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entrevista Kadu

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amanda

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Natasha, Aline, and guest Cadu introduce themselves. Cadu talks about his dance journey and how he started at a young age. He discusses the process of choreography and how it involves trial and error. He also mentions the importance of storytelling in dance and how it can be achieved through music and movement. Cadu shares memorable experiences from dance competitions and emphasizes the presence of both experienced and inexperienced dancers in these events. Overall, Cadu highlights the challenges and rewards of his dance career. Oi gente, meu nome é Natasha, sou da equipe do Digital. Estamos aqui com a nossa segunda apresentadora, Aline, e com o nosso ilustre convidado, Cadu. Saudações, senhoras e senhores. Muito obrigada por estar aqui hoje, nos encontrarmos. Espero muito que você goste, que você se sinta leve. Pode falar à vontade, não tem problema nenhum. Por mais leve possível, a gente está gostando. Meu desejo é boa sorte para quem vai editar isso, porque vai ter muito material, muita fala. Eu agradeço de verdade pela oportunidade de poder bater esse papo com vocês aqui hoje, meninas. De verdade. Então vamos para as perguntas. Oi gente, aqui é a Aline falando. Eu vou fazer aqui a primeira pergunta para o Cadu. Eu quero que você fale um pouquinho de você, a sua idade, quanto tempo você dança, etc. Fale um pouco sobre você. Bom, vamos lá. Tentando ser o mais sucinto possível, né, para termos um pouco mais de assunto. Mas meu nome é Eduardo Henrique, e aí que já entra a ironia do apelido Cadu, que não tem nada a ver. Mas meu nome é Eduardo Henrique, eu sou conhecido na dança como Caduquem, ou para os mais íntimos como Cadu também. Eu danço há sete anos já? 2016? Minha matemática está meio falhada agora, mas tem um tempinho aí já. Não, é. Aí que entra aquele complexo comigo mesmo, né, que é onde eu só tenho 25 anos, mas já tenho 25 anos e, meu Deus, já estou esquecendo de tudo, né. Pois é. Mas, né, o que já entra aí no ponto, né. Então eu estou dançando há mais ou menos seis, sete anos. Então eu comecei a dançar nos meus nove, nove anos de idade, por aí. Profissionalmente, falando o que eu falo, eu entrei nesse meio da dança em 2016, mas a minha vida mudou a partir dos meus 12, né. Então, juntando tudo aí, é um bom longo dos anos aí da vida, né. É uma boa história. Exatamente, tem dança para dar e vender, graças a Deus. Quando a gente ralava nossos joelhos caindo de bicicleta, ele já mandava nos passos. Exatamente, eu já estava ralando meu joelho, mas tentando fazer um passo, exatamente. É verdade, é verdade. E fazendo minha mãe ficar brava, né, porque ela tinha que lavar a calça, lavar a meia, porque dava sujo e tudo mais. Então, minha mãe já despolava por subir em árvore e rasgar a calça, porque eu vivia em árvore, eu vivia pulando por um dos outros. Eu acho que depois de um certo tempo, minha mãe percebeu que eu estava com essas coisas de dança, né. Ainda mais, né, quando estava o início da internet, por assim dizer, né. Então, o Michael Jackson era a minha vida, né. Então ela viu que, tipo, eu deslizava para cima e para baixo, meia cinza e preta viraram o meu cotidiano, assim. E ela sempre te apoiou nisso? Graças a Deus, do começo sempre. Sempre. Foi muito difícil, até por uma questão de família, né, ter esse apoio logo de cara, mas ela sempre, tipo, acreditou. Ela falou, olha, se isso te faz feliz, vai, sabe. Então vale a pena. Ah, você que falou, né, tipo, vai, vai que é uma coisa de criança, uma coisa... Exato, é uma fase, tudo