Home Page
cover of Visão de Jogo - (11-03-2024)
Visão de Jogo - (11-03-2024)

Visão de Jogo - (11-03-2024)

André Meneses

0 followers

00:00-01:04:55

"Percebemos que mais tarde ou mais cedo vai chegar o momento de Francisco Conceição na Seleção"

Podcastpodcastsport
72
Plays
0
Downloads
0
Shares

Audio hosting, extended storage and much more

AI Mastering

Transcription

The FC Porto has a decisive Champions League match against Arsenal. A draw is enough for Porto to advance to the quarter-finals. Porto needs to play defensively and stay compact, focusing on counter-attacks. Arsenal may change their lineup and play more aggressively. Porto should stick to their game plan from the first leg and be prepared for a tough match. The key is to stay concentrated and secure defensively. There may be some tactical changes, but the overall strategy remains the same. O Futebol Clube do Porto tem esta terça-feira um jogo decisivo na Liga dos Campeões. Os Dragões jogam em Londres, frente ao Arsenal, a possibilidade de chegarem aos quartos de final da Liga dos Campeões. O Futebol Clube do Porto nunca ganhou um jogo oficial em Inglaterra, mas também não precisa. O empate chega, Luís Freitas Lobo. Agora, a questão que eu te coloco é esta. O que é que a equipa de Sérgio Conceição tem de fazer para sair de Londres com o passaporte carimbado para os quartos de final da Liga Milionária? Difícil. Primeiro lugar, boa tarde, um grande abraço a todos. Difícil, o Arsenal nesta altura está na liderança na Liga Inglesa, em função dos resultados que se tiram esta semana. Vencem com alguma dificuldade o Isun, o Branford, mas grande, grande jogo também o City e o Liverpool. Mas não é isso que queres falar. Infelizmente, sim. Grande, grande jogo. Agora vai parar o campeonato, vai ser a taça, por que de outra forma seria já o City e o Arsenal, portanto, que é a próxima jornada. Mas vai parar também a seguir porque depois há seleções. Portanto, não vai haver esse jogo a pressionar um pouco o Arsenal, porque seria talvez algo que, não digo que distraísse a equipa, mas naturalmente que se tivesse esse grande jogo que pode ser, não digo decisivo, porque ainda faltam oito jogos para acabar o campeonato inglês, mas seria, de certo, o grande momento para o Arsenal poder, embora o jogo seja mais séstero, mas será um jogo que vai mobilizar muita atenção do Arsenal. E talvez, não digo que deixasse cair a Champions, mas não tivesse tanto pensamento concentrado na Champions. Neste momento, eu penso que o Porto, e olhando aquilo que a equipa está a jogar e a forma como está a jogar, a questão que se coloca é perceber se o Sérgio Conceição vai tentar alugar alguma nuance estratégica mudando algum jogador. Eu penso que não é necessário, do ponto de vista daquilo que terá que ser naturalmente um Porto muito competente a defender. O que não quer dizer um Porto defensivo. E isso ficou provado na primeira mão. Exato. Portanto, com estes jogadores, o 11 habitual de Pepe e Galeno. Porque antes desse jogo, com o primeiro jogo da primeira mão, eu falei na hipótese do Porto abdicar de um dos extremos naturais para jogar com Pepe, com o Alfa Sual, a meter mais um médio no obstáculo. Jogaram obstáculo o Nico e Varela. Mas a equipa conseguiu jogar de uma forma coesa, como bloco, na reação à perda. E na reação à perda não implica ter que recuperar a bola rapidamente. Tem que controlar onde a bola está. Não é deixar em zonas de perigo. A equipa recuar bem, manter-se um bloco unido e defender. E, portanto, vendo o plano de jogo que o Sérgio irá traçar, o início terá que ser exatamente dessa forma. Uma equipa muito, muito, muito junta, do ponto de vista de defesa meio-campo, sem recuar muito, sem ser aquele bloco baixo, médio-baixo, também não vai poder subir muito, e depois ser capaz de sair no contra-ataque. Eu acho que um Galeno no modo Champions pode surpreender o Arsenal. Agora, a questão é mais a competência defensiva a nível de faixas laterais, ser capaz de, mais do que laterais, ter defesas dentro da linha de quatro, na cobertura, e conseguir aguentar esse momento do jogo sem se desposicionar. Será muito difícil lateralmente, mas penso que o melhor Porto será capaz. Victor Santos, a Iluminatória está num intervalo. O Póculo do Porto está a vencer por 1-0. É muito importante marcar um golo em Inglaterra? Pelo menos marcar um golo em Inglaterra? É importante e não é impossível. Aquilo que nós vimos na primeira mão foi o Futebol Clube do Porto, não obstante ter estado a maior parte do tempo em posicionamento defensivo, em função daquilo que foi o jogo do Arsenal, que é uma equipa que privilegia a posse de bola, é uma equipa paciente à procura dos espaços, o Futebol Clube do Porto conseguiu ser a equipa, paradoxalmente, que teve as melhores ocasiões para marcar. Teve duas ou três boas ocasiões, acabou por fazer o golo mesmo à beira do fim. Ou seja, eu acho que, percebendo o Luís, acho que em termos de plano de jogo e sabendo que o Sérgio Conceição gosta às vezes de introduzir uma ou outra nuance também com um elemento novo que surpreenda o adversário, eu acho que não vai fugir muito daquilo que o Futebol Clube do Porto fez no Dragão. Porquê? Porque precisa exatamente fazer a mesma coisa, sabendo que um golo coloca de facto numa posição extraordinária. Agora, eu também não espero que o Arsenal seja a mesma equipa que foi no Estádio do Dragão. O Arsenal no Estádio do Dragão foi uma equipa, eu diria, paciente, mas demasiado paciente. Ou seja, conseguiu circular muito bem a bola, nunca conseguiu forar. Eu acho que o Arsenal vai ser uma equipa a apostar mais no um contra um, a procurar o desequilíbrio individual. São alterações, nuances, em relação àquilo que se jogou no Dragão? Não parece que seja muito diferente. Equipas como o Arsenal trocam um jogador e não se sente assim tanto. Naturalmente sabemos de onde vem os desequilíbrios criados pelo Saka. O Futebol Clube do Porto conseguiu lidar muito bem com isso, mas ele não é o único jogador do Arsenal que consegue fazer a diferença. Aquilo que me parece é que o Futebol Clube do Porto precisa de fazer um jogo em linha com o que fez aqui. Ser muito competente defensivamente, mas esperar por um Arsenal no último terço, se calhar arriscar mais um bocadinho no um contra um, o que poderá ser até, sendo bem aproveitado, poderá ser até positivo no sentido do Futebol Clube do Porto ter mais jogo para poder contra-atacar, para se poder organizar em jogo ofensivo e estar mais perto de fazer um jogo. Mas Ruben, estando na casa do Arsenal, não te parece que é mais complicado replicar aquilo que o Porto fez no Dragão? Eu, por acaso, acho que o método tem que ser aquele. O que acho é que o Arsenal vai jogar com uma intensidade diferente. Se nós repararmos, o Arsenal... Eu vi comentários que não gostei, ou pelo menos não concordei, no sentido de dizer que nem parecia o Arsenal. Na verdade, é preciso vermos que as equipas não jogam sozinhas, e o Arsenal jogou contra um Futebol Clube do Porto num dia em que o Futebol Clube do Porto fez aquilo que precisava de fazer defensivamente, ou seja, não permitiu, tirando nas bolas paradas, o Arsenal não teve oportunidades. Eu espero, parece-me que o Arsenal jogando em casa, jogando com o público também, porque sabemos bem o entusiasmo daquele público em Londres, obviamente vai ter uma postura mais de procurar o desequilíbrio do que teve no estado do Dragão, que andou durante boa parte do tempo à procura de uma brecha que não conseguiu encontrar porque o Porto, em termos sensíveis, fez um jogo impecável. Ou seja, não parece que seja preciso mudar muito, parece que é preciso, e nestes jogos é preciso, jogando contra o líder da melhor liga do mundo, obviamente, é preciso muita segurança, muita concentração. Não é fácil pedir aos jogadores para estarem concentrados durante 90 minutos num ambiente daqueles. Sabemos que é difícil, o Futebol Clube do Porto vem de jogos de