OlĆ” pessoal, tudo bem? Eu me chamo Vitória, eu sou acadĆŖmica de pedagogia do oitavo semestre e esse Ć© o POD Pro. No episódio de hoje, nós estamos aqui no CEI Claudete de Oliveira da Vera Cruz, localizado no Votro AMF, e nós vamos conversar um pouquinho com a galera que trabalha aqui sobre o projeto polĆtico-pedagógico deles, como Ć© essa implementação e como isso acontece na prĆ”tica. Vou falar daqui a pouquinho com a Silene. EntĆ£o pessoal, agora eu tĆ“ aqui com a professora Silene, ela Ć© professora de turma 1 aqui no CEI Claudete, com crianƧas de 1 ano e 6 meses atĆ© 2 anos de idade.
Ela estĆ” hĆ” mais de 28 anos na profissĆ£o e... Boa tarde Silene. Boa tarde. Eu gostaria de saber de vocĆŖ, o projeto pedagógico do CEI, nĆ©, ele trabalha com uma pedagogia da escuta e esse olhar mais sensĆvel para a crianƧa, e eu gostaria de saber pra vocĆŖ qual Ć© a importĆ¢ncia disso que tĆ” registrado no plano do projeto pedagógico de vocĆŖs. EntĆ£o professora, esse projeto pra mim tĆ” sendo muito importante. Estou aprendendo muito, nĆ©, com ele, esse tempo todo, esses anos, nĆ©, de trabalho, eu nunca vi dessa experiĆŖncia que eu tĆ“ vivendo hoje, novo.
à porque esse projeto, é, nos traz o objetivo que nós temos que aprender a ouvir mais as crianças, né, escutar, é, ouvir o choro, porque o choro, ela estÔ expressando algo, algo que tem que ser escutado pela professora. E muitas vezes, nós professores não se atentamos a esse momento, né, mesmo pela correria do dia-a-dia, fazer tudo rÔpido, você acaba deixando a criança do lado e não dÔ aquela atenção que ela precisa ter. à ouvi-la, né, e saber entender o que que a criança estÔ expressando para nós.
Ć, qual Ć© o maior desafio pra vocĆŖ nessa escuta que acontece diariamente? Ć, Ć© como eu falei, nĆ©, a correria. Muitas vezes vocĆŖ acaba fazendo tudo por ela e ela tĆ” ali chorando, nĆ©, Ć©, se expressando, e aĆ vocĆŖ acaba fazendo uma outra coisa, se direcionando a outra crianƧa e nĆ£o dĆ” atenção devida para ela. Ć escutĆ”-la, ouvi-la, nĆ©, o que que ela estĆ” transmitindo e nós temos que estar atentos, nĆ©, a esse momento, que Ć© muito importante, saber o que que estĆ” acontecendo, o que que ela estĆ” expressando naquele momento.
Ć a escuta sensĆvel, nĆ©, que fala sobre o projeto. Isso, isso, e Ć© muito importante, nĆ©, e hoje nós vimos que isso acontece atĆ© dentro de casa. A crianƧa estĆ” chorando, estĆ” ali expressando algo e muitas vezes acontece, os próprios pais acabam calando a boca da crianƧa, pedindo algo que ela quer, um celular, um outro objeto. E aĆ por quĆŖ? Porque eu nĆ£o quero escutar, eu nĆ£o quero ouvir o choro daquela crianƧa. EntĆ£o eu acabo, nĆ©, calando ela, recebendo algo que ela quer.
Ć isso. Obrigada, Silene, foi um prazer conversar com vocĆŖ, atĆ© a próxima. Obrigado, professora. EntĆ£o, pessoal, agora eu tĆ“ aqui com a professora Silene, ela Ć© professora de turma 1 aqui no Sei Claudete, com crianƧas de um ano e seis meses atĆ© dois anos de idade. Ela estĆ” hĆ” mais de 28 anos na profissĆ£o e... Boa tarde, Silene. Boa tarde. Eu gostaria de saber de vocĆŖ, o projeto pedagógico do Sei, nĆ©, ele trabalha com uma pedagogia da escuta e esse olhar mais sensĆvel pra crianƧa, e eu gostaria de saber pra vocĆŖ qual Ć© a importĆ¢ncia disso que estĆ” registrado no plano do projeto pedagógico de vocĆŖ.
Então, professora, esse projeto pra mim estÔ sendo muito importante. Estou aprendendo muito, né, com ele, esse tempo todo, esses anos, né, de trabalho, eu nunca vivi essa experiência que eu estou vivendo hoje. Porque esse projeto, é, nos traz o objetivo que nós temos que aprender a ouvir mais as crianças, né, escutar, é, ouvir o choro, porque o choro, ela estÔ expressando algo, algo que tem que ser escutado pela professora. E muitas vezes, nós, professores, não se atentamos a esse momento, né, mesmo pela correria do dia-a-dia, fazer tudo rÔpido, você acaba deixando a criança do lado e não dÔ aquela atenção que ela precisa ter, é, ouvi-la, né, e saber entender o que que a criança estÔ expressando para nós.
