diferente de poder representá-lo através de conta convencional. Lembre-se que conta convencional é o fato da gente conseguir montar no papel certinho a conta conforme a linguagem matemática. O que a professora observou é que muitas crianças conseguiam responder mentalmente, só não conseguiam colocar no papel e é nesses pontos que ela reforça essa necessidade da gente prestar atenção no processo e não só o que está escrito especificamente no papel. A introdução apressada da conta convencional pode criar obstáculos para a elaboração de uma estratégia adequada. Quando os entrevistadores chegavam com o papel para a criança fazer a questão, isso gerava algumas emoções que dificultava a realização, gerava um pouco de ansiedade. Se o entrevistador fizesse as perguntas, deixasse a criança chegar alguns resultados ou pensar em algumas estratégias e trazer o papel somente no final, já gerava outro tipo de emoção, outro tipo de resultado. E a autora explica esse fator porque segundo ela, primeiro as crianças desenvolvem esse raciocínio lógico, a forma de pensar e as estratégias dela e somente depois na escola ou com outras crianças é que ela vai aprender essa linguagem matemática, essa conta convencional, a representação convencional. É necessário dar tempo às crianças para pensar o problema, como também oportunidades para autocorrigir seus erros acidentais. É imprescindível diferenciar a adequação da estratégia ao problema formulado da correção ou incorreção do resultado obtido. Existe uma diferença entre errar completamente e ter algum erro que pode ser corrigido pela criança, o que pode ser conferido pela criança. Lembre-se que hoje isso faz bastante sentido, mas há mais de 25 anos atrás ou você colocava o número exato e isso traria para você o resultado certo e se você errasse uma vírgula ou uma representação, você teria errado completamente a conta. Trabalhar com números menores e sugerir a utilização de material concreto ou do desenho parecem ser recursos úteis para ajudar as crianças a elaborar uma estratégia de resolução. Sim, hoje em dia a gente usa bastante material concreto. O trabalho com problemas complexos é evidentemente mais complexo do que se pode supor, não só para as crianças como para professores. Autora também vai verificar que as crianças não utilizam as mesmas estratégias para o mesmo tipo de conta, então em um determinado problema de soma ela pode usar uma estratégia e em um segundo momento utilizar outra estratégia. Isso é um pensamento diferente dos adultos. Também é muito importante naquele momento uma verificação que ela faz sobre a representação convencional. A autora percebeu, principalmente nas crianças pequenas, que a maioria delas não utilizava só a representação, como é o caso da criança que trocava o sinal de mais pela letra E. E por que as crianças têm dificuldade em fazer essa representação convencional? A autora vai citar que é fácil compreender porque é tão difícil, afinal de contas ela não parece tão lógica. Vou dar um exemplo, nós aprendemos a escrever sempre de uma direção para outra, sempre do lado esquerdo para o direito, mas quando nós vamos fazer matemática é o inverso, ele parte da unidade para a dezena. Também sobre a lógica da matemática ela vai questionar aquilo que acontece na vida das crianças e o que acontece na escola. Então, por exemplo, no dia a dia da criança, quando ela vê o pai contando as notas do dinheiro, ele vai contar primeiro as dezenas, 10, 20, 30, 100 reais e depois vai contar as moedas, as unidades. Mas na escola isso não pode, é sempre da unidade para a dezena. Por esse motivo, a autora cita que parece imprescindível criar um vínculo constante entre a ação e a representação, um vínculo que deve incluir tanto a produção por parte das crianças de maneiras de representar as operações realizadas ou a realizar como também a interpretação das representações das demais, incluída, é claro, a representação convencional. Existe uma informação que a gente precisa pontuar, que é importante. Como existe essa dificuldade entre a representação convencional e o mundo real, a vida cotidiana, a autora vai defender que no início a gente aceite a representação conforme a criança consegue fazer e aos poucos a gente vai ensinando a partir das explicações, das discussões, das reflexões, o uso da representação convencional. Mas