tensão máxima, pois tem que ganhar todos os jogos para continuar de alguma forma envolvido na luta pelo campeonato, mas como atravessa um bom momento, e no fundo sabe mesmo aquilo que é preciso fazer, parece-me que está mais do que preparado para fazer um bom jogo, mas depois joga contra uma grande equipa, quer dizer, não há volta a dar, é contra aqueles que o Futebol Clube do Porto tem que buscar. Luís, no estádio do Dragão, Miquel Arteta apostou do meio-campo para a frente no Declan Rice, o Odegaard, o Kai Havertz, o Bukayo Saka, o Martinelli e o Leandro Trussar. Acreditas que algum destes jogadores pode não jogar para entrar, por exemplo, o Jorginho? Eu tinha lançado essa hipótese antes do jogo aqui no Dragão, que imaginava... Sim, falaste disso. Sim, ele jogar com o Jorginho no meio e o Havertz ser puxado para a ponta de lança, porque é algo que ele faz... Leandro, escreveu que até falámos aqui no programa. Falámos aqui no programa, sim, sim. Também escrevi sobre isso. Mas falava... E o Arteta fez isso ao meio do jogo. Ao meio do jogo fez isso. Ao meio do jogo, ao meio da segunda parte, melhor dizendo. Aliás, se olharmos aquilo que foi a grande vitória do Arsenal nos últimos tempos, que é a vitória sobre o Liverpool, aquele que permite estar em primeiro lugar agora, nos últimos tempos, nos últimos seis jogos, à volta disso, no Campeonato Inglês, o Havertz jogou a ponta de lança. Atenção que o Gabriel Justo está a agravar a lesão. E há essa hipótese. Ele já no último jogo entrou agora ao meio da segunda parte e também pode haver essa hipótese. Acredito que o Trussar não jogue, portanto, nesse sentido. E a questão é perceber se o Arteta vai arriscar logo de início jogar com o Gabriel Justo e a Havertz no meio campo, por exemplo. Jogar com o Gabriel como ponta de lança. Pode ser uma hipótese. Embora eu acredite mais, Jorginho e a Havertz como ponta de lança. Jorginho junto do Dreyfield, claro. Certo. E do Porto, da equipa do Fláculo Porto. Acreditas na mesma equipa que jogou no estádio do Dragão com o Francisco Conceição e com o Galeno, abertos nas alas, com o Evan Nilsson na ponta de lança e com o Pepe por trás? Sim, mas sobretudo a questão que se coloca aqui é o momento defensivo. É perceber como é que a equipa vai estar organizada a defender os blocos juntos. O bloco junto... Depois atacar quanto mais linhas criares melhor. E quando digo mais linhas, é os jogadores estarem... Verem-se bem uns aos outros para associarem bem o passo e progredir no terreno e depois mudar a velocidade nos últimos 30 metros. Mas acreditas, por exemplo, no reforço do meio-campo, na opção por um jogador mais defensivo como o Eustáquio, em detrimento de um jogador com outra qualidade técnica como o Nico Gonzalez e criar ali mais... Não, não. A hipótese que eu tinha de lançar era a hipótese do Sérgio poder jogar com o Pepe como falso-fala direito e então juntar o Nico e o Eustáquio no meio-campo. Essa seria uma vertente. E depois poder reservar o Chico e o Conceição para entrar no decorrer dos jogos. O Nico e o Eustáquio mais o Alan Varela. Claro, como é evidente. A situação é que, de repente, nós vemos... Eu creio que o Sérgio já abordou isso. O Francisco Conceição é hoje um jogador muito competente e ainda é muito mais competente do que o Chico. Sim, é por isso que eu digo. Momento defensivo destes jogadores todos que referiste. E jogando contra alas rápidos, tendo pela frente alas iletrais rápidos, é evidente que é importante ter um jogador como o Francisco Conceição em campo. O Galeno sabemos que sempre foi um bom defensor. Aliás, fazia até o Sporting de Braga. O Braga, num Braga com 3x3. Sim, a esquerda. Ele fechava um pouco a esquerda. Fechava um pouco a esquerda quando era preciso. Ou seja, eles são nesta altura... E o Sérgio utiliza isso. Aliás, o Galeno várias vezes é um quinto elemento a fechar na linha defensiva. Vocês acham que o Galeno e o Francisco Conceição, aproveitando agora aqui esta deixa, estão a bater à porta da Seleção Nacional? Da convocatória do Roberto Martins? Há vários jogadores que batem à porta, mas não podem abrir a porta a todos. Estão a bater com muita força. Acho que o Galeno, sobretudo, está a puxar. É um jogador diferente daqueles que temos. Mas, atenção, Galeno ou Rafael Leão? É por aí. Porque acho que são os jogadores de estilo mais parecido. Acho que sim. Concordo com o Luís. São jogadores a bater à porta. São jogadores... O Francisco Conceição, pelo trajeto, obviamente, nas seleções nós percebemos que mais tarde ou mais cedo há de chegar o momento dele. O Galeno, enfim, estando sendo nesta altura também cidadão português, também pode aspirar e é um jogador com qualidade. E agora o Jota, que está pré-convocado. Mas, como é óbvio, eles estão lá todos à porta, mas não podem ir todos. São jogadores que não me adivinharia de os ver numa próxima convocatória. De forma alguma. O Martin Nodgaard já elogiou o Pepe e lembrou que o jogo com o Futebol Clube do Porto foi o único, a única partida que o Arsenal não venceu fora este ano. Portanto, já esperam aqui dificuldades, mesmo os jogadores do Arsenal, porque o Porto está bem. O Porto, depois da goleada ao Benfica, foi a Portimão e não deu a mínima hipótese ao Portimão. Eu já escrevi isso, mas gostaria de destacar que às vezes vale a pena esperar e há momentos em que surgem oportunidades. Portanto, o Otávio ainda não é um jogador feito, mas de facto entrou e confere uma estabilidade muito importante à defesa do Futebol Clube do Porto, completando-se, porque é rápido, controla bem a profundidade, poupando algum, algum esforço a Pepe sem equipa perder algo com isso. Também entrego esta melhoria do Futebol Clube do Porto um bocadinho ao Otávio, evidentemente todos são importantes e nós sabemos, olhamos para o passado do Sérgio Conceição, do tempo de maturação, por assim dizer, que os jogadores precisam ter para conseguirem conquistar um lugar nas suas equipas, não é por acaso que o Otávio pegou destaque entrando de caras e tem estado muito bem. Eu acho que às vezes reparamos pouco no trabalho defensivo, sobretudo naquilo que são as grandes equipas, que jogam mais tempo no meio campo do adversário, parece-me com o Otávio que tem sido um reforço de peso. O Arteta também disse na conferência de imprensa de lançamento do jogo desta terça-feira que espera que o Arsenal esteja melhor do que esteve no jogo com a primeira mão no estádio do Dargão, que seja uma equipa mais corajosa e que faça certas coisas em determinadas fases do jogo melhor do que fez aqui em Portugal, porque eles também sabem que o Porto está a atravessar um bom momento. Sim, mas a questão é mesmo essa, olhar para aquilo que o Arsenal caiu em relação ao Arteta, porque a equipa não teve a capacidade ofensiva que costuma ter, e isso é mérito da forma como o Porto... Portanto, esse momento defensivo do Porto foi muito competente no primeiro jogo. Claro que o jogo de Londres terá um grau de dificuldade ainda muito maior e, portanto, é nesse sentido que o Arteta tem essas declarações e encaixa um pouco naquilo que eu estava a te referir. Eu acho que o posicionamento do Áveres vai ser decisivo. São jogos muito diferentes, mas o que é que vos pareceu o jogo do futebol com o Porto em Portimão? Um jogo tranquilo, feito a um portimonense que acumulou erros atrás de erros. Enfim, o Paulo Sérgio estava um pouco enlouquecido com a equipa na forma, como disse, que eram gols infantis e mesmo caricatos foi o que ele disse, e é verdade, de facto a equipa cometeu muitos erros. Embora este portimonense é uma equipa que muda tanto o sistema que eu acho que, mais do que confundir o adversário, confunde-se ela própria. E os jogadores também. Chega sempre muita gente, parte sempre muita gente. Isso não é vida fácil para o Paulo Sérgio. Sim, é verdade, mas o Paulo Sérgio muda muito o sistema. Tanto joga com três centrais, como joga com defesa a quatro e muda no decorrer do jogo. Troca muitas