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The speaker discusses their family history of anxiety and how it has influenced their own anxiety. They talk about the pressure they felt to always be on time and how it has impacted their personality. They mention the importance of therapy and self-reflection in breaking the cycle of anxiety. They also discuss how their spouse's calmness has helped balance their own anxiety. The conversation highlights the need for self-awareness and the ability to make changes in order to break negative patterns. Vou fazer a pergunta de novo. Pode perguntar a gente direto. Então, o meu histórico familiar já vem de um histórico familiar bem ansioso, né? A minha base familiar, ela é bem ansiosa. A minha avó, fui criada basicamente com ela, eu ficava muito na casa dela e os meus pais deixavam eu lá pra eles poderem trabalhar. Então, eu via minha avó muito ansiosa, assim, trabalhando o tempo todo e sempre servindo também, né? E ela me apressava demais pra fazer as coisas também. Então, sempre fiz essa pressão, pressão com o horário. Minha mãe também, ela era muito certinha com o horário. Então, por exemplo, já teve situação de eu estar lá me arrumando no quarto e a minha mãe pegar o carro e falar assim, eu já tô indo, quem não tiver pronta, não vai. Então, eu saía descabelada. Tinha que arrumar direito pra poder ir. Porque a minha mãe sempre foi ansiosa também. Porque veio de uma criação. Veio das criações, das gerações anteriores, né? Da infância dela, talvez, também. Da infância dela, porque a minha avó é assim também. E aí, quando você vai lá na casa dela, a gente marca, por exemplo, um almoço. E quando é dez e meia, ela já tá ligando. E aí, cadê você? Vocês estão atrasados. Ela tem a preocupação de te lembrar pra você não se atrasar. Exatamente. E como que é a sua personalidade nessa questão de tempo, por exemplo? Você é organizada ou você é mais calma? Então, eu sou... Eu não sou calma com isso, não. Porque eu sou agitada. Mas você se organiza. Mas eu me organizo. Porque hoje, depois de tanta terapia, né? A gente vai se organizando com isso. Então, por exemplo, quando eu tenho um compromisso, eu fico, sim, ansiosa. Porque eu gosto de chegar no horário, né? Combinado. E quando eu não chego, isso também gera uma frustração. Mas aí eu tento lidar com aquilo. Eu percebi hoje. Exatamente. Acontece, né? Acontece. Mas eu geralmente sou bem pontual com os meus compromissos, com entregas, enfim. Mas por causa dessa ansiedade. Porque você gera na sua cabeça o medo da cobrança. Talvez por você ter sido cobrada. Tem que ter sido deixada, às vezes, pressionada, né? Pressionada para fazer as coisas da maneira que os outros queriam. Queriam. Exatamente. Mas isso aí é interessante. É uma coisa que a gente tem dificuldade em respeitar no outro. Os nossos pais, eles nunca souberam interpretar o tempo que cada um de nós tínhamos para fazer algo. É sempre no tempo deles. E automaticamente isso reflete como eles foram criados também. Os pais não respeitavam o tempo deles e isso foi reproduzido na nossa vida. Porque eu comparo com o meu marido. Eu tenho tempo mais ágil para me arrumar, me organizar e me planejar. O meu marido, ele tem um tempo um pouco mais lento. Porque ele tem um jeito diferente de lidar com as situações e com os planejamentos dele. Quando a gente é ansioso, a gente automaticamente acaba sendo um pouco egoísta porque nós queremos que tudo seja no nosso tempo. Mas isso foi implantado através da nossa criação. Sempre foi no tempo dos nossos pais. Ah, a gente vai sair? Então vocês vão se arrumar e vocês têm que estar prontos em tal horário. E aí chegava, antes do horário já estava aquela pressão. Vocês têm que ficar prontos? Não estão prontos ainda? Cadê a roupa? Cadê os sapatos? Já comeram? Estão arrumados? E essa pressão fez a gente já desenvolver uma ansiedade em meu Deus, eu tenho que ficar pronta antes para poder ir junto se não vou ficar para trás. Aquela sensação de vou ficar para trás. Tem que ser naquele tempo. Naquele tempo. Isso gera essa ansiedade de meu Deus, eu posso ser abandonada. Não é uma sensação que você tem? Analisando a nossa infância. Sim, eu