passa, né. Mas ela viu que essa fase durou... Durou longos anos. Durou longos anos, é. É só uma fase. Pois é, está vendo? Bom, vou passar para a próxima pergunta aqui. Já que conta sua história sobre suas coreografias, poderia dar um exemplo de uma história para a gente? Como que é, como que você conta? Como que é esse processo na realidade de você fazer, tipo, isso vai ficar bom com esse passo? Como que é? Tem muita coisa que faz. É aí que a grande graça da parada é que às vezes eu nunca sei quando vai ficar bom. Principalmente, tipo, eu criando o meu processo sozinho, por um lado, é um pouco mais difícil por conta da minha autocobrança. Já começa aí, né. É pior do que... É, mas aí, tipo, geralmente meus processos coreográficos funcionam muito com um dos meus parceiros de grupo, que é o Ricardo. Inclusive, não sei se ele vai ouvir isso um dia, mas, salve, Rick. Que manda pra gente. Quem sabe. Vou ficar feliz em receber isso, né, mas... Bom, o Rick está comigo também nessa jornada aí desde 2011, 12, por aí. Então, com ele também sempre aconteceu muito, tipo, na passe do... Caramba, a gente causa muito o seguinte, essa parte da música se encaixa, talvez, muito com o passo X. Então, a gente tenta. E é mais na base de tentativa e erro e até uma hora que a gente vê, tipo, e se eu fizer isso um negócio assim? Meio como quem não quer nada. Acaba dando certo, se encaixa e, tipo, uau. É isso, sabe. Conta mais uma história, né, querendo ou não. Porque falam que balé conta uma história, hip-hop conta outra. E eu sempre tive essa dúvida. Como que eles juntam esse passo com esse e fica tão bom? Porque eu sou de fora, né? Eu sou leiga. Sim, sim. Então, tipo assim, eu falo, cara, doideira. Às vezes até pra nós mesmos que estamos no meio, é difícil entender. Imagina, justamente, leigos, né? Mas a parada que justamente faz acontecer, por assim dizer, criar essa história e você fazer de uma forma mais consciente é justamente você casar música com um determinado passo. Sim, é mesmo. E você tira a música, né? Exatamente. Então, tipo, criar a coreografia pra alguns realmente é uma parada mais científica, né, do sentido humano. Eu tenho que, literalmente, parar um minuto. A música tem quatro minutos. Eu vou estudar quatro minutos e pouco. Mesmo que você vai dançar um minuto e meio dela, é importante você saber como ela funciona num todo, né? Porque é justamente isso, né? A música conta uma história, o seu corpo vai contar outra, né? Então, você pode tanto contar a sua própria história com a música ou você contar uma história diferente, mas tendo aquele beat, aquele vocal de base, né? Então, tem os dois lados da história. Vamos continuar aqui? A gente já sabe que você participou de algumas competições, eventos de dança. A gente gostaria de alguma história que foi memorável pra você, que você se lembre com muito carinho ou que teve uma grande reação, um grande acontecimento na sua vida. Olha, levando em consideração como eu falei, né? Eu tô nessa brincadeira aí de batalhas, competições coreográficas e tudo mais desde 2016. Então, trazendo dos dois lados, né? Tanto do lado coreográfico quanto do lado de batalha, né? A improvisação. Dois campeonatos dos festivais que me marcaram muito, né? O festival do Frei Caneca em 2019 foi um que me marcou muito em relação a grupo, né? Onde foi meu primeiro projeto, assim, um pouco maior, né? Onde teve realmente um respaldo maior, teve realmente jurados mais qualificados, por assim dizer, uma premiação, troféu, dinheiro. Então, realmente teve uma estrutura muito bacana, palco, iluminação. Então, realmente, tipo... Galera, vocês estão aqui, vocês realmente são artistas, vocês estão sendo vistos. Então, esse