vezes também isso. E os jogadores que ocupam essas posições, analicam o padrão para trás e para a frente. A equipa teve alguns jogadores a atacar, o Hélio, o Jasper, o Carlinhos é um belíssimo jogador. O Hélio que até teve a primeira oportunidade deste jogo. Agora, eu acho que tantas mudanças comprometem, na minha leitura, a mecanização defensiva da equipa. Eu costumo dizer que os camaleões têm limites. Não conseguem mudar de pele e de cor o dia todo. Há momentos em que eles decidem parar. E acho que o camaleão tático, que é o portimonense e o Paulo Sérgio, também tem que ter limites. Porque é uma equipa que tem limitações e está numa zona de playoff. O Porto entrou bem, jogou bem e ganhou um jogo com naturalidade. O Porto que não deu a mínima hipótese. A primeira situação de perigo criada pelo portimonense naquele remate falhado do Hélio Varão. Sim, aquela entrada forte do Porto ajudou muito, mas também consegue marcar um golo bastante cedo e como está, num momento, sobretudo nota-se ao nível da confiança, pois tinha acabado de golear o Benfica por 5-0, é evidente que a equipa posicionou-se bem no terreno, estava confiante, conseguiu os golos que precisava. E ganhou resultados antes dessa goleada ao Benfica. E empatada em Barcelos pelo meio, tinha ganho ao Arsenal. Mas em termos de campeonato tinha também a derrota em Eroca, depois tem aquele empate em Barcelos, vinha de uma série de maus resultados para o campeonato e de repente a goleada ao Benfica. Esta vitória também fácil, o que o Porto tornou fácil em Portimão. E é um Porto que do ponto de vista anímico parece bem preparado para o jogo no Emirates. Eu concordo com o Sérgio Conceição. Ele tem falado na juventude e, de facto, tem muitos jogadores jovens. Isto é preciso ter alguma paciência. É um clube que vai ao FGP, já sabe que não vai ter adeptos pacientes na bancada à espera que os jogadores ganhem confiança ou que ganhem rotinas. São equipas que têm que jogar sempre para ganhar, então sempre em campo com responsabilidade de vencer. O jogo com o FGP daqui a três meses, mais do que os resultados, podiam também ser iguais na altura. Vemos finalmente uma filosofia instituída de jogo. Sabemos que o Nico, de repente, tornou-se um jogador como nós sempre prognosticamos aqui indispensável. Mas para isso precisa de ganhar confiança, de ganhar rotinas, de ganhar até um outro posicionamento defensivo, ou pelo menos um outro cuidado de não arriscar um passo do que perder a bola e expor a equipa. E estas coisas ganham-se com rotinas e com confiança também. Também te dizia há tempos que na sequência desses jogos em que o Porto tinha feito os melhores resultados, foram-te equipas médias, pequenas, e aparecia uma ameaça grande vir o Arsenal e o Benfica juntos, mas as equipas grandes como o Porto necessitam desse estímulo, desses jogos. E acho que seria de uma melhor altura para a equipa se retomar e reencontrar-se com ela própria. Principalmente o futebol com o Porto costuma dar belíssimas respostas nesse tipo de jogos. Exatamente. Por isso eu achava que os jogos vinham num momento ideal para a equipa voltar a reencontrar-se com o seu nível e viu-se. E de repente eu já me lembro daquela frase do João que dizia o ano passado que o futebol com o Porto e o Real Madrid eram os melhores clubes do mundo a fazer-se mortos. O Porto tem muita essa característica. Está num bom momento, vamos ver o que vai acontecer. Seria um grande efeito eliminar o Arsenal. O Sporting conseguiu a época passada, mas eu penso que este é um Arsenal mais forte. Sim, o contexto era diferente. O contexto da Liga Europa... O estímulo competitivo é diferente, lá está. A tira dos estímulos do futebol nessas equipas grandes é decisivo. É Champions. Acima disto não há mais nada que não gosto de dizer. Eu me lembro que nesse jogo não obstante todo o mérito do Sporting que fez uma grande exibição e aliás foi um dos jogos mais extraordinários que havia nos últimos tempos. Os golos mais extraordinários. O Sporting elimina nos penaltis, não é? Sim, o gol do Pote no meio do meio-câmbio é nos penaltis. É preciso perceber que aí o Arteta se arriscou um bocadinho, ao prescindir de alguns jogadores daquele 11 inicial, que depois foram sendo lançados, como o Odegaard. Se eu me lembrar, por exemplo, o Odegaard arriscou um bocadinho, mas o Sporting esteve muito bem. Aliás, mereceu muito passar essa eliminatória, não tenho dúvida nenhuma. O contexto era diferente, como diz o Luís. Não estou a ver o Arteta a olhar para o campeonato nesta altura, vai olhando de jogo a jogo, porque a Liga dos Campeões é muito importante para todos os clubes e o Arsenal não é exceção. Luís, acreditas na passagem do futebol com o Porto aos quartos de final da Liga dos Campeões, quando digo que acreditas, é que tens de facto, não é uma questão de fezada, mas é uma questão de olhar para o jogo e perceber que o Porto tem argumentos para chegar a Londres e eliminar o Arsenal. Tem, mas é muito difícil. Realisticamente, digo-te que é muito difícil. Mas, porque de facto o Arsenal é uma equipa fortíssima, e da forma como está a jogar, e jogando em casa, é uma equipa, como te referi, que acho que vai ser fundamental, mas acho que tem de ser o melhor Porto. Tem de ser o melhor Porto da época. E acho que a consistência defensiva é decisiva. Não é um Porto defensivo, é um Porto competente a reagir à perda da bola, controlar bem onde a bola está, baixar muito bem a linha de cinco, com o Galeno a ajudar. É fundamental esse momento decisivo, e claro, também o Diogo Costa inspirado. O Sporting continua isolado na liderança do campeonato, com um ponto de vantagem sobre o Benfica, e com os Leões a terem um jogo a menos. O Sporting tinha este fim de semana um jogo complicado em Eroca, mas a equipa de Rubem Namorim ganhou bem, penso que por números que são exagerados, 3-0, mas a vitória leonina não sofre contestação. Um Sporting que se apresentou em Eroca, Vitor Santos, e agora começa por ti, na máxima força. Apresentou-se na máxima força, eventualmente na questão do Inácio, que estava a regressar da lesão, e começou o jogo no banco, mas sim, entrou ao intervalo. Era um Sporting na máxima força, e foi um Sporting muito competente, que nos vai dando sinais de que, de facto, é uma equipa com um embalo de campeão. O Sporting não teve um jogo fácil. O Rubem Namorim teve a honestidade, como é costume, às conferências do Rubem Namorim, normalmente extraímos sempre qualquer coisa, qualquer coisa a mais do que é habitual, e ele teve essa necessidade de sublinhar que não foi um jogo fácil, porque o resultado, eu não diria que é enganador, mas 3-0 é realmente demais. O Eroca é uma equipa que joga muito bom futebol. O terreno prejudicou as duas equipas, e mesmo assim conseguimos assistir a um bom jogo, que nem sempre é habitual, ou seja, tentaram sempre jogar futebol, e conseguiram-no. É evidente que depois, na segunda parte, tornou-se mais difícil, o relevado estava muito pesado. Muita relevada levantada, mas sempre, eu diria que durante boa parte do tempo, não obstante, muito bem jogado. O que é que me parece que foi o jogo? Foi uma entrada forte do Sporting, e, de facto, o Sporting ensaia bem um lance que depois tem uma má finalização e depois, da mesma forma, consegue chegar ao golo, e o Eroca tem uma resposta espetacular. É evidente que a defesa do Sporting é forte, não é fácil penetrar, mas o Silao e o Jeizan conseguiram sempre encontrar o melhor espaço, jogando com critério, ou seja, nem sequer procuraram jogar na suferidão, fechadinhos cá atrás, não, arriscaram, controlaram bem. É evidente que é sempre difícil, o Giocheras conseguiu alguns passos para criar perigo, controlaram bem, conseguiram... Eu vi jogos do Giocheras em que ele não marcou golos e se calhar não foi tão bem controlado. E não é fácil parar aquele comboio. Não é fácil, é um comboio, é mesmo isso, e é um comboio para todo o tipo de terreno, tanto faz a relva, está