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In this podcast, the speaker discusses the economic stability of Brazil in the 1980s and the political transition from military rule to democracy. The interviewer, Marcelo, speaks to his wife, Lilia, about her experiences during this time. Lilia worked in a fabric and clothing store and noticed a decrease in customer purchases due to inflation and rising prices. There was uncertainty about the future and a hope for improvement. Lilia's employer had to be cautious about pricing to maintain profitability. In school, students and teachers were concerned about the Brazilian economy and hoped for positive changes. Lilia's business did not experience layoffs or defaults but had to be careful with expenses. The store's sales fluctuated throughout the year, with the most profit during the coffee harvest season. The crisis affected Lilia personally, as she couldn't make commitments and had to be cautious with spending. She compares that time to the present, noting that inflation was higher then Bom dia. Nesse podcast de hoje, estaremos falando sobre a estabilidade econômica do Brasil na década de 1980 e também a transição política que houve com a transição do governo militar, do regime militar para a democracia, para a redemocratização do Brasil. Eu vou entrevistar a Lilia. A Lilia é minha esposa, que me beneficiou nessa época e que ela pode contribuir aqui agora com alguma coisa da sua vivência naquela época. Lilia, em que você trabalhava naquele tempo? Você é a que trabalhava, né? Boa tarde, Sr. Marcelo. Naquele momento, naquela época, eu trabalhava em uma loja de tecidos e confecções. Era numa cidadezinha do interior e era uma loja que tinha um fluxo muito bom de clientes, por ser uma única loja na cidade, então tinha um movimento muito bom. E naquela época, ou com essa crise, a gente pôde observar uma diminuição das compras dos clientes. Então, como eu nasci na década de 1972, eu pude presenciar bem esse momento. Sim. Você acompanhava os noticiários? Como estava a situação política e econômica do país? Eu não acompanhava os noticiários, mas eu ouvia muitas pessoas comentarem sobre a inflação, que os preços aumentavam a cada dia, inclusive os preços dos combustíveis, né? Então, às vezes, as pessoas não estavam tendo nem como, assim, abastecer os carros, sair para o trabalho, né? Então, assim, estava afetando muito. Como você percebia aquele tempo? Havia medo do futuro? Havia esperança de melhorar? Olha, aquele tempo, assim, eu percebia muita inconstância nos preços das mercadorias, né? Não podendo fazer nenhum compromisso para o futuro. No caso do meu patrão, ele tinha que estar sempre atento, né? Porque, como as mercadorias aumentavam a cada dia, para que ele não vendesse os produtos a preço de custo, né? Então, porque, como ele vendeu um produto a um preço hoje e amanhã ele já está a outro valor, então ele tinha que estar bastante atento a essa questão, para que não vender a mercadoria sem ter lucro algum. Ok. E na escola, quais eram as preocupações dos alunos e professores com relação à economia brasileira? Existia sempre aquela preocupação, né? Uma expectativa de melhor ou de pior. Estávamos todos no mesmo barco. Como os professores estavam sempre nos orientando, né? Falando sobre o que estava acontecendo no Brasil. Então, assim, estávamos todos, assim, ansiosos de uma espera, de uma melhora, né? Mas a gente não sabia o que poderia acontecer. Estava uma coisa muito instável. Certo, mas você trabalhava em que, especificamente? Como que eram os reflexos nos negócios do seu patrão e se houve demissões ou inadimplência no período? Naquela época, eu trabalhava em uma loja de tecidos e confecções e armarinhos em geral, né? Como que refletia nos negócios do meu patrão? Então, eles sempre diziam que os preços estavam subindo muito, que a gente tinha que estar sempre atento para a gente não vender as coisas a preço de custo, né? Porque se não, não dava para cumprir os compromissos, né? Do dia a dia. Não houve demanda, não houve inadimplência, né? Porque a gente era uma loja, a empresa, assim, familiar. Então, a gente trabalhava em família, né? Não houve, assim, demissão de funcionário, mas, assim, tudo era gerado, assim, com muita cautela para que não precisasse dispensar alguém. Ok. E a quantidade de venda foi suficiente para manter o negócio? Vocês venderam bem naquela época ou não foi tão bom assim? Como que foi? Então, naquela época, como era uma cidade do interior, assim, tinha a época da colheita do café. Nessa época, era a oportunidade que os negociantes tinham para estar ganhando dinheiro ali naquele momento, né? Então, eles aproveitavam, usavam algumas estratégias para estar ganhando dinheiro ali. Então, o lucro que eles tinham maior era nesse período. Agora, quando passava essa época, as vendas, assim, não mantinham esse mesmo patamar, né? Elas caíam um pouco, mas, assim, com muita cautela para conseguir cumprir os compromissos. O lucro não era muito, mas, assim, se mantinha, né? Certo. E de que forma a crise afetava sua vida em particular? Como que ela afetava sua vida em particular? Nessa época, assim, a crise afetava minha vida, assim, em particular da seguinte forma. Porque eu não podia fazer compromisso, né? Porque eu tinha medo de que poderia acontecer no futuro, ou medo de não conseguir honrar o compromisso que eu fiz. Ou até mesmo, eu era solteira, morava ainda com meus pais, né? E meus pais sempre me orientavam para não estar fazendo compromisso. Às vezes, a gente precisava de alguma coisa que dava para ficar sem aquele produto, que talvez poderia ser um superfluo, a gente não comprava, né? Para estar evitando que a gente caísse em uma indignadifluência, né? Ok. A relação. Qual a relação que você faz entre aquele tempo e os dias atuais? O que era diferente entre aquele tempo? Como que era aquele tempo e agora? Como que está agora? O que você faz? O que você relaciona um sobre o outro? Em relação àquele tempo e aos dias atuais, as coisas também ainda continuam difíceis, né? E a gente observa que a inflação naquela época estava bem mais alta, né? E hoje está um pouco mais baixa, né? Então, assim, ainda assim, as coisas estão um pouco difíceis. Ok, Lílio. Então, eu agradeço a sua cooperação, a sua entrevista, pela entrevista que nós tivemos aqui, para agregar mais conhecimento a nós, né? Então, é isso, né? A gente fez aí um paralelo com o que foi aquele tempo, né? Aquele tempo passado, a década de 80, que vivenciamos esse tempo. E sabemos aí que isso não foi um tempo fácil, foi um tempo difícil, né? Mas também era uma redemocratização do Brasil também, que a gente tinha uma conjuntura, algo que a gente já vinha trazendo do regime militar, né? Para a democracia que estava surgindo ali com o Sarney. E, assim, eu agradeço muito aqui a participação sua, Lílio, e muito obrigado. Foi nada. Eu te agradeço.