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Gustavo Gonçalves

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Felipe, 49, has been skateboarding since he was a child. He started with his older cousin's skateboard and felt liberated and excited. He stopped skateboarding as a kid but started again in his teens. Skateboarding was once seen as marginalized and associated with drugs and vagrancy, but the Olympics helped change that perception. Athletes would congratulate and celebrate each other's successes, which was unexpected. However, there is also a downside to the commercialization of skateboarding, as some athletes become focused on money and fame rather than the unity and friendship that skateboarding represents. Skateboarding still faces prejudice, with people assuming skateboarders are troublemakers. Felipe remembers being chased by the police as a kid. The sport has evolved in terms of quality and popularity, thanks to new brands, media coverage, and the Olympics. Some people see skateboarding as a lifestyle rather than a sport. Felipe prefers street skateboarding. He bought a skateboard Sou Felipe, tenho 49 anos, ando de skate praticamente desde sempre. Meu primeiro contato, eu tinha ainda a 4 anos de idade, que era um skate do meu primo mais velho. O maior, vou falar de lembranças também, foi o momento que eu fiquei em pé ainda criancinha. Aquilo me deu uma sensação muito libertária, de coisa legal, diferente, gostosa. Eu 15, mas quando era criança não andei, sei lá por quê. Na adolescência eu voltei a andar de skate, resolvi que queria comprar um skate e me envolver. No começo sim, era muito marginalizado, descriminalizado, acho que pelo fato de já vir do surf, o surf já tem essas características, né? De ser drogado, de ser vagabundo, mas é como qualquer outro esporte, tem os caras de bem e tem os caras que não são tão legais assim. E com as Olimpíadas ajudou a quebrar um pouco isso. Um lado positivo, até que eu acho no skate, que é diferencial dos outros esportes, foi justamente o que a galera percebeu nas Olimpíadas. Quando um atleta, adversário acertava a manobra, o adversário ia cumprimentar e abraçar, ia comemorar junto. Todo mundo foi espantado com essa atitude, enquanto o normal é o cara ficar com ódio, querer bater. Lá do Louie também é o capitalismo, de uma certa forma ajudou, são novas marcas, novas pessoas praticando, propagandas sendo vinculadas, divulgação de esporte. E ajudou a quebrar um pouco isso. Porém, tem também esse lado que sobe para a cabeça de alguns atletas, ganhar dinheiro, fama, já mexe com o ego, e o cara perde a essência do skate, que sempre foi a união. Você pode ir para o rolê sozinho de skate, você vai trombar um cara, você vai fazer amizade com ele, você já tem um amigo, andou mais um pouco você já vai ter dez amigos numa noite ou numa tarde. Agora, depois de velho, nem tanto. Mas, ainda assim, você vai entrar, mesmo no metrô, ainda mais em São Paulo, que é super diversificado, as pessoas já olham torto pelo fato de você estar com o skate na mão. O cara deles com o skate, deve ser maloqueiro, deve ser bandido. Essa é uma visão, sim. Quando eu era criança, cheguei a correr de polícia pelo fato de estar com o skate na mão. Eu sou da época que o Jani foi prefeito. Ele queria... Ele começou preito em limpar, depois queria preito em cidade inteira. Então, foi antes que surgiu a frase na época, skatebird is not a crime. Então, as pessoas achavam que ele já era bandido. Está com o skate, polícia não quer, e pronto, correr atrás. Pelo fato de andar bastante tempo, o que eu vejo da evolução foi um pouco dessa discriminação de Japão. A evolução na qualidade das peças. Foi mais nisso mesmo. Sim, mais pessoas praticando, eu acredito, por conta dessa divulgação das novas marcas, as mídias, e as próprias Olimpíadas. Então, isso fez crescer bastante o esporte. Tem gente que não acha que é esporte, que acha que é estilo de vida. Eu... Eu balanço nos dois. Eu não tenho opinião formada quanto a... Mas, sim, é um estilo de vida. Tem o street, tem a galerinha no vertical, do pôr, o pessoal da ladeira aqui dentro da vila. O meu é street. Seria a rua, né? E a skatepark também, que os caras recriam os obstáculos de rua. Na hora que eu montei, o que me chamou a atenção, pelo fato de ser uma tabela periódica, escrito Cannabis. Eu achei legal a ideia. E eu comprei pelo fato de quebrar um pouco essa hipocrisia, né? Esquisito. Mas, na hora que eu colei, aí eu veio, na cabeça, pô, se era com a molecada, fazer, de repente, uma apologia, eu não achei isso tão legal. Por isso que aí eu cortei, e deixei... abstrato. Abstrato.

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