bom. Nós não reparámos tanto nesses pormenores, mas a forma como ele consegue conduzir a bola diz-nos que é um jogador também forte tecnicamente, ou seja, não é o tempo dos pinheiros altituais que já lá vai. É um comboio e não é bem um intercidade. Não é fácil parar. Aquilo só tem mesmo... Ele arranca várias vezes e consegue fazer, aliás, na ponta final do jogo, uma arrancada de 50 metros, que depois não consegue finalizar bem. Há um intervalo... Eu não estive dentro da cabine de Sporting, gostava de ter estado, uma das experiências que eu gostava de ter, foi o jogo de alto nível. Ouviram o que dizem os treinadores, mas a verdade é que o Emilio deve ter dito a equipa de Sporting também. Há de bons tempos. Nós estamos da frente, estamos a ganhar um zero, eventualmente é preciso acalmar um bocadinho, até jogando com a questão física. Também percebemos que o Sporting não é uma equipa tão solta fisicamente como foi noutra altura da época, mas a época já vai longa e com uma sobrecarga de jogos muito grande, ou seja, tinha que recuar 20 metros para poder controlar melhor o Oroca e conseguiu fazer isso. E depois naquela ponta final, o Oroca com mais algum risco e o Sporting com um jogador... Já aqui temos falado dele, o Ljungblad, que de facto consegue recuperar a bola e imediatamente aparecer no espaço para fazer qualquer coisa, seja para dar um colega, seja para finalizar. Como fez ontem, nos dois últimos golos do Sporting, que são ambos marcados depois dos 90 minutos, passam por ele, mas sobretudo queriam enaltecer também muito a postura do Oroca, porque não obstante ter perdido 3-0, fez um grande jogo. Às vezes acontece assim, não acontece assim tantas vezes. Normalmente as equipas, mesmo da dimensão do Oroca, para nós podermos dizer que fez um grande jogo é porque extraiu pontos do jogo. Neste caso não foi assim, perdeu 3-0, até um resultado, de alguma forma, um resultado pesado, mas pesado por aquilo que o Oroca jogou. O Oroca fez um belíssimo jogo, é evidente que o guarda-redes ou a Arena também tem duas ou três intervenções de grande ídolo, mas também um miúdo. O Frank Israel na baliza do Sporting, principalmente na primeira parte, também me vai surpreendendo pela positiva, porque não é fácil ser lançado desta maneira. O próprio Adan estava a ter dificuldades e ele agarrou bem. Não tenho a certeza que o Adan, quando regressar, vai voltar a ser titular do Sporting. É evidente que continuará a jogar quando for preciso, mas parece-me que este miúdo acabou por agarrar a titularidade do Sporting. Ele não tem assim tantas intervenções, as intervenções que tem são boas. Quando o Rubem Amorim, na segunda parte, faz ali duas ou três mudanças, nomeadamente com a introdução do Paulinho, que lhe permite um outro tipo até de recuperação e de rápida saída para o ataque, conseguiu resolver assim o jogo. É um resultado certo, por números exagerados. Luís, o Vítor Santos tocou aqui na questão do relevado, apesar do palco desta partida ser lamentável, os artistas conseguiram ultrapassar este obstáculo. Agora, eu penso que alguém deveria refletir, pensar um bocadinho para que os jogos da Primeira Liga e mesmo da Segunda Liga, das competições profissionais, fossem jogados em relevados, que fossem isso mesmo, relevados e não campos lavarados, como foi o caso do relevado do Municipal de Iroque. Sim, é um problema que existe na Iroque. Aliás, eu digo-te que, olhar os últimos 20 anos do futebol, se me perguntares qual é a maior revolução que existiu no futebol, para mim nem é as táticas, nem é o VAR, é o estado dos relevados. Melhoraram muito, muitíssimo. Até em termos internacionais, nós viemos jogos, como diz o país, até na Liga Inglesa, às vezes em terrenos de terra revolta. E foi isso que aconteceu ali em Iroque, um relevado que não estava em condições. Tem mesmo a ver com a evolução dos relevados, com a composição da própria releva. Já há relevados em Portugal, pelo menos haverá mais, mas do estado da Luz e do estado do Dragão, a releva não é completamente natural. E deixa-me dizer que o relevado do Iroque não é aquele tipo que estava empapado, ou seja, não é aquela situação que a bola não rola, porque o relevado está com muita água, nem me parece que seja um relevado com uma má drenagem. Era um campo lavrado, exatamente. Sim, é verdade. Mas acho que tem havido essa melhoria. O campo do Iroque, claro que não é o exemplo. Mas vamos dizer, em relação ao suporting, porque acho curioso um aspecto que é interessante ver nas mexidas que os cenários fazem. Em geral, nós olhamos sempre a questão do Paulinho. Sim, foi importante a entrada do Paulinho. Mas é como o Ruan Amorim, mexe na equipa a partir dos centrais. Muitas vezes. Porque não é fácil mexer na forma de jogar de uma equipa a partir dos centrais. E se reparar, o suporting começou com três centrais e acabou com três centrais diferentes. Quer pelas instituições, quer pelas posições. Pelas posições que eles ocupavam, exatamente. Já o intervalo, acho que a instituição do Eduardo Quaresma, pelo... E era por ali que o Iroque estava? Sim. O Silai ia procurar precisamente a zona do Joaquim. Ele fecha melhor que o Gonçalo Inácio na esquerda e também dá a melhor saída de bola a nível de passe. E o Diomando passa para a central pela direita. Pela direita, exatamente. Porque o Quaresma está a jogar bem, mas é mais uma saída rápida em condução. Aquele jogo não dava. Pelo estado elevado, como estávamos aqui a falar, para saída rápida em condução. E o Inácio, com o Canhute pela esquerda, porque eram três destros que estavam a jogar, na linha de três, dá outra qualidade a esse nível de passe e não em condução num terreno que não dava para conduzir. E mexe na equipa aí, já. E depois volta a mexer a meio da segunda parte. Quando sai o Coates e entra o Santos Just e o Diomando passa a central pelo meio. Ou seja, o Diomando começou a central pela esquerda, passa a central pela direita e termina o jogo a central pelo meio. Isso mexe também na forma de jogar da equipa. Não é uma mera posição de um jogador que está na esquerda e está na direita. Porque o Diomando, na direita, fecha bem o corredor à escala jogador que fecha melhor em largura. O Diomando defende a quatro na transição defensiva. O Catamo acompanha o lateral adversário, mas quem fica com o extremo é o central pela direita, que fecha em largura. A equipa fica a defender a quatro. Do outro lado, sim, fica o lateral esquerdo, o Matheus Reis. Depois, em organização defensiva, já fica a cinco. Mas a transição é a quatro, sempre. O Diomando é o que fecha melhor na direita. Mas depois, sim, a equipa já fica um pouco mais baixa. Não tem grande capacidade para prestigiar alto. Faz-se também do desgaste da equipa, do estado de terreno e o Oroca, que estava a sair bem no passo. O David Simão e os avançados, muito bem. O Pedro Santos, muito bem também. Acho que é uma grande alteração. É uma das melhores mudanças que fez o Daniel Sousa. Muito bem. Fez um grande jogo. Ele, quando entrou, passou o Pedro a jogar titular na zona central e a equipa melhorou muito. É um jogador de alta rotação, entrega muito bem no espaço. Como metros, facilmente. Mas o Ruben Mourinho percebeu que a equipa ia abaixando e ia perdendo o controle da profundidade e saiu com o Atas e entra o Santos Justo, que é mais rápido, para jogar na direita, em termos de recuperação de timing para travar os treinos do Oroca, que estavam a ser muito perigosos, o Jansen e o Silá, mas sobretudo o Silá. E o Diomando vai para o meio com a dimensão física que tem e vai tirar-lhe todas as bolas. Portanto, repara... O próprio Lujica teve dificuldade em aparecer a partir daquela altura. Aliás, o Nicolés, que aparece na segunda parte, ele recua ali uns 3, 4 metros para vir buscar fora na zona dos centrais e dispara de fora da área e o Franco Israel faz uma boa defesa. Aqueles dois homens, o Cristian e o Mourica, na zona central, estavam a protravar a equipa de suporte