foi o primeiro coreográfico. O segundo, no quesito coreografia, foi também em meados de 2018, 19. Foi também com esse meu parceiro Rick, que eu citei anteriormente. Onde, justamente nessa brincadeira de minutos antes, a gente tem um campeonato X. Ok, eu trabalho e tá o horário, eu trabalho e tá o horário. Você tem tempo? Eu também não tenho tempo, mas tá bom. Então, a gente chega no dia, umas duas, três horas antes. Falei assim, então, a música é X, Y, Z, com Z. Tá bom. E a gente junta, monta a coisa na base da brincadeira, como eu falei, e deu certo, levamos o primeiro lugar. Então, foi um negócio que aconteceu, tipo, literalmente muito inusitado, mas que me marcou muito, sabe? Foi, como eu falei, o que é pra ser, vai ser. Eu acho que o que é nosso, ninguém tira. E, às vezes, assim, às vezes você programando não dá certo. Exato. Então, assim, eu acho que a concha, às vezes, ainda dá certo, né? E você vê, justamente, por comparação dessas duas histórias que eu contei, do primeiro, a gente ficou em segundo lugar, mas ainda assim foi algo que, né, tipo, a gente teve meses de preparo, ainda assim, tipo, a estrutura que teve foi grande, assim, de coreografia foi o primeiro. E ficar em segundo lugar deve ter sido um marco muito grande. Foi um baque, assim, muito uau. É aquilo, né, onde vem a autocobrança em relação, tipo, ok, em segundo lugar, muito bom pra quem, por primeira vez, ótimo, mas pra quem não esperava nada. E você vê, em comparação à segunda coreografia, tipo, mano, a gente fez brincando, em minutos, e levamos o prêmio, sabe? Então, você põe os dois lados da moeda, como se ficasse, funcionam. Tinha integrantes lá que você achava menos qualificados, assim, ou todo mundo no mesmo nível, todo mundo no mesmo apartamento? Olha, é... Tem que julgar. É, vamos assim. Tem que julgar um pouquinho de conforto. Quem somos nós? Não, se tem uma coisa que eu gosto é da fofoca, mas vamos lá. Não querendo jogar longe de mim, julgar, criticar, né, mas... Eu sou o melhor. Mas e os meus amigos, somos os top, né? Não, falando sério, é... Em competições a gente sempre tem de tudo, né? Então, falar pra você que, tipo, o não qualificado é um termo bem complicado de dizer, mas sim, existem pessoas com muito menos experiência, isso é nítido, sabe? Tipo, pessoas que não tinham a vivência de dança, principalmente urbana, né? Porque tinham categorias separadas, mas principalmente a categoria de dança urbana que foi a que eu competi, até em comparação, tipo, as pessoas que ficaram em primeiro lugar, parando uma certa comparação aqui e ali, você, tipo assim, será? Rola? Rola um será, querendo ou não. Às vezes até de forma indireta, mas, sim. Tipo, mano, tinha de tudo um pouco, sabe? Tinham pessoas que estavam fazendo isso há 10 anos e tinham pessoas que chegaram, mano, essa é a minha primeira vez, assim, como nós, sabe? Mas... E existem pessoas que também, tipo, nunca tinham dançado na vida e aquilo foi literalmente o primeiro baque, mas tinham potenciais grandes em comparação com pessoas que estavam há anos na cena, sabe? Isso é engraçado. E já foi de cara, sim. Exato. Então já fez muita pressão pra você também, né? Muito, muito. Até porque, tipo, ainda mais na época eu tive a presença do meu pai e até por questões de família. Como eu falei, tipo, a minha mãe sempre foi uma pessoa que me apoiou muito, mas o meu pai é aquele cara do, tipo, ok, mas arruma um emprego. Sim, vai fazer uma faculdade na noite da de nove, vamos fazer algo que realmente o famoso faz algo que dê dinheiro. Exatamente. Acho que todo mundo tem um pai ou uma mãe assim. É, pai, mãe, vó, né? Até por uma questão também de religião, né? Então, teve muito