Qual é o maior desafio pra você nessa escuta que acontece diariamente? Diariamente, é, é como eu falei, né, a correria. Muitas vezes você acaba fazendo tudo por ela e ela estÔ ali chorando, né, se expressando, e aà você acaba vendo uma outra coisa, se direcionando a outra criança, e não dÔ atenção devida para ela, é, escutÔ-la, ouvi-la, né, o que que ela estÔ transmitindo, e nós temos que estar atentos, né, a esse momento, que é muito importante, saber o que que estÔ acontecendo, o que que ela estÔ expressando naquele momento.
Ć a escuta sensĆvel, nĆ©, que fala no projeto. Isso, isso, e Ć© muito importante, nĆ©, e hoje nós vimos que isso acontece atĆ© dentro de casa. A crianƧa estĆ” chorando, estĆ” ali expressando algo, e muitas vezes acontece, os próprios pais acabam calando a boca da crianƧa, recebendo algo que ela quer, um celular, um outro objeto, e aĆ por quĆŖ? Porque eu nĆ£o quero escutar, eu nĆ£o quero ouvir o choro daquela crianƧa, entĆ£o eu acabo, nĆ©, calando ela, recebendo algo que ela quer.
Obrigada Silene, foi um prazer conversar com vocĆŖ, atĆ© a próxima. Obrigado professora. Agora estamos aqui com o Leonardo, ele Ć© o psicólogo do SEI Betran. Bom dia, LĆ©o. Bom dia, Vitória. LĆ©o, o projeto polĆtico-pedagógico do SEI, ele Ć© muito inovador, nĆ©, e ele Ć© ancorado em duas metodologias, duas abordagens, sendo que uma delas Ć© a DMP, que Ć© uma metodologia voltada para a educação infantil, que ressalta, nĆ©, a criação de vĆnculos da crianƧa com os adultos, da crianƧa com seus pares, da autonomia, e escutativa.
E a famĆlia tem um papel muito importante nisso, nĆ©? Assim, pra vocĆŖ, como Ć© feita essa relação famĆlia-escola aqui dentro do SEI? Qual Ć© o seu papel nessa relação? Bom, essa relação famĆlia-escola Ć© uma relação muito importante, nĆ©, nĆ£o só nessa instituição, como em vĆ”rias outras instituiƧƵes de educação. Bom, a importĆ¢ncia dela se dĆ” pelo fato de que, a partir de uma contribuição da famĆlia com as prĆ”ticas pedagógicas que sĆ£o desempenhadas na escola, nĆ©, o olhar de escuta dessas famĆlias para as vivĆŖncias, assim, das crianƧas na instituição se faz importante pelo motivo seguinte, nĆ©, que Ć© somente com o apoio dessas famĆlias, com a atenção, com o olhar para essas crianƧas, com a preocupação, a partir dela, de acordo com as demandas que sĆ£o feitas dentro das escolas, que se dĆ”, eu acho que, essa relação.
EntĆ£o, a relação Ć© importante pelo fato de que a escola nĆ£o pode ser somente a Ćŗnica responsĆ”vel pelas crianƧas, nĆ©, mas eu acho que levar tambĆ©m essa participação mais frequente, nĆ©, e mais ativa em primeira pessoa Ć© das famĆlias. EntĆ£o, qual Ć© o papel do psicólogo na instituição escolar? Ć um papel de fazer essa mediação entre famĆlia e escola, no sentido de que, bom, na escola tem-se observado, nĆ©, algumas questƵes referentes Ć crianƧa, nĆ©, sĆ£o questƵes muito individuais, nĆ©, Ć© parte do coletivo para o individual, para que a gente consiga olhar no um a um como estĆ£o essas crianƧas.
Legal, obrigada, Léo, pela sua colaboração, e parabéns pelo trabalho desempenhado aqui no CEI. Eu que agradeço. Bom, pessoal, estou aqui agora com a Mirelle, ela que é mãe de uma das crianças matriculadas no CEI DETRAN, ela é funcionÔria do DETRAN-MS, e eu vou conversar um pouco com ela para saber qual é a visão dela, enquanto mãe de uma criança que é assistida por esse projeto pedagógico do CEI DETRAN. Primeiramente, bom dia, Mirelle, obrigado por aceitar participar dessa entrevista.