e acho que o Diomando vai usar outra capacidade, de antecipação, de serenidade, enquanto que o Cocoatas é mais na dimensão do choque. E portanto, repara, nestas três posições que ele foi mexendo, quer em termos de jogadores, quer em termos de alteração de um jogador como o Diamandé, como tu referiste, o Romero Mourinho mexeu na forma de jogar a equipa, na construção de trás para a frente ou até no posicionamento de trás. Isso a juntar depois, sim, da entrada do Paulinho para o lugar do Trincão, porque o Trincão já não conseguia conduzir a bola e o Paulinho segura melhor também física, de segurar, de aguentar e, portanto, salientar esse aspecto, porque não é comum ver um treinador mexer tanto numa equipa e mexer no jogo da equipa, ao mesmo tempo, a partir da mudança dos centrais. E o suporte é um caso paradigmático. Grande golo, Vítor Santo, do Génia Kadam, que é mais um extremo do que um defesa. Ele faz ali aquela função de defesa direito ou de lateral direito, mas é completamente diferente, como dizia o Luís, da função dele... da função do Matheus Reis pela esquerda. Ele é mais um Nuno Santos a jogar pela direita. Sim, sim. Eu, por acaso, segui o jogo com atenção, porque tive a função da crónica de jogo e não só marcou um grande... Podia ter marcado o golo de outra maneira, mas fez questão de o embolizar. Tirou dois adversários da frente. Mas não. Trabalhou muito bem. Tirou dois adversários da frente. Puxou para o pé esquerdo. Puxou para o pé esquerdo, efetivamente, para fazer um grande golo e mais um grande jogo. Era um jogador que, no início da época, se nós pensarmos, a perspectiva dele até era ser... havia a possibilidade de ser emprestado, de ser dispensado. O que se foi seguindo na altura é que, naqueles jogos em que o Sporting... em que nós não víamos, o Sporting fazia dois jogos de treino por dia, fazia um de manhã fechado e fazia um à noite aberta, devido aos compromissos televisivos. Nós fomos tendo a informação que o Jênica Atam estava a dar nas vistas. O Sporting nunca acreditou muito nele. Quando foi emprestado, não era o jogador que imaginava. Sim, e a certa altura estava-se a dizer facto perante o grande jogador. Ele consegue fazer o básico nos movimentos defensivos, porque é um jogador muito rápido, é um jogador que recupera bem, tem uma dimensão física importante. Parece bem, porque ele já estava num barítono, já estava numa vitória, e não vias este jogador a fazer um resultado. Não vias ali qualquer coisa, mas o Sporting não acreditava muito. Sim, mas a verdade é que nestas épocas, começa a ser um jogador decisivo, fundamental. Eu, se tiver que fazer o meu... Pode não coincidir com o Rubem Morim, mas se tiver que fazer o meu anzibial do Sporting... Método ao Jênica Atam. Nenhuma dúvida. É um jogador que traz uma dimensão ao jogo, nem todas as equipas conseguem. Nós temos que encaixar isto também naquilo que é o jogo do Sporting. E como o Luís dizia muito bem, ninguém analisa isto tão bem como ele, o Sporting joga muito em função do tríode de centrais que tem. E isto até é uma novidade. Eu não me lembro de nenhuma equipa, pelo menos em Portugal, se preocupar em ter sete centrais. Isto não acontece por acaso. Acontece porque o Rubem Morim consegue mudar o jogo, nem todos os treinadores conseguem isso. Mudando os centrais. E as características dos centrais. E a posição dos centrais. E, de facto, a equipa joga de outra maneira. E ele foi a construir para poder jogar assim. Porque não é por acaso... E nós sabemos do esforço que o Sporting fez e a paciência que foi preciso ter e o tempo, ainda bem antes de acabar a época, que foi preciso ter para convencer o Guilherme David para o Sporting, precisamente para ter o jogador que lhe permite aproveitar a profundidade, por exemplo, de homens como o Gonçalo Inácio, com o passo isolar, um companheiro que está a 30 ou 40 metros. E é preciso ter jogadores para isso. Esta equipa foi muito bem pensada para isso. Depois deixem-me dar mais uma nota sobre o Sporting. Eu gosto muito de olhar... Isto até resultou um bocadinho, mais recentemente, de conversas que estou tendo com o Luís, gosto muito de olhar para aqueles pares de médios... E também de ler o Luís aquelas pequenas cidades. Lá está, mais dois jogadores chegados recentemente pelo Sporting. O Sporting tem outras soluções. O Daniel Bargança, por exemplo, é um jogador muito bom, mas aquela dupla, Jumeland e Morita... É de facto uma dupla espetacular e conseguem completar-se. O Sporting consegue ter um jogador muito forte, como tem o Futebol Club do Porto a jogar ali na posição 6. O Jumeland é de facto um jogador extraordinário, acrescenta também muito... Eu não diria que ele acrescenta no ataque, mas acrescenta também muito no arrancar das jogadas para o ataque. Ou seja, é um jogador que, quando faz um corte, a sensação que dá é que ele já vai preocupado em cortar a bola para o lado certo para poder sair a jogar. E o Morita, além de ter toda aquela rotação de andar ali 80 minutos, sempre na velocidade máxima, tem passos que de facto Morita tem... Há coisas que mais ninguém vê. Descrevo isso hoje, mas acho que há coisas que só ele é que vê na forma de jogar. Eu já gostava muito do Morita. O Rubén Amorim também. Às vezes é aquilo que temos falado aqui. Às vezes o que é bom não é gostar lá fora. Basta se olharmos com atenção para o Campeonato Português, de certeza que vai-me descobrir. Até pela forma... E basta olhar para a equipa do Oroca, por exemplo. E basta olhar para a equipa do Oroca, que de facto tem... Sim, também estamos a falar do Oroca Sporting. Tem ali 4, 5 jogadores que eu diria que cabem no plantel dos nossos grandes clubes. Já aqui destacamos, por exemplo, o Jota Silva, do Vitória de Guimarães, que voltou a marcar um golaço nesta jornada. É um jogador altamente competitivo e tenho praticamente a certeza que tem lugar pelo menos no plantel de uma equipa grande. Com todo o respeito pelo Vitória, que é um grande, mas de um dos 3 maiores clubes portugueses, ele tem lugar no plantel. Não tenho dúvidas nenhumas. Em relação ao Jota Silva, na grande evolução que eu vi dele, e já o sigo desde a 2ª Liga, é aquilo que ele acrescenta também na dimensão defensiva das equipas. Ou seja, ele faz a parte dele. Isso, para mim, na forma como eu vejo o futebol atualmente... Vou, outra vez, utilizar aqui o chavão do futebol moderno, mas é o futebol dos nossos dias. As equipas têm que ser compostas por um dos jogadores que atacam e por um dos jogadores que defendem. Estas são as grandes equipas. Nós ontem, se virmos... Sei lá, ontem tivemos aquele jogo interessantíssimo e bonito do Liverpool com o City, e nós víamos o Allan na entrada da área a defender, víamos o Salah acompanhar os movimentos dos laterais do Liverpool, tudo feito de forma sincronizada e a todo o tempo. O tipo de jogador, como víamos, por exemplo, o PSG, menos esta época, mas o PSG da época passada, em que a missão defensiva entrega dois ou três jogadores que, de facto, até têm vocação atacante como era o Verratti e o Itinha, por exemplo, essas equipas podem ganhar com tanta qualidade. É normal que ganhem as provas internamente. Nunca vão ser competitivas ao nível máximo do futebol internacional. O Luís, claro, está muito mais habilitado a falar sobre isto do que eu, mas o Luís, o Ruben Amorim não fez poupanças para este jogo em Europa, ao contrário, por exemplo, do Roger Smith frente ao Sturling, que poupou alguns jogadores habitualmente titulares da equipa do Benfica e que certamente estarão no 11 frente ao Rangers na Escócia. Pensas que isto é o Ruben Amorim a privilegiar o campeonato em detrimento do jogo europeu frente à Atalanta, ao contrário do Roger Smith, que não quer dizer que não se interesse, naturalmente, pelo campeonato, mas que vai olhando para a Liga em Europa de uma forma diferente do Ruben Amorim? Sim, claramente. Já o jogo é meio das semanas. Contra a Atalanta já houve essa gestão por parte do