Details
Nothing to say, yet
Big christmas sale
Premium Access 35% OFF
Details
Nothing to say, yet
Comment
Nothing to say, yet
The speaker is a teacher discussing their educational background and experience. They mention their initial degree in Pedagogy and their post-graduate studies in Inclusive Education and Psychopedagogy. The teacher talks about observing signs of anxiety in their students and how they try to address them by using different approaches such as playing, talking, and providing comfort. They also mention the challenges of dealing with students who may have autism or ADHD. The teacher emphasizes the importance of communication, calmness, and understanding in these situations. They admit that they sometimes feel unprepared and affected by these experiences. The teacher believes that more support and understanding from families, schools, and professionals are needed to address the mental health needs of students. Pra começar, tia, eu queria saber a sua área de formação inicial. Pedagogia, né? Sim. E o seu ano de início e conclusão? Do curso? Aham. Eita, faz tantos anos que eu me formei. Me formei no ano de 2003 e ingressei na faculdade em 2019. Ah, perfeito. Foi a primeira turma de pedagogia feita com a aula da UESP. Na UESP? É! Que linda! E a faculdade continua lá. Esse ataca já não deve estar mais... Você tem alguma área de formação continuada? Sim, eu tenho pós-graduação. Bom, e a pós é em que? É em Educação Inclusiva e Psicopedagogia. E você sabe o ano de início e conclusão? Não. É difícil, né? Qual o seu nível de ensino nas férias que você atua? Atualmente, instantinho e primeiro ano do finalizar. Quanto tempo de atuação na docência? Ixi, tem mais de 15 anos. Tem uns 15 anos, pronto. 15 anos. Agora, questão. Na sua concepção, a partir das suas experiências como docente, como você identifica algum sinal de comportamento relacionado à ansiedade dos alunos? É através da observação. Eu gosto de observar meus alunos, ver as atitudes deles. Aí eu fico observando, analisando as atitudes e percebo esse comportamento de ansiedade. Que não é normal, né? Porque quem trabalha com crianças e observa muito, você consegue ver claramente ali o que está fazendo de ajuda, o que não está, o que não é normal, o que é. E quais são os sinais de inquietão? Eles ficam inquietos? Estão bastante inquietos. Ou, às vezes, já estão parados demais. Tem uns que agem de forma diferente, né? Tipo, agora, eu estava na sala de aula nesse momento, teve um que do nada se levantou no final da aula e ele só bateu nos outros do lado. Então, pra mim, era ele fazendo alguma coisa. Não sei se era ansiedade, mas alguma coisa. Aconteceu com aquela criança. Chega um momento que acho que ele já não sei, quer ir pra casa, né? Como você lida com esses sinais comigo? É, fica difícil. Principalmente nessa situação que eu lhe falei, que eu me encontro com 22 crianças na sala sozinha, de infância de 4 anos. Cerca de duas, duas não, são três. Pra ser bem direta pra você. São três que mostram que tem algum problema. Não sei dizer exatamente o que. Um, a gente olha que tem um pouco de autismo, de ADHD. O outro, eu não sei se é malcriação, se realmente é um problema, mas parece que tem um problema. E como é que eu? Como você lida com essa situação? Assim, eu tento procurar uma forma que eu controle a situação assim. Eu tento jogar um brinquedo, eu tento conversar, eu tento dar carinho, olho no olho, e vejo por que a criança tá assim. Aí eu tento várias formas. Com um, um brinquedinho acaba. Uma coisa é diferente. Com outro, uma simples conversa acaba. Então eu vou tentando encontrar as formas, qual é a melhor forma. Porque nem todas, aquela maneira de agir que eu uso, né? Aquela metodologia, aquele jeito, não serve pra todos. Tem um que tem que ser tratado de uma forma, num momento de ansiedade, num momento que tá atrapalhando. E aí fica assim, pra