foi, tipo, daquilo. Então, aquela foi uma das primeiras vezes também que meu pai me viu competindo, a mais que competia em um negócio grande. Onde ele viu que, tipo, é, realmente não só esse negócio dá dinheiro, mas com você realmente tem um negócio ainda. E a sensação de você falar, olha, pai, o que eu sei fazer? Tipo assim, o orgulho que você sentiu dando pro seu pai. E que a gente sabe que quando a gente faz isso, parece que a gente ganha o nosso mundo ali, pelo menos por uns 10 segundos. Não que eu me orgulhe muito disso, mas falando do lado da fofoca aqui, foi mais no sentido assim, pai, eu vou te dar orgulho, mas toma na sua cara que isso serve pra alguma coisa. É, eu também pensei, né? Eu tive esse pequeno gosto. Não, mas é porque, falou muito bem, que a figura paterna é algo, tipo assim, muito, tipo, eu vou competir pra mostrar que eu sou aquilo que você falou que eu nunca vou ser. Exatamente. Não que, tipo, de certa forma ele duvidou, mas ele tinha muito medo, sabe? Mas, é... Eu conheço a pia na cara. Eu joguei em Aprendiz. Exato, né? Não, mas você podia estar estudando isso, aquilo. Eu falei, sim, isso também, eu estudo isso também, eu não tô fazendo isso à toa, né? Então, teve muito essa sensação realmente, essa pressão só de ver. Então, você disse que o seu coração é totalmente da dança. Não, não tem como fugir disso, sabe? Mesmo hoje, tipo, tendo um trabalho, né, CLT, ou padrão, formal, que meu pai sempre quis, não tem como, sabe? Tipo, é uma coisa que nós artistas até costumamos dizer, a gente tá sempre... É uma nossa maldição, nossa bênção, sabe? A gente tá predestinado a fazer isso o resto da nossa vida, sabe? Seja por um hobby ou realmente é... E as chances de dar certo, pelo menos do que eu vejo por fora, é de zero a cem. Tipo, dá super, super certo, que nem dançarina da Luisa Sondo que estourou o Tik Tok. Cara, ela faz o que ela ama e ganha dinheiro, muito dinheiro. E vou falar pra você, já entrando muito nesse ponto, graças à nossa queridíssima, amada e odiada por muitos, internet, e o próprio Tik Tok, que você me citou, é aquilo que eu falo muito até pro meu próprio pai em relação a, tipo, é você saber usar, sabe? Tipo, a dança, principalmente também, é uma ferramenta ou é algo que não presta? Depende na mão de quem usa, de como você quer usar e por que você quer usar. Então, tem todo esse ponto, sabe? Uma plataforma de fazer dinheiro também é uma plataforma de trabalho, né? Exato, exato. O problema é que, ultimamente, tá mais do lado dinheiro, números, do que arte em si, mas, né? Exatamente, como a gente sabe, o Tik Tok hoje em dia é monetizado. Então, grande parte do conteúdo gera só por dinheiro. Poucas vezes a gente vê uma... Algo que gosta de fazer. Exatamente. E não que as pessoas que fazem isso só por hobby não mereçam, mas existem pessoas que estão vivendo anos da vida dela respirando isso pra tentar ter esse 1 minuto, esse 15 minutos de fama que muitos tentam. É bem famoso, tipo, a menina que fez a dancinha do Tik Tok tá ganhando milhões e quando alguém tá tentando mostrar a arte, não recebe nem um terço dos olhares. Colêmica, gente. Momento criticado. Dando um pouquinho, uma pitadinha de sal mais nessa crítica aí. Mas, né? Tô colocando, né? Como é que fala? Não foi? Exatamente. A pessoa que tá ganhando 1 milhão com 15 segundos de vídeo, de coreografia, não se compara a uma pessoa que tá um ano vivendo isso, sabe? É injusto, mas é o que acontece. É injusto, mas faz o quê? Acontece. Você comentou que nessa apresentação, você e ele não tinham tempo, né? Por conta do trabalho do CLT, como você, Medum, me falou. Como que você consegue equilibrar, tipo, hoje em dia, com o que você ama fazer e que você