até lembrei daquele filme do Macaulay Culkin. Esqueceram de mim. Cara, eu acabei de dizer essa cena na minha cabeça. Literalmente, é isso. É muito isso. Só que ele fez do esquecer de mim uma coisa muito boa, né? Do ser deixado em casa. Isso é uma lição boa, que quando a gente era criança, a gente não tinha a mentalidade de entender essa lição. Agora olhando como adulta, eu percebi assim, nossa, caraca. Sabe quando abre uma chavinha na cabeça? Aconteceu. Eu vou assistir de novo. A gente aprende as lições quando a gente para para analisar. E o pontapé dessa mudança é quando a gente começa a terapia ou quando a gente começa o processo de autoconhecimento. Começa a ler livros de autoajuda, ou livros de psicanálise, de neurociência. Você vai entendendo como que essa mente funciona e automaticamente você ressignifica alguns comportamentos que você teve quando era mais novo, quando você não tinha esse conhecimento. Porque a gente se critica tanto e a gente sofre com antecedência porque veio através do ensino dos nossos pais. E a gente pode reformular esses ensinos, a gente pode mudar esses ensinos. Mas entender quando que surgiu é um tapa na cara. É, é um tapa na cara porque a gente acha que a gente é assim hoje. E não, a gente foi condicionada a ser assim pelas pessoas que a gente amava e achava que estavam nos ensinando. Achava que era certo. A gente não entendia que eles também passaram pelo mesmo momento que a gente passou. Eu ia falar isso, que não adianta a gente colocar culpa nele. Porque foi a forma que eles aprenderam e foi a melhor forma que eles tiveram pra ensinar a gente naquele momento. E hoje a gente tem que ressignificar isso e colocar em prática algumas ações pra que possa ficar um pouco melhor esse processo. Quebrar o ciclo. O ciclo repetitivo que estava vindo das nossas outras gerações e fazer diferente pra quem vir da gente não ser uma repetição de quem nós somos. Tem muito isso do autoconhecimento e a autoanálise tipo a autoresponsabilidade de perceber que eu não preciso fazer o mesmo que os outros fizeram. Ser responsável por mim hoje e mudar isso. Não culpar. Sabe? Ressignificar mesmo como a Bianca falou. Fazer diferente. Porque muita gente se coloca no papel de eu sou assim e eu não vou mudar porque a minha vida é assim. Meus pais são assim e eu não vou ser diferente disso. O ambiente que eu estou vai me fazer ser assim. E não tem coragem nem de sair disso. Não tem coragem de procurar outras pessoas que vivem em outros mundos. Exato. Sair da bolha. E a gente só consegue sair da bolha quando a gente sai do ambiente que a gente está inserido. Quando a gente vai pra convivência de pessoas com mais desenvolvimento pessoal com mais desenvolvimento emocional. Quando você começa a buscar conhecimentos sobre a parte dos sentimentos como a gente se relaciona e automaticamente quando a gente traz à luz da nossa consciência, fica mais fácil você mudar o seu comportamento. Porque na hora que você vai agir errado a sua mente fala, eu aprendi diferente agora. Eu posso fazer diferente agora, eu não preciso fazer o que eu fazia antes. E é aquela coisa da zona de conforto. Que a gente se condiciona há muito tempo por fazer a mesma coisa e aí quando você sai daqui ou tem que fazer diferente ou quer fazer diferente, é desconfortável pra caramba. É um treino, né? É um treino. Quais foram os primeiros insights, Bia? Tipo, as primeiras mudanças como que funcionaram na sua vida? Nossa, as primeiras mudanças? Eu acho que começou lá depois que eu casei, né? Porque foi depois que eu casei que eu comecei realmente a buscar ajuda terapêutica e foram ensinamentos que a terapia ia me dando e aí eu ia mudando a forma de ver as coisas por exemplo de eu chegar atrasada então se eu não quero chegar atrasada, eu me organizar pra isso e chegar no horário que eu combinei mas também não trazer esse peso que eu trazia antes quando eu era criança então foi sempre um exercício diário depois da terapia E foi quando você saiu da casa do seu pai pra morar junto com seu marido foi uma relação diferente e você começou a conviver com pessoas diferentes, ambientes diferentes? Exatamente o meu marido é mais calmo em relação