Ruben Amorim. A Atalanta também geriu alguma coisa. Também é verdade, sim. Mas tem outra margem para gerir em relação à qualidade do plantel. E o Sporting fez essa gestão no jogo com a Atalanta já na primeira mão, pensando naquilo que seria o mais importante, que é o jogo de campeonato. Sabia que tinha um jogo difícil em Europa. Sim, com todo o respeito para o Estoril, se calhar se os jogos fossem ao contrário, se fosse um Sporting... O Sporting poderia ter jogado na máxima força. Poderia ter feito isso. A Atalanta é patroa em torno com as ventas. Sim, é um bom resultado. E a Atalanta tem uma grande equipa. Mas deixa-me só referir-te... O Ruben Amorim tocou num aspecto que é importante, que é a questão tática. A questão física, o transfer, depois, se não estiver bem fisicamente, o dano é tático. Portanto, o posicionamento tático não é o melhor. E ele falava exatamente da questão de ter de controlar a questão física da equipa e dos jogadores. Os mais importantes. No jogo com a Atalanta, em relação ao jogo agora com a Arouca, e depois a Atalanta, e depois, mais outros jogos de campeonato, e, portanto, ele sente, e também escrevi sobre isso a semana passada, que este é um momento mais perigoso. É um momento em que o treinador, mais que olhar para o Onze, olha para o Plantel. Porque as limitações que ele tem para mexer e manter o mesmo nível de exigência de qualidade competitiva. Porque quando uma equipa desafia os limites físicos, em geral, os limites ganham. É quase sempre assim. E, portanto, nesse sentido, ele está a evitar esse desafiar de limites de jogadores como o Pote, como o próprio Jokers. E isso notou-se no jogo com o próprio Ullmann, também, com a Atalanta. E apostou no campeonato. Agora, acredito que no jogo de quinta-feira não o faça e joga o Onze de base. Que é este Onze com Ullmann e Jokers, Pote, para tentar ganhar. Mas concordas com esta ideia de que o Benfica, nesta altura, está a dar uma importância maior à Liga Europa que o Sporting? Repara, eu acho que sim e não. Isto é, porque tens que olhar o que podes fazer para dar mais importância a uma coisa do que a outra em função dos jogos e do plantel que tens. O Benfica tem mais amplitude de plantel para mexer do que o Sporting. O Sporting se mexe, ressente-se. O Benfica se mexer, pode ressentir, mas não devia, porque acho que tem um plantel com mais amplitude. Eu acrescentaria aí uma outra nuance. É a margem que tu tens. O Roger Schmidt, no jogo com o Rangers, não tinha margem nenhuma. Tinha perdido 5-0 com o futebol. E o Rubem Amorim, se tivesse perdido em casa um zero com a Atalanta, é evidente que os Sportingistas iam ficar tristes. Os adeptos querem sempre ganhar, mas perdoavam-lhes rapidamente. Dentro dessa questão específica, no momento em que aparecem os jogos, claro que o Benfica, esse jogo com o Rangers, depois da derrota copiosa no Dragão, tinham de ter exigência para o treinador. Aliás, como tiveste o jogo com o Estoril, não é? Porque sentias um ambiente um pouco tenso em relação àquilo que foi o início do jogo. Mas acho que, dentro daquilo que é a margem de movimentação do plantel, o Benfica tem mais amplitude. Tem mais aparência, que pode ser verdadeira, mas que pode-se concretizar de formas diferentes, o dar importância à Liga Europa. A do Sporting é claramente prioridade do campeonato do Benfica. E que livra as coisas, porque tem essa capacidade de fazer em face daquilo que foi neste momento o calendário. Foi um Benfica com muitas mudanças. Vitor Santos é aquele que ganhou de forma, não diria tranquila, que o Estoril ainda conseguiu empatar o jogo e o Benfica só faz 2-1 no último lance da primeira parte por Marcos Leonardo. Mas foi um Benfica com muitas alterações no 11 inicial. Não podia contar com o Otamendi. Jogou Tomás Araújo ao lado de António Silva. Aorchnas outra vez na lateral, desta feita na lateral esquerda. Depois um Benfica que teve Florentino no meio, que teve Thiago Gouveia também no 11. Um Benfica sem Di Maria, sem Rafa. Um Benfica diferente e com Coxo outra vez a fazer um bom jogo mais adiantado no terreno, nas costas do ponto de lado. É a posição onde muitas vezes joga o Rafa e só pode jogar um. Só pode jogar um, claro. Mas não tem que jogar os dois em simultâneo. Ou até pode jogar o Rafa descaído na ala e jogar o Coxo no meio. O Roger Schmidt nunca tentou isso. Na minha ótica, se tem necessidade... No dragão jogaram os dois. E ele podia, durante algum tempo... Sim, mas quem jogou encostado à esquerda foi o Coxo. Mas aparecendo que puseria de determinado momento quando a equipa estava a cair completamente no meio-câmbaro, desmoronar-se, podia o Coxo ir para dentro e o Rafa ficar aberto. Eu acho que estas alterações são alterações que, tal como aconteceu na época passada, chegam por máxima necessidade. E eu acho que os treinadores devem evitar os limites, como dizia há pouco o Luís, os limites físicos de máxima velocidade. Se nós recuarmos um bocadinho, e eu tenho escrito tanto e conversado aqui tanto convosco e com os nossos ouvintes sobre a questão do Di Maria, o Di Maria no jogo com o Rangers tem mais de 40 ações inconsequentes. Ora, não me venham dizer que isto é normal. Perdas de bola. São perdas de bola ou jogadas inconsequentes. Mas são mais de 40 perdas de bola. Eu não considero um centro que bate... Os menos avançados perdem mais a bola que os outros, porque entram mais vezes um para um. Já aqui tenho falado sobre este tema. É verdade. E as pessoas vão perceber que é a última vez, provavelmente, que aqui vou falar sobre este tema. Mas, de facto, Rocha Smith não consegue fazer essa gestão. E eu não entendo... Ao fim de tantos meses, não consigo entender porquê. Porque os jogadores não podem... O treinador nunca será bem-sucedido se os jogadores jogarem em função do estatuto. Os jogadores têm que jogar em função do que a equipa precisa. O Benfica precisa do Di Maria. Não há equipa nenhuma que não precise do Di Maria. Porque o Di Maria é um jogador extraordinário. E pode dizer que para Rocha Smith são mais importantes as estrelas do que o céu? É o que parece. Eu não sei. É o que parece. A mim parece-me isso. Mas eu não tenho elementos que me permitam dizer que eu não estou... Olha, eu sim. Eu é o que vejo em função daquilo que vejo. Nós já falámos aqui várias vezes da questão do Tiago Gouveia. Como é óbvio, o Tiago Gouveia tem que ter mais minutos. Nós ainda ontem vimos o que ele fez. Aliás, vemos sempre. Só que ele normalmente só joga 5 ou 10 minutos. E é difícil em 5 ou 10 minutos vermos muita coisa. Então mostra logo. Então apreciem. Ele mostra logo. Apreciem. Se estiveram atentos ao jogo de ontem. E aplico... Aplico a mesma ideia ao Florentino. Sendo que eu não tenho a certeza, como é óbvio, nem isto é possível de ser provado. Mas... Desconfio muito que se ontem o Florentino não estivesse em campo, o Benfica teria muitas dificuldades em vencer aquele jogo. Pelas recuperações que o Florentino faz? Pelas recuperações, pela pressão que faz, porque é o único que tem, de facto... E... João, eu digo isto com alguma certeza. Eventualmente, se o Florentino jogasse mais vezes, o Benfica conseguia defender de uma outra forma. Porque isto também é preciso, adquirir as dinâmicas no jogo. Não é só treinando. Há dinâmicas que se adquirem no jogo. E para mim não faz sentido nenhum o Benfica não jogar, principalmente em jogos que se preveem bastante disputados, com o jogador com as características do Florentino. É evidente que chegamos ao ponto. Se o Florentino, é evidente que se chegamos ao ponto que ele está num momento mal de forma, há de ser como aos outros. Nesta altura, não parece que seja isso. Ainda por cima, Luís, ainda ao encontro daquilo que o Vitória dizia, muitas vezes o Benfica joga com Rafa, Di Maria, David Neves, Arturo Cabral, quatro jogadores que não defendem. E é muito difícil, numa equipe onde quatro jogadores não defendem, manter algum equilíbrio. Ainda por cima, quando