nasceu pra fazer e com a realidade do mundo no qual você tá inserido? Vamos lá. Até que entra num ponto em relação tanto à competição, até por questão de hobby, né? Eu sou um cara que sou muito perfeccionista. Se eu quero fazer alguma coisa, se eu gosto de fazer alguma coisa, por mais que isso não vá levar dinheiro ou algo do tipo, eu quero fazer bem. Realmente eu gosto disso. Eu quero fazer o bem. Eu gosto de fazer isso aqui e eu sou bom. Eu sou ótimo, excelente, mas eu sou bom. Às vezes não ser reconhecido por mim mesmo, mas às vezes ser enxergado dessa forma. Mas então, com a rotina de trabalho, a gente não pode simplesmente abrir mão, porque a gente tem conta pra pagar, a gente tem que sobreviver. Então, querendo ou não, é muito difícil só simplesmente, cara, não dá, parei, não vou e vou dançar, só dançar e dá certo. Mas é muito difícil, porém, é aquilo. Você tem cinco minutos, você tem um minuto, é o que tem. Era o que acontecia. Principalmente aos sábados e domingos era que quando dava pra dar certo pra gente se encontrar e apresentar, a gente literalmente tinha 20 minutos, às vezes. A gente adiantava o que dava pra adiantar em casa, então a gente juntava ideias um com o outro. Eu pensei nesse minuto tal, a gente fazia tal passo ou juntar de tal forma. E se der, grava um vídeo, se não, descreve o mais desenhado possível e quando chegar, só pra não perder tempo, sabe? Então você literalmente tem 20 minutos que fazem valer a pena. O famoso vou otimizar o meu tempo, né? Ou o famoso também, quem quer dá um jeito. Isso é, quem quer. É aquilo, não dando desculpa também, mas claro, você tendo mais tempo, você consegue fazer 10 vezes melhor do que você faz, mas um pouco por... Isso provou pra gente também duas coisas, né? Eu e o meu amigo. Tanto que a nossa qualidade, empenho e também talento, querendo ou não, né? Então a gente fez com pouquíssimo tempo, algo grande que, tipo, pô, chegou num campeonato grande e ainda mais um pódio, né? Então... Que já é muito, porque muitos queriam estar lá e vocês tiveram, tipo, reconhecimento. Olha, levando em consideração que tinham no mínimo no mínimo 80 pessoas... O quê? Se solta eu e a Nath, com 10 minutos pra gente fazer alguma coisa, a gente não sai da nossa casa. A gente joga o TikTok, porém eu sei fazer o reverso. Ótimo, é uma habilidade que muitos até hoje já não tem, mas... Exatamente. Mas se eu sou uma rata de TikTok, a gente joga, a gente joga, mas a gente consome qualquer uso, porque é uma plataforma que ele está fazendo o que tem. Exato. Às vezes, a gente já está super ocultada no trabalho da Nath, tipo, meu corpo, sua... Exato, a dança se torna automática, né? E a Nath costuma dizer que o problema não é a plataforma, mas se quem utiliza. Mas a gente entra em cima de um outro ponto depois, se vocês quiserem. Utiliza agora! Mas o que eu queria falar também é sobre os seus objetivos do futuro. A gente sabe que agora você está no CRT, mas você tem esse grande sonho. Você tem alguma... alguma expectativa para o futuro? Algum plano que você já tenha encaminhado para esses seus sonhos? Olha, sonhos e planos são o que eu mais tenho. Então, é... definir um, às vezes, é bem difícil, né? Mas o meu principal, com toda certeza, sem dúvida alguma, é competir fora do Brasil. Esse é o meu maior sonho, até... tá onde... é... sacrifícios que valem a pena, né? Então, o fato de, às vezes, eu não estar dedicando hoje tanto a dança, a dançar, tanto com mais ênfase como eu tinha antes, né? A ter esse tempo pra treinar e estudar como antes. Eu tô rendendo e guardando minha graninha pra poder sobreviver lá fora do país. Porque, por mais que, tipo, a gente tenha um reconhecimento dez vezes maior