a isso, então ele traz também essa calmaria pra mim em relação a minha ansiedade então a gente vai equilibrando juntos Cara, como você já sabe, porque o meu relacionamento é muito parecido meu Deus do céu tô chocada, o meu marido também ele é bem mais calmo, às vezes quando eu tô nos momentos de estresse, de ansiedade eu acabo falando, nossa você é muito lerdo cara, meu Deus, eu não aguento a sua lerdeza, mas por que? Eu sou agitada e a verdade é que às vezes ele tá no time certo mais tranquilo, mais calmo porque quando você tá calmo, você consegue pensar com mais clareza, você consegue agir com mais gentileza, e quando a gente tá agitada, a gente acaba sendo o que? Mais egoísta, mais bravo mais grosso mais estúpido, e quando você percebe essa reatividade por causa da ansiedade, você para e pensa tô fazendo errado é um aprendizado, assim, eu já levei muitos tapas na cara com o meu relacionamento por conta disso, mas que sorte a nossa que a gente escolheu pessoas que nos trouxeram equilíbrio complementares né, complementares que a gente pode aprender com eles, né com certeza, que o mundo não tá acabando não respira com a gente cada vez você tem tempo pra fazer as coisas desde que você se planeje, pra você Dani você já teve algum relacionamento que te trouxe essa calmaria, que te trouxe esse momento de frear e desacelerar? todos, eu acho a gente sempre atrai o nosso oposto, o nosso complemento porque a gente enxerga no outro o que a gente quer na gente então, cara, é sério, todos aí eu acho que todos acabaram por falta de conhecimento sobre mim, porque eu não me conhecia e eu não entendia que eu tinha que aprender a me relacionar com alguém que não era igual eu eu queria que a pessoa fosse igual a mim e aí tinha esses conflitos e a gente não conseguia conciliá-los não conseguia resolvê-los nossa, isso é muito forte nossa, falando todos, parece que eu tive um monte de relacionamento calma, não foram só dez amiga, a gente já tá na casa dos trinta, tá tudo bem é, tudo bem mas é bom a gente enxergar isso, né ver que as pessoas que a gente se aproxima nos moldam, né então, a infância que nós tivemos foi uma relação de molde conforme o que os nossos pais tiveram dos pais deles, né, dos nossos avós e aí você começa a perceber como que era muito difícil a saúde mental das nossas famílias, dos nossos pais dos nossos avós, e você percebe os traumas e a dificuldade que existia antigamente no contexto histórico exatamente não é nem assim, a nossa família é o todo, né é o todo, então é muito abrangente a nossa vida é difícil a gente enxergar a ansiedade como um ponto isolado cara, a ansiedade, ela é muito enraizada na cultura dos nossos pais, na nossa criação, na forma de ver o mundo então, eu acho que expor a nossa vivência em bolhas diferentes da nossa cria uma empatia, uma simpatia uma compaixão, pela nossa própria vida, né, pela nossa própria história, pela história dos nossos pais como a Bia falou, eles ofereceram o de melhor que eles tinham naquele momento tanto que eles reproduziam atitudes diferentes com os avós, tipo, como avós meu pai e minha mãe são totalmente diferentes com os meus sobrinhos, que até eu fico chocada, eu falo, gente, não era assim quando eu era criança, não é porque eles aprenderam hoje, eles estão em processo de conhecimento também que nem a gente, e agora eles podem fazer diferente e você, Bia, os seus pais já são avós? Você tem irmão, irmã, que já tem filhos? Ainda não, eu sou a filha mais velha né, então tá todo mundo esperando é muita pressão é muita pressão, não, mas na verdade, assim, meus pais não me pressionam em relação a isso, na verdade, quem pressiona mais é a mãe do meu esposo ah, normal, eu acho que os avós querem ter os mestinhos, é ele é o mais velho? Ele é o mais velho também então, assim existem, assim, hoje não tanto, mas no começo do relacionamento ela já deu uma pressãozinha, assim, de leve e os meus pais os meus pais são tranquilos em relação a isso, eles não me cobram né, mas a família da parte dele espera mais por isso sabe de uma coisa que eu reparei, essa semana eu participei de alguns eventos, nos quais as pessoas mais velhas falaram sobre o histórico de