veja, ela não é contra o uso da representação convencional e ela também não polariza a utilização. Ela vai dar esse entendimento de tempos, do processo que é preciso para a criança fazer essa representação. Enquanto continuarmos ensinando procedimentos mecânicos sem criar condições que permitam os alunos descobrirem os fundamentos desses mecanismos, enquanto não favorecemos a utilização das estratégias que as próprias crianças possam elaborar para resolver e representar as operações, teremos que continuar aceitando que as contas sejam interpretadas como truques inventados por um mágico. Eu trouxe essa informação nesse momento porque a gente vai começar a verificar outros temas abordados pela professora e você vai verificar em todo livro essa ideia ou essa representação que as crianças têm de que é feito assim porque foi ensinado assim ou é um truque e eu não preciso entender porque eu faço isso. Eu preciso apenas fazer. Afinal de contas, eu sou uma reprodutora que aprendeu por meio de uma professora que também é reprodutora e que leu algo que estava no livro. Mas vamos aos poucos. Vamos falar sobre resolução de problemas e as palavrinhas mágicas. É muito provável que você também tenha aprendido matemática com essas palavrinhas, ou seja, toda vez que aparecer a palavra retirar ou tirar é menos. Toda vez que aparecer a palavra ganhar, é mais. Ou aumentar, também é mais. Mas a autora traz nesse momento de pesquisa algumas questões em que aumentar é aumentar uma dívida. Então a pessoa não está ganhando. E por que a autora faz esse tipo de pesquisa? Por que ela critica a utilização das palavrinhas mágicas? Primeiro, como nós já vimos, ela não funciona em todos os casos. Então a gente pode estar ensinando estratégias que não servem em todos os momentos, que vai deixar a criança na mão em alguma situação. Isso também acontece quando a professora apresentou alguns problemas que eram feitos por meio de imagem. Então não tinham as palavrinhas. E as crianças novamente não sabiam o que fazer. Sem contar que na nossa vida, ou na vida das crianças, os problemas que aparecem para ela também não tem essas palavrinhas, porque elas só existem lá na escola, a partir dessa criação da cultura escolar. Ainda sobre os problemas, ela sugeriu que as crianças fizessem ou criassem enunciados de problemas. E o que a autora identificou durante essa atividade é que as problemáticas das crianças eram muito mais relacionadas à vida dela do que aquelas pré-fabricadas, copiadas do manual que veio de outra pessoa. É por isso que uma das sugestões das autoras é que a gente comece a trabalhar mais a partir desse tipo de atividade, da elaboração das crianças com seus próprios enunciados. Não só porque é interessante a gente descobrir o repertório da criança, mas também porque na nossa vida, segundo a autora, primeiro a gente precisa criar os nossos próprios enunciados, ou seja, verificar quais são os problemas que estão ao nosso redor, para só depois resolver os problemas. Mais uma vez, veja como essa autora é preocupada em tornar a matemática um instrumento importante para essas crianças resolverem os problemas que ela vai ter fora da escola e não só reproduzir, copiar, repetir, de uma forma mecânica e sem sentido, principalmente sem uso. O terceiro assunto que a autora trata é o valor posicional e ela vai começar essa análise a partir do posicionamento do zero. Primeiro ela explica que esse valor posicional do zero surgiu na Babilônia 2000 antes de Cristo e que naquele momento a sua utilidade já era encontrar um método ou uma forma de representar as bases que estavam vazias. Fazendo essa introdução, vamos direto para a pesquisa ou para as respostas que foram dadas para a criança sobre a utilidade do zero ou para que o zero servia. O que essa autora identificou é que a maioria das crianças já sabiam ou já definiam zero como vazio, um elemento neutro ou uma ausência de quantidade. Elas também sabiam informar que o zero muda de valor dependendo da sua localização, se ele está à direita ou à esquerda, principalmente de uma vírgula. A vírgula facilitava bastante essa compreensão pelas crianças. Todas as crianças afirmaram que não vale nada quando está só ou quando aparece à esquerda de outros números. Quando o zero aparece à direita de outros números, dá lugar novamente a duas posições diferentes. A