e melhor do que lá, sim, é fácil. Óbvio que não. Então, eu preciso me preparar, né, fisicamente, mentalmente. Então, nesse meio tempo, esse é o meu maior objetivo até hoje, sabe? Já fez algum curso pra te ajudar nesse sonho pra sair fora do Brasil? É aí que tá o grande X da questão. Não. Tanto com dança e até com inglês, tipo, eu me viro. O que eu aprendi é o básico da escola e... música, videogame, é isso? Videogame eu jogava muito. O que eu tenho pouco de inglês é por conta de videogame mesmo. Então, é o que me ajuda a sobreviver até que eu não passaria fome lá fora, né? Mas, tipo, você, se eu conversasse, como que eu pediria um café fora do Brasil? Se você não tava. A gente tava nesse mesmo, aqui, né? Aí, eu tava falando assim, gente, o negócio é a gente fazer um pé de meia e sair do Brasil, entendeu? Porque o bagulho é viver lá longe. Porque eu amo o país, porém a gente não tem muita oportunidade aqui dentro. Infelizmente, é uma pequena realidade. Então, eu chegaria como nos gringos? Um café? É, uma... Dólar, mami. Dólar. Mas, assim, a gente tem a noção de que quem tem boca vai a Roma. Então, assim, e tem brasileiro em todo lugar. Então... Isso me tranquiliza muito, é isso, né? A gente tá barata, né? Barata, ata... Sempre vai ter uma atendente que é brasileira. Sempre vai ter tio que é brasileiro. Sempre. Exatamente, né? Até justamente por isso, graças a Deus, hoje eu tenho parentes que moram em Londres, então seria até o meu... Meio parente, né? Quem sabe o meu green card? Oi, primo, tudo bom? Aquece de mim não, hein? Obrigado, hein, tio? Tudo bem, primo? A gente é meio parente. Estamos aqui ansiosos com o passaporte na mão, mas é, justamente esse é o ponto também que facilita muito, né? Tem que dar as caras também, sabe? Senão... Você já viu algo de produtores? Alguma agência que possa te representar fora? Já, mas aí é o ponto relativamente doloroso e mais trabalhoso em relação a isso é aquilo, né? Eles precisam de resultados em números, né? E com números eu digo... Quantos milhões de seguidores você tem, bonitão? Mas infelizmente é algo que hoje em dia o mundo digital precisa, porque se não tiver números, como você quer ter rendimento? E infelizmente a maioria consegue esses números através de polêmicas. Que que é o nome da agência? Fofoca Mob, né? É aí que eu falo onde entra a polêmica em relação ao TikTok, né? Não necessariamente as pessoas que têm maiores números são as pessoas que têm maiores talentos, e vice-versa. É porque eu honestamente, não só sendo puxa no saco, mas eu treino e vejo, vi já muitas pessoas que não têm nem mil seguidores e, cara, têm o triplo de dança e de conhecimento sobre dança do que muitas pessoas fazem. Não é, chega a ser bizarro, mas é a realidade. Como você vê esse tipo de coisas que você acaba vendo, impossível você não ver? Pessoas sendo reconhecidas, como você falou, às vezes não tem tanto treinamento, algo assim do tipo, você já pensou em desistir por conta disso? Em algum momento, assim, nessa trajetória desde os nove anos até hoje, nos conta um pouquinho. É aí que eu entro nesse cabo de guerra interno comigo mesmo. É onde eu sempre falo pra mim mesmo que, cara, se eu desistir eu nunca vou conseguir, ou então a filosofia do o desistir não existe, não faz parte do vocabulário, o desistir não era uma opção, mas sim, com toda certeza, isso desanima muito e muitas vezes eu mesmo já falei, mano, não tem porque eu tentar, porque eu vou chegar e o fulaninho que conhece o ciclaninho, que anda com o fulaninho, conhece a beltrana, já tem já o troféu dele na mão, sabe? E ele não vai fazer nem 10%, sabe? E eu não só, tipo, sinto isso, mas você vê, sabe? Você já sentiu. E o que me