vida delas e a maioria das pessoas, assim, eu acho que 40, 50 a mais casavam antigamente, porque as mulheres engravidavam então, já começava junto com a família, eu acho que é essa a cobrança que a gente tem porque hoje a gente casa por amor, por gostar do outro não por necessidade de criar uma família, a gente não tá grávida a gente não, sabe? criar filhos, isso você é uma família, você tem uma família de uma pessoa, quem é solteiro é família de uma pessoa, quem é casal é uma família de duas pessoas é que nós vivemos numa sociedade que implanta que pra você ser uma família, você só é a partir do ponto que você tem um filho e não respeita a individualidade das pessoas que são sozinhas ou pessoas que são casal então é uma pressão já enraizada sobre isso, que eles já casavam porque ficaram grávidos muito cedo, e aí já geravam uma família muito volumosa e isso foi mudando com o passar dos anos sim, eu acho que as primeiras gerações, antes dos nossos pais dos nossos avós, dos nossos bisavós, eram 11 filhos, 7 filhos e aí foi reduzindo, veio 3, 4 2, hoje em dia não tem e a dinâmica dos casais também mudou, não é só mais homem e mulher. Exatamente, a dinâmica mudou, hoje a gente tem vários tipos de família, e por exemplo o meu pai tem 8 irmãos, também 9 a minha mãe tem 5 irmãos com ela é 6 e já a minha mãe teve 2 filhas a minha irmã tem 3 filhos então eu não tenho nenhum ainda, mas como que é a dinâmica? olha o volume que era de filhas para o volume de filhos hoje é diferente, a gente enfrenta umas dificuldades mais sócio econômica porque tem o fator dinheiro tem o fator de criação saúde a gente pensando no futuro já vem ansiedade, nossa, será que eu vou dar conta de criar uma criança, será que eu vou ter dinheiro porque a gente sempre quer dar o nosso melhor por exemplo, educação a gente quer dar a melhor educação para os nossos filhos e hoje tudo está muito caro relacionado a educação de crianças eu vejo que a minha irmã paga terapia para o meu sobrinho é identificado que ele tem um grau de autismo e aí tem que fazer toda uma terapia para poder ensinar como se relacionar a ele aprender a falar, porque ele tem 2 anos e ele fala pouquíssimas palavras então o custo que se tem para ter filhos hoje é muito maior então imagina também a ansiedade que você tem para criar um filho com uma síndrome com um problema relacionado a saúde relacional da pessoa é a mesma coisa que antes que eles não davam foco para essa saúde é, agora que você falando eu percebi, o contexto social antigamente não olhava para o outro como indivíduo todo mundo era igual era um perfeccionismo a gente não prestava atenção na depressão na ansiedade, na personalidade que cada um tinha era como se todos fôssemos iguais como é que é aquela revolução industrial, era tipo todo mundo igualzinho eu lembrei daqueles memes que tem o assunto saúde mental não era muito falado não era nada falado nem estudado, era uma incógnita o cérebro humano era desconhecido não tinha conhecimento nessa época as pessoas não tinham conhecimento na verdade elas não queriam nem se enfrentar até a questão da meditação, do viver no seu interno, que é muito de autoconhecimento que é o mais básico, nem todo mundo fazia isso era muito de piada a terapia e o autoconhecimento era visto como coisa de gente louca coisa de gente louca exatamente, iam pra essas psicólogos ou psiquiatras, pessoas que tinham algum distúrbio mental e aí foi meio que enraizado uma cultura de medo ah, se eu vou fazer terapia eu sou doido, e não é a terapia é algo pra todas as pessoas que querem se conhecer que querem ressignificar acontecimentos que querem ter mudança de atitude, não consegue identificar aonde que ela tá errando como que eu tô errando aqui na minha vida, porque eu não tô sabendo lidar com esses sentimentos e automaticamente isso reflete também na nossa família, em como a gente enfrenta a nossa família, em como a gente entende o que é casar, como a gente se relaciona como que a gente enfrenta os sentimentos então é muito profundo é muito além do que o superficial né, a gente tá ali pra se tornar um ser humano melhor, literalmente porque todos nós temos muitas somatizações, muitos