muitas vezes o meio campo é formado por João Neves e Coxo, e não tem esse elemento mais fixo, como é Florentino Luís. Sim, é verdade. Embora não seja muito comum jogarem esses jogadores todos que referiste. Mas jogam, de vez em quando jogam. O Rafa, o Arturo Cabral, o Neves e Di Maria, já aconteceu. Já aconteceu, sim. Um momento defensivo é extremamente delicado, isso é evidente. Embora a questão dos laterais equilibre um pouco, quando os laterais são mais defesas. Agora, como vai a situação, a situação se torna um pouco mais delicada na tradição defensiva. Acho que a Órtonas continua a fazer uma comissão de serviço perfeita com o lateral. Acho que o Morato não faz sentido com o lateral. Se calhar tinha feito sentido ontem, em vez de trocar... Eu acho que, por exemplo, o Linfica sofre golo porque podia sofrê-lo de outra maneira. Porque o António Silva não consegue, a jogar da esquerda, não consegue responder da mesma forma ao lance do... do Heriberto. E o Linfica não tinha necessidade de jogar assim. O Morato podia jogar naquela posição. É evidente que o miúdo que jogou ao lado do António Silva fez um bom jogo. Não é isso que está em causa. E, provavelmente, também pensa que podia ter feito melhor. Ah, sim. Nenhuma dúvida. Isso é coisa da bola para a frente. Não pode fazer. Fez uma assistência. Mas depois teve muito bem. Ele está na valisa para estar muito bem. Assistência dos adversários. Agora, notou-se a diferença entre as duas equipas? Naturalmente, este estúdio é uma equipa que tem bons jogadores, mas não é muito competitiva. Em muitos momentos do jogo são jogadores que se recriam bem com a bola, mas depois falta-lhes um compromisso de encurtamento do espaço ao adversário, de recuperação de bola. Tem um jogador que eu adoro, que é o Guitar. Sim, o Guitar lá está. É um jogador que eu também adoro. Talvez eu também o ponha a jogar na minha varanda. Porque a questão também tem muito a ver com esse momento defensivo. E esta equipa do Estrelo, sobretudo jogando contra as centrais e apenas dois médios, muitas vezes tem esta dificuldade defensiva. Quando marcou, percebeu-se que os jogadores estavam entusiasmados, até vir à procura de dois-um. Tem esta mentalidade. Os jogadores têm essa mentalidade de quererem ganhar e de jogar. E estão aí dados para isso. O Mateus Fernandes, que é um mídico, tem uma qualidade tremenda. Provavelmente estará na equipa principal do suporte, não tenho grandes dúvidas disso. E deu para o Benfica poder, de facto, fazer essa rotação no Onze, tirar o João Neves inclusive da zona central do meio campo. Se calhar fez-lhe muito bem. Mas eu não digo que não. E este jogo foi o jogo perfeito para isso. Deixem-me aqui recuar um bocadinho ao dia anterior, à conferência de Rojas Spiti, que ele fez o favor de explicar, por poucas palavras, daquilo que o Luís já várias vezes dissemos, que o Benfica comprou pontas de lança, mas não comprou as pontas de lança que precisava. Foi o Rojas Spiti que disse isso. Não disse desta forma, mas disse que não cumpriam as exigências que ele fez com o Gonzalo Ramos. Portanto, até na comparação que fez com... Nós dissemos isto várias vezes. Reforçamos que o Artur Cabral é um belíssimo jogador. Obviamente ainda desenquadrado. Já teve bons períodos no Benfica. Se calhar vai ter... Se calhar vai ter outros períodos. Se calhar vai ser muito feliz no Benfica, eu sei lá que sim. Mas não era o jogador que o Benfica precisava. E nós dissemos aqui isso. E se calhar o jogador mais parecido com o que o Benfica precisava, embora eu acho que o Tengsted compra relativamente bem a missão, se calhar era um músico, sei eu. Mas isto... São diferentes. Há uma coisa que eu tenho a certeza. O Benfica gastou uns 40 milhões. Após as 20... Até mais. Não, após as lanças. Marcos Leonardo, Artur Cabral, Kaspar Tengsted... O Tengsted já gastava na época. Passou a dizer agora. 30 milhões, 30 e tal. Kaspar Tengsted só escondeu em Janeiro. Sim, com o Shell Group. E não comprou aquilo que precisava. E é o próprio treinador que reconhece isso, que não consegue distrair dos jogadores aquilo. É evidente que ele, com certeza, se lhe perguntaram mas era este que precisava. Ele vai chegar lá, vai dizer isso. Só que, já que disse isso, quem compra os jogadores na casa dos 20 milhões para uma equipa portuguesa, independentemente de sabermos que o Benfica tem uma capacidade de ir ao mercado acima até dos rivais direitos, tem que comprar os jogadores que precisa. Porque se não for para comprar os jogadores que precisa, mais vale ter lá o Musa. Eventualmente, teria poupado 20 milhões de euros. Não sei se o Musa também rendeu qualquer coisa. Eu gosto deste Marcos Leonardo. Sim, e é um jogador muito interessante para o Benfica. Não tenho dúvida nenhuma. Aliás, sempre que joga, vence isso. Luís, sentes que o Roger Spieth tem o plantel na mão? Ou seja, que os jogadores do Benfica estão com o treinador? É difícil responder até a sua pergunta. Também não chego ao ponto de... Não é bem de insatisfação, porque ninguém gosta de ser substituído. É a cara que ele faz, a expressão... Não sei. O que é que tu pensas relativamente a... Se consegues fazer uma análise do plantel e da relação que ele tem neste momento com os jogadores do Benfica. Uma interpretação mais sensorial do que técnica, não é? Parece-me que há alguns casos que há uma derrapagem da comunicação. Sim, parece-me que sim. Agora, em termos globais, não me parece que seja o problema. Embora alguns jogadores claramente não estejam a sentir-se bem da forma como... Pode ser coincidência, mas alguma coisa se passa. Pode ser coincidência. Vamos aqui falar sobre aquilo que vemos. O que é que nós vemos? Acaba o jogo em Alvalade, o Artur Cabral vira costas e vai para o Balneário. Não é costume, não é essa a dinâmica da equipa do Benfica no final dos jogos. Ontem, quando o Roger Schmid foi cumprimentar os jogadores, o Carreira já não estava lá também. É evidente que o Benfica, passando por um período difícil, o próprio Otamendi, que é um jogador experiente, explicou isto. É natural que surjam estas pequenas situações. Porquê? Porque em função do que vejo o Benfica jogar, eu acho que os jogadores estão com o treinador, porque eu vejo os jogadores do Benfica lutar dentro do campo. Outra coisa é o jogar bem. O Benfica continua a ser uma equipa relativamente anárquica em muitos momentos do jogo, o que não faz sentido nenhum, atendendo às ambições... E na época passada não era. Com o mesmo treinador. Com o mesmo treinador, mas com outros jogadores. Desde logo as saídas. Com menos estatuto, menos estrelas. Eu acho que o Gonçalo Ramos para o nosso campeonato é uma estrela. Acho o Lenzo para o nosso campeonato uma estrela. E o Grimaldo? Serão discutíveis, no sentido de ter um 11 básico perfeitamente definido e não havia grandes alternativas. Tinha menos jogadores. O João Neves só aparece mesmo na parte final. Aparece na parte final... Em função dos bons resultados. Se calhar já devia ter aparecido um bocadinho antes. Ele não mexia nunca no 11. Aliás, falávamos nisso. Inclusive até alguns jogos que podia dar outras impostas aos jogadores. E depois eu continuo a não compreender. Eu acho que isso não pode ser só culpa do treinador. Vamos lá ver. O Benfica já utilizou cinco latrais esquentes. Três chegaram ao clube nesta época. Não, isto não é só um problema do treinador. Tenho o treinador dado o aval por eles todos. Vamos lá ver. Não pode ser... Não pode ser... Se nós comprarmos de repente cinco carros ou três carros e andarmos com os dois velhos porque não gostamos dos outros. Alguma coisa fizemos mal. Alguma escolha fizemos mal. Não sou um bom exemplo para falar disso. Pois, pois, pois. Tu és colecionador. Se refere-se a uma metáfora para tentar explicar um bocadinho. Mas isto nem sequer é muito difícil de perceber. Alguma coisa não está bem e não pode ser só culpa do Roger Schmidt. Se calhar é a dinheira a mais. Opa, não sei. O Benfica acaba por