Gostaria de saber de vocĆŖ como vocĆŖ enxerga essa prĆ”tica no dia a dia, nĆ©, porque o projeto pedagógico do CEI Ć© um projeto que visa a escutativa da crianƧa, o desenvolvimento da autonomia, nĆ©, a criação de vĆnculos. AlĆ©m disso, nĆ©, ele tenta atender as crianƧas em suas individualidades, em suas mĆŗltiplas linguagens, e eu gostaria de saber de vocĆŖ como mĆ£e, como vocĆŖ enxerga essa prĆ”tica sendo implementada no dia a dia, e como vocĆŖ se sente em relação a isso, de saber que o seu filho estĆ” sendo assistido por essa equipe pedagógica, que Ć© amparada, nĆ©, por esse projeto pedagógico.
Oi, Vitória, Ć© um prazer participar, nĆ©, desse podcast, desse programa, e ser a porta-voz das mĆ£es do CEI DETRAN. O Pedro chegou no CEI com 9 meses, ele ainda nĆ£o andava, nĆ©, só engatinhava, e assim, hoje o Pedro estĆ” com 14 meses, praticamente, e Ć© um bebĆŖ totalmente diferente, totalmente independente. VocĆŖ viu que o filho desenvolveu demais, nĆ©, nesse perĆodo que ele estĆ” com o CEI, com a equipe pedagógica, sendo assistido com essa metodologia que vocĆŖs aplicam no CEI DETRAN.
Todo dia, quando eu atravesso aquela porta para deixar o meu filho, eu tenho certeza que ele estĆ” em boas mĆ£os. O cuidado que cada um de vocĆŖs tem com ele, assim, Ć© indescritĆvel, nĆ©, na verdade. Vi, outra coisa que eu acho muito importante a gente reforƧar e externar isso, nĆ©, que o CEI DETRAN Ć© como se fosse uma extensĆ£o da nossa casa. Nós, mĆ£es, o sentimos assim, pelo menos as mĆ£es dos bebĆŖs, nĆ©, que eu converso mais, que eu tenho mais contato.
Todas elas têm esse pensamento em comum de que o CEI é uma extensão da nossa casa. E esse papo sempre rola ali no momento do mamar. Nós chamamos aquele cantinho ali de mamódromo, né, que tem as duas poltronas e que é a sala da coordenação também. Então, é um momento bem especial para a gente e a gente sempre estÔ trocando figurinhas ali, né, com relação à vacina, com relação às nossas crianças, ao desenvolvimento de cada uma delas, porque cada uma delas, elas vão se espelhando umas nas outras e aà estão cada dia mais independentes.
Agora eu estou aqui com a professora OrdÔlia, ela que dedicou mais de 30 anos da sua vida a docência, né, na UFMS e hoje, depois de aposentada, ela se deveria, né, com esse desafio de estar à frente da gestão do CEI. Bom dia, OrdÔlia! Bom dia, Vitória! à um prazer estar aqui com você e partilhar este momento. Obrigada! Primeira coisa, eu gostaria de saber como foi o processo de construção desse projeto Pedagógico do CEI. Este projeto, ele, inicialmente, ele foi pensado a partir dos fundamentos da educação da infância, resultado de todo um trabalho.
Eu, particularmente, fui desenvolvendo a minha vida profissional dentro da UFMS, dos estudos que realizei no mestrado, no doutorado, no pós-doutorado em Sociologia da Infância e na prÔtica pedagógica no curso de Pedagogia. Então, a partir de todas essas referências, quando recebi o convite para vir assumir esse projeto, eu me perguntei, na verdade, eu perguntei à administração do DETRAN e também à nossa reitoria que eu poderia pensar num projeto conforme eu imaginava, conforme eu entendia ser o ideal de uma educação infantil.
Ć claro que sabendo que, na prĆ”tica, muitas coisas precisam realmente de uma adaptação, de uma reestruturação. Mas esse foi o princĆpio de tudo. O projeto, entĆ£o, Ć© um encorado na Sociologia da InfĆ¢ncia, nas abordagens de EmpĆcria e RĆ©gio EmĆlia. Gostaria que vocĆŖ falasse um pouquinho qual Ć© a importĆ¢ncia dessas abordagens para alĆ©m da prĆ”tica realizada aqui no SEI. Veja bem, o nosso paĆs, ele Ć© um paĆs muito diverso por conta da sua dimensĆ£o geogrĆ”fica. Nós tivemos aĆ culturas muito diferentes em cada uma dessas regiƵes ou em cada um dos estados.
E, a partir do momento que eu tive a oportunidade de fazer o meu pós-doutoramento em Sociologia da Infância, na Universidade do Minho, em Portugal, por um ano, buscando os fundamentos constitutivos desta referência teórica que traz em evidência a criança como sujeito do processo educativo, reconhecendo essa criança como sujeito de direito, protagonista deste processo educativo. Então, obrigada por vocês estarem aqui. Obrigada.