dizer, eu às vezes converso, eu jogo um brinquedo, eu vou ali saber o que tá acontecendo. E assim, eu vou contornando. É o que dá, né? É o que dá. É o que eu tenho. Porque não tem um certo uso, você sabe? Então é mais o fim da gente mesmo saber lidar com aquela situação. Conversar, chamar, tentar sentar, falar, principalmente falar calma. Se gritar, é pior. Essas crianças dizem, nossa, tem que gritar, tem que conversar, tem que mostrar carinho, tem que transmitir segurança, que eu tô ali pra ajudar. Não pra repreender, não pra castigar. Na sua formação inicial, foram trabalhado algum conteúdo de ansiedade? Não. Na formação inicial, eu acho mentira. E na pós? Na pós, eu acho também não. Mas eu acho que... Parece que foi, mas eu não lembro. Eu não tinha mais tempo. E a pós não faz tempo. É... Você costuma trabalhar essas questões emocionais? Sim. Atividade, demonstração, em rota de conversa, sim. Eu mostro, faço senas, exerço isso. Eu tenho que agir. Seu coleguinha me bater, eu tenho que bater. Então eu fico demonstrando ali, faço atividade e tenho a conversa. Tem historinhas também que às vezes eu gosto de contar. Tem uma historinha boa, esse seu nome mesmo, é um livrinho que é bem interessante, que eu também gosto de fazer, que eu trabalho bastante. As estratégias você já até falou, né? Que é conversar... Sim. É calmar mentalmente. Nesse momento que eu tô assim, meio aí, tem agora o que é que eu faço. Porque, tipo, eu tenho o controle, eu tento, e graças a Deus eu consigo deixar com calma. É difícil, não é fácil. Você se sente preparada pra intervir nessas situações? Mais ou menos. Às vezes sim, às vezes não. Eu me sinto preparada, eu consigo manter, deixar calminho, eu consigo fazer com que eles voltem a ficar calmos. Mas às vezes eu tenho as situações que me abalam, entendeu? Então eu acalmo eles, mas eu fico assim, tipo, absorvendo, e que não é bom. A gente realmente nunca tá 100% preparada. Porque eu nunca pensei que um dia a gente fosse pegar esse tipo de clientela que a gente tá pegando agora, essas crianças cada vez mais trabalhosas, e aqui cheias de vontade, com problemas, já vem da família. Então eu vejo que tá cada dia mais difícil ser professora. E sendo que eu me sinto 100% preparada, eu estou mentindo, eu não me sinto. Então na situação momentânea, sim, eu consigo, mas depois eu fico lá na minha casa pensando, meu Deus, o que foi aquilo? Meu Deus, esse passeio doeu minha cabeça, e minha cabeça dói, e meu corpo dói lá em casa. Então eu tô levando, de certa forma, né, pra casa, mesmo sem querer, mas a gente leva. Então isso é não estar preparada 100%. Difícil mesmo. Como a escola trabalha essas questões? A escola? Sim, não entendi. A escola faz algum projeto? Tem. Não, esse ano aqui eu não participo, não. Nenhum projeto, não. Qual é a sua opinião, a sua sugestão pra estimular a saúde mental dos alunos? É assim, a gente também tem que trazer pessoas preparadas, porque eles colocam apoio e não são preparadas pra situação. Eu vejo muito isso. Tipo assim, o problema é seu, não é meu, fica jogando. Na verdade ninguém tá sabendo lidar. Eu acho que a gente tem que ter mais apoio, mas o apoio tá sendo pouco. Tipo, você tá vivendo a mesma situação, eu tô relatando isso pra você. Eu sozinha, eu tava com 22 crianças, seis que duas tá claramente precisando de laudo, e a família também não vai buscar essa ajuda pra trazer um laudo pro professor ter esse direito, né, de uma criança, de uma cuidadora. Então, o que é que fica? A família não tá ajudando, a escola não sabe o que faz, e o professor também, e tal, isso é uma coisa que eu acho que é tão justo, todo mundo tem que se ajudar, né. Então, primeiro tem que fazer pra família, a família tem que entender que essa criança tem uma necessidade, tem alguma... e buscar ajuda, né, pra poder ter laudo, pra gente poder ter pelo menos uma cuidadora ali pra ajudar.