traumas, muitas coisas até por exemplo, se você foi criado numa família saudável, digamos assim, que já introduzia essa saúde mental, que já saiu dessa bolha, você ainda vai ter alguns conflitos e algumas coisas você vai ter que aprender a resolver então a terapia é pra todos, literalmente literalmente mas é sobre isso, né, a vida é sobre você enfrentar as dificuldades e você ter momentos de crise pra poder aprender a desfrutar a bonança, aprender a desfrutar a bondade, os prazeres da nossa vida, que a nossa vida não tem que ser só prazer, ela tem que ser um equilíbrio entre o aprendizado de um sofrimento de uma dor, mas a gente superar essa dor superar esse sofrimento e criar uma forma de ressignificar esse momento, sentir mas deixar ir também entender, os nossos pais não tiveram esse acesso a essa informação de que a criação que eles tiveram a minha mãe, por exemplo, a minha mãe ela sofreu muito na infância dela e na juventude, porque o meu avô, ele era muito violento ele batia muito nela, batia muito nos meus tios a criação antigamente era agressiva a criação era agressiva era punitiva então, a gente percebe que eles ofereciam isso porque eles receberam isso, então, quando eu fui investigar o por que que meu avô era violento eu vi, meu avô era órfão ele não tinha pai, não tinha mãe os pais dele morreram muito novos ele teve que criar todos os irmãos dele então ele teve que trabalhar desde novo, teve que cuidar dos irmãos como filhos e ele não teve afeto, ele não sabia como demonstrar o amor e o carinho, mas mesmo assim ele tinha, depois de velho momentos de ternura com os meus tios, mas depois de ter feito muito estrago na vida deles de ter ensinado que amor é punição, e eu só identifiquei isso depois de casada quando eu peguei a minha primeira cachorra que é a Akemi, quando eu peguei ela, e aí ela estava na fase de adaptação e ela começou a fazer xixi dentro de casa a primeira coisa que eu fiz, foi lá e bater nela com chinelo quando eu bati nela, caiu uma ficha e eu comecei a chorar eu estou repetindo o padrão de que amor é punição e aí depois disso eu fui entender tá, por que que ela está fazendo xixi dentro de casa, aí eu fui estudar sobre o comportamento com a Nina, eu fui estudar como que eu mudava aquele comportamento e depois que eu estudei, eu percebi eu preciso de hábitos, eu preciso criar uma rotina pra ela, e automaticamente eu não precisei mais bater na minha cachorra porque eu entendi a linguagem que o cachorro tem pra poder a gente colocar um hábito e depois eu respeitei o espaço dela também, e aí eu refleti na minha vida, os nossos pais eles reproduziam isso porque foi impregnado que pra você amar alguém, pra você amar o seu filho, você tem que bater nele quando ele faz uma coisa que você não quer, mas aí você não entende o comportamento da criança, aí automaticamente você tem que entender como que é o comportamento de uma criança como que uma criança amadurece, qual tempo que leva pra um cérebro de uma criança entender o que é certo e o que é errado às vezes ela não sabe lidar com aquele sentimento ela está amadurecendo, então processo de desenvolvimento, quando você percebe isso você fala, meu Deus, a nossa sociedade é uma sociedade muito agressiva, muito punitiva muito maldosa, porque você vê como que a violência está implantado na nossa criação e aí a gente começa a perdoar os nossos pais pelos comportamentos agressivos que eles tiveram com a gente com o comportamento que os nossos avós tiveram com os nossos pais, porque eles não sabiam disso, eles não sabiam como que era o comportamento de uma criança, eles não sabiam como que era o desenvolvimento de uma criança e aí você percebe, eu posso quebrar esse padrão, quando eu tiver no meu filho quando eu tiver o meu bicho de estimação eu consigo identificar, porque eu vou ter que estudar, vai demandar o esforço que nem a Bia falou no início do podcast, a terapia trouxe o entendimento mas ela teve que ter um esforço para poder mudar aquilo eles não tinham conhecimento de que o amor é muito mais forte do que a dor com certeza, que é o que a gente aprendeu muitas vezes pela dor em vez de pelo amor e quando a gente aprende que pelo amor