autora também utilizou aquela típica atividade de unidades, dezenas e centenas, e com essas atividades ela reconheceu que os alunos sabiam o que era unidade e o que era dezena. No entanto, conforme ela foi fazendo perguntas, ela identificou que eles sabiam o posicionamento, eles sabiam o que estava em cada lugar, mas eles não sabiam por que um elemento era dezena ou centena, não sabia qual era a lógica empregada nesse tipo de nomenclatura e também não sabiam a lógica que era empregada nas questões de subtração que utilizam o conhecido emprestar um número ou elevar um número. Elas faziam essa atividade e achavam que tudo se traçava em unidade, ela não compreendia a questão como um todo. Formular os números como entidades estáticas nas quais cada algarismo ocupa um lugar determinado não parece ser um procedimento adequado para facilitar a compreensão do sistema posicional. Não deveriam ser criadas condições para as crianças descobrissem que quando escrevemos um número estamos colocando o resultado de um processo que consiste na agrupação sucessiva de uma base 10? No entanto, apesar de não compreender o que estava fazendo, a autora percebeu que os alunos conseguiam identificar quando um número é menor e quando um número tinha um valor maior, isso porque eles entendiam que o zero aumentava os algoritmos e por isso um número tornava-se um número maior que os outros. Isso parece indicar que a compreensão do valor das dezenas e centenas não há um requisito prévio para a compreensão de outros aspectos que constituem o sistema de numeração. No final, a autora vai defender que a gente utilize dentro da sala de aula atividades, reflexões que possibilitem a compreensão das crianças. Ela faz essas sugestões durante o livro, ela sugere que a gente trabalhe os significados do número zero, o seu valor e a diferença dele, que vale a pena a gente investir mais nesse tipo de conversa dentro da sala de aula. Ela também defende a utilização de problemáticas, não só aquela que nós fazemos, sempre de uma forma mais artesanal, ela não defende a utilização de modelos prontos. Para finalizar, eu vou trazer quatro pensamentos que mostram pra gente o que combina com essa autora. O primeiro deles é a compreensão que ela vai definir sobre o que é aprender. Para ela, aprender é descobrir, investigar, discutir e interpretar. Concepções muito distintas daquela que postula explicar, repetir e memorizar. Outra citação importante dela é a seguinte, se nós assumíssemos que fazer matemática é muito mais do que fazer contas, as crianças construiriam conhecimentos mais sólidos e também teriam a oportunidade de se apaixonarem por essa invenção humana que é a matemática. Tendo essa ideia de que a matemática é complexa, que ela é uma construção humana, ela também vai defender que ela está sempre em evolução. Então não faz sentido ficarmos aprisionados, apegados a uma única forma de resolver, a um único jeito de fazer as coisas. A gente pode estar sempre evoluindo junto com a matemática. E pra finalizar, ela vai defender a construção de espaços onde as crianças possam refletir, questionar, participar, verificar seus argumentos, utilizar regras, ou seja, agir de forma ativa. Hoje em dia a defesa é que esse momento seja toda a aula, em qualquer momento. Se a criança teve uma dúvida, ela deve se sentir segura, o clima dentro da sala de aula deve ser de respeito para que ela consiga fazer essa intervenção ou essa reflexão junto com o professor. Naquele momento, há mais de 25 anos atrás, ela ainda mencionava alguns momentos, um espaço. Enfim, você deve ter visto que esse conteúdo é muito completo e esse livro é sim uma ótima forma de nós introduzirmos esse conteúdo sobre o ensino de matemática. Mas hoje, atualmente, há outros livros que também são muito importantes, inclusive da própria Adélia. Se você tiver interesse que eu continue trazendo livros sobre essa temática, não se esqueça de colocar no comentário, porque se tiver ao menos 30 pessoas interessadas, logo mais nós trazemos outro vídeo. Pra finalizar, se possível, curta esse vídeo, isso é muito importante porque é a partir das curtidas que a gente avalia a necessidade de trazer mais conteúdos ou não sobre essa temática. Deixe um comentário falando pra gente o que você achou desse conteúdo e não se esqueça que agora lá no exercício pedagógico...