ter contas positivas. Portanto, na verdade... A questão da dinheira a mais não será um problema. Eu acho que é deficiente a avaliação da qualidade em relação à questão dos jogadores. Não, mas não é deficiente a avaliação... Não, quando contratas latrais esquentes que depois não utilizas... Até já foi... Eu acho que o Bernardo seria uma aposta. Não sei, o jogador já veio... Ele é uma aposta, mas o Draxer no ano passado também era uma aposta. Eles chegaram cá e poucos jogaram. Portanto, vinham com problemas físicos. Por isso que te refiro. Uma deficiente avaliação, quando digo das qualidades, envolve tudo. Até o estado... O mérito que a estrutura do Benfica tiveram no título conquistado no ano passado e a extraordinária carreira... Mas há aqui erros de cá. Fingiu-lhe concorso com o Vítor. E o Razek, o Juan Bernat... Agora, Álvaro Carreras também... Quem joga é Elvis na zoeira da Morada. Em função da equipa precisa. Casting no futebol eu não conheço nenhum clube que não tenha. Tantos, na mesma época... Essa é a questão. A questão não é não errar. É errar menos que os outros. Essa é a questão. Errar todos os clubes que cometem erros. Para cometer tantos erros na mesma temporada, para a mesma posição... Também concordo com o Vítor. Não é normal. É o desequilíbrio. Eu pergunto se o Benfica... O Benfica tem grandes médias. Provavelmente, a grande força do Benfica... O Benfica tem jogadores incríveis na frente, mas eu só olhar quem são... O Benfica tem jogadores alternativas boas para o meio-campo. Joga o Coxus, joga o João Mário, joga o João Neves, joga o Florentino... Até pode jogar o Orçna. Devia jogar o Orçna. Devia jogar o Orçna. São 5 médios de grandíssima qualidade. Só um deles é que é um verdadeiro 6. É o Florentino. É o Florentino. Porque nenhum dos outros faz a posição 6 com eficácia. Nenhum deles faz a posição 6 com eficácia. É evidente que nós levamos isto para o campeonato português. E no campeonato português, na maior parte dos jogos, o Benfica se calhar até podia jogar com um guarda-redes a 6, que aquilo ia dar ao mesmo. O problema é que depois também há uma campanha europeia onde o Benfica sentiu dificuldades muito diferentes em relação àquelas que teve no ano passado com equipas provavelmente não tão boas. E vamos falar das competições europeias. Estamos mesmo na reta final. O Benfica tem um jogo muito importante em Glasgow com o Rangers. O Sporting tem o tal jogo, já aqui falámos, em Itália com a Atalanta. As equipas empataram na primeira mão destes oitavos de final da Liga Europa. Só aqui uma reta final mesmo do programa só para abordarmos aqui estes jogos importantes para Benfica e Sporting. Luís. Sim, já te referi. Em relação ao Benfica, há pouco estava aqui a dar esse sinal de que talvez o Cabral possa ser titular num jogo destes em Glasgow, numa dimensão física entre os centrais... E entre os centrais do Rangers, que são muito fortes, naquela linha de 4 que eles fazem a defender. Agora continuam a achar que a equipa não percebe o Artur Cabral e o Artur Cabral também não percebe bem isto. Sim, isto é outra questão. Olha que o Artur Cabral, vinha marcando em jogos consecutivos, e depois vai para o banco. Se calhar há mais alguma coisa além disso. É quando o Roger Smith diz que para ser ponta de lança do Benfica não chega a marcar golos. E ele diz isso numa conferência de imprensa. Pois diz. Sim, mas eu acho que... Não era bem isso que ele podia dizer. Eu também acho que não, porque ele marcou golos e a equipa ganhou. Estava a ganhar, ele trocou e a equipa passou por ele. Não estou a dizer que é por causa do Cabral. Eu até acho que o Tenksted é o jogador que melhor defende. Sim, isso. As pessoas juntam mais equipas. Essa frase, dita assim fora do contexto, é verdade. Mas claro que tem que ter depois um antes e depois, essa frase. E naturalmente que tem no raciocínio do Roger Smith. Acho que o Roger é de uma boa equipa, em casa cresce ainda mais. Acho que o Benfica não abordou bem o jogo de cá. Acho que há essa hipótese de jogar o Cabral a ponta de lança. Mas acho que o Benfica é a melhor equipa que o Ranger. Acha que o Benfica vai passar? Acreditas? Acredito que sim. Acredito sempre que as equipas portuguesas possam passar. Mas vês mais dificuldade para o Sporting. Claramente. A Atalanta é uma grande equipa. É uma equipa que tenta marcar o homem pelo campo todo. Acho que é uma equipa que, defensivamente, o Sporting pode fazer dançar. Aqueles centrais da Atalanta. Embora acho que o Calvinho é um dos melhores centrais do futebol europeu. Acho que, a defender, a equipa da Atalanta pode dançar. E frente aos jogadores do Sporting, são mais criativos. Vamos fechar o Visão de Jogo de hoje. Mas antes de fecharmos, uma palavra para o Vítor Santos. Porque o Vítor está aqui pela última vez, pelo menos de uma forma assídua, no programa. É a última participação do Vítor Santos no Visão de Jogo. Vítor, deixe-te o microfone aberto. Pois. É evidente que não aconteceu nada extraordinário. É apenas uma mudança profissional que me obria. Deixas de ser diretor do Jornal do Jogo. Passo a ser o Jorge Maia. Passo a ser o Jorge Maia. O meu amigo Jorge Maia. Muito bem entregue, portanto. Provavelmente andará por aqui nos próximos tempos. Tu passas por outras funções. Eu passo por outras funções no Jornal de Notícias. Não há aqui nenhum problema. Diretor Executivo do Jornal de Notícias. E eu queria agradecer-vos. E dando só duas notas, tentando não ser muito chatinho, como eu costumo ser. Primeiro, agradecer ao João e ao Luís, porque, de facto, é fácil falar do futebol convosco. Agradecer a quem nos acompanha aqui mais na parte técnica, naturalmente, a estes colegas incríveis que fazem chegar o som a uma coisinha mágica. Agora mais aos automóveis, dando zero aos transistores, ao João, que nos está aqui a acompanhar também, meu companheiro do jogo, com o vídeo. Mas dizer-vos apenas, partilhar convosco, eu já partilhei isto com o João, eu ouço a TSF desde que nasceu. Às vezes até parece que eu ouço desde que nasci. Sempre tive o sonho, é evidente que fui participando em alguns momentos da TSF, noutras alturas, desde logo no Fórum, por exemplo, e seguramente, enquanto precisarem, estarei sempre disponível para a TSF e tive a felicidade por este caminho ter aqui uma presença regular aos microfones da TSF. Eu nunca tinha trabalhado em rádio, portanto era um sonho e eu quero agradecer, naturalmente, às pessoas que estiveram aqui comigo, que me convidaram e, sobretudo, aos ouvintes, porque é preciso ter alguma paciência. Eu mesmo, às vezes, não tenho paciência comigo, mas tivemos aqui bons momentos e o que eu sinto é que estou... RASGADINHOS, como deve ser. E aquilo que eu sinto é que há um carinho e um respeito pelo programa onde se fala de futebol e, obviamente, eu sou aqui o elemento mais recente, agora até vou deixar de estar, isto deve-se aos meus interlocutores, ao Luís e ao João, que além de serem meus companheiros de profissão, também são meus amigos, fazem o favor de serem meus amigos e eu fico, portanto, muito grato e ainda mais, naturalmente, a quem nos costuma ouvir todas as semanas. E se nos ouvirem só uma vez, porque vão ser conquistados, também fico grato. Vítor, um abraço grande. As portas da TSF e do Visão do Jogo estão sempre abertas e, seguramente, que virás, nem que seja de uma forma desesperada, aqui ao programa e fica também, já aqui, deixamos para ti, no último programa, o abraço apertado pela perda do teu irmão, pela morte do teu irmão, Carlos Pereira Santos, jornalista do Jornal do Jogo, fica também aqui registado, agora com a tua presença aqui, esse abraço meu, do Luís, de todos os que participam no programa, desse abraço apertado para ti. Um abraço e muito obrigado pelo carinho. Quanto ao Visão do Jogo, volta na próxima segunda-feira, porque você já sabe, quem não consegue olhar para o jogo, é fundamental ver o jogo. Um abraço e até a próxima.

Listen Next

Other Creators