é mais leve e é melhor, é mais fluido as coisas andam, as coisas acontecem, exatamente você também teve uma criação assim mais punitiva, Bia, ou não? sim, punitiva punitiva também? sim, exatamente, como você falou veio essa criação deles, com muita violência então, tudo que eles aprenderam, eles replicaram na gente e como você disse, não dá pra culpar eles foram que eles aprenderam como o amor, então lá em casa era sempre muito regrado era sempre muito um pouco violento também teve essa parte da violência e foi isso, e hoje a gente consegue perdoar e olhar com mais carinho e olhar com mais amor porque tudo que eles queriam, na verdade era afeto sim, só que eles não sabiam demonstrar, então hoje, a gente consegue reformular isso e ressignificar isso, pra gente trazer um futuro melhor tanto pros nossos filhos, como pros nossos animais de estimação, e tanto pras pessoas que a gente se relaciona com certeza, e isso reflete também nos casamentos, eu percebo que quando eu me casei, eu tinha algumas posturas muito agressivas com meu marido, que eu queria convencer ele através da violência e não era uma violência física era uma violência verbal, então eu agredia muito com palavras eu não chegava a xingar, mas eu falava coisas muito pesadas, sobre a minha análise do comportamento dele e aí eu comecei a perceber que aquilo era muito destrutivo, em vez de unir o meu casamento eu tava afastando, eu tava destruindo então quando eu comecei a mudar o meu comportamento, automaticamente o meu marido também mudou o comportamento dele, mas é estudar, cara, viver é sobre estudar, é sobre conhecimento é sobre esforço você tem que sair da zona de conforto não tem como você ter um bom relacionamento, você ter um bom filho, você ser um bom amigo, se você não estudar não estudar sobre personalidade, não estudar sobre os sentimentos estudar sobre a individualidade como as pessoas são, e também sair, eu acredito que das bolhas porque eu venho de uma criação religiosa evangélica e eu tive pouco contato com pessoas que eram católicas com pessoas que eram espíritas, com pessoas de outras religiões diversas, depois de adulta que eu comecei a me expor a grupos de amizade com ideologias diferentes, eu comecei a ter mais compaixão pelas pessoas, a respeitar as pessoas e não colocar a minha vontade sobre elas pelo que eu acreditava, e entender o porquê que a pessoa cria assim, o porquê que a pessoa age assim, e isso gerou conhecimento o conhecimento realmente é libertador, que nem diz na bíblia conhecereis a verdade, a verdade nos libertará, a verdade em todos os sentidos da sua vida, é um mistério contínuo, sempre vai ter coisas que você vai ter que aprender, que você não sabe a gente está em constante construção em todos os aspectos científicos, você vê que uma verdade hoje na ciência, daqui a décadas vai ser uma mentira, porque foi feito outro estudo com análise maior, com maior argumentação, que provou que aquela verdade naquela época, não era real, que ela era subjetiva então respeitar e buscar sempre conhecer conhecer os outros, conhecer a si mesmo sim, e uma coisa que você disse do estudar assim, eu concordo, com certeza é importante a gente buscar aprendizado, mas o intuitivo do ser humano é uma coisa absurdamente boa, então não precisa se cobrar tanto de querer descobrir teorias, de querer ler livros difíceis, ou pagar cursos caríssimos, mas aprenda mais a ouvir, porque você terminou a fase dizendo, preste atenção nas pessoas que você convive, a partir do momento que eu saí da bolha e vi pessoas que tinham ideologias diferentes nesse momento, eu aprendi coisas novas, e isso me proporcionou conhecimento então não tem a necessidade de se cobrar, de ser um autodidata ou um PHD em qualquer coisa, sabe mas esteja aberto a ouvir essa semana eu postei uma frase dizendo quando você tiver a impressão que sabe tudo, eu não sei o final, mas preste atenção que isso é apenas uma impressão porque você não vai saber tudo, sempre vai ser a primeira impressão e dali você vai adquirir mais aprendizado, mais conhecimento vai colocar consciência naquela impressão e vai ver coisas novas e diferentes na sua vida sim, falou tudo top, top, top