fez parar pra pensar nisso até justamente amigos que não são da dança ou nunca tiveram nenhum contato, tipo, zero, zero contato realmente com dança, o leigo do mais leigo possível que você pode imaginar, reconhece isso. Mano, desculpa, não entendi ou não sei qual que é o critério do porquê o fulano ou você ou outra pessoa perdeu. Sabe? Então, tipo, isso desanima muito. Então, sim. Aí vem a revolta de todo mundo, né? Ele não tem que fazer o reverso. Não, não tem Não tem joga de ladinho que solve. Nossa, o que, seu? Eu passo assim, eu jogo pro alto e vem. Não, não tem. Cara, ninguém... Você pode jogar de ladinho, 55 versões diferentes e você não vai passar, infelizmente. Infelizmente é assim. Não é hoje, gente, que eu venço algo. Eu sinto muito, mas é doloroso assim mesmo, tá? Não, mas acaba assim, né? Porque acaba juntando frustração, anos trabalhados, muitos sonhos sendo envolvidos. É. Às vezes até um pouco do seu próprio ego, por assim dizer, entra em relação do tipo, mano, quem que é esse cara que tá chegando ontem e tá ganhando? Tá cheirando a leite no hip hop. Exatamente, você tá dentro da fralda, dançando igual doido, sendo xingado pela sua mãe e o cara chegou agora e... Só tô na escola, tá cabulando o patatinho. Exatamente, exatamente. Esse é o triste, mas fazer o que? Faz parte. Você falou que você é muito autocrítico com você mesmo. Isso te atrapalha, tipo, em todas as suas competições? Ou em algum momento você falou assim, não, é isso aqui, eu vou fazer isso aqui e tá bom do jeito que tá? É. É complicado, justamente. Tem sim um lado onde isso mais me atrapalha do que me ajuda, porque querendo ou não, acaba sendo até involuntário, você fala assim, não dá, já era, perdi. Mas por um outro lado, o pensar dessa forma já me ajudou muito, às vezes, passar em campeonatos que eu... Tipo assim, mano, tem o fulano, justamente como eu falei, né, mano, tem o fulano circulando, que conhece o quê, amigo do jurado que não sei o quê. Ah, não vou passar, mas eu vou dançar. E o fato de, tipo, eu estar despreocupado, já relaxado, me fez passar. Mas, por um outro lado, tipo assim, mano, eu não fiz nada. E às vezes eu fiz tipo, um bagulho absurdo, tipo assim, mas eu não passei por um, né, ironia do destino, talvez, mas é, mais me atrapalha do que me ajuda. Certo. Aqui a gente já vai finalizar por aqui. Ainda teria muito mais conversa, mas foi um prazer de novo ter você aqui. Foi uma conversa muito tranquila. Vai nos ajudar muito. Como universitárias, né, a gente te prossegue de uma forçinha. Na faculdade ainda, e caminhando para um futuro que pode ser incerto, pode ser certo. Muitos planos. Tudo é uma interrogação gigante. E também, a primeira etapa já está sendo finalizada, graças a Deus. Muito obrigada. Desculpe alguma coisa, é, como é segunda-feira, infelizmente, né, você teve uma conversa, deve estar cansado. Faz parte, faz parte. Mas foi muito bom, filho. Muito obrigada. Não, que isso. Eu te agradeço e peço desculpas por qualquer coisa. Eu tenho tomado muito do tempo também, mas como eu falei, quando, graças a Deus, eu tenho oportunidade de falar sobre dança, é a parada que eu amo, então só fala e só vai, sabe? Pra mim, a gente ficaria mais horas e horas falando aqui, que tem muita coisa a se falar. E eu fico feliz por me darem a oportunidade de eu contar a minha história, um pouco da minha história, da minha vivência também, e estou aqui para a próxima oportunidade. A gente vai deixar sempre aberto aqui em qualquer momento que a gente precisar. E é isso, gente. Muito obrigada por ter ouvido por aqui. A gente fica por aqui. A agência Eclipse Digital. Tchau, tchau, gente!

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